Olá a todos e sejam muito bem-vindos a mais uma edição do “The Bottom Line”. Na edição desta semana, irei apresentar um novo capitulo da minha fase como mark, onde assistia Wrestling todas as semanas na televisão por cabo. Para quem não percebeu ainda, o meu objectivo é partilhar com vocês algumas das minhas histórias como “wrestling mark”, que durou desde o momento onde comecei a ver wrestling (Novembro de 2004), até ao momento onde comecei a ter acesso á Internet com regularidade (Finais de 2009). Irei dar a entender como eu via wrestlers, certos programas e wrestling em geral durante esta fase, comparando o que eu pensava na altura, com o que eu penso agora.

The Bottom Line #93 – Wrestling Nostalgia (21)

No artigo desta semana, irei analisar o Royal Rumble de 2007, um PPV apresentado pela Raw, SmackDown e ECW. Vou analisar este PPV, pois é um dos mais importantes deste ano, onde começa o “Road to Wrestlemania”. Este PPV tinha como atracção principal o combate Royal Rumble, como já é normal, mas com a particularidade de ser o primeiro onde lutadores de 3 Brands aparecem. Para além disso, os 3 Títulos Mundiais estavam em jogo. John Cena, o campeão da WWE, defendia o seu título contra Umaga num Last Man Standing. Umaga no final do ano foi nomeado o nº1 Contender. Umaga e o seu manager, Armando Estrada, desafiaram o Cena, com o campeão a ser a única pessoa que o Samoan Bulldozer ainda não tinha enfrentado. Umaga ainda ajudou o Kevin Federline a vencer o Cena, no meio do ringue, na primeira Raw do ano. Os dois enfrentaram-se no New Years Revolution 2007, com o título em jogo. Cena venceu, sendo o primeiro a vencer o Umaga, mas com alguma sorte á mistura. Umaga voltaria a desafiar o Cena mais uma vez e o GM da Raw, Johnathan Coachmen, anunciou que seria um Last Man Standing no Rumble. Cena já tinha tido dificuldade em manter Umaga no chão durante 3 segundos, quanto mais 10.

The Bottom Line #93 – Wrestling Nostalgia (21)

Batista também defendia o seu Título Mundial, com o seu adversário a ser Mr.Kennedy. Kennedy venceu um Beat the Clock Challenge numa das edições da SmackDown para se tornar no Nº1 Contender. Outro dos atractivos no combate era que Kennedy já tinha vencido 7 ex-campeões Mundiais e está seria a primeira oportunidade de capturar o título. Bobby Lashley, o campeão da ECW, defendia o seu título contra Test. Bobby Lashley venceu a Extreme Elimination Chamber no primeiro e único PPV dedicado exclusivamente à Brand ECW, o December to Dismember, e tornou-se o campeão da ECW. Test tornou-se no nº1 Contender após ter atingido o campeão com título na cara (não estou a brincar). Os dois iriam-se enfrentar no PPV.  Com um card interessante, vamos então passar para a análise!

Após o típico promo package, o evento começa. O primeiro combate é um Tag Team Match entre os Hardy Boyz e os MNM. Após o PPV Armageddon, Mercury voltaria aos ringues usando uma máscara de protecção, depois do seu terrível acidente. Ele culpava os Hardys por lhe terem marcado na face para sempre e queria vingança. Está rivalidade tornou-se interessante a partir deste ponto, mas a WWE nunca aproveitou totalmente. Então, nos combates singulares que se sucederam, Mercury tentava lesionar na cara um dos Hardys. Este combate é mais um na rivalidade. Nitro é mais uma peça, apesar de a história já não lhe envolver. As duas equipas têm bastante química e os combate foram ficando melhores. Este teve o tempo necessário e é o melhor que as duas tiveram. Na minha opinião, as equipas fizeram tudo o que podiam e criaram um combate bastante bom. Os Hardys conseguem a vitória depois de um Swantom Bomb de Jeff em Mercury.

The Bottom Line #93 – Wrestling Nostalgia (21)

Ao longo da noite, foram surgindo segmentos onde vários lutadores vinham retirar o seu número do Rumble. O mais relevante foi um onde envolveu Edge, Randy Orton e King Booker. Basicamente o segmento leva a uma piada sexual. É difícil de acreditar que a WWE fazia este tipo de coisa antigamente

O próximo combate é pelo Título da ECW. Booby Lashley vs Test. A WWE podia ter tornado as coisas interessantes e feito este combate um No Desqualification Match, mas não…tinham de nos fazer sofrer. Este combate sofre da pior coisa que o wrestling pode sofrer – tédio. Um combate pode ser mau, mas interessante e “entertaining” ao mesmo tempo. Este, porém, é mau e aborrecido. Por sorte, isto nem dura mais de 7 minutos. Contudo, esperaria que depois de passar por este combate, existisse um final decente para o combate. Mas não. O que acontece é que o Test decide abandonar e existe um Count Out, a minha coisa preferida no wrestling (sarcasmo). Isto foi mau demais, mas não tirou muito tempo, sendo esse o único aspecto positivo disto tudo.

De seguida temos algo bastante melhor. Batista defende o seu título contra Mr.Kennedy. Este combate é particularmente impressionante. Digo isto, na medida que não esperaria muito destes dois, pois o primeiro embate foi uma desilusão. O que torna este combate particularmente bom é algo que parece que se perdeu na WWE, a psicologia. O Kennedy durante o combate todo ataca e foca-se na perna de Batista, que já se encontrava lesionada antes do combate. O Kennedy, sendo um heel e tendo menos força do que o Batista, não vai atacar outras partes do corpo, quando sabe que aquela parte do corpo já está fraca. E o heel só ganha vantagem durante o combate quando faz batota que se concentre na parte lesionada. Isto é lógico e faz o heel parecer inteligente. O Batista, sendo um bom worker e grande Babyface, faz o sell perfeito durante todo o combate. Nos comentários, o JBL é basicamente ouro, pois ele faz um tremendo trabalho ao elevar o título e o Kennedy como uma ameaça. E o Kennedy até teria ganho o título e o seu plano teria funcionado, se o o árbitro não estivesse no chão durante o Pin decisivo no campeão. Até o momento final do combate tem uma grande psicologia, com o Batista a aplicar um Batista Bomb, quase não conseguindo aplicar devido à lesão e com o Kennedy a lhe dar murros para lhe derrubar, até que este atingiu o chão com o impacto da manobra. Batista vence num grande combate, melhor do que o de Tag Team.

The Bottom Line #93 – Wrestling Nostalgia (21)

Por fim, chegamos ao Last Man Standing Match. O principio do combate é bastante genérico, mas rapidamente fica bastante interessante quando as armas começam a aparecer. O que gosto deste combate é do nível de violência que atinge. O facto de o Cena bater com praticamente tudo o que tinha à mão o Umaga e este continuar a levantar-se como se nada fosse foi muito fixe. A ofensiva do Umaga também foi boa, usando até armas para atacar o Cena e que foram credíveis. O público com o passar do tempo foi-se interessando mais. O Jim Ross fez um grande trabalho nos comentários.  A melhor parte chega perto do final. Armando Estrada desaperta a corda superior do ringue e ordena a Umaga que use o ferro que prendia as cordas ao ringue contra o Cena. Porém, é Cena que acaba por usar as cordas, prendendo o Umaga no STF e usando as cordas para o sufocar. Umaga parece desmaiar, mas consegue se levantar antes dos 10. O Cena volta ao STF e sufoca-o ainda com mais força. Desta vez, Umaga não se consegue levantar e Cena vence, mantendo o título. Combate muito bom, sendo o melhor da noite, sem contar com o Rumble. O melhor combate da carreira do Umaga.

The Bottom Line #93 – Wrestling Nostalgia (21)

Agora temos o Main Event da noite, o combate Royal Rumble. Nesta análise não irei analisar todas as entradas no combate, mas irei mencionar aquelas que parecem ser relevantes e os momentos principais do combate.  Ric Flair é o primeiro a entrar. O foco está no facto de que se Flair consegue durar 60 minutos, como no passado, e ganhar o Rumble novamente. Finlay é o número 2. O combate começa como se espera num Rumble, com os dois primeiros a tentar eliminar rapidamente o outro. Kenny Dyestra, um ex-Spirit Squad, é o número 3. Ele regressou ao roster principal como lutador singular e tem estado numa rivalidade com Flair. Edge é o número 5, e é o primeiro Main Eventer a entrar no ringue.  Com uns quantos Spears, o Edge começa a fazer estragos. Tommy Dreamer é o primeiro ECW a entrar no combate, com o número 6, mas nenhum deles terá uma palavra a dizer no combate. Nesta altura começo a reparar que o Jim Ross não é um dos comentadores do Rumble,  o que é uma pena. Mas o JBL está lá e ele nesta altura é fantástico. Kane é o próximo lutador relevante a entrar depois do Edge, com o número 10. Ele elimina Sabu ao fazê-lo atravessar uma mesa que estava pronta do lado de fora do ringue. CM Punk entra com o número 11 e viria a durar quase 28 minutos, o máximo que qualquer outro dos wrestlers da ECW. King Booker entra a seguir, sendo o segundo Main Eventer a entrar, após o Edge. A história de Booker é que ele nunca tinha recebido a sua desforra depois de perder o título, e entra no Rumble contrariado. Ele acaba por ser eliminado por Kane, mas Booker voltaria para o ringue para atacar e eliminar o Big Red Machine.

Randy Orton é o número 16 e ele e Edge começam a usar a sua parceria para ganhar vantagem no combate. Benoit entra de seguida e suplexes aparecem logo de seguida. Depois de algumas entradas menos relevantes, Shawn Michaels entra no combate com o número 23 e recebe uma grande ovação, pois ele é de San Antonio, o local do recinto. The Great Khali aparece com o número 28 e um dos pontos de maior relevo do combate acontece. Khali, em pouco tempo, elimina cerca de 7 lutadores. Quando parece que ninguém o consegue parar, a música do Undertaker toca e este é o número 30. O Taker, praticamente quase sozinho, consegue eliminar o Khali, numa grande reacção do público. Os últimos 4 participantes são os 4 favoritos á partida: Edge, Orton, Taker e HBK.

Os Heels conseguem a vantagem ao principio, mas eventualmente, os Faces conseguem eliminar o Edge e Orton, que tiveram um erro de comunicação, e os dois últimos são HBK e Taker.  A sequência de quase 10 minutos, onde os dois tentam-se eliminar um ao outro é fantástica. Os dois usam finishers para tentar enfraquecer o outro sem resultado. O final acontece quando o HBK atinge o Taker com um Super Kick, Porém, isto não chega para mandar o Taker por cima das cordas e o HBK tenta atingi-lo novamente com um Super Kick. Mas, desta vez, o Deadman desvia-se e joga o HBK por cima das cordas e elimina-o. Final muito bem construído, no que acaba por ser um Rumble acima da média. Começou algo lento, mas gostei dos últimos 2 terços do combate. O Undertaker acaba por ser uma das escolhas certas para vencedor, tal como seria o HBK. Maneira forte de terminar o PPV.

The Bottom Line #93 – Wrestling Nostalgia (21)

Concluindo, este PPV acaba por ser bastante bom, com combates particularmente bons durante a maior parte do Evento. Considero o Last Man Standing o combate da noite, apesar da maioria concordar com o Rumble, que foi bastante bom também. O vencedor o Rumble também fez sentido, com uma sequência final fantástica. O opener for bom para começar o PPV e ainda recomendo o combate pelo título Mundial, devido à sua psicologia. A única “nódoa negra” deste PPV é o Lashley vs Test, que não tinha nada de bom. Se tivesse que atribuir uma classificação de 1 a 10, daria um 7.5. Da minha parte é tudo e até uma próxima!

8 Comentários

  1. Bom artigo, acabo por concordar com tudo, era capaz de dar um 8 de 1 a 10, muito pelo facto de apenas o combate pelo título da ECW ter sido mau. Para mim, o combate da noite é o Last Man Standing e até hoje o Umaga é um dos meus lutadores preferidos e dos quais tenho pena de nunca ter ganho um título Mundial. O combate entre o Batista e o Kennedy surpreendeu e o opener foi uma maneira bastante boa de começar o PPV.

  2. André Almeida9 anos

    Mais um grande artigo espero que nunca deixes de fazer artigos
    Abraço

  3. Kira9 anos

    Sempre gostei do Kennedy , foi pena não lhe terem dado uma oportunidade para brilhar

    • A WWE tinha muitas coisas boas planeadas para ele, mas nos momentos decisivos acabava por se lesionar

  4. Bom artigo,Rúben.

    Neste PPV viu-se um dos grandes momentos do Taker,que o levou a lutar no main event da WrestleMania e se não estou em erro,foi o único Royal Rumble Match que ele ganhou