5 – Mildred Burke, Women’s World Champion (22 anos)
Ah estes é que são engraçados de vos dar a conhecer. Vocês aí a chorar pelo wrestling de antigamente de há meia dúzia de anos atrás e eu aqui armado em carapau a trazer-vos, já pela segunda vez nestas últimas quatro edições, memórias da década de 30. Fixe era eu estar a armar-me em perú de concurso como se me lembrasse disto, mas não, todas estas falcatruas com que perco tempo levam a sua pesquisa e eu aprendo sempre alguma coisa, não é só conhecimento.
E é giro aprender sobre a peculiar carreira de Mildred Burke, treinada por um senhor com quem viria a casar, – e, pelos tempos e pela indústria que era, não precisamos de fazer assim grande ginástica mental para chegarmos à conclusão de que não era assim grande casamento de sonho – lançou-se ao wrestling, como se fazia naqueles tempos: em circo. Como atracção especial, a mulher que lutava com homens. O que parece que fazia a avó do Otis, algo que eu vejo a fazer todo o sentido e que não consigo imaginar outra coisa senão uma grande mulher Russa exactamente igual a ele. Quanto a Mildred Burke, teve um percurso de respeito, lutando com mais de 200 homens, registando-se apenas uma derrota.
Quanto ao wrestling profissional e ao título, se vos faz confusão a falta de uma companhia como antecedente do nome do título, não é esquecimento. Não havia o título Mundial “daquela” companhia. Era “o” título Mundial Feminino, pronto. Desse regista-se a primeira Campeã em 1910! Caramba, ainda estavam duas grandes pandemias por acontecer, desses tempos então é que eu me lembro! Mildred Burke, jovem prodígio, venceu o título em 1937, aos 22 anos. Teria uma perda e uma recuperação muito rápidas, recuperando o cinto ainda com os 22 e então aí sim já veio um daqueles reinados jeitosos de antigamente, a durar uns dezasseis aninhos. Perderia para June Byers, outra lenda, com quem constava que tinha um imenso heat legítimo que conseguiam passar bem para o ringue. Dessa rivalidade nasceu o título WWWA World Championship, do qual Burke se consagrou a Campeã inaugural e levou para a All Japan Pro Wrestling, enquanto Byers foi premiada com o NWA World Women’s Championship que ainda tem registo até hoje, com Thunder Rosa como mais recente entrada. Isso já em 1954. Uma breve lição de história a realçar uma coisa: a dificuldade em arranjar fotografias da década de 30 para isto! Agora quero uma boa foto, em alta definição, da Cora Livingston, a nossa Campeã de 1910!
6 Comentários
Gostei muito desse artigo e bom ver não somente lutadoras da WWE!
Bom artigo.
Muita bom.
Justiça para Wendi Richter.
Os recordes são para ser quebrados, mas o da Paige penso que tão cedo não irá ser!
Só sei que, essa moolah é um lixo.