O Wrestling.pt é o representa Português no TNA Conference Call que todos os meses traz uma entrevista em exclusivo com um lutador da TNA. Este mês foi Austin Aries a estar presente no evento ao qual respondeu a uma pergunta colocada pelo WPT.
Em primeiro lugar quero deixar os meus mais sinceros cumprimentos a todos os que me felicitaram pela edição número 100 do Impacto!. É um marco importante e mais importante é obter o reconhecimento de todos os que ajudam a construir esta comunidade.
Em segundo lugar e antes de avançar para a Conference Call, posso dizer que a edição 100 do impacto! me trocou as voltas quanto aos temas deste espaço e há muito por abordar. Dado que estou a planear que a próxima edição seja dedicada ao novo projecto da TNA, que foi noticiado aqui no WPT relativo à programação permanente, se desejarem que aborde algum dos temas mais recentes nessa edição basta deixarem as vossas questões/sugestões nos comentários.
Vamos então ao que interessa. Na passada Terça-feira dia 29 de Outubro, voltamos a estar presente no TNA Conference Call, uma iniciativa mensal onde vários órgãos de informação da Europa, Ásia e Oceania, são convidados a estar “presentes” por via de chamada telefónica e assim podem colocar algumas questões a alguns dos nomes mais importantes da TNA. Este mês, dada a proximidade ao TNA One Night Only “Tournments of Champions” dedicado aos Campeões Mundiais da TNA, foi Austin Aries que respondeu às questões.
Tive a oportunidade de falar com o Double A e conforme tinha prometido ao André Santos, acabei por eleger a sua pergunta para colocar neste evento. Fica aqui a questão e a resposta:
Pergunta Wrestling.PT
Olá Austin. Sexta-feira, TNA One Night – Only Tournament of Champions, qual o campeão que te inspirou como wrestler?
“Sabes, penso que houve muita gente que me inspirou ao longo dos anos, pessoas como o Eddie Guerrero, Eddie Gilbert, o Dynamite Kid, ou seja, lutadores que não tinham 1,93 metros mas que provaram que podiam entrar no ringue com os melhores e serem os melhores”.
Deixo aqui um resumo da restante conferência:
Sobre o regresso aos Estudios da Universal:
“Eu não vejo que haja grandes mudanças na moral das pessoas. Há sempre mudanças neste negócio como em qualquer outro negócio e isso é algo que as pessoas aceitam, sobretudo na indústria do wrestling onde há muita certeza. De um ponto de vista pessoal e profissional, com o regresso a este território temos de nos concentrar e lidar com as coisas que podemos controlar e isso é a qualidade do produto, sempre que vamos às cordas no ringue, sempre que pegamos no microfone, este é o momento de nos focarmos nisso e menos nas outras questões, onde haverá sempre pessoas interessadas em focar. (…) Estaria a mentir se dissesse que não estou desapontado, mas isto é sem contar com os aspectos financeiros. Eu adoro viajar e gosto de levar a marca lá fora, de levar a muitos locais onde podemos fazer coisas interessantes. Mas potencialmente este regresso a Orlando não será um passo atrás. O conceito 24/7 parece ser bastante interessante e penso que podemos dar um passo em frente. Ás vezes é preciso dar um passo atrás para dar dois à frente. Este novo projecto 24/7 é um conceito único e à medida que vai sendo executado teremos de ver como vai ser encaixado na programação de wrestling habitual, mas este tipo de conceitos mais ligados à realidade são o futuro, onde os fãs nos pode conhecer e ver os bastidores daquilo que fazemos. É isso que os consumidores querem e basta ver a quantidade de programas baseados na realidade que existem. As pessoas querem ver algo diferente, por dentro. Se conseguirmos dar isso aos fãs, é uma boa oportunidade e devemos focar-nos nisso”.
Sobre o conceito dos TNA One Night Only:
“É uma situação única e tanto são uma forma de responder tanto a uma estratégia de negócio, como a uma necessidade. Claro que é difícil distanciar-nos criativamente do que estamos a fazer naquele momento e termos de pensar que aquele evento será transmitido semanas ou meses após a data de gravação, mas temos de pensar nestas coisas como uma entidade ou uma abordagem única. Como este PPV é um torneio, torna-se bastante mais simples já que tudo é mais linear e para os fãs este conceito é único e isso será algo que podem apreciar. Nós não podemos pensar muito naquilo que se passa às Quinta-feiras e por isso temos de nos focar na nossa personagem e no nosso adversário, já que a história destes PPV se encerra em si própria e é independente de tudo o que se passa naquele momento. São dois conceitos separados e dá-nos a oportunidade de nos focarmos mais no wrestling e menos nas storylines”.
Sobre a TNA em 2006 e a TNA em 2011:
“Eu digo às pessoas que não há nenhuma prova que eu seja o Austin Starr. Talvez partilhemos a mesma tatuagem…Mas eu lembro-me de estar na TNA nessa altura (2006) e penso que a TNA mudou desde então, sobretudo cresceu muito internacionalmente e isso é algo que não é valorizado pelos fãs nos Estados Unidos. Nós temos crescido e temos tido muito sucesso noutros mercados, como o Reino Unido. A TNA cresceu muito desde 2006, hoje estamos em directo, estamos na estrada, claro que isso vai mudar um pouco com este novo conceito, mas quem acompanha a TNA sabe que esta empresa está sempre a procurar formas de crescer, de tentar mudar um pouco as coisas e empurrar o envelope um pouco. O importante é encontrar uma combinação que funcione e que mexa com os fãs de wrestling e que capte a atenção de fãs casuais também”.
Sobre o seu formato preferido para a X Division (Triple Threat Matches ou combates de singulares):
“Eu tento sempre trabalhar com estilo diferentes e personagens diferentes, o que for preciso. É um pouco como estes PPVs, em que vamos para o ringue e sabemos que será apenas por uma noite e temos de dar o melhor combate que conseguirmos. Gosto disso, mas como artista e como lutador gosto igualmente de estar numa storyline a longo prazo, onde realmente temos algo que nos podemos empenhar e desenvolver. Por isso, eu gosto de ambos os formatos. Há neste momento alguns nomes no roster que gostaria de ter uma storyline mais duradoura, mas veremos o que acontece…”.
Sobre a importância da X Division actualmente:
“A importância tem muitas vezes a ver com a pessoa que está com o título na altura. A divisão pode ser “empurrada” para a frente quando é preciso ou pode ser menos visível, até pode ser usada para mudar o ritmo do programa. Neste momento, aquilo que está a impedir a divisão de ter o seu destaque próprio é que não existe uma definição daquilo que a X Division realmente é. É difícil definir hoje o que é. Podem dizer que é um estilo de wrestling, mas isso não é verdade. Eu luto nesse estilo e isso é uma parte de mim, mas não me define. O valor da X Division hoje é que pode ter múltiplas funções, consoante aquilo que a organização precisar e isso é algo valioso. Além disso é uma boa rampa de lançamento para alguns atletas e por isso é bom estar na X Division e a divisão será sempre uma parte importante da TNA”.
Sobre o campeão da TNA mais dominante:
“Os dois que me vêm logo à cabeça são o Jeff Hardy e o Kurt Angle. Eu há muito que queria encontrar o Angle no ringue e vou ter essa oportunidade. Este tipo de combates em torneios representam exatamente o que nós podíamos fazer se tivéssemos mais tempo de programação, com combates de grande qualidade e muito intensos. Eu sei que em relação ao Kurt, se nós olharmos e nos cruzarmos com ele é bom que estejamos preparados para trabalhar, porque ninguém entra no ringue com o Kurt para lutar “a meio gás”. Ele e o Jeff são os nomes mais proeminentes. Ambos vieram de outro lado onde fizeram grandes coisas e quando chegaram à TNA continuaram a conquistar grandes coisas e têm uma grande reputação. Eles são os nomes que me passam pela cabeça quanto aos mais dominantes, além de mim próprio que não preciso referir porque já o sou”.
Sobre o seu combate preferido na sua carreira:
O meu combate preferido pelo titulo foi na Ring Of Honor contra o Samoa Joe e que naquela altura foi o combate mais importante que tive na minha carreira. Eu levei a tarefa muito a sério, porque eu sabia o trabalho imenso que o Joe teve em elevar aquele titulo e dar-lhe prestigio e estava consciente da responsabilidade de lhe seguir os passos. Esse combate catapultou a minha carreira e a minha confiança. Quando perdi o titulo uns meses depois, foi também algo especial pela atmosfera que esse combate teve”.
Sobre os seus combates preferidos como fã:
“Eu não sou uma pessoa de ter favoritos. Há coisas que gosto e coisas que não gosto. Mas eu vou ser honesto, há um combate clássico da AWA com o Hector Guerrero que me deixou perplexo. As coisas que o Hector fazia nessa altura deixaram-me louco. Eu lembro-me de ver aquilo e pensar que tenho de ir buscar um caderno e apontar tudo, porque eu vou fazer isto. E tendo em conta o ano em que aconteceu e a fluidez e o carisma deste tipo, foi incrível”.
Sobre o número de PPVs anuais:
“Eu não sei o que vai acontecer em 2014. Até hoje não recebi nenhuma informação sobre os calendários para 2014 e como tal não sei que mudanças vão acontecer. Mas na minha opinião pessoal, depende se estamos a falar só de PPVs regulares. Eu sempre fui um grande fã do conceito tipo “Clash of Champions” é excelente para se trazer para a televisão. Mas talvez, 4 a 6 seja um bom número. Um PPV por mês era muito e não pareciam especiais. 6 talvez sejam uma boa opção, com alguns shows especiais adicionais na televisão ao longo do ano, como já tivemos este ano e que funcionam para mim. É uma questão de continuar a testar a teoria e ver o que funciona”.
Agradeço a todos os que deixaram sugestões de perguntas para este evento.
Até ao próximo Impacto!
8 Comentários
Obrigado Jorge, significou muito para mim!
Só li por”alto” e vou comentar mais tarde!Um muito Obrigado!
Aries demonstra ter inteligência e é bastante perspicaz, e não fugiu as questões com meias respostas.
Falou em estar desapontado, porque gosta de estar “on the road” mas sabe que mais tarde a TNA vai colher os frutos.
Quando falou no combate preferido ser contra Samoa Joe…concordo aos olhos de um fá, apesar de gostar do que também fez na ROH contra CM Punk.
Tal como o Ricardinho gostava de saber o combate que ele falou do Hector!
Parabéns pelo trabalho Jorge!
Alguém sabe ou tem alguma ideia de qual é o combate a que ele se refere do Hector Guerrero?
Austin!!!!grande wrestler técnico!
Excelente trabalho Jorge. Muitos parabéns, mais uma vez.
Excelente trabalho. Muitos parabéns 🙂
Epá muita inveja…
Também gostava de saber que combate foi esse do Hector, nem sabia que tinha sido lutador…
Muito bom mesmo esse conceito da conferece call e claro, parabéns pelo trabalho mesmo.