Olá a todos e sejam muito bem-vindos a mais uma edição do “The Bottom Line”. Na edição desta semana, irei apresentar um novo capitulo da minha fase como mark, que assistia Wrestling todas as semanas na televisão por cabo. O “Wrestling Nostalgia” voltou, depois de uma boa recepção por parte dos leitores do WPT, no último artigo. Para quem não percebeu ainda, o meu objectivo é partilhar com vocês algumas das minhas histórias como wrestling “mark”, que durou desde o momento onde comecei a ver wrestling (Novembro de 2004), até ao momento onde comecei a ter acesso á Internet com regularidade (Finais de 2009). Irei dar a entender como eu via wrestlers, certos programas e wrestling em geral durante esta fase, comparando o que eu pensava na altura, com o que eu penso agora.
No meu último artigo, apresentei o primeiro capitulo desta Saga, onde expliquei como comecei a ver wrestling e onde analisei o primeiro programa que vi de forma completa. Hoje, no segundo capítulo, irei analisar a Raw que me fez nunca perder nenhuma Raw, durante os próximos 2/3 anos. Todas as semanas, religiosamente, encontrava tempo para ver nem que fosse a maior parte do programa da WWE. E tudo veio deste programa. Na semana passada, como já foi dito, apresentei a minha análise da primeira Raw que vi completa. Mas na semana seguinte ao ver esse programa, por algo razão, não vi a Raw. Não sei bem explicar, mas acho que encontrei algo melhor para fazer. Posso dizer que a cada duas semanas, via uma Raw, mas eu não era consistente. Não sei bem explicar, mas não me conseguia sintonizar todas as semanas. Acho que uma das razões que posso encontrar, é o facto de na altura os horários para a Raw em especifico, mudavam constantemente. O equilíbrio de horários viria a acontecer no inicio do ano de 2005, e a Raw durante os próximos 2/3 anos, daria todas as sextas-feiras ás 23 horas na Sic Radical, em Portugal.
A Raw que tanto falo, que me fez ver o programa todas as semanas, a partir dessa altura, aconteceu a 21 de Fevereiro de 2005. Muita coisa mudou no espaço de 3 meses, mas algumas mantiveram-se. Eu ainda era o única pessoa do meu circulo de amigos que via Wrestling nesta altura, e só alguns meses depois é que iria descobrir que outros também estão todas as sextas a verem o mesmo que eu.
Outra coisa interessante desta altura é que a Sic Radical finalmente passava as Raws inteiras, ou seja, todas as Sextas era nos garantido as 2 horas completas de programa. Mas o que fez esta Raw especial para mim? Bem, não vamos nos alongar mais e vamos descobrir se esta Raw é realmente de qualidade.
A Raw começa com um video a mostrar o que tem acontecido nas últimas semanas e que resume o que irá de tão importante acontecer nesta Raw. Basicamente, Batista ganhou o combate Royal Rumble. Com isto, ganha uma oportunidade pelo título principal no Main Event da Wrestlemania 21. Mas tem que escolher qual campeão quer defrontar. Iria escolher mudar-se para a SmackDown e defrontar JBL, o actual campeão da WWE? Ou escolheria ficar na Raw e defrontar o seu amigo e líder dos Evolution, Triple H, pelo título Mundial. O “Game” está a fazer de tudo para que Batista vá para a SmackDown, pois o vê como uma ameaça ao seu título. Por isso, tenta de tudo para convencer Batista a ir para a SmackDown. Para ajudar á festa, JBL também começa a ameaçar Batista de que iria ser um erro, se ele sai-se da Raw. JBL não se fica por aqui, e supostamente, tenta atropelar Batista, sendo este salvo á última da hora por Triple H. Na Raw de hoje, Batista irá finalmente tomar a sua decisão.
Jim Ross da-nos as boas-vindas á Raw e diz o que está preparado para o programa de hoje. Para além da assinatura de contracto de Batista, um combate de Tag Team entre HBK e Orton vs Edge e Christian também irá acontecer, bem como a estreia de Chris Masters. Esta Raw parece ser muito promissora e mal posso esperar pelo combate de Tag Team, pois marca uma mini-reunião de Edge e Christian. A grande diferença deste Show para aquele de Novembro, é que este último estava na fase final do ano, onde pouco costuma acontecer, enquanto que este está na “Road to Wrestlemania”.
A Raw começa com um combate e não é qualquer combate, pois o título feminino está em jogo num Triple Threat Match. Trish Stratus defende o seu título contra Molly Holly e Victoria. Um combate praticamente igual de á 3 meses, só que desta vez, invés da Lita, temos a Victoria. A Trish tem uma aparência de campeã e o público odeia. Eu também a odiava nesta altura, por ser bastante convencida. Epá, era mesmo “Mark”. Nesta altura, Trish começava a entrar em rivalidade com Christie Hemme e iria enfrenta-la na Mania, tudo porque Stratus odiava o facto de de Hemme posar para a Playboy. O combate é curto e dura quase 4 minutos. Porém, as 3 lutadoras fazem o que podem durante o tempo dado e o público gosta do que vê. Stratus mantém o título depois de roubar o Pin a Victoria. Bom começo da Raw.
De seguida, temos um segmento de Backstage, entre Ric Flair e Triple H. A minha opinião sobre Triple H nesta altura tinha completamente mudado. Eu agora odiava-o pois este fazia praticamente de tudo para ganhar. Ninguém lhe conseguia tirar o título das mãos, pois tinha sempre um truque na manga. É por isso nesta altura que tinha muitas esperanças que Batista fica-se na Raw e tira-se o título ao HHH. Neste segmento, HHH e Ric Flair esperam ansiosamente que Batista chegue e conversam que a ida do mesmo para a SmackDown, irá assegurar que os Evolution dominam a WWE. Triple H está tenso, pois ele ainda não chegou ao edifício e ordena que Flair vá esperar por ele á porta do edifício.
Noutro segmento de Backstage, Trish encontra Hemme e as duas trocam insultos até começarem uma troca de agressões. Num terceiro segmento, HBK e Orton conversam sobre o combate de Tag Team que vão ter e sobre a importância da Wrestlemania. Bons segmentos de Backstage, até sermos levados até ao próximo combate.
Simon Dean encontra-se no meio do ringue e insulta os fãs. O curioso disto, é que apesar deste ser um jobber, os fãs adoram vaia-lo. Chris Jericho é o seu adversário. Mais uma vez, Jericho não está em nenhuma rivalidade importante. Nesta altura ainda não tinha sido anunciado o combate Money in the Bank, por isso, wrestlers como Jericho estão um pouco á deriva nesta altura. Outro combate curto, onde Jericho ganha facilmente. Nesta altura ainda não tinha nenhuma opinião formada em relação ao Y2J, mas apoiava-o, pois ele era um dos bons.
Num novo segmento de Backstage, o GM da Raw (Eric Bishoff) conversa com o GM da SmackDown (Teddy Long). Eu na altura odiava o GM da Raw, pois era o GM heel que era sempre tendencioso ao ajudar os maus. Neste ponto, nem sabia quem era o GM da SmackDown, mas iria descobrir em breve, num tema a abordar no futuro. Ambos estão a conversar sobre a decisão do Batista e acabam por ser interrompidos por Shawn Michaels. HBK pede a Teddy Long para mandar uma mensagem a Kurt Angle, ou seja, que o quer enfrentar na Wrestlemania.
O próximo combate é entre Kane e Tyson Tomko. Kane nesta altura está na mesma posição que Jericho. Mais um combate que não interessa muito. Dura cerca de 3 minutos e 15 segundos e Kane vence Tomko, o guarda costa de Christian. Nada de especial. Achei a promo de Tomko interessante antes do combate e apesar de não ser particularmente boa, mostrava atitude. Á 10 anos atrás gostava do Kane, pois era diferente de qualquer outro lutador. E porque fazia os postes deitar fogo, claro!
Agora vamos até á entrada do edifício e vemos Flair á espera de Batista. Quando penso que ele chegou, descobre que estava enganado e depara-se com Chris Masters, o wrestler que irá fazer a sua estreia. Ele marca-se como Heel ao insultar Flair e o segmento acaba. Na altura não sabia bem se Masters ia ser um dos bons ou um dos maus. E este segmento não ajudou, pois ele insulta um Heel. Mas eu depressa viria a descobrir nessa mesma noite.
Agora temos um segmento In-Ring. Oh sim! Uma promo do Muhammed Hassan! Fiquei muito contente por encontrar isto aqui neste Show. Muhammed está tão Over nesta altura. Hassan ainda é invicto nesta altura e na semana passada derrotou Chris Jericho. A sua promo consiste em insultar os Americanos, que não o tratam com respeito, tudo porque é muçulmano. Ele diz que se Batista for para a SmackDown, devia ser ele a enfrentar HHH na Mania. Uma promo boa deste homem. Ele acaba por ser interrompido por Chris Benoit. Chris diz que quer lutar com Hassan, mas este recusa-se. Benoit não gosta do que ouve e ataca Hassan e o seu manager, Devari. Porém, os dois conseguem a vantagem e deixam Benoit estendido no chão. Muito bom segmento e que deixa Hassan com mais Heat.
Agora temos o tão esperado combate de Tag Team. O combate dura cerca de 17 minutos e os 4 wrestlers são bastante competentes. O público adora cada momento e isso ajuda sempre. Os 4 wrestlers estão over e conseguem reacções do público. No final, HBK consegue a vitória, depois de um Sweet Chin Music em Christian. O melhor combate desta Raw, mas isso não diz muito. HBK ainda não era o meu favorito nesta altura, mas apoiava-o sempre e detestava o Edge.
Após o combate, temos um segmento de Backstage, onde HBK é atacado por Edge violentamente. Os dois estavam metidos numa rivalidade á já alguns meses e na próxima semana iria ter o último combate, pois é anunciado um Street Fight entre os dois. Eu lembro-me á 10 anos deste ataque e mal podia esperar para ver o HBK derrotar Edge.
Agora temos a debut de Chris Masters. Este momento lembro-me bem, especialmente da entrada estupidamente longa. Ele está a enfrentar Stevie Richards, que era um jobber nesta altura. O público simplesmente não se interessa e eu também não. A personagem nunca me interessou, nem á 10 anos atrás, nem agora. Como é óbvio e sendo eu mark na altura, não gostava nada do Masters. Ele vence ao fazer Richards desistir com o Master Lock.
Temos logo outro combate de seguida e o título Intercontinental está em jogo. Shelton Benjamin defende o título contra Gene Snisky. Nesta altura, ambos os wrestlers já não estão tão “Over”. Snisky já não tem quase Heat nenhum e Benjamin apesar de ser campeão, já não está a ter uma grande aposta por parte da companhia. O combate é curto e acaba depois de Benjamin atingir Snisky com uma cadeira, em retaliação da semana passada. Benjamin está na mesma situação que Jericho e Kane, pois vai participar no Money in the Bank.
O último segmento Backstage da noite leva-nos até Triple H e Ric Flair. HHH admite a Flair que contratou alguém para conduzir a limosine que tentou atropelar Batista, e que na realidade, JBL não estava no carro a conduzir, tudo para o convencer a ir para a SmackDown. Flair chama HHH de génio e os dois estão bastante convencidos que Batista irá mesmo para a SmackDown. Porém, o cameramen volta atrás e descobrimos que Batista estava a ouvir a conversa e que finalmente sabe a verdade. Segmento muito bem conseguido que prepara a última parte do programa.
E chegamos finalmente ao fim do programa, com a assinatura do contracto. Ambos os GMs falam do porquê de Batista aceitar os seus contractos. HHH também dá a sua opinião e diz que a escolha não é dificil. Batista pega no microfone e diz que já sabe o que vai fazer á muito tempo. Ele deita o contracto da Raw ao chão e parece que ele vai assinar pela SmackDown, mas é tudo um engano e o polegar de aprovação de Batista, vira-se ao contrario e os fãs vão á loucura, pois o Animal acaba de atacar HHH e Flair e faz o tão desejado Face Turn. Ele aplica o Batista Bomb em HHH na mesa e assina o contracto da Raw para terminar o programa. Que bela maneira de encerrar uma boa Raw. Eu lembro-me de á 10 anos ir á loucura com este segmento. Isto fez o Batista tornar-se no meu wrestler preferido durante o ano de 2005 e mal podia esperar para o ver com o título.
E estas são as minhas memórias por hoje. Espero que tenham gostado do artigo. Da minha parte é tudo. Digam se gostaram ou não. Se gostaram, adorava saber a vossa opinião sobre esta Raw. Se não gostaram, mas gostavam de dar sugestões no que melhorar, estejam á vontade. Até á próxima!
15 Comentários
Antes a radical dava sim showns as sextas, bem me lembro, mas bem antes de 2005, por volta de 2003 ja dava, pq me lembro muito bem da rivalidade de triple h com o goldberg. Mas claro,as coisas boas duram pouco e a radical deixou de pagar direitos e claro, canal pago sportv meteu se a frente. Melhores anos do wrestling, de 96 a 06, na minha opiniao foi quando o wrestling teve o seu pique. Desde 07 deixei de ver regularmente, mas depois de 2011 e a pipebomb, retomei, nao esta o msm, mas nao esta a mesma palhaçada q era em 08 09 10
Mas se calhar o horário não era 23 horas? Ou era? Pergunto porque não sei, eu lembro-me é que logo nas primeiras semanas que comecei a ver não dava ainda ás 23 horas, mas sim sempre num horário tipo 20 ou 21
a raw dava as 23h00 não perdia um.
Mais um excelente artigo como o anterior, muito bom.
Eu também vi esta RAW e, embora não me lembre a 100% e de todos os segmentos e combates), lembro-me da parte das “Divas” e também outras coisas mas a parte que me marcou mais foi sem duvida o segmento final com os Evolution e eu já era fã do HHH desde de 2004 (como falamos no artigo anterior) e também gostava da stable e eu percebi que o HHH andava a tramar o Batista mas estava do lado dele na mesma, eheh, e a minha esperança era que o Batista não descobrisse mas depois quando vi aquela parte do backstage percebi que o segredo já era e aí já queria que ele pensasse bem
e decidi-se ir para a Smackdown, como não tinha net e pouca gente tinha na altura era como se visse em directo e quando vi o Batista com o polegar para cima estava contente até ver ele baixar o polegar onde fiquei em choque e depois a destruição do HHH, meh, eheh, depois foram quase três meses a ver o HHH ser dizimado e humilhado na maioria das vezes pelo Batista mas esse segmento do polegar nunca irei esquecer e é um momento marcante na história da WWE e desde que vejo.
Bom trabalho Rúben Rosa. 🙂
Pena que a Sic Radical não passava ainda PPVs haha. Seria épico ver a Mania 21 aqui em Portugal
Exacto, eu apenas vi os resultados no WWE.com na biblioteca da escola e a RAW pós-WM21 na SIC Radical, depois o meu primo comprou o DVD da Wrestlemania 21 e só aí vi o PPV, foi realmente uma pena mas pelo menos cheguei a ver pouco tempo depois e foi brutal, sem duvida.
Parabéns mais um excelente artigo.
Conseguiste contar esse episodio do raw de uma forma espetacular,parece que para ti foi como se tivesse acontecido ontem mas foi ha dez anos.
O meu primeiro programa que vi foi o smackdown,do tempo em que dava na TVI aos domingos,não perdia um.Mas depois começou a dar a horas impróprias deixei de acompanhar um bocado.
Mas ha um anos passei a ter televisão por cabo e também com o aparecimento da internet acompanho o wrestling todos os dias.
Não passo um dia sem ver um combate de wrestling,recente ou antigo,vejo todos os dias.
Podes continuar este tipo de artigos que são muito interessantes.
Bom trabalho Ruben Rosa!!!
Quando a altura chegar, também falarei da terrivel ideia de por a Smackdown na TVI e dos horários impossíveis. Queriam trazer o Wrestling para a televisão pública, mas depois põem em horários que até os putos não aguentam, a um Domingo de manhã, onde a maioria queria era tar a dormir xD
Ainda bem que referi um tema que iras falar mais á frente.
Qual o tema para a semana?
Queria analisar a primeira Smackdown que vi
Estou adorando esses artigos. Sou um fã ja!
Boa RAW. Única coisa que me surpreende é os combates não passarem de 5 minutos. Nessa época qual era sua opinião sobre a Lita?
Adorei o segmento final! Assisti na Internet agr e adoreei. Show!
A Lita era muito fixe. O público adorava-a e ela parecia sempre diferente das outras, pela forma como se vestia e comportava no ringue. O problema é que ela passou para a minha “lista negra” assim que trai o marido Kane e junta-se a Edge xD. Mas nesta altura gostava dela, pena é que estava lesionada e pouco fazia, até regressar em Abri/Maio deste ano
Ah bom! Parabéns pelo artigo.
Demais esse artigo, eu realmente gostei muito dos dois artigos nostálgicos. Pretende fazer outros?
boas lmbranças destes tempos obrigado por nos fazeres lembrar os boms momntos que passava-mos a ver o programa. para mim que sigo wrestling desde do tempo do 123kid é sempre bom lembrar tempos passados.