Espaço do Fontes #2 – Report: WWE Backlash

Pois é, o calendário da WWE não para e se ainda na passada semana o primeiro “Espaço do Fontes” teve como tema o report do The Greatest Royal Rumble, o segundo aborda… claro, o report do Backlash!

E o que dizer de um PPV que teve um “match of the year contender “, dois combates agradáveis, mas que poderiam ter sido ainda melhores e um punhado de outros entre o mediano e o medíocre ?

Bem, é a WWE e os seus B-shows…

Pois bem, em Newark, New Jersey, tudo começou, como habitual, com o Kick Off.

Bayley vs Ruby Riott (Kick Off)

Antes do combate iniciar, é mostrado um segmento onde Sasha Banks discute com Bayley – este “match” afinal foi apenas para isso, para carregar mais um pouco esta “feud “… – e garante-lhe não a ir ajudar.

Promessa cumprida: Riot vence com a ajuda de Morgan e Logan e de Sasha…nem sinal.

Comentar este combate não é fácil, de tão “normal” que foi…pelo que ficamos por aqui.

Mais um “kick off match” para esquecer…

Nota: 2,10

14.704. É este o “capacity crowd” que a WWE nos anuncia. E provavelmente verdadeiro, eram muito poucas as cadeiras vazias.

E o PPV começa com um verdadeiro “bang”!

Seth Rollins vs The Miz (Intercontinental Championship Match)

Ponto prévio: este combate figurará em muitas listas quando, no final do ano, se escolherem os Matchs Of The Year de 2018.

E teve de tudo: técnica, emoção, explosividade, manobras do outro Mundo e “near-falls” que souberam acompanhar o crescendo a que assistimos.

Nos primeiros minutos assistimos a uma contenda equilibrada: a um  “slyngblade” e um “suicide dive” de Rollins, respondeu The Miz com um DDT estrondoso.

A prestação do homem do Iowa ia-se adensando , com uma “fliyng clotheline” e um “splash” simplesmente incrível e por esta altura já o publico expressava aquilo que lhe ia na alma e cânticos de “this is awesome “ecoavam por todo o pavilhão.

Chegava o momento de The Miz: numa manobra arriscada, o joelho de Rollins bate no “turnbuckle” e o A-Lister aplica o seu “Figure Four “de que Seth consegue escapar.

As expressões faciais “heelish” de Miz são impagáveis, é isto um “true professional”.

De seguida mais uma sequência de alta qualidade: um “enziguri”  na cabeça de The Miz que este acaba por reverter para um “Skull Crushing Finale” que não conecta.

A Superstar nascida no Estado do Ohio vai trabalhando no joelho lesionado de Rollins que tenta resistir estoicamente.

As “near falls” são incríveis, que combate !

E chegamos ao final: uma tentativa de “Skull Crushing Finale” da segunda corda, que Rollins acaba por transformar num “curb stomp e …estava encontrado vencedor.

Um dos melhores combates de 2018 mas que neste PPV apresentava uma questão a que a WWE não iria saber responder: sendo este o “opener”, de que forma os “matches” seguintes “no card” conseguiriam superiorizá-lo ?

Nota: 4,50

Nos ecrãs passam os “highlights “da “feud” Nia Jax/ Alexa Bliss e conseguimos perceber que o melhor foram mesmo as “vignettes “da segunda, verdadeiros “moments of Bliss”.

E chegou o combate.

Nia Jax vs Alexa Bliss (Raw Women’s Championship Match)

O “match” não foi brilhante, é verdade, mas tendo em conta as suas características, acabou por pelo menos cumprir.

E quem começou melhor até foi Alexa, com uma tentativa de “sleeper hold, saltando autenticamente para cima da adversária.

A partir daqui só deu Nia: depois de atirar “Little Miss Bliss” contra o canto, uma tentativa de “samoan drop” da segunda corda, a que Alexa consegue escapar.

Sol de pouca dura: a pequena ex-campeã é brutalizada de forma avassaladora – e é assim que uma “bully” deve ser tratada, meus amigos – mas aos poucos vai recuperando.

E é quando Bliss até chega a equilibrar o “match”, que o final acontece: um “cross body” que Jax reverte para o “samoan drop “… e dali já não havia escape.

Depois do combate, tempo ainda para uma promo demasiado “scripted “da Superstar nascida na Austrália.

Os “mic skills “não são decididamente o teu forte, Nia…

Quanto ao “match”, muitos poderão acusá-lo de ter ficado aquém. Ficou. Mas se pensarmos que se tratava de um “big woman/ small woman match” , de que outra forma poderia ter sido construído?

Nota: 2,40

Antes do próximo combate, Samoa Joe tece considerações sobre Roman Reigns: Joe não será um “promo king”, mas é indesmentível que as faz com o seu quinhão de emoção.

Jeff Hardy vs Randy Orton (United States Championship Match)

Sendo a primeira vez que estes dois – ambos Grand Slam Champions, diga-se – se encontravam nos últimos 10 anos, a expetativa era alta.

Saiu gorada, na minha humilde opinião.

Entram as Superstars: se Orton é bem recebido como habitualmente, o “pop” para Hardy é ainda superior.

Os anos passam, mas Jeff continua a conectar com o publico como poucos…

E é ele quem inicia muito bem o “match “, mas aos poucos Randy assume o controlo: um “standing dropkick” incrível e de seguida uma ofensiva nas barricadas e é sua a primeira “near -fall”.A que Hardy escapa. Para de seguida aplicar um “whisper in the wind” e uma “near fall” a que Orton consegue responder.

Ambos tentam “signatures”: Hardy o “twist of fate” ; Orton o “RKO”, mas nenhum conecta.

Apesar de estarmos na presença de dois “fan favourites”, o publico parece não reagir ao combate.

E chega o “spot” final: depois de um “impaler DDT” de Orton, Hardy consegue um “twist of fate out of nowhere” – não são só os RKO´s que são “out of nowhere… – e uma consequente “swanton bomb” ( “vendida” por Orton de uma forma extremamente pobre, diga-se ) que termina o combate.

A dois nomes desta envergadura, pede-se mais, muito mais…

Nota: 2,30

De seguida um segmento em que o destaque vai para Elias e Bobby Roode mas que é também uma excelente oportunidade para os New Day, Rusev & Aiden English, No Way Jose, Titus Worlwide e Brizango …uff…terem o seu “pay day”

E chegava o próximo combate.

Daniel Bryan vs Big Cass

Quando um dos intervenientes se chama Daniel Bryan, o interesse de qualquer “match” sobe exponencialmente.

Foi o caso deste “Size vs Skill” em que Big Cass começou forte até ao momento em que Bryan contra-atacou com um “flying knee” e um “flying dropkick”.

O publico grita para Cass, “you cant wrestle” e aqui tem mais do que razão.

Altura para os “yes kicks” de Daniel no peito de Cassidy. Corey Graves afirma que “Bryan estudou cassetes de The Miz”.

Afinal é para isto que serve um “colour comentator”.

Big Cass vai tentando parar o combate como um bom “heel” o deve fazer: com manobras de submissão e parando a velocidade do seu adversário.

O final aparece de repente: Bryan faz uma primeira tentativa para aplicar o seu “Yes Lock” que falha, para logo de seguida o conseguir finalmente aplicar… e aqui já sabemos como a história acaba. Sim, Cass desistiu.

Mas a história não ficaria por aqui: o “big guy” ataca Bryan no final, ao som de “you tap out”.

Corey Graves sublinha várias vezes a “insegurança psicológica” de Cass. Apesar de perceber onde quer chegar, será esta a melhor forma de “vender” um “heel” ?

Um combate curto, sensaborão e que nos faz ficar a desejar que Daniel se veja livre desta “feud “mais cedo do que tarde.

Nota: 2,40

Carmella vs Charlotte Flair (SmackDown Women’s Championship Match)

O pior combate da noite – sim, “kick off” incluído – pelo que tentarei não perder muito tempo aqui.

Antes de mais e não querendo ser sexista, Carmella “its a sight to see”, está numa forma física e de beleza invejáveis.

Quase nem reparamos que traz um “belt “consigo…

Depois de um inicio em que fugiu da sua adversária, a Campeã consegue inverter com um “superkick”. De seguida, vai aplicando manobras de submissão, que além de colocarem “gelo “no combate, disfarçam as suas debilidades como lutadora.

O publico simplesmente não reage ao combate.

Existiu, ainda assim, uma boa sequencia neste “match “: um “spear” de Charlotte que Carmella reverte para o “Code of Silence”. Mas foi só.

No final é uma lesão no joelho por parte da “number one contender “que acaba por facilitar o “pin” da Campeã.

Um combate para esquecer.

Nota: 1,90

AJ Styles vs Shinsuke Nakamura (WWE Championship No Disqualification Match)

Vamos lá então: primeiro entra Nakamura. E por muitas vezes que veja a sua nova entrada, não me canso, com a sua “theme song” a tocar e o videoclip da mesma a passar no “titantron”.

De seguida entra Styles, para um belíssimo “pop”.

O combate começa equilibrado, com acção dentro e fora do ringue. Os “forearms” totalmente “stiff” de Shinzuke são excelentes, é o “Japanese Strong Style” a funcionar !

E a primeira “near fall” é para ele.

Por esta altura, a casa divide-se: metade do publico grita por Naka, a outra metade por AJ.

O equilíbrio inicial começa a ser desfeito, com Nakamura a trabalhar em manobras de submissão, como uma “guilhotine” ou um “dragon sleeper”. Isto faz com que o combate “arrefeça “e que os espectadores peçam “we want tables”. Era bom…

Como um bom “heel” deve fazer, Nakamura trava todas as investidas aéreas da Superstar da Georgia, tentando ele próprio vencer o “match”, através de um “jumping knee “da segunda corda, a que Styles responde bem.

De seguida… cadeiras ! Ou melhor, cadeira! Melhor ainda: um “exploder “do Japonês em AJ, na cadeira ! Mas este recupera e envia-a ao joelho de Nakamura quando este tenta o seu “Kinshasa”. Esta faz no entanto ricochete e bate na cara de Styles, que fica a sangrar abundantemente.

É neste estado que AJ tenta posteriormente o “Calf Crusher “mas Naka transforma-o num belo “triangle”, sem consequência no entanto.

O combate vinha em crescendo quando de repente…novo “low blow” de Nakamura ! E ao mesmo tempo…resposta de Styles também com uma manobra idêntica !

Amor com amor se paga, não é assim?

No final, nenhum dos atletas conseguiu responder á contagem de 10 e acabamos por ter um final anti climático, num combate que, ainda assim,  estava a saber entreter.

A “feud” está para continuar, mas as esperanças de que a WWE permita que estes dois nos dêem “o match” porque tanto esperamos, começam a desvanecer.

Vá lá Vince, já não chega de andarmos a passar o tempo?

Nota: 3,40

Braun Strowman & Bobby Lashley vs Kevin Owens & Sami Zayn

Porque razão este combate existiu, é algo que nos passa a todos ao lado no entanto, se o “match” aconteceu…pois tem de ser comentando.

Antes do seu inicio, passa um “highlight” com as eliminações de Strowman no “The Greatest Royal Rumble”. Mesmo em “bookings” tão estranhos quanto este, a WWE não nos deixa esquecer que o continua a construir…

Depois de um inicio cheio de “heel tatics”, com Samy a fugir autenticamente de Lasley e Owens a aproveitar várias distrações, o “match” equilibra.

No entanto, quando é feito o “hot tag” em Strowman, o seu rumo é alterado: o “monster among men” discorre a sua força pelos adversários, atropelando autenticamente Owens, num dos poucos “spots” deste “match” que até acabou por resultar. De resto, pouco sentido: os “heels” discutem, Samy tenta tramar o seu companheiro, de seguida é o contrário que ocorre até que, por fim, Bobby Lashley – que até nem era o homem legal… – faz o “pin” em Kevin Owens.

Já depois do final, o ponto de exclamação de Braun Strowman, com uma “running powerslam” na dupla Canadiana.

Um “match” mal estruturado e que, em termos de “storyline” veio trazer ainda mais confusão ao invés de a ter dissipado.

Passemos á frente…

Nota: 2,40

É anunciado que o próximo PPV é o Money In The Bank. Que venha rápido para podermos esquecer este…

Também que Bryan sofreu lesões às mãos de Big Cass. Infelizmente esta “feud” está mesmo aí para continuar…” Damm it !”

Passam de seguida “highlights” sobre o que deveria ter sido a rivalidade entre Reigns e Joe. Por aqui se percebe o quanto este combate foi um arranjo momentâneo…

Roman Reigns vs Samoa Joe

Quando Reigns entra, claramente o som de fundo é reduzido pela equipa de produção da WWE para que os assobios não sejam tão audíveis. “Just another day in the WWE house”.

E o combate não começa bem para o “poster boy”, que é enviado para a mesa de comentadores através de um “urinage” potente de Joe. A partir daqui e sem a campainha sequer ter tocado ainda, um “beatdown” por parte do Samoano mais velho, que assim se estabelece dominador.

O segmento foi bom e com sentido: Joe ficou a parecer realmente forte e Reigns soube “vender” com mestria a tareia.

A predominância de Joe continuou: manobras de submissão e muito “trash talk” a fazerem deste um combate até aqui bastante bem “bookado”, com Joe a assumir-se como um verdadeiro “main eventer”.

Reigns bem tenta, mas vê todas as suas ofensivas paradas, com destaque para um “dive” através da segunda corda por parte de Samoa Joe.

A partir daqui o “match” arrefece: mais “rest holds” , que permitem que ambos os atletas descansem, mas que fazem o publico ficar impaciente. Depois de um PPV destes, não os critico…

É a partir daqui que o rumo do combate começa a mudar: um “big boot” de Reings faz com que Joe vá abaixo pela primeira vez.

A partir daqui um “Superman Punch” e um “spear” que Joe consegue contra-atacar. Um segundo “spear” e um cansado Joe consegue salvar-se através de um pé na corda.

O “match” entra na sua fase decisiva: Reigns consegue salvar-se de duas tentativas de “Kukina Clush” – uma delas também com um pé na corda – mas é quando Samoa Joe tenta o seu “Muscle Buster” que Reigns consegue a vitória, através de um “spear” potente.

Um combate entretido e que mesmo estando longe de ter sido um dos “main events” do ano, foi sem dúvida um dos poucos “matches” que se salvou neste evento.

Nota: 3,80

Em jeito de conclusão, este PPV foi aquilo que facilmente poderíamos percecionar se olhássemos para o card: alguns combates produzidos á pressa, outros sem sentido definido e ainda outros apenas desenhados para dar mais um capítulo, por muito “passable” que fosse, às respetivas “feuds”.

Que venha rápido o MITB porque este Backlash… já foi esquecido.

E vocês, o que acharam?

– De 1 a 5, que nota dariam ao PPV?
– Qual foi, para vocês, o combate do evento?
– E a(s) Superstar(s) que mais se destacou?

O “Espaço do Fontes” volta para a semana, até lá… e que o Wrestling esteja convosco!