Especial: 10 Coisas que me tornaram fã de Wrestling – Top Ten #300

2 – ECW One Night Stand

Também já tinha dado a entender que este assunto voltava. Voltava porque isto foi enorme para mim. Dos meus eventos favoritos de todos os tempos, na altura deixou-me mesmo legitimamente impressionado. Já conhecia a ECW, já tinha sido mencionada por amigos que até nem sabiam muito sobre ela também, lá tinham desencantado alguma informação ou outra e lá exibiam o pouco que sabiam. Mas havia um consenso: era mais violenta e perigosa que a WWE. Que na altura até nem era assim tão leve. Quase que lhe davam uma aura de companhia underground quase ilegal. Às vezes até se referiam a ela como aquela “onde aquilo era a sério.” Só porque na altura ainda era uma data de cabeças inocentes a decifrar o que é que era real e o que não era.

Mas sim, sabia da ECW. Não tinha visto o primeiro One Night Stand de 2005, fiquei muito interessado ao ver que era assunto no Monday Night Raw e não só. Fui introduzido a caras novas/velhas (e feias) como Tommy Dreamer, Terry Funk, Sabu, – que viria a tornar-se dos meus favoritos, ao ser muito apelativo para mim com o seu estilo de luta “atira-te e seja o que alguma graça divina quiser” – Sandman, entre outros. Ainda mais interesse se gerava em mim ao perceber que aquilo era para trazer a ECW de volta e a recruta de veteranos da WWE para a brand “extrema” também me tinha intrigado. O One Night Stand foi um show fantástico, mas tenho que destacar o impacto de duas coisas em particular: a primeira é o combate entre John Cena e Rob Van Dam pelo WWE Championship. Que clássico. Uma atmosfera e um público como nunca tinha visto. O entusiasmo era inevitável e o lado que eu tomava foi como eu já disse. Ainda por cima com uma fantástica interferência de Edge, como se já não tivesse adoração suficiente por esse gajo, só nesse evento. O que me leva ao segundo ponto: o seu combate com Mick Foley (e Lita) contra Tommy Dreamer e Terry Funk (e Beulah McGillicutty). Um arraial de violência e um dos meus combates favoritos de todos os tempos.

Foi marcante pela sua inegável qualidade, pois claro. Mas também teve imenso impacto por acabar aquilo que a rivalidade entre Ric Flair e Triple H tinha começado. Dar cabo do resto da minha sensibilidade a este tipo de violência. Conhecia o clássico entre Edge e Mick Foley da Wrestlemania, mas não tinha tido a oportunidade de o ver, apenas o spot final, claro. Este estava ali a decorrer à frente dos meus pasmados olhos e marcariam o seu impacto para sempre. Arame farpado, sangue, cenas que nem eram novas mas ali estava eu a absorver tudo. Pode até nem ter eliminado totalmente essa tal sensibilidade, que o SummerSlam com um “I Quit” entre Foley e Flair veio depois e esse ainda me fez mudar de canal por uns segundos. Pá, não levem coisas aos olhos, isso mantém-se até hoje. Mas abriu-me portas para esta maluqueira. Entretanto, já bem depois, vi CZW até, portanto já não há grande choque em coisas como as que foram feitas ali. Death metal e filmes de terror Europeus deram cabo do resto da sensibilidade à violência, acho que ainda não está num ponto preocupante. E não fiquei sedento apenas por isso, gosto de combates psicológicos, mais puros, mais atléticos, mais para a galhofa… Gosto dos estilos todos e acho que violência mais abusada não pode ser banalizada, tem que ser usada com precisão. Que foi o que aconteceu aqui. Um evento chave naqueles meus tempos. Bem sabemos que a ECW ficou mas não ficou bem propriamente aquilo que se esperava, mas não seria ela a marcar-me de qualquer maneira, – nem aquele Strip Poker com a Candice e a Maria a fazer de conta que estavam nuas, essa é que deve ter acelerado puberdades! – o trabalho já estava feito.

3 Comentários

  1. ECW , que saudades !!! Aquele Sabu deixa tantas mas tantas saudades +.+ E os combates em geral igual!

  2. Esse top 10 coincide em tudo com o meu, tirando que o meu jogo, seria o wwe smackdown vs raw 2006. Apesar de agora não acompanhar, porque sinceramente, já não me desperta nenhuma emoção. Mas esses tempos trouxeram me belos momentos

  3. E eis que o Edge voltou! 😀

    Partilho de muitas destas memórias, excelente escolha de tema para um artigo histórico. 300 artigos… quantos anos são mesmo? Mais de seis, certamente. Muitos parabéns.