Bem-vindos a mais um Top Ten! Espero que estejam todos recompostos do estonteante Clash of Champions que há tão pouco tempo passou e eu tão pouco ou nada sei dele porque ainda não viajo no tempo. Viagens no tempo, por acaso, é só uma das muitas maluqueiras que conseguem fazer no Lucha Underground, aparentemente. E a gente vai gostando e assistindo ao programa de wrestling mais surreal – até chegar o Sr. Broken – para ver as maluqueiras, a violência e algumas caras conhecidas.
Interessante será saber que por lá existem caras que nem sabemos que são conhecidas. Sim, todos sabem bem de onde vêm os Johnny Mundos e os PJ Blacks e os Chavos Guerrerros. A Catrina e a Ivelisse andam às cabeçadas e ambas têm percursos curtos em diferentes versões do NXT, mas suficiente para nos lembrarmos delas e escaparem esta lista. E, acho que se prestarem muita atenção, devem reparar que já viram aquele Rey Mysterio Jr. antes e que o conhecem de algum lado. Mas nem todos os casos são assim tão facilmente reconhecíveis. Uns mais lembrados que outros, uns de passagem curta, outros de passagem mesmo só de passagem, outros de passagem que nem lá chegaram. Que seja, alguém que já se tenha encontrado com o Tio Vince ou algum dos seus esticadinhos de serviço. Tudo passagens diferentes, alguns que vocês sabem bem e, pelo menos, alguma ou outra surpresa. Vejamos alguns “alumns” da WWE que agora lutam num sítio onde se arrancam corações e se deixam as pessoas (?) em pó.
10 – Marty “The Moth” Martinez
Sim, aqui para o fundo ficam os mais reconhecidos. Pode passar ao lado de muitos que não tenham assistido ao Tough Enough. E, acreditem, há muita malta de lá, parece o território de desenvolvimento do templo! Marty Martinez agora dá nas vistas como um tipo completamente queimado que, ao início, apenas parecia apatetado. Martin Casaus participou no Tough Enough e até era um dos concorrentes de topo. O único que nunca chegou a ficar nos “Bottom 3”, apenas saiu da competição por lesão. Saída ingrata e se calhar até ganhava aquela coisa. Mas acabaram-se os tempos de pena dele, julgo que se esteja a sair bem, mesmo que seja a ser arremessado por mesas dentro, ensanguentado. Temos nós trabalhos piores!
9 – Cage
O gajo é enorme. Como diria o Lawler, tem músculos em sítios onde nem sequer temos sítios. Gigante e, por cima disso tudo, assustadoramente atlético. Fácil de gostar, ficando facilmente over com as suas plateias. É caso para perguntar como raio é que ele já não é um penta-WWE Champion por esta altura, tão à medida é ele feito – fica aqui uma ponte para o Top Ten da semana anterior. Não o foi mas tentaram. Chegou à FCW em 2008, remodelou-se como Kris Logan e ainda ganhou os FCW Tag Team Championships com Justin Gabriel, mesmo que por muito pouco tempo. Ainda se voltaria a remodelar como Night Claw mas a sua estadia na WWE mal passaria de um ano. Como? Não sei, mas ele continuou a trabalhar até ter a sua oportunidade na TNA… Onde perdeu, no Gut Check, para o Jay Bradley. Sim, o Aiden O’Shea. Que raio se estava a passar? Lá tiveram que abrir o bizarro templo para ter a total liberdade de partir pessoas a meio e impressionar enquanto o faz.
8 – Black Lotus
Uma misteriosa agente em missão, atrás de vingar o assassínio dos pais. Chegou a matar com as próprias mãos e ainda serviu de guarda-costas para Dario Cueto. Uma vidinha bem agitada para quem era entrevistadora de backstage e mais tarde “ring announcer” na ECW, antes da sua extinção. Antes disso, lutou na FCW, como Angela Fong, onde chegou a ser Queen of FCW e onde desafiou pelo FCW Divas Championship. Depois, como Savannah, foi então entrevistar a malta e anunciá-los em direcção ao ringue na ECW, até esta ser acabada. Ainda manteve o emprego na primeira temporada do NXT, mas eventualmente abandonaria para coisas muito semelhantes. Há um certo temor pela segurança e bem-estar dos Superstars que entrevistava, agora que revemos o que ela fez ao El Dragon Azteca no primeiro Ultima Lucha, não há?
7 – Joey Ryan
Não é difícil assumir que lá tenha passado, vendo que todos os nomes bem estabelecidos fora da WWE chegaram a dar lá um saltinho. Até mesmo os surpreendentes nomes recém-chegados à casa que conheceram brevemente. Joey Ryan já tem uns bons anos de carreira e um percurso independente bastante notável e respeitável. Claro que já la foi fazer alguma coisa, mesmo para além do básico segurança ou fã plantado – que ele também chegou a ser. Especialmente pelo ano de 2005, se algum Superstar como Mark Henry, John Morrison, Big Show ou até mesmo outros astros como o Rosey ou o Sylvan, precisavam de squashar alguém… Que se recorresse aos jobbers de serviço. Como Joey Ryan o foi. Os seus talentos aparentemente serviam apenas para fazer outros ficar bem vistos. Pena, parece que tem sempre que haver um Jim Cornette a cada canto. Até mesmo na TNA a sua passagem foi muito curta e desperdiçada. Mas lá se formou e completou um pouco por todo o lado, nem que fosse com spots cómicos. Ou como polícia à paisana, como agora. O que só me deixa a pensar na situação de ser detido por ele. Nem ia dar luta, só ia repetir várias vezes “É o Joey Ryan!” até alguém dizer alguma coisa. A minha incredulidade só seria silenciada quando chegasse à esquadra e levasse com o Agente Honky Tonk Man…
6 – Son of Havoc
Ele agora tem uma máscara, o que pode ser a barreira que crie surpresa. Fora isso, quem souber algo sobre ele, até sabe que também ele faz parte da turma do Tough Enough. Matt Cross, seu mais conhecido ringname – em territórios bem familiares como a Ring of Honor, por exemplo – ou Matt Capiccioni, seu verdadeiro nome, chegou a ter o seu combate “try-out” gravado para um episódio do Superstars de 2010. Daí partiu para o Tough Enough onde foi eliminado logo à segunda semana, algo visto como uma grande surpresa. O que justifica essa surpresa? O raio do gajo ser fantástico, é bem capaz de ser isso. Tremendo atleta e adorado por fãs, há algo que também devo destacar em Matt “Son of Havoc” Cross Capiccioni: a voz. Há algum wrestler – fora Kanes e Undertakers que têm as faringes localizadas no Inferno – que tenha uma voz melhor que este jovem?
5 – Mariposa
No caso de se estarem a perguntar, não, ela não tem por costume andar de máscara. Mariposa, a irmã fictícia daquele cavalheiro que abriu a lista, é uma personagem à Lucha Underground. Já a Cheerleader Melissa era bem reconhecida pelo circuito independente feminino e até já tinha deixado marca na TNA, tanto como Alissa Flash, como Raisha Saeed, gimmick oriental que causaria muito debate descabido nos internautas dias actuais – e que, curiosamente, faz com que Mariposa não seja a sua primeira personagem a esconder o rosto. Com um percurso desses, já devem saber que é uma daquelas. Tipo Joey Ryan. Já fez jeito e já teve tryout em TV. Já há uns bons anos, ainda no tempo do WWE Heat, aparecia Melissa Anderson, com esse seu verdadeiro nome, a jobbar para um nome pequeno como Victoria. Diz-se que o balneário feminino se manteve seguro e que ela não aprontou nenhuma contra as outras meninas, como faria a varridinha da Mariposa…
4 – Cortez Castro
Útil. Também este outro polícia à paisana pisou o ringue da WWE. Mas é que foi mesmo só isso. Se querem puxar muito pela cabeça para ver se conseguem lembrar-se de onde já viram a cara de Cortez Castro na WWE, podem cessar o esforço. Ou podem continuar a tentar se tiverem muito boa memória. Mas ele teve um papel importantíssimo. Foi um histórico competidor. Deixou uma pegada difícil de cobrir. O que fez então Castro? Juntou-se a um outro minorca e foi squashado, em handicap, pelo Ryback, no SmackDown, naqueles tempos em que o Big Guy não tinha outra vida. Brian Edwards, lembrem-se desse nome forte. Como não há ele de preferir trabalhar num sítio onde vê os parceiros de equipa assassinados por uma criatura enjaulada?
3 – Taya
A vistosa amiga de Johnny Mundo até parece alguém que eles gostassem de lá ter nos paupérrimos dias da divisão feminina. Mas não é só o que está à vista que mais compõe Taya. A rapariga sabe o que faz e é rija para caramba! Ainda mal a conhecíamos, ela a acabar de se apresentar e já andava ela a ser arremessada por mesas dentro, das alturas, ali pelo gentil cavalheiro do Cage. Se calhar por isso não ficou. Se entrou, sequer. É difícil apontar-lhe qualquer registo do que tenha feito na WWE quando tudo o que se sabe é que assinou em 2011 e… Passado algum pouco tempo voltou às independentes e não a chegamos a lá ver. Não é que ela esteja mal agora, ora essa, mas se calhar até se aleijava um pouquinho menos se lá ficasse…
2 – The Mack
Não, não estou para aqui a pensar que era o Mac Millitant, esse era o Rodney Mack e o nosso eterno e adorado Teddy Long. É mesmo um caso de pódio bem curioso. Tão curioso como o anterior de Taya. Aliás, pode dizer-se que são casos idênticos, existindo apenas uma cómica explicação em relação ao caso de Mack. Que não explica nada mas conta o trajecto. Possivelmente impressionados pelas capacidades atléticas de Willie Mack, recebeu um contrato em 2014, passou os exames médicos e estava pronto para ingressar numa nova vida e numa potencial grande carreira. Contou, mais tarde, o próprio Mack que recebia a notificação do seu despedimento ainda antes de ele chegar sequer a Orlando, ao território de desenvolvimento onde viria a trabalhar. Assim é trabalho grato, sim senhor. Ora considerando-o eu, um dos favoritos do plantel do templo, com um atletismo anormal para a sua estrutura corporal, falho em ver o que os fez mudar tanto de ideias. Não devia haver Strowman suficiente nele!
1 – Mascarita Sagrada
O pódio parecia estar a compôr-se bem de casos caricatos de alguém que lá esteve sem nunca ter estado. Justifica-se bem as posições cimeiras, são os cúmulos. Então o primeiro é que deve ser um desgraçado autêntico. Não, vou para algo diferente. Alguém que realmente tenha uma história mais profunda por lá! O gigante – em popularidade – Mascarita Sagrada é um underdog de encostar o Rey Mysterio ao canto, especialmente no templo, mas é uma personagem já bem antiguinha e que já percorreu vários territórios. Um deles? WWE, segunda década de 90. Attitude Era! Sim, um período em 1997 que contava com vários lutadores anões – nem falo dos Mini Doinks e dos Mini Kings, isso veio muito antes. Mascarita Sagrada foi um dos importados e utilizava o nome Nova – não confundir com Simon Dean. Chegou mesmo a PPV, culminando a rivalidade de todos os anões, envolvendo um El Torito que não posso adiantar qualquer relação que possa ter com o El Torito que conhecemos, no Royal Rumble de 1998. Não foi uma passagem tão curta, ausentando-se apenas em meados de 1999! Ainda melhor: chegou a regressar em 2005! Num breve momento em que tentaram instalar uma “Junior’s Division” repleta de lutadores minis no SmackDown, Mascarita Sagrada foi um veterano resgatado. Mas a ideia não colou, a divisão foi abortada e Sagrada saiu, apenas em 2006. Esteve lá mais tempo e fez mais que muitos! Uma nota de relevo: o Mascarita Sagrada é uma personagem e não um performer. À maneira do Sin Cara, do Suicide ou do grande e eterno Max Moon, vários lutadores interpretaram Mascarita Sagrada. Logo, não se crê que seja o mesmo Mascarita Sagrada ex-WWE que lute no Lucha Underground. Mas a personagem está lá. A lenda está lá!
São estes os dez caricatos casos raspados do fundo do tacho que é o WWE Alumni, que hoje são peças fortes no plantel do Lucha Underground. Sintam-se à vontade de comentar a vossa surpresa em relação aos casos ou de dizer que já estavam fartos de saber isto e para que raio foi isto feito. Dá para tudo, é tema simples. Como um artigo de curiosidades, também podem acrescentar as vossas em relação a assunto relacionado. Enfim, conversem, é para isto. Que tenham gostado! Cá estarei na próxima semana, vão sempre assistindo ao Lucha Underground a ver quem mais reconhecem – sim, o Mil Muertes fez muito na TNA, mas espetei com “WWE” no título e pronto, limitei-me – e marquem também a vossa presença para o próximo Top Ten. Fiquem bem e bom No Mercy! Não é já? Já nem sei, vêm todos seguidos!
2 Comentários
Artigo incrível!
Estou surpreso com todos os nomes, sem excessão, mas minha cabeça explodiu ao saber que a Mariposa é a Melissa… PQP.
“Contou, mais tarde, o próprio Mack que recebia a notificação do seu despedimento ainda antes de ele chegar sequer a Orlando, ao território de desenvolvimento onde viria a trabalhar. Assim é trabalho grato, sim senhor. Ora considerando-o eu, um dos favoritos do plantel do templo, com um atletismo anormal para a sua estrutura corporal, falho em ver o que os fez mudar tanto de ideias. Não devia haver Strowman suficiente nele!”
Já agora ri litros com essa parte do artigo, você é um rei do sarcasmo!
Grande artigo! Tens dos melhores espaços no Wrestling.pt.