Na semana passada falei aqui de uma importante novidade na TNA – a iniciativa #Impact365. Esta semana irei abordar duas outras novidades – o regresso aos estúdios da Universal e a situação de AJ Styles e do Titulo mundial.

Desde já tenho a dizer que por motivos profissionais me foi impossível escrever para além destes dois temas. Como tal, este será um Impacto! mais reduzido do que eu tinha planeado, mas fica a promessa que em breve irei me alongar um pouco mais sobre a actualidade da TNA.

Impacto! #103 – Onde a Acção Nunca Acaba! (2)

Mas vamos começar pela actualidade da TNA e pelo Titulo Mundial. AJ Styles pegou no World Heavyweight Championship e abandonou a TNA (em grande estilo diga-se de passagem) deixando muitas dúvidas no ar sobre o seu futuro na TNA e sobre o futuro do seu titulo. A Presidente DIxie Carter foi rápida a anunciar que iria agendar um novo torneio pelo Titulo Mundial e todos os combates iriam ter uma estipulação especial, sorteada com recurso à “Wheel of Dixie” – uma espécie de roda da sorte em formato portátil. Esta ideia não é inteiramente original, já que a WCW a tinha posto em prática, mas as estipulações são curiosas e entre algumas versão de combates Hardcores há dois conceitos que levantaram muitas dúvidas entre os visitantes do WPT – Dixieland match e um Coal Miner’s Glove match. O Coal Miner’s Glove é um combate que foi usado na WCW e consiste numa luva de metal que é colocada no cimo de um poste e o lutador que a recolhe pode usá-la (pessoalmente é daqueles conceitos que não me enche as medidas…). O Dixieland match ainda não foi desvendado, mas quando houver novidades eu irei noticiar. Durante estas semanas li muitos comentários sobre algumas semelhanças entre a história de AJ Styles e uma suposta versão da mesma produzida pela WWE. Eu não estou em condições de comentar estas afirmações dado que já não acompanhava a WWE quando essa história com o CM Punk avançou. De qualquer forma, se me descreverem o que aconteceu na altura, como a história começou, como se desenrolou e como acabou, talvez possa comentar sobre o tema. Para já apenas posso acrescentar uma ideia que há muito venho a defender. Nada no wrestling hoje é original, pelo menos quando falamos de storylines. Tudo o que foi inventado é hoje reciclado. Aliás, esta história de abandonar a organização com o titulo já tinha sido feita pelo Ric Flair na WCW (duas vezes), pelo Brock Lesnar na NJPW e pelo próprio Punk na Ring of Honor…por isso o que a TNA está a fazer não é original, mas será uma oportunidade de o fazer melhor. Aliás, na indústria do entretenimento penso que esta será quase uma regra – o segredo não está em criar algo novo, mas em criar qualidade a partir do que já existe. Basta ver na televisão onde séries como o The Walking Dead, Homeland ou Sons Of Anarchy pegam em conceitos já existentes e já visitados e criam uma roupagem nova. O wrestling, com décadas e décadas de existência “limitada” à acção dentro de um ringue, provavelmente há muito que esgotou as histórias que poderia contar e com muita facilidade encontramos pontos de contacto entre os dias de hoje e o que se fez há 10 ou 20 anos. Por isso, o importante é perceber o que a TNA pode fazer com AJ Styles e neste aspecto parece-me positivo as colaborações com a AAA (México) e Wrestle-1 (Japão). Não só fortalecendo a marca TNA fora dos Estados Unidos, como podendo construir pontes para a estreia de talentos do México, do Japão e de outros países na TNA. Em termos de storyline parece-me evidente que no final do dia vamos ter um combate de unificação dos títulos – AJ Styles o campeão mundial que defendeu o titulo pelo mundo fora contra o Campeão da TNA que superou todos os restantes candidatos e ai será apurado o verdadeiro TNA World Heavyweight Champions. Duas ideias a reter: há muito que ouço alguns rumores na TNA sobre uma possível mudança na designação do Titulo mundial – em vez de se chamar TNA World Heavyweight Championship passaria a TNA World Championship (caindo o conceito de peso). Talvez esta seja a oportunidade da TNA instaurar essa mudança, de ter um titulo sem divisão, verdadeiramente global. Segunda ideia, James Storm é um nome a ter em atenção . Não seria de todo surpreendente que a TNA resgatasse um lutador que há muitos meses anda perdido entre ser um babyface aleatório e um lutador de uma tag-team pouco legítima. Não me surpreenderia que a TNA muito em breve viesse a causar um heel-turn no personagem de James Storm, levando-o a bater Magnus na final do torneio, eventualmente levando a um AJ Styles vs James Storm pela unificação dos títulos e com Storm a sair vencedor e mais tarde poderíamos ter James Storm vs Magnus pelo titulo mundial, no Bound For Glory. É uma previsão minha e veremos o que acontecerá com James Storm a muito curto-prazo.

Sobre o regresso da TNA à Universal Studios. Não posso deixar de sentir que a TNA está a dar um passo atrás, apesar de todos os argumentos a favor que possa pensar e que sobretudo estão relacionados com a redução de custos. Fazendo um balanço destes 8 meses na estrada, foi uma experiência que até começou bem e com arenas lotadas, mas algo parece ter falhado no caminho. O número de pessoas a assistir tornou-se bastante reduzido, com a infelicidade da TNA ter levado o Impact Wrestling a cidades onde o público parecia assustadoramente parecido com o adormecido auditório da Impact Zone. Não vejo que a qualidade dos shows tenha algum impacto neste insucesso, mas talvez a TNA deve reflectir sobre a forma como procura proteger e divulgar as marcas TNA e Impact Wrestling. Seja como for, tornou-se incomportável, com a TNA arriscada entrar numa espiral de prejuízos e só assim se torna menos penoso ver a TNA a optar por ter um local fixo para a gravação do Impact Wrestling.

Impacto! #103 – Onde a Acção Nunca Acaba! (2)

Então o que poderá sair de positivo daqui? Bem sem o peso de todas as despesas associadas a estar na estrada, a TNA deve conseguir suportar novamente algumas extravagâncias como a pirotecnia ou os direitos de autor de algumas músicas de entrada. Estes elementos parecem detalhes, mas estes detalhes trazem um ambiente diferente ao show e não nos esqueçamos que a TNA está a realizar edições especiais do Impact Wrestling, como vamos ter esta semana o Turning Point, por isso o público tem de sentir que há diferenças (desde logo na apresentação) entre um Impact Wrestling, um PPV, um TNA One Night Only e um Impact especial. A poupança que a TNA vai fazer pode igualmente ser usada para a contratação de nome já com alguma reputação no circuito independente.

Impacto! #103 – Onde a Acção Nunca Acaba! (2)

Desde já lamento a versão mais reduzida do Impact! desta semana. Na próxima edição estaremos dedicados à conference cal com o Magnus e não se esqueçam de continuar a deixar as vossas perguntas.

Até ao próximo Impacto!

1 Comentário

  1. Cadu Ito11 anos

    Ótimo Impacto!

    Concordo com quase tudo que foi dito… em especial sobre a storyline do AJ Styles… a TNA está praticamente arrumando o que a WWE não fez… por mim o Styles tem que ficar no mínimo uns 4 meses fora só disputando o título pelo mundo todo… assim dar credibilidade para o título que foi criado e está no torneio, depois voltar e ter a desforra pelo campeonato.

    Sobre a TNA voltar à Orlando, creio que foi uma boa coisa, já que o público fora não muda muita coisa, o negócio é mesmo sair para os PPV’s.