Bem-vindos ao primeiro Top Ten do mês de Dezembro, o que significa que já é um dos últimos Top Ten deste ano. Isto passa tão a correr que nem tem assim muita piada. Mas pronto, é tempo de recordar o ano que passou, não perdemos a mania de fazer sempre isso, com tudo, avaliar o que aconteceu nesse particular espaço de tempo.
2017 foi um ano memorável em muita coisa na WWE. E eu podia vir para aqui recordar alguns desses momentos e do melhor que já se fez neste ano que se aproxima do fim. Mas isto nunca funcionou assim, já sabem como é isto. Vou exactamente ao contrário. Ao não memorável de 2017. Vejam lá do que se lembram daqui!
10 – A verdadeira razão para a recompensa de Jinder Mahal
A chocante vitória de Jinder Mahal pelo WWE Championship será, com certeza, um momento de topo a recordar no final do ano, e a reacção do público será, para mim, o momento do ano. Isso nunca esqueceremos. No entanto, há a forma como ele foi resgatado do fundo directamente para o título principal. E nem se lembram – se é que notaram – desta fantástica proeza que ele conseguiu.
Como finalista na “Andre the Giant Memorial Battle Royal”, Mahal sai do ringue – como pode, sem ser eliminado – para provocar Rob Gronkowski. Nisto ele atira-lhe uma bebida à cara e atentem bem na proeza. Muitos nem terão notado, mas eu não consegui não ficar impressionadíssimo com o facto de Jinder atirar o copo e fazê-lo aterrar perfeitamente em pé na não muito ampla beira da barreira. Eu premiava-o com o WWE Championship só por isso e nem sei se, por acaso, não o disse na altura para mim ou a alguém.
Mas pronto, se isso não chega como entrada para o Top Ten então considerem o resto. Mojo Rawley ganhou a tal battle royal, caso não se lembrem. E caso se lembrem… Naquela, se querem saber sequer. Até à sua Heel Turn desta semana precisamente, poucos se importavam com Rawley, com troféu ou não. Já sabíamos que essa battle royal era uma mera desculpa de dar tempo de antena a todo o plantel na Wrestlemania, mas a suposta importância do tal troféu só tem vindo a cair, dada a recordação que temos de cada vencedor. Especialmente este. Quão estranha soa a frase “Mojo Rawley ganhou X coisa em 2017”?
9 – Say “Yeah!”
Não, não temos estes tipos esquecidos. Não fossem eles das Tag Teams do ano anterior, com algumas performances listadas nos combates desse ano e a dominar a divisão Tag Team do NXT, a mostrar que há bom futuro para as duplas na WWE. Os Revival ainda são, na nossa memória, uma tremenda Tag Team com imenso para dar.
O que muitos poderão ter esquecido é que eles já não são uma equipa promissora à espera do seu momento, da sua subida para a ribalta. Não os vemos por lado nenhum e pouca sorte tivemos em acompanhá-los, mas a verdade é que eles já fazem parte do plantel do Monday Night Raw. Mas dificilmente apontaremos algo de memorável que tenham feito e até podemos assumir que tenhamos dedos suficientes para contar as vezes que os vimos, tão breves foram as suas passagens.
Mas aqui não é caso de mau uso ou mau aproveitamento. Aqui é mesmo azar. Muito azar. Pouco depois da sua estreia, Scott Dawson ficou desolado com a lesão de Dash Wilder e ficámos sem Revival. Assim que regressaram, lá marcaram a sua presença e lesionou-se Dawson, deixando Wilder agora à espera do seu regresso, competindo a solo apenas quando a arena está mais escura. Aguardamos novo regresso dos ex-NXT Tag Team Champions. A ver se, para a próxima, se lesionam os dois de uma vez, ao menos!
8 – Kalisto era… diferente
Por um breve momento, tivemos um Kalisto de aspecto diferente. Não armem uma conspiração a dizer que era outro Kalisto por baixo da máscara, isso é só com o Sin Cara, era mesmo a máscara e o aspecto geral que estava diferente. Kalisto apresentou-se com uma máscara menos… “festiva” de lucha libre e até levava uma notável pintura negra à volta dos olhos. Era como se fosse um Kalisto mais “dark”, por assim dizer.
A sua música de entrada também tinha sido alterada. No entanto, não foi para algo de especial ou em concreto. Não parecia haver algum plano, apenas o mudaram por mudar, pouco depois da sua transferência para o Raw. Depois de andar aos trambolhões num caixote do lixo, cortesia de Braun Strowman, até nem se via muito de Kalisto pela TV. Voltou, para o 205 Live – finalmente – e, ao ser anunciado, voltou ainda com o último aspecto e música.
Mas essa é que é a parte engraçada. Foi tão notável que, de forma muito natural e discreta, que talvez tenha passado ao lado de muitos, na semana seguinte quando competiu pelo Cruiserweight Championship… Já era o Kalisto de antigamente, com a máscara e música antiga. Mal deu para perceber. E pronto, aquela passagem ficou muito nula e, ao fim e ao cabo, após ser mais lembrado em 2016 – quando foi United States Champion – pela sua fantástica promo da “big lucha thing”, este ano – quando foi Cruiserweight Champion – será bem mais lembrado por se esquecer como costuma entrar para o ringue e quase amanhar um combate com a corda superior. Vida dura, a de pequenote mascarado.
7 – Ziggler mauzão
Não me refiro propriamente à Turn de Ziggler, porque bem nos lembramos que o tipo teve uma viragem merecida, mesmo que ainda assim, não lhe tenha dado o que se esperava e que merecia. Ainda vagueia muito e houve uma boa porção do ano em que nos perguntávamos “Que raio é feito do Ziggler?” O que muitos não se lembrarão é como ele o fez exactamente. Curioso que se tenha falado em Kalisto e coisas pouco memoráveis que ele tenha feito no ano passado, na entrada anterior. Lembravam-se que ele estava envolvido?
Foi em Janeiro de 2017 que Ziggler agradeceu a Kalisto por salvá-lo de uma sova de Baron Corbin com um Superkick. Bem agradecido. Ainda atacou Apollo Crews, que o questionou, na mesma noite. E quão memorável foi, ter uma Turn que o devia reestabelecer e relançar… numa feud com dois midcarders sem rumo. Na semana seguinte atacou Jerry Lawler com um Superkick no peito onde bate um coração que já colapsou em directo, em TV. Isso sim é uma Heel Turn!
Mas realmente não se podia esperar muito de uma Turn que deu numa feud de lowcard, contra Kalisto e Apollo Crews, que resultou numa derrota óbvia num combate Handicap, que originou novo ataque, que originou um Chairs Match. Ora peguem lá, um Chairs Match sem ser no TLC, a ver se também se lembram bem disso. Todos ficámos entusiasmados quando vimos a sua mudança, mas não sei se prestámos bem atenção à dimensão do que ele andava a fazer…
6 – Regresso da “Golden Age”
Se calhar, para recordar, teremos que recuar um pouco mais no tempo, para contexto. Até há bem pouco tempo existia uma equipa de veteranos chamada “Golden Truth”, uma má tag team de comédia, envolvendo R-Truth e Goldust, dois gajos que, por acaso, até têm jeito para a piada e para a galhofa. Mas a dupla não singrava nisso, com o material que lhe davam, e os próprios nunca ficaram over ou foram memoráveis.
Sim, já não existe, também devem saber essa parte. Avancemos então para o rompimento, que foi quando Goldust atacou R-Truth, virando Heel, – mais ou menos, toda a gente celebrou o momento, eu incluído – rompendo a dupla e prometendo o regresso do bizarro Goldust que se tornou famoso já há bastantes anos. O próprio anunciou “The Golden Era is back!” E nós todos contentes, íamos ter um bom Goldust doido de volta ao midcard. Ou então não.
Depois das promissoras vinhetas, Goldust concluiu os seus assuntos com R-Truth e voltou para o fundo do card, onde não dava para o ver regularmente. Tivemos um velho Goldust de volta, o que nem aparece em TV. Teve uns desacatos breves com Finn Bálor e agora teve um momento bastante marcante no Starrcade, ao trazer de volta a sua velha gimmick da WCW, o “The Natural” Dustin Rhodes, por uma noite, para uma óptima recepção. Já R-Truth… Que é feito dele sequer?
5 – Este gajo
Quem mais se surpreendeu quando o viu a aparecer na semana anterior, no SmackDown, entre os Lumberjacks para o main event? Quando tinha sido a última vez que o tínhamos visto? Já surpreendido estava eu com a sua estreia, ao cumprir-se o rumor de que rumaria directo ao plantel principal, sem passar pelo NXT. Que calibre de estrela tem ele para isso?
No Money in the Bank, surpreenderam com um segmento e um tema de entrada… Vá, esquisito. Confirmava-se o regresso de Maria Kanellis e Mike Bennett, que agora adoptava o nome Mike Kanellis, para o SmackDown numa gimmick hilariante com os segmentos mais intencionalmente parolos que lhe podiam arranjar. Confesso que não era o maior fã de Mike Bennett, desde que o conheço. Mas também admito que já gostava mais do “The Miracle.” Com este rumo ao SmackDown, com esta gimmick, tinha uma hipótese de já me fazer fã dele. Era hilariante.
Mas depois de sair por baixo de uma feud com Sami Zayn, apareceu algumas semanas como jobber e eventualmente deixamos de o ver. Muito tempo sem o ver, até ao tal Lumberjack. Maria tem o seu direito à ausência, com a gravidez, que também acabaria por retirar Bennett/Kanellis de qualquer forma. Mas caso se queiram lembrar dele, não é pecado mandá-lo para o NXT. Com aquela gimmick, é uma estrela lá!
4 – E este gajo!
Este então é que será difícil lembrar, dada a sua prestação. Pronto, os mais atentos saberão quem é Ho Ho Lun e qual a sua relevância e o que fez. Lun fez parte da notável remessa de contratações Chinesas por parte da WWE. Integrou o Cruiserweight Classic e competiu, maioritariamente como jobber, algumas vezes no NXT. Saiu da WWE para voltar à China, para tomar conta da mãe doente. Nobre, compreensível e desejamos-lhe as melhoras.
Agora a parte engraçada é que o que foi ali listado é praticamente todo o currículo dele. Quando não devia. A parte que não se devem lembrar é que Ho Ho Lun fazia mesmo parte do plantel do 205 Live, o que automaticamente o fazia parte do plantel do Raw! Difícil recordarem-se de Lun como um Superstar do 205 e muito menos de um Superstar do Raw, quando… ele não competia lá. Saberiam que ele estava lá ao consultar o plantel no WWE.com. Não à espera dele em TV.
Assim saiu da divisão de Cruiserweights um jobber do NXT. Ao que parece. Quase uma excepção neste Top Ten. Como se podem lembrar de Ho Ho Lun como uma estrela do 205 e potencial candidato ao Cruiserweight Championship… Se nem sequer sabiam que ele lá tinha estado?
3 – Os triunfos de Slater e Rhyno
Outra vez na categoria do “não se lembram porque não viram.” E esta é engraçada, fico mesmo com a sensação de que vos estou a informar de algo. Bom, não vêem muito a equipa de Heath Slater e Rhyno em TV, é verdade, apesar de serem ex-Campeões. E já falei aqui nos Revival e na sua paragem, devido a lesão de uma metade. Então cá vai a bomba: a equipa de Slater e Rhyno tiveram uma feud recentemente e Dash Wilder tem andado activo a solo.
Surpreendidos? Não são os únicos. Simplesmente isto aconteceu no WWE Main Event, portanto as quatro pessoas que ainda vêem o programa se recordarão disto. Porque é bastante recente! Se acham que o Main Event mudou a sua estrutura e agora também envolve storylines, desenganem-se. Foi meramente uma série de combates repetitivos, todas as semanas, para aborrecer metade das pessoas que assistem ao programa. Que serão duas.
Ao longo de semanas, o programa abriria com Dash Wilder a não ter sucesso contra Rhyno ou Heath Slater, por mais que uma vez, um de cada vez. Havia essa sequência. Até que finalmente tenta derrotá-los aos dois, recorrendo a um parceiro de equipa que não podia ser o seu. Era o melhor deles todos: Curt Hawkins. Voltou a perder. Perdeu todos os não-sei-quantos encontros que teve com Heath Slater ou Rhyno. E a história foi essa. Como é que isto não foi para PPV?
2 – Tivemos o Tajiri (mais ou menos)
Na categoria de coisas que perderam se pestanejaram. Também na categoria de coisas que aconteceram no 205 Live, programa onde muito curiosamente acontece pouca coisa memorável. E este que tinha tanto potencial para ser um bom momento, um grande regresso. Tajiri estava de volta à WWE!
Mas isto aconteceu mesmo. Com participação no Cruiserweight Classic e algumas aparições no NXT, ficava a questão se Tajiri tinha assinado a tempo-inteiro e voltaria “a casa.” Tivemos a confirmação num segmento de regresso surpresa, no 205 Live, quando este interrompe outro veterano retornado ao ringue das cordas roxas: The Brian Kendrick. O ex-Cruiserweight Champion prepara-se para o receber de bom grado e em vez disso, recebe uma bela cuspidela colorida e patada nas antenas. Uma bela feud que se tinha instalado entre dois veteranos, bom combate era o mínimo que podia sair daqui.
Nem deu para saborear e uma lesão afastou Tajiri dos ecrãs e do ringue. Bom, só tínhamos que aguardar que voltasse e retomasse os seus assuntos, muitos esfregávamos as mãos. Mas quase sem darmos por isso, cai a notícia da sua saída, abandonando a WWE mais uma vez, sem regressar de novo. E foi isso que deixou, foi isso que fez. Um regresso, um estouro e foi embora. Bom… Obrigado?
1 – As condições de Rusev
2017 acaba com Rusev como um dos Superstars mais surpreendentemente populares. E acho muito bem. Lembrámo-nos de muita coisa no seu ano, de arranjar sarilhos com John Cena e bandeiras, de rivalizar com Randy Orton à volta de combates curtos, aprendeu uma palavra nova e deu-nos a maravilha que todos celebramos hoje, o Rusev Day. Também recordaremos o seu pop no Campo Pequeno como um dos maiores da noite.
Apesar de nem sempre vendido como um Superstar de topo, não se pode dizer que tenha tido uma má segunda metade de 2017. E se estivesse descontente, sempre ia para casa ter com a Lana e quero ver o que têm a dizer sobre isso. Mas algo antecedeu tudo isso. Algo que acabou por ser varrido para debaixo do tapete, sem tornar a ser mencionado e que não deu em nada. Sim, há muito disso. Após a sua transferência para o SmackDown, Rusev não comparecia e fazia vídeos a exigir um combate pelo WWE Championship a Shane McMahon no Money in the Bank ou ia embora para a Bulgária para não voltar mais.
Tínhamos Rusev a querer impôr-se no main event do SmackDown e a arranjar potenciais problemas com Shane McMahon. O que se esperava e, acredito eu que também seria o que se planeava, era que a sua exigência fosse ignorada e entrasse em rivalidade com Shane McMahon, possivelmente para o SummerSlam. Como bem se podem lembrar, ou como bem se podem não lembrar, isso nunca aconteceu. Abandonaram as suas promos e regressou simplesmente interrompendo Cena. Fica para a primeira posição, algo que sei que muitos já não se lembrariam: que, por pouco, Rusev não foi Kevin Owens…
Este é o Top Ten desta semana, espero que tenham gostado e que tenha sido uma curiosa e divertida viagem por 2017. O rodapé de 2017. É assim que funciono, tal como o Top Ten é artigo de rodapé neste sítio, falo do que sei! Brinco, mas agora cabe a vocês participar, comentar estes momentos, os que se lembram e aqueles que vos fizeram levar a mão à cabeça em repentina lembrança de que realmente aconteceu. E claro, acrescentem algum tão obscuro que nem eu me tenha lembrado! Também quero essa reacção! Trago algo mais positivo para a próxima semana.
Vamos olhar a algumas das maiores e mais notáveis melhorias individuais de 2017.
Até lá, fiquem bem, continuem lá a levar com as músicas de Natal e a enxorrada de anúncios. Chegou a época! Até à próxima!
5 Comentários
Fiquei surpreendido quando vi Bennett. É que por momentos cheguei a pensar que era ele quem estava grávido, dado que desapareceu na altura em que a gravidez foi anunciada.
Se não me engano ele tinha começado uma reabilitação por uso de drogas, acho que foi por isso que ele ficou tanto tempo sem aparecer.
Essa do Rusev foi de muito mau gosto, não tinham planos para ele e quando voltou foi para Jobbar.
Também fico triste pelo Bennett, se tivesse ido para o NXT, poderia ter tido um aproveitamento no mínimo decente.
Bom artigo como sempre. 😉
“Simplesmente isto aconteceu no WWE Main Event, portanto as quatro pessoas que ainda vêem o programa se recordarão disto”. “Foi meramente uma série de combates repetitivos, todas as semanas, para aborrecer metade das pessoas que assistem ao programa. Que serão duas”. Gênio hahaha