Após 2 semanas frustrantes em que primeiro vi o meu artigo mais extenso ter o menor número de comentários até ter o artigo da semana passada pronto mas não o conseguir postar por ter ficado sem acesso à internet, hoje trago-vos um artigo diferente e um daqueles que mais esperava fazer desde que comecei este espaço.
Tenho noção que por vezes, talvez demasiadas vezes, faço uma avaliação pouco imparcial da actualidade da TNA e deixo-me levar pela ligação especial e pelo gosto que tenho em ver crescer a companhia. A TNA, como qualquer empresa em qualquer negócio, tem os seus pontos positivos mas também os seus pontos mais negativos. Hoje queria discutir convosco algo que me preocupa e algo que já vi a TNA recentemente tentar mudar mas sem sucesso. Estou a referir-me à fraca aposta que actualmente existe em talentos jovens de valor e que deixa o futuro a longo prazo da empresa em risco. E é importante realçar isto, estou-me a referir especificamente ao futuro a longo prazo. Até que ponto a TNA tem preparado bem o seu futuro?
34 anos. É este a média aproximada das idades do roster actual da TNA. Importante referir que conta apenas com os nomes que estão listados no site oficial da TNA, exceptuando casos particulares como o do Hulk Hogan ou do RVD (casos diferentes), pensando no propósito deste artigo, e não contando com nomes como Petey Williams ou Sonjay Dutt (que não estão no site apesar de os vermos pontualmente) que não iriam conseguir alterar muito este resultado seja porque a amostra ainda é bastante extensa ou porque o resultado mais exacto (33,74) não permite grandes alterações.
Quando pensamos que o mais recente Hall of Famer da TNA, Kurt Angle, tem já uns respeitáveis 44 anos, é fácil dizer que qualquer atleta que esteja na casa dos tais 34 ainda tem muito para dar. É esse o caso dos “eternos TNA”, aqueles nomes que dizer que já fazem parte da mobília da casa é dizer pouco, nomes como AJ Styles, Samoa Joe ou Kazarian. Pelo que podemos dizer facilmente que o futuro da TNA está entregue e, principalmente, irá basear-se muito naquilo que já vemos.
Contudo, o caso do Angle é enganador pois Angle só há um, como todos sabemos. Se formos ver os atletas que estão mais próximos da idade do Kurt, nomes como Daniels ou Bully Ray, chegamos à conclusão que, apesar de tudo, não são nomes que podemos dizer que tenham vindo a estar em constante destaque com o passar dos anos pelo que a idade também se faz notar nestes casos. Ou seja, eventualmente aqueles nomes que referi há pouco que estavam na casa dos tais 34 anos, a que se juntam outros como Bobby Roode ou Mr. Anderson, irão também eles aos poucos ganhar o estatuto que agora pertence a outros mais velhos que apenas estão em grande destaque em alturas pontuais (como é o caso agora de Bully Ray que provavelmente terá sido aos 40 anos, pela primeira e última vez, campeão mundial). Esta é toda uma geração de ouro da TNA que nos próximos anos irá sentir o peso do tempo e da idade e a verdade é que olhando para o roster actual é difícil ver uma nova geração capaz de suportar o legado. Uma geração capaz de manter as imagens de marca da TNA e que permita que a empresa continue a crescer com a sua identidade própria.
De forma a começar a construir esta nova geração e preparar o futuro, a TNA recentemente pôs em prática duas iniciativas distintas de modo a trazer novos talentos para o roster. Nesta primeira parte da minha análise, vou analisar como ambas as iniciativas resultaram/têm resultado e qual o balanço geral que faço.
A primeira iniciativa, o Gut Check, é a que existe há mais tempo e, inclusive, ainda decorre. Pelo menos uma vez por mês, a TNA tem trazido a boa fama das Indys e os vários jovens talentos que por lá andam para os Impacts, onde participam num combate que irá ser avaliado por um júri que por sua vez determinará se o roster da TNA tem lugar para eles ou não. Apesar de ser uma ideia bem pensada e que prometia muito (e ainda promete visto que o lote de lutadores que podemos ver terem a sua oportunidade continua a ser muito vasto), tem sido mal executada e trazido poucos resultados visíveis tendo em conta qual o propósito da mesma: construir uma geração capaz de suportar o pesado legado da geração actual. Apesar de se basear numa clara vontade por parte da TNA em formar futuros wrestlers da casa, entenda-se wrestlers sem ligação e passado numa empresa como a WWE, esta acaba por ser a única grande vantagem que encontro no Gut Check até agora.
Começando pelo primeiro contacto que temos com os wrestlers, ou seja, o combate em que têm oportunidade de participar, raramente tivemos grandes combates ou, principalmente, combates que tenham mostrado o real valor dos jovens talentos. Inicialmente a TNA apostava em combates que oponham os Gut Checkers a um elemento actual do roster, normalmente passando por nomes respeitados como Douglas Williams. Eram combates em que acima de tudo víamos como era a capacidade deles de vender os golpes, pois praticamente passavam os combates só a levar pancada. Tínhamos pontualmente momentos em que lá mostravam um pouco do seu move-set e talento mas na maioria era algo que arrisco-me a dizer que a maioria das pessoas não conseguiria tirar grandes conclusões relativamente aos Gut Checkers.
Passadas algumas edições, a TNA lá percebeu que tinha de tornar os combates mais apelativos e passou a meter em cada combate dois Gut Checkers, em que apenas um deles iria poder ter a oportunidade de ganhar um contrato (sendo que podia mesmo nenhum deles o conseguir). Com isto, passámos a ter combates mais relevantes da capacidade in-ring dos Gut Checkers, visto que já não enfrentavam atletas do roster da TNA, mesmo que a qualidade dos mesmos não tenha subido propriamente (muito devido ao facto de os Gut Checkers não estarem rodados entre si). Foi uma boa ideia mas que, mais uma vez, tem sido mal executada com a TNA a fazer uma má distribuição dos participantes pelos combates, acabando por ter no mesmo combate provavelmente os dois participantes mais fortes e com mais potencial de todo o Gut Check até agora (Jay Bradley e Brian Cage). Aliás, desde que a TNA passou a ter dois participantes avaliados simultaneamente, que não tem conseguido tomar grandes decisões. Desde eliminar o Adam Pearce em vez de um tal de Magno, que depois acabou também por ser mandado embora mas não sem antes nos presentear com um momento surreal em que mostrou as suas excecionais mic-skills, até fazer uma escolha no combate entre a Ivelisse Vélez e a Lei’D Tapa que tecnicamente justifica-se, das duas a Tapa é a que mais pode acrescentar diversidade ao actual roster das Knockouts, mas que acabou por ser uma escolha pouco popular, visto que o público estava claramente do lado da Ivelisse e a verdade é que já há algum tempo que não o víamos reagir tanto a um combate do Gut Check.
Qualquer das formas, o grande objectivo e valor desta iniciativa não passa tanto pelo formato e pelos combates que apresenta mas sim pelas adições que traz ao roster da TNA, e que compõem a tal nova geração (ou parte dela). E é nesse sentido que para mim este Gut Check tem sido uma desilusão. Apesar de já ser grande o lote de wrestlers que a TNA juntou, são poucos os que são de facto talentos confirmados e têm o futuro assegurado. Vejo muitas promessas e poucas garantias de que vão algum dia acrescentar alguma coisa ao produto da TNA. E a pergunta que ponho é que se era para isto porque não dar antes o contrato de desenvolvimento àquele miúdo de 18 ou 19 anos que mostrou já saber o que faz no ringue? Porque dar antes o contrato a gajos como o Alex Silva que foi o primeiro Gut Checker e ainda não mostrou nada apesar das já várias oportunidades? Mas não é só de promessas que o Gut Check está cheio, também temos dois casos em particular que me têm desiludido ainda mais: Christian York e Joey Ryan. Casos completamente diferentes, tirando o facto que são os dois que de longe têm tido mais destaque e oportunidades (tirando talvez o Brisco cuja ligação aos Aces o põe numa situação privilegiada).
O primeiro, o York, é alguém que apesar de ir contra o conceito do Gut Check com os seus 36 anos, tem-me irritado semana a semana por outra razão distinta. A experiência está lá toda, é evidente que sabe o que faz no ringue e não anda perdido nos combates, tem um move-set interessante, tem o aspecto certo, conseguiu desde cedo receber boas reacções do público, prometeu imenso quando se estreou num combate contra o Jeff Hardy em que teve-os no sítio para lhe aplicar um Twist of Fate e, contudo, está em má forma física. Demasiado lento, demasiado previsível. Como é possível um lutador com todo aquele ímpeto que ele teve não conseguir fica em forma? Não é isso que é suposto um atleta fazer? É evidente que o York nunca seria uma solução para o futuro a longo prazo da TNA, afinal já ultrapassa a média de idades do roster, mas que utilidade tem um lutador assim? Uma desilusão.
Já o Joey Ryan não é o mesmo caso do York mas podia estar mais longe. Se não me desse ao trabalho de pesquisar um pouco do que ele fez fora da TNA, simplesmente fazia-lhe referência quando falei do Alex Silva e estava feito. Porque tal como o Silva, o Ryan ainda não mostrou nada do que consegue fazer no ringue. Rigorosamente nada. Tem uma personagem funcional e que apesar de não me conquistar, consigo perceber a piada, mas é tudo o que há a dizer sobre o Ryan. Tem sido um actor a desempenhar um papel, ou se quiserem, um palhaço a fazer palhaçadas. Qual wrestler, qual quê. E o triste disto é que basta uma simples pesquisa no Google para perceber que ele vale muito mais do que isso. Muito mais mesmo. Demorou meses até lá fazer um combate, mas o timing podia ter sido melhor visto que foi no combate de regresso do Suicide onde só lá esteve para fazer brilhar o mascarado. Qualquer das formas, já mostrou alguma coisa. Se é já tarde demais para o Ryan? Naturalmente que não, mas a TNA tem de se apressar em torná-lo um lutador credível, para o bem da empresa e do próprio Ryan. Porque até agora tem sido uma anedota.
E é com este grupo de lutadores, de que ainda faltou referir nomes, que a TNA faz um torneio para apurar qual será o participante vindo do Gut Check a participar nas próximas BFG Series (que é dos acontecimentos mais importantes de todo o ano na TNA) e só tem um candidato credível à vitória. Após meses do formato, tem um candidato com condições para ir enfrentar os main-eventers e os grandes nomes da TNA. Um candidato. Nem acho que dizer que “felizmente a TNA lá deu a vitória ao Jay Bradley” seja correcto porque era o único resultado possível. E isto diz tudo.
A TNA tem de acordar no que toca a este formato e começar de facto a trazer reais talentos jovens das Indys porque senão dificilmente se constrói algum futuro para a companhia. Acho que há uma preocupação exagerada em trazer nomes totalmente desconhecidos, é preciso trazer mais Bradleys e Cages. Já conseguiu reunir um grupo de promessas que ninguém conhece e que podem ser “TNA for life” mas receio que não sejam esses que para já possam garantir alguma coisa que seja à TNA. O Gut Check, como principal resposta da TNA ao envelhecimento do plantel, tem sido uma desilusão por falhar em encontrar atletas capazes de suportar a marca TNA e isto passa por mais do que apresentar uma qualidade de wrestling excepcional, também ter o plantel repleto de main-eventers.
A segunda iniciativa que a TNA realizou recentemente a pensar no futuro, foi o British Boot Camp. Não me vou alongar muito porque sei que muitos de vocês não acompanharam o programa mas tinha de fazer uma referência a uma iniciativa que a cada episódio provava ser uma aposta ganha. O conceito em si do reality show era simples: a TNA encontrou 4 dos mais promissores valores do wrestling britânico e após os ver no seu ambiente natural, trouxe-os para o universo da TNA onde tiveram oportunidade de mais do que interagir com todo o roster, também participar num combate num house show. Apesar de ter havido um vencedor, “The Baby Jesus of British Wrestling” Rockstar Spud, a TNA conseguiu ainda criar bons contactos com três possíveis futuros reforços que certamente iriam acrescentar qualidade ao roster.
Mas falando do Spud, que para todo o caso é quem tem um lugar garantido no roster, é alguém que eu descreveria como o Rey Mysterio da TNA. Com 1,63 m e menos de 60 kg, é difícil partir como favorito para algum combate, sendo um verdadeiro “underdog”. Contudo, compensa com uma boa qualidade técnica e uma grande agilidade dentro do ringue. Até aqui tudo normal, dizem vocês. Mas aquilo que distingue o Spud é algo que ultrapassa a qualidade in-ring, é a personagem genial que ele tem. Desde a entrada épica que faz jus ao nome “Rockstar” até à personagem de heel choramingão sempre pronto a reclamar e a jogar sujo, é entretenimento puro. E aquilo que conseguimos perceber pelos episódios do BBC é que o Spud é mesmo assim como pessoa, o que torna a personagem algo ainda mais natural. Acima de tudo, é alguém que transborda de carisma e um daqueles heels que têm tudo para ser adorados pelo público.
Já tem 30 anos, o que normalmente dado o estado ainda de rookie que tem na TNA (onde se tem ficado pela Ohio Valley Wrestling) poderia não ser bom sinal mas a verdade é que ele já tem a experiência toda precisa para triunfar e acredito que se vá estrear permanentemente no roster principal em breve. Um wrestler cativante que acredito que vá ter muito sucesso na X-Division, e apesar de ter mais dúvidas relativamente a voos mais altos é uma aposta segura para o futuro. A título de curiosidade, pelo que percebi é o treinador (ou um dos) da portuguesa Shanna, o que só nos dá mais razões para o apoiar. Pelo menos, a mim dá. O BBC deverá ter mais temporadas e a TNA só tem a ganhar com isso.
E assim termino a primeira parte da minha análise sobre o que podemos esperar do futuro da TNA, com um artigo em que abordei as bases actuais da formação desta nova geração, passando os olhos pelos atletas ainda mais “verdes” e que ainda terão de evoluir e mostrar mais na sua maioria se querem ter um lugar na companhia. Na próxima semana, na segunda e última parte, irei aí sim abordar os principais nomes que já não são promessas mas sim garantias para o futuro e têm tudo para ser as principais caras da TNA nos próximos anos. Será que o futuro é promissor? Veremos…
Top 3 da Semana
O TOP 3 desta semana é daqueles em que espero ter bastantes respostas e certamente que a TNA não perdia nada em passar os olhos por algumas das sugestões que serão feitas: Qual o teu TOP 3 de wrestlers das Indys que gostavas de ver terem a sua oportunidade no Gut Check?
E é isto rapaziada, mandem também as vossas postas de pescada. Não preciso de fazer nenhum questionário para que isso aconteça pois não? Odeio questionários.
Até para a semana e não percam o próximo episódio que nós tamb— mas o que é que eu estou a fazer? Eu nem se quer via o Dragon Ball. Chega de gelados na testa por hoje. Talvez amanhã.
16 Comentários
Não vias o Dragon Ball? Nem sabes o que perdeste. hehehe
Sinceramente não acompanho muito as Indyes, por isso não posso dizer. Mas pergunto por onde andam jovens de talento, embora não saiba a idade dele, como o ex-Spirit Squad, Ken Doane? Parecia-me muito bom. De resto, gostava de lá ver portugueses, a Shanna está próxima, mas temos outro que poderiam fazer alguma coisa boa.
Eu acho que bom gut Checkers seriam
Adam Cole
Ricochet
Rich swan
Outros nomes que gostaria de ver na TNA mas que não precisariam de gut check eram
Kevin Steen
Davey Richards
Roderick Strong
Michael Elfin
Ahahah adorei a forma como acabaste o artigo xD
Eu concordo com a tua análise. Até hoje, as 3 coisas que mais me irritaram no Gut Check foi ver o Brian Cage a ser eliminado porque só um é que podia ganhar o contrato, que foi para o Jay Bradley; o Adam Pearce a ser preterido em favor daquela anedota do Magno; a Ivelisse Vélez a ser eliminada quando tinha o apoio todo do público. Além disso, foi dispensada da WWE e da TNA em poucos meses, qual vai ser agora a moral dela daqui para a frente de modo a continuar a carreira? Mais importante que isso tudo, ela tem talento! Enfim…
Top 3:
1- Roderick Strong
2- Adam Cole
3- Davey Richards
PS: Nem sei se estes precisavam do Gut Check para alguma coisa, mas pronto 😀
Top 3:
1-Adam Cole
2-Rubix (Jigsaw)
3-AR Fox
Francisco ainda bem que te deste ao trabalho de fazer essa média de idades do roster da TNA e teres chegado aos 34 anos. A idade no wrestling é um conceito muitas vezes contagiado por outas modalidades desportivas. Eu tenho que me perguntar qual é a idade em que um lutador atinge o seu pico de forma? É que me parece que muita gente está à espera que sejam os jovens a carregar às costas as promoções onde trabalham. Esse papel nunca foi e muito raramente será dado a alguém em inicio de carreira. Não é com 19 ou 20, nem sequer 25 anos que um lutador vai chegar ao topo da hierarquia de uma promoção.
Curiosamente fui investigar a idade de alguns campeões da promoção que acompanhei na minha infância de wrestling – a WCW e notei que o Ric Flair foi campeão mundial aos 45 anos, o DDP aos 43, ao Hogan aos 45, o Goldeberg aos 32 anos. Mesmo hoje em qualquer outra promoção, o principal titulo está sempre entregue a nomes mais experientes, até na excelente ROH onde o Jay Briscoe com 30 anos é o actual campeão e sucedeu ao Steen com 29.
Isto é só para referir que não é nada alarmante a média de idades na TNA ser 34 anos.
Eu compreendo a preocupação face à passagem de testemunho, mas em industria alguma, a renovação de recursos humanos se faz por fornadas, como se possível pegar em tudo o que uma empresa tem e deitar fora, colocando no dia seguinte uma data de caras novas. A mudança e a renovação é gradual e mesmo na TNA essa mudança já se foi assistindo. A TNA começou em 2002 com uma série de nomes sonantes da industria do wrestling que asseguravam algum reconhecimento de nome a uma empresa acabada de nascer, enquanto apostava em novos talentos como AJ Styles, Ron Killings, Low Ki…uns que vingaram, outros não. Mais tarde, essas lendas foram saindo e novo sangue entrou, Samoa Joe, Daniels, Kendrick, Amazing Red, Lethal, Kazarian, Sabin…e este é um ciclo que se vai repetindo, mas gradualmente.
A juventude não é garantia de sucesso e a sustentabilidade não se pode medir apenas por quanto atletas abaixo dos 20 ou 30 anos pertencem aos roster. A sustentabilidade faz-se ao construir a marca, para atrair fãs e sobretudo investidores. A TNA tem que continuar a apresentar boa qualidade nos combates, um produto diferente, uma boa produção, grandes histórias e atletas que consigam entregar aos fãs show de enorme qualidade.
Se é verdade que a TNA já cometeu (e vai comentendo) erros na forma como utiliza os seus lutadores mais velhos, a verdade é que hoje há um equilibrio muito interessante entre juventude e experiência.
Só para deixar uma última ideia, lembrem-se que a TNA apesar de toda a projecção mundial continua a ter apenas 2 horas semanais de programação e nessas duas horas tem que entregar tudo – combates, histórias, construção de lutadores, novos segmentos…E nessas duas horas têm que caber as lendas (sim porque a TNA precisa de apelar ao nomes de lutadores como Sting e Hogan, até mesmo o Hardy e o Kurt Angle), precisa de satisfazer os fãs actuais ao mostrar os nomes da casa Aries, Roode, Joe, Magnus, Daniels, Storm, etc e tem que tentar familizar os fãs com as caras do futuro (Bradley, Ion, Kenny King, etc etc). Tudo em 2 horas semanais. Fácil não é?
É claro que o espaço para os jovens é reduzido, mas a constante renovação do roster mostra que é possível. Afinal esta é a casa de Austin Aries, de Bobby Roode, de AJ Styles, Samoa Joe…As estrelas da TNA irão crescer tanto quanto a TNA for igualmente capaz de crescer. Afinal, se a maior empresa mundial de wrestling, com um orçamento astronómico, com dezenas! de horas de programação todas as semanas, não consegue nos dias de hoje construir grandes nomes, como pode qualquer outra empresa com menos recursos e menos projecção mediática criar estrelas maiores?
Confiem no futuro e disfrutem do que o presente vos oferece.
Estás-te a antecipar já ao próximo artigo onde irei dar as minha conclusões finais, pelo que não me alongar muito. Acima de tudo, estás a assumir que acho muitas coisas que não disse ou pelo menos não era essa a ideia que queria passar. É evidente que esta nova geração vai se intrometer no roster de uma forma gradual, sendo que nos próximos anos vamos ter uma mistura entre as duas gerações mas também é verdade que muitos dos main-eventers actuais da TNA estão aproximadamente com a mesma idade, e apesar de cada caso ser um caso, receio que quando um começar a perder o folgo e a capacidade física de outros tempos, os outros também irão começar a quebrar na mesma altura. Assim, a expressão que usaste da “fornada” ganha mais força e não é uma realidade tão distante quanto isso.
Qualquer das formas, neste artigo ainda só abordei as “camadas jovens” da TNA e como receio seu futuro porque nos já vários meses a que temos assistido ao que eles são capazes, temos visto muito pouco. Por falta de oportunidades? Não acho, de todo.
Isto não foi nenhum ataca sem piedade à TNA, pelo contrário, a razão porque critiquei o que critiquei é porque a quero ver melhorar e crescer. Falaste de muita coisa que nem se quer falei ou referi, quase a responder a coisas que nem tive ainda oportunidade de abordar por isso não sei que queres mais que te diga.
Francisco não me limitei a comentar o teu artigo, pois esta questão da juventude no wrestling não pode ser vista de uma forma tão especifica, porque há condicionante e há factores que influenciam essa noção de futuro e vão muito além das ideias que explicaste detalhadamente.
De qualquer modo, não vai haver nenuma saida em massa da TNA, nem nenhuma fornada a se retirar. Isso nunca funciona dessa forma e nós vemos que a TNA já perdeu main-eventers ao longo dos anos (Jeff Jarrett, Ron Killings, Jerry Lynn, Low Ki, Raven, Christian, Alpha Male e até nomes como Nash ou Foley) e nestes 11 anos continua a presentear-nos com excelentes atletas, por isso a seu tempo essa renovação é naturalmente feita.
O ponto que quis fazer é que não podem exigir à TNA (ou a qualquer outra promoção) o mesmo ritmo de construção de um atleta que na principal promoção (que o Heyman chamou esta semana de coca-cola do wrestling) que tem recursos quase ilimitados, muitas e muitas horas de programação, muita exposição, uma equipa enorme a pensar aqueles produtos e sobretudo a possibilidade de mudar por completo um wrestler até este estar nos parâmetros esperados para aparecer nos shows principais.
E quando afirmo isto, não é apenas para a própria TNA, mas para os lutadores também. Ninguém conta uma história em 2 ou 3 shows, ninguém contrói o seu gimmick em 2 horas. Leva tempo até o público formar opinião, até o wrestler convencer a própria organização e como os recursos são limitados, leva tempo a se poder experimentar o que funciona ou não (e muitas vezes isso nem é possivel de fazer). O caso do Austin Aries é um exemplo perfeito, ele esteve na TNA e passou ao lado de lugares de destaque e em 2011 regressou e teve a felicidade de encontrar uma X Division em ruínas, pronta a ser reconstruida e a história fala por si.
Por isso, além dos nomes aqui referidos é importante olhar para a OVW como território de desenvolvimento da TNA, para o Gut Check e o British Bootcamp como uma porta (ainda que rotativa) aberta para novos talentos. Eu não me preocuparia muito com o futuro em termos de talentos, preocupo-me mais com o futuro em termos de investimento.
Já agora não referi…
Top 3
Kevin Steen (que nem precisaria de passar pelo Gut Check)
Adam Cole
Sami Callihan
Claro que o futuro da TNA e qualquer outra companhia depende de outros factores além dos atletas que têm à disposição. Contudo, apenas posso avaliar de uma forma realista o roster e acho que qualquer das formas, o roster é a base do sucesso ou fracasso de uma companhia de wrestling. E ainda bem que é. Quando falo em “futuro da TNA” é uma expressão, um modo de dizer. O correcto neste caso seria algo como isto “Os futuros talentos da TNA”.
Mas mais uma vez estás-me a entender mal. Não critiquei a construção da personagem dos Gut Checkers, até porque essa tem sido exagerada nalguns casos. Falei de algo ainda mais básico, o talento deles no ringue. E podes-me dizer que ainda têm tempo para evoluir, a maioria, mas agora sou eu que te falo na WWE – têm uma lista absurda de jovens talentos com uma qualidade média claramente superior à TNA, e isso preocupa-me porque sinto que a TNA está a ir buscar os nomes errados. Foi isso que quis dizer neste artigo
Isso nem tem comparaação. Mal estaria a WWE se não tivesse os melhores talentos jovens. A WWE é o maior palco desta industria e claro que paga muito melhor que qualquer outra empresa, por isso tem um poder de recrutamento muito superior. Dai eu tantas vezes referir que o mais importante para a TNA é encontrar investidores.
Quanto ao avaliar o talento futuro, como disse é preciso dar tempo. Já houve muitos talentos que não impressionaram logo e anos mais tarde tornaram-se em grandes nomes. É uma questão de melhorar os gimmicks, evoluir no ringue, ter uma boa história para contar e tempo para fazê-lo. Dai ter referido o exemplo do Austin Aries.
E como já disse vezes e vezes sem conta, qualquer apresentada perante 30 mil pessoas e explorada exaustivamente por tudo o que é canal mediático terá ser maior impacto. Dai ser ridiculo, estar a tentar comparar a WWE seja com o que for.
Não estava a comparar dessa forma com a WWE, estava a tomar como ponto de partida. E mesmo considerando a dimensão superior, a diferença é astronómica. Não se justifica, a TNA pode aproveitar melhor o Gut Check Jorge, não tenhas dúvidas. Acho que a situação infeliz do torneio para conquistar um lugar nas BFG Series é prova disso. Mas não me vou estar a repetir. Todos têm margem de progressão mas com o lote já extenso de Gut Checkers já era de se esperar que tivesse mais do que um atleta pronto para ser um adversário credível dos nomes mais respeitados na TNA.
Gostei muito do artigo:
O meu top 3:
-Roderick Strong
-Adam Cole
-Jack Evans
Gostei do artigo, na semana passada o teu artigo saiu rapido do “ar” que nem li!
Qual o teu TOP 3 de wrestlers das Indys que gostavas de ver terem a sua oportunidade no Gut Check?
Não é a minha praia mas o Kevin Steen ROH(ajuda-me francisco), conheço poucos.
Foi um rascunho (que depois nem se quer cheguei a usar) que foi postado. Foi engano mais meu que devia ter antecipado que quando vissem o rascunho assumissem que me tinha esquecido de submetê-lo. Mas lá está, fiquei sem internet e assim é complicado.
O Kevin Steen também é a minha escolha nº1, depois gostava mesmo de ter visto mais do Brian Cage e, claro está, ainda espero ver a Shanna no Gut Check
Top 3 das Indys? Sem ser pela ordem Adam Cole, Davey Richards e o Jay Briscoe.
Mais um grande artigo francisco, as vezes também fico preocupado com isso na divisão feminina temos a tara que já passa dos 40, acho que se precisa ter essa renovação. sobre o top 3 como um bom apreciador de Wrestling Feminino foi fazer meu próprio top 3
1 – Mercedez Martinez
2 – Santana
3 – Jessika Havok
acho que seriam nomes que acrescentariam a divisão Femininda
Olha Francisco, tenho que concordar com muita coisa, principalmente sobre o futuro da TNA, é preciso pegar melhores talentos, talentos mais qualificados no Gut Check, as decisões do Pearce e da Ivelesse foram ridículas, primeiro porque os dois são talentosos e segundo porque a Tapa não tem carisma quase algum e o Magno é simplesmente horrível. Espero que eles possam investir em melhores nomes, aqui dou a minha sugestão:
1- Drake Younger
2- Ricochet
3- Jigsaw