Top Ten #148 – Dream Matches: O que nunca vimos

Entrem lá no novo Top Ten que torna a chegar a vocês ao começar de mais uma semana! Money in the Bank ainda paira no ar e o que mais marca e se mantém a pairar nas nossas mentes são as imagens de Dean Ambrose, tanto com a mala como com o cinto. Surreal e perfeito para o “markanço” geral. Mas não foi só isso que constituiu o Money in the Bank, ainda para mais para o chamarem de “maior Money in the Bank” da história com antecedência.

O encontro entre John Cena e AJ Styles também foi bastante marcante. Já a rivalidade e o facto de estar a acontecer o foi. E é uma daquelas que podemos riscar da lista. Já vimos a acontecer. Mas não se pode dizer isso de todos os grandes encontros, os tais “dream matches” que ainda se acumulam. Olhemos a alguns casos que, admitamos… Praticamente todos nunca irão acontecer!

10 – Triple H vs Bobby Roode

Começa-se com um caso mais leve. É que este até pode muito bem acontecer! E não é nenhuma colisão de eras, de cabeças de companhias, de grandes nomes de família. É meramente um encontro entre atletas sujeitos a muitas comparações entre eles. Já faz algum tempo que Bobby Roode tem vindo a ser comparado a Triple H, tanto em constituição física como em estilo em ringue. Era quase um novo Triple H Canadiano entre seis cordas. Alguns factores relativos a essa bizarra descrição já se alteraram mas Roode permanecerá como um competidor com vários paralelismos a fazer com o seu novo patrão. E que talvez o próprio já tenha visto. Não sei que caminhos e dimensões têm em vista para Roode na WWE mas Triple H ainda vai dando uma perninha no ringue quando é preciso. Esta pode acontecer!

9 – Brock Lesnar vs Lashley

Mais um caso assim mais leve que fica aqui para o fundo da lista. Porque faz todo o sentido, já devem estar a ver bem de onde vem a ideia e a base para ela. Mas estarão ao mesmo nível? Brock Lesnar regressou à WWE e marcou o seu regresso como um monstro já experiente em MMA, ganhando ouro na UFC. Bobby Lashley também regressou à TNA e veio como uma besta já calejada em MMA, da qual também chegou a obter frutos. Actualmente, Lesnar como o lorde que faz o que quer que é, trabalha para a WWE e para a UFC em simultâneo – eu diria antes que são eles que trabalham para ele, mas… – e Lashley também é visto a competir tanto no Impact Wrestling como na Bellator. São muito comparáveis e representam um tipo de competidor, cada um no seu galho. Distancia-os muito a atenção e mediatismo à volta de cada um, do que fazem, da forma como são vendidos. É um embate legítimo entre duas potências imparáveis de duas companhias diferentes, activos em duas modalidades diferentes. Mas, dado o que já vimos a ser feito com cada um, estaria Lashley vendido como uma legítima ameaça? Mesmo sendo ele quem vemos todas as semanas?

8 – Hulk Hogan vs John Cena

É a tal colisão de eras. Quando existem as comparações e tanto se fala de um como sendo o outro no seu tempo recente, sabemos que a colisão é pensada e fantasiada por alguns. Mas também numa colisão de tempos porque ninguém vivo quereria ver John Cena a enfrentar o Hulk Hogan dos dias de hoje. É um bom embate para colocar frente-a-frente uma geração mais juvenil e infantil de fãs a ser criticados e deitados abaixo pelos fãs da velha-guarda que apoiariam Hogan sem se aperceber de um mínimo da ironia de que eram exactamente iguais ou piores. Um combate fantasioso entre Faces de topo e representantes da companhia em tempos diferentes. É o básico de tudo aquilo que compõe um dream match. É claro que actualmente na WWE, ao falar de um encontro entre o Face de topo actual e o patriota Face de topo de outros tempos, achariam uma tontice. Porque afinal, quem quereria ver John Cena contra Lex Luger?

7 – Kurt Angle vs Bret Hart

Isto sim seria do belo. E já passou pela cabeça de muitos. Um espectáculo técnico entre estas duas lendas do tapete. Dos maiores entre os lendários a fazer tanta boa gente desistir. Com uma equilibrada divisão de público à base de quem achava qual o melhor de sempre. Um deles parece andar a negociar a sua reentrada para a WWE para dar uns últimos espectáculos antes de pendurar as botas. O outro já deu tudo o que tinha a dar em ringue e agora vence batalhas pessoais no campo da saúde. Nenhum deles tem um pescoço realmente em condições para ainda fazer alguma coisa. Não, já não acontece. Não, nunca se poderia reproduzir da mesma forma que ainda poderia há uns vinte anos atrás. Mas fica aquele sabor amargo de sabermos que isto talvez não se tenha concretizado por uma mera questão de poucos anos…

6 – The Shield vs nWo

Trios que gostavam de armar estrilho. Nunca tiveram a chance de o fazer um com o outro. E tal como o cenário da posição seis, também não faltam as comparações. Dizendo que a rapaziada nova é uma versão actual dos veteranos – já todos sabemos que o Roman Reigns é o Kevin Nash, mas o resto?. Não, não há nenhuma razão para o trio original dos nWo se reunir em ringue, para qualquer coisa além de mera nostalgia de momentos. E uma reunião dos Shield era um alvoroço e um esvoaçar de fluidos que nem quero imaginar e as circunstâncias nem podiam estar mais longe para isso. Fica só nas fantasias dos fãs e para ser feito nos videojogos. Até dá para colocar a questão sobre a mesa. Qual o melhor trio?

Nota: O “dream match” original sempre foi entre os nWo e os D-Generation X. Não se concretizou mas chegaram a enfrentar-se na Wrestlemania XXXI, durante o histórico festival de “mark outs” entre Sting e Triple H. Era 2015, logo corriam o risco de se estatelar em cacos ainda antes do contacto, mas foi bom para o “markanço” juvenil que deve sempre manter-se em nós!

5 – Kurt Angle vs Daniel Bryan

E também há este, quando se fala em colisões de grandes lutadores técnicos. E este com certeza que já foi sonhado por alguém, pedido e visto como possível. Como vivemos numa fantástica era internauta, lá deve ter havido algum momento em que se atirou o rumor de fazer este plano concretizar-se. Mas nunca tivemos o prazer de ver Kurt Angle e Daniel Bryan a competir no mesmo ringue. Também já não é possível de se concretizar e, nalguma espécie de piada negra do destino, é por impossibilidade do mais jovem e que víamos a conquistar tudo há não muito tempo atrás. Dois grandes lutadores com problemas no pescoço. Tal como o lendário da combinação da posição 7. Deve ser alguma coisa dos técnicos…

4 – Hulk Hogan vs Stone Cold Steve Austin

Semelhante ao da posição 8. Mas mais na vertente dos opostos do que de brincar com as semelhanças. Mas ambos encabeçaram as suas eras na mesma. Um passar de tocha que também representaria uma transição de eras e de conteúdo. O herói das crianças que os mandava rezar as suas orações e tomar as suas vitaminas a transitar para o herói dos miúdos rebeldes que não comiam a sopa e diziam as asneiras mais baixas à frente dos pais. Sim, eu sei que a “edge” pretendida era mais do que isto mas é só para achincalhar. Este já é um combate mais comum nas listas de “dream matches” que já existem por aí fora. E até podia ter acontecido, podiam ter-se cruzado e até tivemos um Hogan adaptado à nova era em que também ele se tornou um líder e um ícone da rebeldia. É algo que faz sentido em muitas formas. Mas já não é coisa que se possa ver hoje em dia. Nem tentem!

3 – The Rock vs Shawn Michaels

O caso mais estranho que aqui consta e até é por aí que lhe dou um lugar no pódio. É que aqui nem é um caso de dois nomes gigantes que nunca cruzaram caminhos, eras a colidir, líderes de companhias opostas. É mesmo o caso mais estranho: este combate simplesmente nunca aconteceu. Verifiquem e pesquisem no Google por esta combinação, à procura de um mero combate sem importância, com um punhado de minutos, num Monday Night Raw qualquer, para desenvolver qualquer outra história alheia. E não encontram. Aliás, ao procurar no Google por este combate, os resultados são precisamente questões e discussões em fóruns sobre a inexistência deste combate e a procura de uma razão. Sim, são dois dos maiores e mais incontornáveis ícones da indústria e dariam um espectáculo de sonho. Mas nem se pensava nisso na altura, porque estavam bem acessíveis um ao outro. Mas nunca chegou a acontecer. Espalharam-se histórias de má atitude de HBK e de desdém pela família Maivia e já veio a palavra de Rocky a dizer que eram colegas casuais e o combate nunca aconteceu simplesmente porque nunca aconteceu. Já o disse, caso mais estranho aqui. Mas entra e conta como um “dream match”. E pronto… What if?

2 – CM Punk vs Stone Cold Steve Austin

O que reparei ao confeccionar esta lista, mesmo antes de começar a acrescentar-lhe conteúdo é que quase podia encher isto só com Stone Cold Steve Austin. Ou ele enfrentou pouca gente no seu percurso ou há muito desejo de o ver a distribuir Stunners a tudo o que se mexa. Também ele encaixaria numa colisão de representantes de uma era com John Cena, teria um óptimo bate-boca seguido de pancada com Kevin Owens e muits ficaram a salivar pelo encontro com Brock Lesnar que não se chegou a concretizar. Mas há um nome que sempre esteve acima desse, como cabeça de todo o propósito para Austin regressar para aquela festa toda do “one more match”. E esse alguém era um tal de CM Punk que talvez não o vejam muito por lá actualmente mas já ocupou uma posição de importância ali para aqueles lados e que conseguiu os seus paralelismos com o senhor Hall of Famer em questão. Não sei se Austin realmente pensa voltar para “one more match”, mas não me parece que Punk vá lá estar para o receber. E se estiver, vai andar sempre a adiar.

1 – Sting vs The Undertaker

O clássico. O que representa tanto este conceito que até parece que já aconteceu, de tão antecipado que já foi. Reside nas nossas cabeças como se fosse uma feud repetida. Mas na verdade foram décadas em praias diferentes, a deixar os fãs a matutar sobre o possível encontro. Ainda por cima ali com o nosso amigo já Hall of Famer (duplo) a insistir em saltar para outras praias alheias e manter-se longe desta possibilidade. Quando se encontraram perto um do outro, já mais de duas décadas se tinham passado e nenhum deles tinha a forma física desejada para que se concretizasse o desejo. Mas o pessoal não descartava a ideia de ver a colisão, nem que fosse naquele de riscar da “bucket list”. Tudo bem, já havia condições. Isto até o Seth Rollins, que não deve ser o maior apologista deste embate de sonho, decidiu aplicar uma Buckle Bomb em Sting que o obrigou a retirar-se. Já o nosso amigo Undie, anda todo roto, mas anda aí. A cumprir os últimos dream matches que possa haver com sangue novo. Tipo Shane McMahon.

Por aqui fica. Com coisas muito bonitas que já nem devemos ver. Lá está, procurei malta viva porque sei bem que cabia aqui um encontro entre Daniel Bryan e Chris Benoit. Que equivale a Bryan a lutar sozinho. E mesmo assim, falta aqui muita coisa. Acrescentem os óbvios que faltam e mais alguns pessoais, que não ocorra a ninguém. Mesmo muito pessoais, como uma rivalidade entre Erick Rowan e Aiden O’Shea, se for o vosso, estejam à vontade para o dizer. Que a minha parte está feita e espero que tenha puxado conversa e que volte a cá estar na próxima semana. Até lá, uma continuação de uma forcinha a Portugal no Euro 2016 que está a andar. Não sei como mas está. Continuação de um bom Verão que já aqueceu bem e de boas férias a todos!