Mensagem recebida. Quanto mais trabalho tiver com um artigo, menos comentários e, imagino eu, menos leitores vou ter. Admito que não sou muito de recorrer a provérbios ou bananices do género, mas há uma ou outra coisa que, com o passar do tempo, lá vou concluindo. E uma dessas coisas que já aprendi é que se nunca esperarmos dos outros, mais do que aquilo que nós fazemos, então vamos-nos dar bem. E, sendo eu um gajo que normalmente só comenta um artigo quando discordo da opinião dada no mesmo ou vejo ali um ou outro disparate maior, fico feliz que os meus artigos tenham poucos comentários.
Na minha ótica, até que é bom sinal. Significa que os artigos não estando excepcionais, hão-de estar ali no bonzinho ou no “come-se” (lê-se?). Além do mais, o enorme salário que recebo por ser cronista aqui no site, faz esquecer qualquer coisinha. Esta lenga-lenga toda, é para tranquilizar alguns de vocês que mostraram preocupação pelo futuro deste espaço, fruto da tal fraca recepção. Não têm com que se preocupar, até porque, se tudo correr bem, por alturas de Setembro/Outubro não poderei continuar a escrever todas as semanas esta bela rubrica, pelo que tenciono aproveitar enquanto ainda posso. Com isto esclarecido, vamos continuar para o artigo em si – antes que os meus 3 ou 4 fiéis leitores fujam.
Faz amanhã duas semanas, que tivemos o quarto PPV “One Night Only” do ano. PPV este, que teve alguns problemas na emissão, ou pelo menos para quem acompanhava pela internet, o que me fez demorar ainda alguns dias a ver o PPV no seu todo. Mas também tendo em conta o conceito do PPV, que está isolado das histórias actuais, este atraso de uma semana não causa grande mossa. Isto para dizer, que o GR2F desta semana, é dedicado ao mais recente ONO “TNA 10 Reunion”. Uma pequena análise, algo diferente do habitual, até porque acredito que muitos de vocês não chegaram a ver o PPV. Desta forma, hei-de avivar a memória a alguns e, a outros, espero eu criar alguma curiosidade para que vejam também eles este PPV que foi, para mim, o melhor ONO até à data e que rivaliza com os PPV’s principais da TNA. De modo a não tornar o artigo muito extenso e repetitivo, voltei a fazer a análise do PPV através de um Top Positivo e um Top Negativo.
TOP POSITIVO
NOSTALGIA: Este foi o primeiro PPV “ONO” que teve um carácter especial, simbólico. E com isto quero dizer que todos os combates tinham uma razão para acontecer. Estava-se a recordar vários pontos importantes da história da TNA, a X-Division, a Knockouts Division, algumas das rivalidades mais marcantes, etc. Por isso, cada combate tinha direito a um pequeno vídeo de antecipação, onde a TNA fez um trabalho descomunal.
Mais do que contextualizar os combates, os vídeos levaram-nos a passar os olhos por alguma da história da companhia e recordar muitos momentos históricos. Todo o ambiente criado, acabou por algumas vezes ser defraudado pelos participantes escolhidos para os combates, mas no geral foi um show muito nostálgico e que foi uma bela homenagem à história da companhia.
QUALIDADE DOS COMBATES: Começa a ser a imagem de marca da TNA (se é que já não é). É impressionante a qualidade que a TNA consegue ter em cada combate, e isto vale para este PPV mas também para qualquer outro PPV ou mesmo Impact!. Neste ONO voltamos a ter grandes momentos, que mesmo tendo já aquele significado especial dado pelos vídeos, conseguiram na sua maioria deixar os fãs de “papo cheio”. Destaco um dos melhores combates X-Division dos últimos meses, um dos melhores do ano.
O Petey Williams foi claramente a estrela, e nem me atrevo a contar a quantidade de golpes diferentes que ele aplicou. Foi um abuso. Tendo isto já sido gravado há meses atrás, não posso falar em a TNA agora abrir os olhos para o que quer que seja, mas sem dúvida que é urgente meter o Williams a tempo inteiro no roster e, principalmente, como uma das caras da X-Division. Também fiquei oficialmente cansado do Kenny King, que deixou de lado os botchs mas passou agora a saltar de um lado para o outro nos combates e dar um ou outro pontapé. Não é suficiente.
Mas o combate da X-Division foi só o início. O combate entre o Aries e o Hardy foi incrível, a história contada pelos dois foi muito boa. O Aries é, sem dúvida, dos melhores performares actualmente. E é bom ver o Hardy fugir um pouco há monotonia habitual, e trazer alguma frescura aos seus combates. Mas acredito que também a isso, muito se deveu o facto de estar a lutar com o Double A. Quanto aos restantes main-events da noite, não desiludiram. Combates entre lutadores que se conheciam muito bem, que recordavam duas das melhores feuds da história da TNA. Não estiveram ao mesmo nível que alguns dos confrontos que se deram aquando das rivalidades, mas tal já era esperado. Ainda assim, deu para sentir algum peso dessas histórias passadas, principalmente no confronto entre os ex-Beer Money, o que tornou o combate ainda mais especial e nostálgico.
TOP NEGATIVO
PSEUDO-REUNIÃO: Durante este último ano, a TNA tem-nos mostrado um novo conceito no que toca à contratação de lutadores para os seus shows. Além do normal contrato que inclui uma adição ao roster e um salário mensal, também temos visto alguns lutadores regressarem para alguns combates mas nunca chegam a ficar permanentemente na companhia. Ou seja, têm um contrato baseado no nº de vezes que aparecem. Desta forma, esperava ver mais alguns regressos de antigos nomes, mesmo que fosse por uma noite apenas (tal como o nome do próprio PPV indica, curiosamente).
Numa noite em que se celebravam os mais de 10 anos da TNA, esperava ver menos combates que podemos ver em qualquer Impact!, mesmo que neste caso fossem para relembrar antigas rivalidades, e isto para não falar do combate da X-Division que me desiludiu em particular no que toca aos participantes. Foi uma boa homenagem àquilo que a X-Division representa, mas quando a TNA ainda tem no roster muitos dos nomes mais importantes de sempre da divisão, não faz sentido terem escolhido um Kenny King ou mesmo um Sonjay Dutt. Não quando se tem no roster nomes como AJ Styles, Kazarian, Daniels ou Samoa Joe. O Petey Williams apesar de não estar, na minha opinião, no mesmo grupo que estes 4 que referi, provou pela sua prestação que mereceu o lugar no combate.
Concluindo, acho que em termos de nomes, este foi um PPV que festejou na verdade mais os últimos 5 anos, pelo menos, e acabou por deixar de parte os primeiros anos da companhia. Tendo em conta que estes PPV’s não têm grande exposição, é compreensível que a TNA não tenha preparado algo em grande mas, mesmo assim, esperava um pouco mais. Nem que seja porque o próprio nome do PPV, “Reunião dos 10 Anos”, indicava algo mais. Imagino que os fãs mais antigos (o que não é o meu caso), esperassem outra coisa em termos de presenças e tenham ficado algo desiludidos. Dito isto, o card do PPV acabou por desiludir.
PÚBLICO: É a história do costume. Cada PPV ONO lembra-nos porque razão a TNA saiu da infame Impact Zone, e mesmo que entretanto já tenhamos visto alguns das desvantagens dessa mesma saída, cada vez que a TNA lá “volta”, é remédio santo para voltarmos a não questionar a saída. Abençoada saída. E porquê? Porque o público da IZ maior do tempo parece alheio ao que se passa no ringue. Quase como se tivessem perdido na arena e agora não encontram a saída. É um público desligado, na maioria das vezes.
Mas vamos ser sinceros: será justo esperar outra coisa? Aquilo está (estava) no meio de um parque de diversões, ou seja, à disposição de pessoas que passem o dia no meio das montanhas russas, no fim irem dar um pulo a um show de wrestling, mesmo que não acompanhei a TNA ou qualquer companhia que seja. Ou seja, a TNA até podia a cada programa conquistar um bom número de novos fãs, mas isso não substitui termos um público que de facto acompanha e compreende o que está a acontecer no ringue. Em termos de qualidade do show, nem se compara.
Neste ONO voltámos a ter um público muito morno, o que também desmotiva os lutadores. Ainda assim, destaco nomes como o Petey Williams, que apesar de não ter escondido que não estava lá muito contente com o público, teve a sua melhor prestação na TNA desde que regressou. Ou seja, apesar de já ser a história habitual no que toca ao público, tendo em conta que o PPV tinha um significado especial e era, de alguma forma, uma celebração, esperava algo mais.
Em jeito de conclusão, posso dizer que este foi o PPV “One Night Only” de que mais gostei. De longe. Toda a temática dos 10 anos, trouxe um simbolismo aos combates que os tornou ainda melhores e especiais. Se esteve à altura da ocasião? Não, tal festejo merecia algo muito mais em grande e com presenças de outros nomes. Mas se dentro da saga dos PPV’s ONO, correspondeu às expectativas? Sem dúvida. E numa altura em que a TNA não atravessa um período de grande consenso junto do público, estas iniciativas relembram-me porque continuo a acompanhar wrestling, a acompanhar a TNA e a escrever este espaço. Que venham mais 10.
TOP 3 DA SEMANA
Depois de semanas com um TOP 3 muito óbvio e de fácil resposta, hoje vamos mudar as coisas. Afinal de contas, este foi um artigo dedicado a um PPV de celebração dos 10 anos da TNA. O convite que vos faço, é que reuniam num TOP 3 os vossos momentos favoritos da TNA. Difícil, não? Espero que sim.
E é isto rapaziada, foi um artigo mais descontraído e simples, que espero que tenha vos tenha despertado a atenção para verem, ou reverem, o PPV. Tentei não revelar qualquer resultado ao longo do artigo por isso mesmo, para que criasse expectativa mas não revelasse demais. Agora é convosco. Portem-se bem e até quando for!
6 Comentários
Gostei do artigo e concordo que parece que a plateia na Impact Zone não sabe o que fazer. Os meus 3 momentos favoritos da TNA são:
3-Debut do Christian Cage
2-Debut do Kurt Angle
1-AJ Styles torna-se TNA World Heavyweight Champion
Mais um excelente artigo, Francisco!
Top 3:
3 – AJ Styles vs Samoa Joe vs Christopher Daniels (Unbreakable 2005) – eu sei que não é bem um momento, mas o combate parte tudo!
Tanto na posição 2 como na 1, vou repetir o que disse o BRRM. Portanto:
2 – Estreia de Kurt Angle (porque foi muito importante para a TNA visto que ele levou consigo alguns dos seus fãs).
1 – AJ Styles vence o título mundial da TNA (na TNA, ele sempre foi e talvez ainda seja o meu preferido por isso, e por tudo o que ele fez pela companhia, foi um momento histórico).
Excelente artigo Francisco. Fico satisfeito por ver que vais escrever o artigo até não poderes mais e sempre que tiveres disponibilidade para tal. A mais não és obrigado.
Tentei fazer um Top 3 apenas com momentos que eu vi desde que acompanho a TNA regularmente ( início de 2012), mas não consegui, uma vez que a maioria desses momentos envolvem revelações de membros dos Aces and Eights ( Tazz, Devon, Bully Ray, Garre… nahh, são só os 3 primeiros xD) e, dessa forma, o Top ficaria muito monótono ( não sei se é a palavra correcta).
3- Estreia do Kurt Angle, devido à intensidade do momento juntamente com o Samao Joe.
2- Promo do Christian Cage aquando da sua estreia. Espectacular!
1- Revelação do Bully Ray como líder dos Aces and Eights. Arrepios. Nunca me esquecerei daquele momento, mesmo sendo óbvio para mim que tal ia acontecer. Não deixou de provar que a previsibilidade pode ser boa, desde que bem construída. Foi o momento alto da TNA desde que acompanho a empresa ( também acompanhei em 2005/2006, mas não me lembro de muita coisa).
Excelente artigo ! O Jeff Harry é muito bom mesmo
Tenho um grande problema com estes PPV, porque ao contrário de muitos dos aqui presentes, eu não consigo ver um show de wrestling sem um história por trás. Por isso eu nunva vejo os ONO, porque para mim, a história é uma parte muito importante de um show de wrestling, e fazerem estes ONO gravados há muitos meses atrásaborrece-me, mesmo que tenhamos ali o combate do ano. E como a TNA me tem desiludido nestas últimas semanas, com despedimentos sem sentido, contratações com ainda menos sentido, storylines com pontas soltas devido à má gestão da TNA (como nos Aces and 8’s com o despedimento de alguém que tinha sido candidato a VP na semana anterior), combates desmarcados por irresponsabilidade dos que lá trabalham (Kurt Angle), e a montanha que pariu um rato (Aces and 8’s), já tem sido dificil eu acompanhar os Impact’s, quanto mais isto…
Como só tenho sido um espectador atento da TNA há cerca de dois anos, vou escolher um top 3 com momentos recentes e pouco rigoroso:
1- A saida do Vince Russo;
2- Os Aces and 8’s;
3- A revelação do Bully Ray como lifer dos Aces and 8’s.
Bom artigo Francisco! (digo isto muitas vezes, mas não é para “dar graxa” ou porque preciso de uma boa introdução, é porque quase todos os artigos deste site são de qualidade. Até pode haver diferenças de qualidade entre eles, mas quase todos são bons. Por isso o elogio significa sempre alguma coisa, por mais vezes que seja utilizado. Já me perdi demais neste tema xD).
Infelizmente, ainda não vi este ONO. Em direto falhou, como sabes, e os vídeos do Dailymotion estavam com bugs sonoros, por isso desisti temporariamente. Mas como tu disseste, pode ser visto a qualquer altura e parecer atual, por isso ainda irei ver.
Concordo com tudo o que dizes. Pouco do que disseste se relaciona com o conteúdo do ONO em si, por isso não preciso de ter visto para isso. Bem, a não ser o ponto “qualidade dos combates”, mas é fácil acreditar que tenham sido bastante bons.
Quanto ao top 3, há que ter em conta que acompanho TNA apenas há cerca de um ano, um ano e meio, e em algumas destas fases não acompanhei “a full time”, tendo feito pausas. E não tenho um GRANDE conhecimento da sua história, mas acho que vi o essencial.
3 – Bully Ray revelado como lider dos Aces & Eights
2 – AJ Styles torna se TNA World Heavyweight Champion
1 – Estreia de Kurt Angle (não fosse ele um dos meus lutadores favoritos de sempre, além de tudo o resto, obviamente)
O combate do Unbreakable 2005 fica guardado para um possível top dos melhores combates da TNA, pois não vou considerar um “momento”.