Especial: 10 Coisas que me tornaram fã de Wrestling – Top Ten #300

4 – Ric Flair vs Triple H

Em termos de feuds e storylines é esta a que aqui mais destaco. Teve um enorme impacto pessoal. Começou praticamente mal eu próprio comecei a ver. E introduziu-me a muitos conceitos: ao de uma rivalidade propriamente dita e bem azeda, à da violência mais ampliada, ao de um vilão verdadeiramente temível como era Triple H e quem admirei por isso, sendo ele o tal outro magnífico asshole que faltava, e ao de Ric Flair ser batshit insane. Tudo pontos pertinentes e indispensáveis para tudo o que viria a assistir no futuro.

Tinha mais sensibilidade à violência, claro, estranhava um lutador com o aspecto envelhecido de Ric Flair e por acaso até conhecia Triple H. Era daqueles que queria ver que, tal como Stone Cold, era das maiores referências que tinha em relação à malta dos ringues. Triple H voltava de uma lesão, o que eram boas notícias para quem ansiava para o ver. Era a fazer equipa com o tal velhote, que até dava para as curvas ainda e já tinha conquistado o meu respeito. Enfrentavam Carlito e Chris Masters, dois Superstars divertidos de imitar no dia-a-dia despreocupado do estudante do ciclo. Tinha tudo para me divertir. Confere. Acaba o combate com os heróis vitoriosos… E não é que o sacana saca da marreta e manda-a à cabeça de Flair? Outra coisa a que fui introduzido: essa brincadeira das Heel Turns. Fica uma boca aberta a ver aquilo e os olhos só se viriam a arregalar mais quando a sessão de pancada seguiria, com Flair ensanguentado – outro conceito ao qual viria a ficar habituadíssimo, aqui a ser-me introduzido – até pela arena fora. Podia ser aí um momento de viragem, o raio do puto a ver aquilo não voltaria mais a ser o mesmo.

O primeiro factor foi aquela estranha e inesperada sede de sangue que se manifestou. Estava chocado, surpreendido e até mesmo perturbado com tanta violência. Mas estava a gostar e queria ver mais do que ia sair daí. É o sinal de que a conversão está feita. Foi a feud que mais me teve colado ao ecrã e que só tinha contornos mais bizarros em seguida, como Ric Flair a sangrar numa promo (!!) e a gritar, desalmado, a implorar para que o metessem numa jaula com Triple H. Por outro lado, Triple H, a quem tinha tanto escárnio como admiração, afinal já eu começava a aprender a gostar dos vilões e este até teria uma aguardada Turn que o enviaria bem para o topo da minha cadeia, – caraças, já lá vamos! – dava promos frias mas cheias de classe e ia mostrando o quão violento podia ser. Até aquela altura, conhecendo eu ainda pouco, era o gajo mais sádico que eu via em ringue. Ansiava por aquele combate. Mas danada seja a transmissão televisiva da altura, que ainda não dava os PPVs – o maldito Taboo Tuesday – e não pude assistir ao combate que tanto queria. Mas foi uma tal antecipação até à altura em que pudesse, até podia dizer que era o meu combate favorito que ainda não tinha visto. Curtos recaps após o combate confirmavam a minha teoria. Tinha sido violência e chiqueiro. Pronto, naquela altura já era o que eu queria, pelo menos para ali. Impacto feito, feud favorita do momento, inevitavelmente uma das favoritas de sempre. Será realmente digna disso a nível objectivo? Muito provavelmente não, mas esta também é uma indústria onde o impacto pessoal conta imenso. Quem somos nós para julgar o impacto que um Melina vs Alicia Fox possa ter tido em alguém?!

3 Comentários

  1. ECW , que saudades !!! Aquele Sabu deixa tantas mas tantas saudades +.+ E os combates em geral igual!

  2. Esse top 10 coincide em tudo com o meu, tirando que o meu jogo, seria o wwe smackdown vs raw 2006. Apesar de agora não acompanhar, porque sinceramente, já não me desperta nenhuma emoção. Mas esses tempos trouxeram me belos momentos

  3. E eis que o Edge voltou! 😀

    Partilho de muitas destas memórias, excelente escolha de tema para um artigo histórico. 300 artigos… quantos anos são mesmo? Mais de seis, certamente. Muitos parabéns.