Bem-vindos a um novo Top Ten, é tempo para mais um desses! Para esta semana ainda se sentem as farpas de mesas, vertigens das alturas e todas essas cenas, com um TLC marado recentemente passado. Vimos muita coisa a acontecer mas pode dizer-se que, no geral, correu tudo bem. Nem sempre isso acontece com essas ferramentas por perto.
Aqui listo vários momentos com mesas, escadas e cadeiras que… Simplesmente se podem traduzir como banhadas. Apesar do título giro que me ocorreu, nem só de botches se faz esta lista, apesar de haver uma forte presença – e até creio que tenha a sua supremacia – aqui listo tudo o que seja parvo à volta desses objectos mundanos. Diga-se que, olhando para o geral, é um Top Ten de botches e maus finishes. Com mesas, cadeiras e escadotes sempre por perto. Esqueçam os clássicos com os Dudleys, o Edge e o Christian e lá os outros dois Broken. Os vossos momentos favoritos estão aqui!
10 – La Résistance assassinos
Quando se pensa no Spike Dudley, pensa-se no gajo mais fácil de andar a atirar pelo ar. Dos mais pequenos que sempre lá andaram, então agora depois de velho, se o resgatam para o ringue, parece que foram buscar algum canalizador à plateia para andar a rebolar no ringue à custa de outros. Para que tenham noção, é mais baixo que o James Ellsworth e não deve pesar muito mais. Pronto, vocês conhecem-no. Mas parece ter sido um problema para os La Résistance. Numa dupla Powerbomb para uma mesa no exterior do ringue, seria de esperar que a dupla de Rob Conway e Sylvain Grenier, com a força de dois homens, o fizesse voar por cima da mesa. Mas não. Mal executado e com os “Franceses” a aproximar-se demasiado das cordas, prenderam as pernas de Spike, impedindo de o atirar devidamente. Não chegou à mesa e bateu com a cabeça no chão de forma grotesca. Diz que ficou bem, é o que consta. É porque também já não era muito fino antes!
9 – Bully Ray dá o jeitinho
O único que possa tornar um spot hilariante mais hilariante ainda, é se falhar duas vezes. Que o digam Jeff Hardy e Bully Ray, a disputar um Full Metal Mayhem no Impact Wrestling, ainda nos velhos tempos dos Aces & Eights. Começa por falhar logo quando Jeff deita Bully Ray na mesa, com todo o cuidado, para fazer alguma Jeff-Hardizice. E nem um segundo a mesa aguenta, parte de imediato com o peso do líder do gang de bikers. O que fazer? Siga, busca nova mesa e repete o spot. Correu como devia… Mas não deixou de ser hilariante. É que Jeff Hardy não pensou bem na forma como posicionar o adversário na mesa de novo e quis fazê-lo com o ricochete de um Twist of Fate. Dessa forma, das duas uma: ou Bully salta e entra pela mesa dentro outra vez, ou… O que Bully teve que fazer. Que foi deitar-se, com todo o cuidado e jeitinho, direitinho na mesa, como quem não dorme há dois dias e encontra uma sagrada cama à sua frente para uma breve sesta. Só lhe faltava um cobertor. Como o Jeff lá lhe saltou encima, que sirva isso de alguma coisa. Não é que me pareça muito confortável…
8 – WHERE THE F*** WAS VICKIE?!
EXCUSE ME! Ela aqui ainda não tinha toda aquela voz e poderio para se impôr, como poderia ter feito anos mais tarde. Aqui simplesmente não se lembrava do que era suposto fazer. Numa história desastrosa que só podia ter-se tornado boa, realmente, com a presença de Eddie Guerrero a salvar tudo, Eddie e Rey Mysterio disputavam a custódia de Dominick, filho de Rey, num combate Ladder, como os tribunais sempre ordenam a fazer. Um caso de péssima storyline a originar um grande combate. E com um momento inesquecível. Quando já Eddie estava no topo da escada, pára por talvez demasiado tempo. Porque faltava lá alguém que o devia derrubar. Esse alguém não apareceu e Eddie teve que improvisar uma aventura pendurado para que Mysterio entrasse no jogo e o derrubasse. Eddie não caiu muito bem e irritou-se. Despreocupado com a atenção que podia ter, grita por Vickie, a perguntar onde raio estava ela, sem se cuidar na linguagem, quando já ela devia ter interferido. Mas lá se encheu de confiança e retomou o mesmo spot, com Vickie já a obedecer à sua deixa e a interferir perante um Eddie perplexo que não estava à espera daquilo antes, nem nada. Tudo para correr abaixo do péssimo. Mas o Eddie Guerrero conseguia salvar tudo!
7 – Oops, partiu!
Um caso recente mas que talvez já tenha escapado da memória de alguns. Teremos que recuar a tempos em que o Cody Rhodes não queria virar a Ring of Honor do avesso e preferia torturar o Big Show com lembretes de que o seu histórico na Wrestlemania é lastimoso. Com poucas vitórias no bucho do atleta gigante, Cody sentiu-se suficientemente confiante para colocar o seu título Intercontinental em jogo contra o grandalhão na Wrestlemania e perdeu. Mas é claro que ele merecia um rematch. E vamos lá fazê-lo no Extreme Rules num combate de mesas. Cujo finish foi embaraçoso. Não entra neste ranking como um botch, lá está, é um finish atroz. Que até parecia um botch à primeira. Com uma mesa no exterior e com Big Show na beira do ringue, prestes a entrar, bastou a Cody um golpe que fizesse Show perder o equilíbrio e recuperar o seu solo colocando um pé na tal mesa e… partindo-a. Ficou com uma cara de quem soltou um ventito que, sem querer, saiu com orvalho. E foi assim que Big Show perdeu o cinto de volta para Cody. Pisando a mesa. Conta. Infelizmente conta, o combate contou para a história também.
6 – Chuva de cadeiras!
Mais um finish ali nos níveis de ar rarefeito do parvíssimo. A existência do “Chairs match” até podia ser vista como um botch, mas aqui é só uma ideia genial em execução. TLC de 2010, os Nexus começavam a dar os seus últimos ares e John Cena finalmente tinha a chance de deitar as mãos – e cadeiras – ao líder Wade Barrett após meses de tormenta e umas semanas em que esteve “despedido”. Pronto, não nos vamos opôr, até aqui pode dizer-se que está tudo bem. O combate em si, pronto, decorria da sua forma mediana, não era suficiente para um main event mas pronto, siga. Chega ao fim e amanham ali uma coisa que não lembra nem ao Diabo sob o efeito de estupefacientes. Cena tomou partido da decoração do cenário e de um fio de várias cadeiras que se encontrava, na vertical, ao pé do palco de entrada. Puxou o fio para que toda aquela saraivada de cadeiras caísse sobre Barrett! Bruto. Tirando a parte em que ele teve o cuidado de o colocar debaixo de um grande, grosso e pesado estrado de madeira, para ter a certeza que nada lhe atingia e ele estava perfeitamente protegido. Queria que ele largasse mesmo aquelas cadeiras todas sobre ele? Nossa, não! Só queria que fizessem, tipo… Outra coisa qualquer. É que nem uma única cadeira esteve perto de lhe acertar – ele tinha uma porra de uma protecção tremenda! – e mesmo assim venderam aquilo como extremo e Barrett nem foi ao Raw seguinte de tão atordoado que foi… Estar deitado debaixo de uma estrutura de madeira. Aparentemente de nada adianta uma total protecção, um escudo completo, um tecto para proteger. O vosso telhado protege-vos de algo que caia encima, além de uma chuva mais forte. O pobre Barrett passa a vida inconsciente na própria casa, de cada vez que um pombo lhe pica as telhas do telhado à procura de comida…
5 – Sting, o homem mais esperto num ringue
Mais um caso de um finish estupendo. Daqueles tão bons que deixou todos convencidos que foi um botch genuíno, apesar da sua reacção rápida e conclusiva. Até hoje, ainda muitos acreditam que foi um acidente. Mas foi apenas uma ideia brilhante. Ideia realmente boa foi tornar Bobby Roode World Heavyweight Champion na TNA e ainda conseguiu ser dos melhores Campeões de uma boa dose recente de anos. O único problema: era um Heel tão Heel que se tornava cada vez mais difícil dar-lhe vitórias e retenções do título sujas diferentes. Numa defesa do dito cinto contra Sting é que tiveram a derradeira ideia. E se, para Roode não parecer que teve mérito… Fizermos o Sting, o nosso veterano, parecer totalmente estúpido? É capaz de resultar. Num combate sem desqualificações, havia uma cadeira devidamente colocada no ringue. Acontece que Sting preparou um Scorpion Death Drop… De costas para a cadeira, sem a ver, de modo a atirar-se de cabeça, com toda a fé, na cadeira. Foi o spot de vitória de Roode, quando na verdade tinha sido Sting a derrotar-se a ele mesmo. Preferível ter Sting a fazer figura de parvo e a arriscar uma contusão séria, pela forma como se atirou – e tremendo bump ao qual dou crédito – do que deixar Roode ganhar de forma, vá… Mais ou menos normal. Se isto fosse a DDT, a cadeira é que ganhava o título!
4 – Sheamus Campeão? A sério?
Um caso diferente. Peculiar, até. De certa forma, insólito. Todos nos lembramos que Sheamus teve uma ascensão incrivelmente rápida na WWE. Ainda estava o povo a habituar-se ao seu aspecto e o Irlandês já era WWE Champion. Pois, muitos ainda vos poderão afirmar a pés juntos que isso nunca foi planeado e que foi fruto de um botch. Se, por outro lado, também já se assegurou a ideia de que o plano era realmente colocar o cinto em Sheamus, também parece certo que aquele spot final não correu totalmente bem. Recuamos a um combate de mesas, no TLC, onde John Cena defendia o WWE Championship contra esse tal novato Sheamus. Os dois Superstars estavam encima do canto a preparar alguma. Havia uma mesa montada dentro do ringue. Havia – ou houve – outra mesa montada no exterior do ringue. Após muita batalha, Cena cai para trás sobre uma mesa. Sheamus… Parece ficar preso nas cordas do canto e cai de forma constrangedora no apron, enquanto a outra mesa montada – que ele ainda tenta, por alguma razão, alcançar com a mão – estava virada ao contrário. A teoria? O plano era termos os dois atletas a atravessar mesas ao mesmo tempo. O que aconteceu? Cena a voar mesa dentro e Sheamus… Bem, o Sheamus lá ficou com o título. Estranho mas já se diz que Sheamus sairia com o título de qualquer maneira. Ou recorrendo a “photofinish” que daria a vantagem a Sheamus ou com um restart em que Sheamus retomaria o combate e a vantagem com alguma distracção. Diz-se que a música de Sheamus, que até parece surpreender o próprio quando este se encontrava no chão do exterior, já estava pronta para tocar de qualquer forma. Ou se calhar, quem sabe, tudo aqui a matutar uma conspiração e aquele finish semi-amanhado e simples era o planeado. O certo: muitos ainda preferem acreditar que nunca ninguém planeava dar aquele cinto ao Sheamus tão cedo!
3 – Mataram o árbitro
Pode ter-se um botch favorito, sim. Alguns são embaraçosos, outros são dolorosos e horríveis de se ver. Outros dão pena. Uns são simplesmente hilariantes. E depois há este. Nem sei se é só um botch ou um estranho alinhamento de constelações. Mas que é dos meus momentos favoritos na história da TNA, isso é. Um Tables Match entre Bobby Roode e Bully Ray. O momento-chave? Uma powerbomb que… Parece fazer uma tremenda corrente de ar ao árbitro e este tem um enfarte e cai. Mas mesmo assim foi um enfarte hesitante. Eu confesso-o: acho que conseguia olhar para esse spot em loop durante horas. É do mais belo que se pode fazer num ringue. Mas isto é um dois-em-um. Tem esta perfeição de botch maravilhoso, mas aqui é dose dupla. Já temos o botch – arte – e falta o finish de pedir a seres celestiais nos céus que nos acudam. Já depois de o árbitro recuperar da ventania, o ringue é “invadido” pelo que parece um técnico do ringue muito miudinho. Acho que até o árbitro já devia estar farto de saber que era a Dixie Carter. Que se disfarçou, porque… Sim. Para não distrair Bully Ray? Sim, porque a staff anda sempre a subir ao ringue durante o combate. Já para não falar que ela tem uma consituição física que passa por um homem adulto a qualquer hora. Mas pronto, lá o raio do Bully não ligou mesmo. E depois aquela mulher fortíssima consegue empurrar aquele Zé Fraquezas do Bully Ray, que sai a voar por uma mesa dentro. A Dixie Carter mandou o Bully Ray por uma mesa dentro. Vamos reflectir sobre essa frase aí. Enquanto reflectimos, podemos tornar a olhar para o fantástico spot do árbitro a ser atingido por um fantasma, porque vale sempre a pena. E podemos então voltar à realidade e aceitar que tudo isto aqui descrito aconteceu. Dixie Carter revelou a sua identidade para choque de quem já podia padecer de morte cerebral – só, mesmo – e continuamos com as nossas vidas. Com um árbitro a fazer inveja a qualquer jogador da bola a querer sacar de um amarelo para o adversário!
2 – Era uma vez um Mercury
Um botch bem feio, que nem entra na categoria dos engraçados. Para suavizar isto, só se no outro canto estivesse o bom Stiffler a vender o vento daquela escada. Porque este aqui foi algo mais a sério e envolvia escadas, objectos que, por si, não são uma garantia de segurança, muito menos quando usados para atingir cabeças ou para deitar corpos à bruta. Nesta disputa pelos Tag Team Championships que metia à baila os MNM, Paul London & Brian Kendrick e os veteranos do jogo Hardys – antes de ficarem eles tão rotos da cabeça como o Joey ficou do nariz – um bump bem intencionado mas muito arriscado fez um escadote encontrar-se com o rosto de Joey Mercury com bruta violência. Imagem imediata de um Mercury ensanguentado e inchado. Podia tê-lo cegado ou causar outro tipo de deformação permanente mas nem correu para o pior. Podia também tê-lo atingido na cabeça e acabar a deixá-lo com sotaque, a pedir ajuda às sete divindades para lhe dar poderes de ressurreição, invocação de fogo e alguns instintos canibais. Calhou essa na rifa a outro rapaz que andava lá perto…
1 – Nem os clássicos se safam!
Pois é, alguns até ficam bem disfarçados. Mas olhos mais atentos desconfiam e os autores confirmam. Quando se fala em combates “Ladder”, há clássicos fáceis aos quais se recorrem sempre imediatamente. Frenesins de Tag Teams da Attitude Era são um exemplo e outro são os encontros entre Shawn Michaels e Razor Ramon, esses dois desconhecidos do desporto. Um clássico na Wrestlemania X e outro no SummerSlam, ao qual recorreremos para contar este engraçado mas disfarçado botch. É que havia ali um spot do caraças que parecia perfeito para finalizar o combate. Michaels e Razor no topo de diferentes escadas e Shawn saca de um monumental Sweet Chin Music dali mesmo para derrubar o “Bad Guy”. É um spot perfeito para acabar, não é? Seria, se Shawn Michaels estivesse bem posicionado para chegar ao cinto e não tivesse caído, feito tanso. Lá teve que se prolongar o espectacular fim, improvisando mais uns spots. O problema? É que Shawn ainda tornou a cair mais uma vez. Já chegava ao ponto hilariante de ver HBK a armar uma legítima birra no ringue e a atirar coisas pelos ares com a frustração. Até porque já é hábito, que faria Michaels no SummerSlam se não fosse para armar alguma? – lembram-se dele a gozar com a cara do Hogan no SummerSlam de 2005? Já chateado e sem vontade de improvisar mais spots, Shawn Michaels lá acaba por tirar o cinto e ganhar o combate. Aquele spot magnífico para acabar? Onde ele já ia. O que vale… É que nada o impediu de se tornar mais um clássico como o seu antecessor!
É assim que concluo isto. Umas coisas mais feias aqui e ali mas, no geral, com material que dá para umas risadas. Coisas que podem acontecer a qualquer momento, a qualquer um, ao mais perfeito dos profissionais, e ainda mais com esta mobília toda à mistura. É no que dá um negócio precário como este. Acabam por nos entreter de qualquer forma! Agora continuem a brincadeira ao comentar estes momentos, os que se lembram e mais alguns de vossa memória que acham que eram dignos de aqui constar. Como não sou gajo de obras, bricolage, decoração ou outras coisas e já não tenho necessidade de andar a subir escadotes ocasionalmente, devo estar seguro para cá aparecer na próxima semana. Desta vez eu já permito: já começa mesmo a cheirar a Natal, realmente. Até à próxima!
3 Comentários
Sei que não é um botch ou algo do género mas dei umas gargalhadas quando o HHH agarrou em metade do escadote para o HBK subir.
Que Top Ten fenomenal!
O botch do árbitro é disparado o melhor, talvez até de todos os tempos hahahahaha
Muito bom Top Ten, como sempre! O nº3 é o melhor “ref bump” de sempre e nem merece ser comparado com os demais! Esse combate foi épico xD