Sejam bem-vindos a um novo Top Ten! Espero que gostem do tema desta semana, é algo que tem causado bastante falatório. Portanto é claro que não dava para escapar, tinha que vir Goldberg à baila. O entusiasmo perante o seu regresso varia de fã para fã mas a sua recepção no Raw foi enorme. E é um grande nome a pisar de novo o ringue da WWE após mais de uma década. O mais surreal dos surreais pode acontecer actualmente.
Com tanta recordação de grandes momentos da carreira do ex-World Champion na WCW e na WWE – mais na WCW, por estranho que pareça, ele só passou um ano na WWE – achei que também eu podia olhar para o mesmo. Não listo aqui a sua streak, não ia listar 173 lutadores – e também, desenganem-se os ingénuos, ele não ganhou nem perto de 173 combates – mas teve rivais importantes. E aqui destaco dez para vossa recordação:
10 – Diamond Dallas Page
Ainda uma rivalidade antiga, das primeiras no seu percurso na WCW e a sua primeira rivalidade após se tornar World Heavyweight Champion pela primeira vez. Sim, são acontecimentos próximos, lembrem-se que a sua ascensão foi rápida. Em 1998, Diamond Dallas Page foi rápido a tornar-se o candidato principal ao título de Goldberg e de imediato rivalizou com o Campeão ainda invicto. No Halloween Havoc desse ano, Goldberg saiu vitorioso com mais uma vitória a juntar às fictícias 173, visto que tudo isto se passou antes do fim abrupto do feito impressionante. Também é uma feud que merece um destaque importante aqui pelo combate já ter sido destacado pelo próprio Goldberg como o favorito da sua carreira.
9 – Sid Vicious
Curiosamente, um ano depois do sucedido na posição 10, Goldberg encontrava-se a rivalizar com DDP mais uma vez. Mas assim que essa segunda corrida se concluiu, Goldberg partiu para novos objectivos. A sua streak já tinha ido à vida há um bom tempo e ele já nem o World Heavyweight Championship detinha. Mas tinha que ir atrás de alguma coisa. E existiam duas coisas que lhe cheiravam. A primeira era o United States Championship. A segunda vinha anexada: o seu portador, Sid Vicious, levava uma longa streak de vitórias. Devia fazer-lhe lembrar alguém porque muito quis ele tirar tudo isso ao doido lutador incoerente. Rivalizaram até ao Halloween Havoc, este de 1999, onde Goldberg saiu vitorioso e à bruta – o árbitro foi forçado a parar o combate e a premiar Goldberg com o United States Championship. É no que dá quando há outras streaks por perto…
8 – Raven
E já que por aqui falámos das primeiras rivalidades. E já que por aqui falámos no United States Championship. Dá, perfeitamente, para conciliar tudo e destacar agora a sua primeira rivalidade a sério e o seu primeiro título. Já em inícios de 1998, Goldberg tinha boa competição em PPVs mas acabava por amassar tudo o que lhe era apresentado na mesma e ele queria desafios maiores. Ou, no mínimo, uma recompensa. Assim que logo a seguir ao Spring Stampede de 1998, onde destruira Perry Saturn, desafiou Raven pelo United States Championship que ele, por acaso, também tinha conquistado nessa mesma noite. O quão preparado estava Raven para aceitar o desafio? Não muito. Nem interferência dos seus The Flock o salvou e Goldberg aumentou a sua lista ininterrupta de vitórias, agora com um cinto para decorar. A rivalidade prolongar-se-ia mas, como disse, Raven não devia estar totalmente preparado, porque nem os Flock alguma vez chegaram para Goldberg.
7 – Chris Jericho
Saltemos então para a WWE e para o ano que Goldberg lá passou. Essa mania de Chris Jericho chamar malta para o Highlight Reel para os provocar e atiçar uma feud já é velha. Já o fez aqui. Jericho recebeu Goldberg como convidado apenas para o mandar embora e dizer que ninguém o queria na WWE. Será que ele gostava de fazer outro desses agora? O certo é que nem tudo ferveu imediatamente e ainda deu para uma história de Goldberg a ser atropelado por Lance Storm. É preciso estar a ter um dia do caraças para isso acontecer. Goldberg lá conseguiu arrancar a informação de Storm de que o “acidente” tinha sido orquestrado por Jericho e conseguiu nova vaga como convidado no Highlight Reel, onde Jericho confessou o que o movia: inveja. Inveja do sucesso rápido de Goldberg na WCW, inveja da sua recepção na WWE, inveja da sua carreira. Y2J tinha que o fazer. Tinha que o enfrentar e tinha que o derrotar. Fê-lo no Bad Blood de 2003 mas sem sucesso, foi apenas uma vítima de Goldberg. Que o Lance Storm o atropele múltiplas vezes e com veículos pesados que não deverá adiantar muito!
Nota: Curiosamente também se fala de uma rivalidade legítima entre estes dois no backstage, constando a história de que o “pequenote” Jericho já conseguiu deixar o monstruoso Goldberg a dormir, com um Headlock frontal, durante uma briga a sério no balneário. Realidade ou garganta de Y2J? Não sei, eu não me metia com nenhum. Só sei que o Goldberg já deve estar na “List”!
6 – Bret Hart
Outro que também podia muito bem puxar uma rivalidade legítima com ele e acredito totalmente que possa existir ressentimento e um certo escárnio por parte do lendário Hart perante Goldberg. A ele lhe deve um grande favor: o fim da carreira. Ainda algo criticado em Goldberg até os dias de hoje, num combate pelo World Heavyweight Championship de Bret Hart, na WCW, uma patada stiff demasiado bem aplicada causou uma concussão e uma lesão no pescoço que, mesmo com Hart a continuar o combate e a competir por mais algum tempo, foi responsável pela sua forçada reforma. Nesse mesmo combate, Goldberg venceu com um “tap out” inexistente perante o Sharpshooter, assinalado pelo árbitro convidado Roddy Piper. Naquela para ver se aquilo vos fazia lembrar alguma coisa. Pois, a Bret fez e ele deixou o título vago por não achar a sua vitória justa e deu nova oportunidade a Goldberg. Foi na segunda oportunidade que se deu a boa e velha “swerve” e quando vinham os Outsiders interferir no combate contra Goldberg, contra a vontade de Bret, que este revela as suas verdadeiras cores, participa no ataque, vira Heel, vence o combate e recupera o título e reforma os nWo, numa nova versão. Não durou muito dada a sua saúde e Goldberg terá ficado com aquela nuvem negra a pairar por algum tempo…
5 – The Outsiders
Inclusão dos dois, Kevin Nash e Scott Hall. E um taser. Como bons fazedores de asneiras que eram, seria de esperar que não tivessem problemas com uma estrela de topo apenas uma vez. Não chatearam Goldberg apenas uma vez, mas o que destaco aqui é aquela que considero mais notável e significativa. Aquela que acabou com a streak. Pois, teve que acontecer. Deu-se enquanto Goldberg era World Heavyweight Champion e defendia contra Kevin Nash, logo num palco diminuto como o Starrcade de 1998. Não terá sido propriamente uma prova de supremacia de Nash, se este precisou do auxílio de Scott Hall disfarçado de segurança a atacar com um taser. Assim também eu. Ou se calhar nem assim. O certo é que Goldberg ficou sem título e sem streak. O que lhe sobrou foi uma tremenda sede por vingança. Que pôde saciar com ambos. A primeira foi num daqueles combates-mixórdia bizarros: um combate taser-ladder, em que teriam que subir a escada para obter o taser e poder utilizá-lo – usem o mais recente Sledgehammer Ladder entre Triple H e Kevin Nash como referência. Pôde brincar também aos tasers, derrotando Scott Hall nesse combate no Souled Out, seguindo-se de uma desforra directa em que derrotou Kevin Nash no Spring Stampede já do ano seguinte. E seria a última vez que teriam problemas. Pois, claro.
4 – Triple H
Saltemos de novo para a WWE, onde Goldberg também chegou a ser Campeão. Foi em 2003 logo as probabilidades de que teria que vencer Triple H para isso eram bastante largas. Sim, claro que Triple H era World Heavyweight Champion no Raw naquela altura. E as coisas podiam ter sido feitas de forma mais simples. Goldberg competiu na primeira Elimination Chamber, no SummerSlam de 2003 onde podia ter vencido ou perdido e ficado por aí. Mas não, o espertalhão do Triple H tinha que tornar as coisas pessoais, atacando-o à marretada para o eliminar. Dessas brincadeiras o Goldberg já não gosta. E obteve o seu direito à vingança frente-a-frente. Um combate de singulares, com o título em jogo, no Unforgiven foi o que bastou. Mas ainda assim colocou a sua carreira em jogo, só naquela para apimentar as coisas e não porque se andava a sentir um Dolph Ziggler desta vida. A rivalidade continuaria com Triple H a oferecer 100,000 dólares a quem conseguisse derrotar Goldberg. Ficou tudo tolo e era quem mais tentava. Era quem mais tombava também e Triple H até poupava dinheiro. Até vir um jovem Batista fazer os estragos e ganhar uns trocos extra que até devem parecer piada ao lado do que lucrará com a saída do novo “Guardians of the Galaxy”. A feud estendeu-se até ao Survivor Series, onde Goldberg foi capaz de manter o título. A Triple H, nem os Evolution lhe chegaram. E ainda por cima a acabar de perder dinheiro! Já só recuperaria o título no Armageddon porque era o Triple H e porque já foi numa Triple Threat onde também o Kane já lá andava a estorvar.
3 – The Rock
Este encontro de amigos foi também destacado no Monday Night Raw que recordava o seu percurso. É um passo importante, afinal. A sua chegada à WWE. E Goldberg lá deve ter perguntado ao Chris Jericho qual era a melhor maneira de estrear na WWE, vindo de outra companhia. E este lá lhe deve ter dito que interromper o The Rock era uma maneira fixe e a seguir estrangulou-o e colocou-o na “List”. Rapaz difícil de abordar. Goldberg foi, de facto, por um caminho semelhante, interrompendo The Rock numa brilhante promo Heel e cumprimentando-o com um simpático Spear. No Raw a seguir à Wrestlemania, já em 2003 gostavam de fazer umas festas assim. The Rock ainda pôde aumentar a fasquia com armas infalíveis como o “Rock Concert” e o Gillberg. Sim, nas mãos dele isso é ouro. Mas muito ouro não obteve daqui. Perdeu com Goldberg no seu combate no Backlash após papar 3 Spears e um Jackhammer. Bem que chorou e refugiou-se na miséria da sua crescente fortuna milionária e carreira em Hollywood em crescimento. Pobre pobre Rocky…
2 – Hollywood Hogan
Aqui está um importante. E que foi reconhecido também no passado Monday Night Raw – sim, aos poucos, já se vai falando outra vez dele, daqui a nada está lá e é Universal Champion. E que também tinha os Outsiders pelo meio porque o estrilho era com os nWo. Eu disse. Aconteceu na altura em que Goldberg ainda era United States Champion mas a sua subida não parava e, mesmo com aquele cinto ao ombro ou até mesmo à cintura – às vezes cometem essa anomalia – não se importava de conquistar um outro e maior. Foi atrás do World Heavyweight Championship. Sem medos. Mesmo que o seu Campeão fosse um tipo temido dada a sua atitude e às suas companhias: Hollywood Hogan, líder dos seus macacos, os nWo. Goldberg não se acanhou e desafiou-o para um campeonato. Hogan cedeu-o desde que ele derrotasse Scott Hall, algo que não seria entregue de bandeja. Mas isto foi no meio das trezentas, setecentas, sabe-se lá quão longe iriam, vitórias ininterruptas, logo Goldberg pôde mandar mais um “Who’s next?” após Scott Hall. Mas já sabia. Next era Hogan e o seu título. Foi logo na mesma noite. Mesmo com obstáculos e dificuldades, Goldberg venceu e tornou-se World Heavyweight Champion pela primeira vez, sendo forçado a deixar o seu outro título vago. Selou a rivalidade no Road Wild, combatendo numa bizarra “battle royal” contra os nWo. Nem sei bem como isso funciona. Mas ele ganhou. Lá o bicho.
1 – Brock Lesnar
Então e que tal, para a primeira posição, ficar uma das principais, mais faladas e também a pior? É que por acaso até é a sua rivalidade actual, com o seu regresso, e ele simplesmente está a pegar por onde deixou, voltando ao ponto que estava na altura da sua saída. Brock Lesnar, o seu último rival na WWE, feud com tanta construção, tão inclinada no “dream match”, numa gigante culminação na Wrestlemania, a única de Goldberg. Que saiu uma autêntica banhada. Admitamos, foi horrível. Os fãs sabiam que era o último combate de ambos e não tinham interesse em ver algo sem consequência futura. Eles também sabiam que era o seu último dia e amalandraram a performance, se permitirem o Português, cagando completamente no assunto. Saiu um combate tão “half-assed”, tão aborrecido, que a única maneira de fazer aquilo valer a pena era se Stone Cold Steve Austin, o árbitro convidado, lhes desse uma pastilha a cada um na forma de um Stunner. Felizmente, foi o que fez, tinha que se aproveitar alguma coisa. Foi uma rivalidade que se construiu ao longo de meses, como disse, à base do “dream match”, e com o poder, força, domínio a subir-lhes à cabeça, tornando-se obcecados um com o outro. Devia ser uma rivalidade para todas as eras. Foi uma daquela e que é retomada nesta, numa altura em que pode correr ainda pior, com anos e egos a pesar mais do que há uma dúzia de anos atrás. Mas já está justificada: mesmo com um mau combate sendo a única evidência de interacção entre os dois, isto ainda vende às resmas hoje em dia. E Goldberg já vendeu bem a sua parte. E, mesmo com cânticos depreciativos a marcar o seu encontro, ainda vão ser associados um ao outro por muito tempo…
Dez astros que melhor compõem o resumo da carreira de Goldberg. Não foi dos percursos mais longos, logo acho que estão aqui os principais. Mas sim, ele teve mais. E se há mais alguém que achem que devia constar aqui, manifestem-se e apontem-no. Os hábitos mantêm-se, estou aqui a escrever para vocês, a esperar que gostem, a encorajar-vos a comentar. Logo, toca a fazer a vossa parte. É a mais fácil. De minha parte, faço por estar cá de novo na próxima semana se bem me receberem. Fiquem bem, cuidado com o “Piloto”, preparem um bom Halloween, bom Hell in a Cell, isso tudo. Só quero o vosso bem!
6 Comentários
Mais um ótimo Top Ten. É uma pena a rivalidade com o Lesnar nunca ter chegado nem em 1/4 das expectativas, mas vamos torcer para que dessa vez não seja uma merda completa como foi em 2004.
Ah, tem uma um nome que eu sempre quis que ele rivalizasse: The Undertaker. Uma pena isso nunca ter acontecido, e TOMARÁ A DEUS que não aconteça agora.
Bom artigo. Apenas punha o DDP uns lugares mais acima, sei que nunca foi um rivalidade muito falada, mas o DDP foi o único que realmente conseguiu tirar um combate bastante bom do Goldberg. Até hoje, considero o seu combate no Halloween Havoc 1998, um dos melhores da história da WCW.
não sei se é impressão minha ou o Wrestling.pt está a rondar em vouta de Goldberg?
Cade o Sting??
Bom Top Ten. A pior rivalidade ficou em primeiro… e faz sentido visto que vai ser sempre a mais recordada (ainda que não seja pelas razões que era suposto).
Muito Bom.