O Wrestling.PT é o representa Português no TNA Conference Call que todos os meses traz uma entrevista em exclusivo com um lutador da TNA. Este mês foi a vez de Samoa Joe e Magnus estarem presentes e responderem a algumas questões!
Na Quarta-feira dia 5 de Março, o WPT voltou a ser convidado para o TNA Conference Call, uma iniciativa mensal onde vários órgãos de informação da Europa, Ásia e Oceania, são convidados a estar “presentes” por via de chamada telefónica e assim podem colocar algumas questões a alguns dos nomes mais importantes da TNA. Este mês, dada a proximidade ao TNA Lockdown, foi o World Heavyweight Champion Magnus e o #1 contender Samoa Joe a marcarem presença.
Este evento tem uma duração aproximada de uma hora e durante esse tempo houve sempre diferentes orgãos de informação a colocar questões. O Magnus alongou-se bastante nas respostas, aliás ele tomou sempre a iniciativa de ser o primeiro a responder e fê-lo com um enorme à vontade e bastante eloquência. O Joe esteve um pouco mais inibido, mas pareceu-me ser um verdadeiro fã de wrestling, além de ser um atleta extraordinário. Estas foram as pergunta WPT:
Perguntas Wrestling.PT
A minha primeira pergunta é para o Joe. Durante esta recente Tour Britânica saíram algumas noticias sobre um suposto discurso que fizeste no autocarro, após o final da tour. Podes revelar se estas noticias correspondem verdade? Em que consistiu este discurso e porque sentiste que tinhas de passar a mensagem para o resto do balneário?
Samoa Joe: “Sabes, foi mais um discurso de agradecimento e de parabéns do que um discurso inspiracional. Eu nessa semana sofri uma perda na minha família mais próxima e estava do outro lado do oceano com a TNA e não podia estar com a minha família…foi muito difícil para mim. No entanto toda a gente na TNA foi incrível e me deu bastante apoio durante esses dias. Além disso sinto que toda a gente fez um trabalho brutal em tão pouco tempo de Tour e esse discurso foi para reconhecer isso e quando se trabalhar com bons profissionais o teu trabalho fica muito mais facilitado”.
Magnus, o Joe foi teu parceiro durante algum tempo. De que forma pensas que isso pode influenciar a tua prestação no Domingo?
Magnus: “O Joe e eu já nos cruzamos várias vezes e em ambos os lados da barricada. Foi parceiros muitas vezes e fomos adversários outras tantas. Há uma química inegável quando nos encontramos e os nossos estilos acabam por chocar ou se fundir, dependendo de como olhas para a questão ou do dia da semana. Sei que o resultado é bom wrestling e sei que como adversário consigo trazer o melhor do Joe. Este Domingo será o combate mais intenso e fisicamente mais desgastante para ambos, porque queremos nos destruir mutuamente”.
Deixo-vos agora alguns dos melhores momentos desta conference call:
Sobre o Lockdown voltar a ser um PPV com todos os combates dentro de uma jaula:
Magnus: “Isso faz o nosso trabalho mais difícil. Nenhum de nós olha para esse aspecto como uma coisa que não nos queremos envolver, não é esse o caso. Mas obriga-nos a trabalhar de forma mais árdua e a pensar de forma criativa sobre o que fazemos fazer, para que os fãs saiam felizes. É um novo território para mim e é algo que o Joe conhece bem. Apesar das nossas diferenças na televisão, a verdade é que um steel cage match será bom para ele. Para mim é uma oportunidade para me mostrar novamente”.
Joe: “Este é um desafio e nesta indústria há imensos desafios e eu vejo este combate como um desafio. Agora o importante é que vamos ser nós a encabeçar este PPV, o que não acontecia algo assim há bastante tempo. Isto é ainda mais importante para a TNA, que hoje é uma organização diferente do que era até há 1 ano atrás. Há muita química positiva a acontecer hoje e este PPV vai mostrar isso mesmo”.
Sobre ser o World Heavyweight Champion:
Magnus: “Obviamente que agora tenho uma responsabilidade diferente a todos os níveis, por usar a este título agora e isso envolve até o facto de eu estar aqui nesta conference call e tentar dizer que sim a todas as iniciativas que envolvem os media, porque acredito que essas responsabilidades vêm com o título. Se isso me traz mais trabalho…bem, claro que há trabalho e há recompensas. Há dias em que gostava de me encostar um pouco e não ter tanto para fazer num dia, mas tenho de pensar que este é o meu trabalho e é o que envolve estar no topo de uma grande organização, é uma pressão positiva”.
Sobre voltar aos main-events:
Joe: “É uma honra tremenda e é o local para estar. Eu nunca fugi disso e sempre quis essa posição, por isso espero conseguir capitalizar essa vontade no Domingo”.
Sobre Magnus ter sido vaiado em Inglaterra mesmo sendo um campeão Britânico:
Magnus: “Essa era uma preocupação mais de toda a gente do que minha. Eu tinha acerteza que os fãs Britânicos iam fazer a coisa certa. Os dias são diferentes hojes, o tempo em que os fãs aplaudiam só porque alguém era do Reino Unido ou de Inglaterra, esse tempo já vai longe. Ele assistem ao produto como qualquer outro público e às vezes os Britânicos até têm um olho mais perspicaz que outros públicos e tiveram a reacção que acharam que deveriam ter. Fico feliz por isso, porque isso é o negócio”.
Sobre ter estado tanto tempo afastado dos title shots:
Joe: “É um conjunto de circunstâncias que levaram a isso. Muitas vezes senti que havia gente na organização que simplesmente não me queria ver no topo. Agora muitas dessas pessoas ficaram pelo caminho e eu continuo aqui, forte e consistente e a com as capacidadades que tenho no ringue. Sei que parece um disco riscado, mas quero capitalizar esta oportunidade. Esta é a verdade, se me apresentam as oportunidades eu vou querer agarrá-las e fazer o melhor com elas”.
Sobre ser o primeiro campeão mundial Britânico:
Magnus: “tenho de dizer que ser o primeiro campeão mundial Britânico não era uma coisa que eu estivesse a par. Eu não sabia que isso nunca tinha acontecido até começarem a falar nisso, por eu estar perto de ganhar o título. Penso que ainda hoje não pensei bem nisso. Eu tenho muito orgulho no que alcancei, mas confesso que não sou exageradamente patriótico. Eu conquistei este Titulo por mim, por querer chegar ao topo e não porque queria fazê-lo pelo povo Britânico ou algo parecido. Mas digo que fiquei muito surpreendido com a forma como isso teve importância para as pessoas e só por isso fico impressionado e emocionado”.
Sobre se poderá ganhar o Titulo no Lockdown:
Joe: “Se ganhar, é a confirmação de que sou o lutador especialista mais letal do wrestling professional. Ninguém quer entrar no ringue comigo, ninguém fica entusiasmado por me defrontar. Estou determinar a provar a todos que ainda sou o melhor”.
Sobre a parceria com a Wrestle-1:
Magnus: “Está a ser positiva a parceria. Voltámos do Japão na Segunda-feira e adorei estar lá, adorei a forma como tratam o wrestling lá, a conferência de imprensa antes do evento e toda a atenção que recebemos, eles são de um profissionalismo fantástico e isso dá credibilidade a tudo o que é feito. Toda a gente da TNA que voou até lá trabalhou imenso e acabou por silenciar os críticos que falavam do alcance das suas capacidades, como no caso dos BroMans que fizeram uma excelente exibição. Fiquei muito impressionado com o KAI, o meu adversário e penso que no final do evento todos estavam muito contentes e penso que este evento foi o primeiro de muitos”.
Joe: “Eu já tive a experiência de trabalhar algum tempo no Japão e com várias organizações. Uma coisa que é certo com o Kajih Mutoh (Great Muta) é que ele é sempre capaz de se reinventar e apresentar-se de formas diferentes. O conceito da Wrestle-1 é diferente das restantes promoções Japonesas. É algo mais feito com algum improviso, e o que o Muta está a tentar fazer na W-1 acabou por me apanhar de surpresa. É uma organização muito promissora e a TNA decidiu bem apostar nesta parceria e estou muito satisfeito por a poder aprofundar”.
Sobre se o wrestling pode voltar a ter a popularidade dos anos 90:
Magnus: “Eu penso que pode. Por vezes temos a tendência para esquecer que todo o panorama dos media mudou. Mesmo nos shows televisivos, qualquer série hoje não tem uma audiência tão grande como as maiores séries dos anos 90, porque há mais escolha. No wrestling é igual e é verdade que por vezes olhamos para os números das audiências e parece que não há assim tanta gente a ver, mas hoje a TNA é uma empresa global e temos que ver os números dessa forma. O wrestling é hoje uma indústria que transcende línguas e países. Por isso, temos de continuar a apostar em ter um produto global e com as decisões certas, no tempo certo, poderemos ter grandes resultados. Nós não somos lideres em termos de marketing, mas as parcerias que temos criado como com a Wrestle-1 podem ajudar e temos de continuar a desenvolver as nossas estrelas e o nosso produto. Toda a indústria beneficia com isso. Penso que talvez hoje, podem não estar muitas pessoas sentadas a ver um show de wrestling ao mesmo tempo, mas se juntarmos os diferentes países, as compras de PPV, as pessoas que assistem online, o wrestling ainda tem uma audiência enorma”.
Sobre se começa a ser visto com um referência para os lutadores mais novos:
Magnus: “A liderança é uma coisa que vem naturalmente. Se alguém quiser vir ter comigo e pedir conselhos eu tento estar disponível e penso que isso faz parte de como sou. Eu tento ajudar, mas isso é colaboração, não necessariamente liderança. Eu sempre tentei fazer o melhor que sabia e se as pessoas olharem para mim e para o meu trabalho e reconhecerem em mim uma referência, então fico satisfeito”.
Sobre talentos que gostavam de ver na TNA:
Magnus: “Eu não estou muito familiarizado com o circuito independente nos Estados Unidos, até porque nunca trabalhei de forma muito extensa nele. Acredito que existem talentos fantásticos a trabalhar na cena indy nos EUA. Obviamente que o meu conhecimento é maior em relação ao território Britânico. Há três talentos que vale mesmo a pena ver. O Marty Scurll tem feito um trabalho excelente e continua a evoluir imenso, ainda recentemente fez um combate brutal com o Tanahashi e continua a desenvolver o seu personagem. O Dave Mastiff que é um enorme talento, é um tipo pesado, mas que se mexe muito bem e é um atleta impressionante para todo aquele tamanho, o que me faz lembrar o Joe. Por fim, o Rampage Brown é uma excelente pessoa, um grande trabalhador com uma atitude fantástica e que tem um visual muito interessante e penso que qualquer um deles merece ter uma oportunidade em breve e espero que venham a ser vistos com algum cuidado”.
Joe: “Para mim, na verdade eu não tenho tido tantas oportunidades para ver o que vem a acontecer na cena indy, pelo menos da mesma forma como há uns ano atrás. Mas o Willie Mack de Los Angels é o tipo que tenho que nomear, por essa uma anormalidade de talento. Certamente há outros que estou a esquecer, mas ele tem muita experiência no ringue e é alguém com um enorme talento”.
Se sente mais pressão depois da saída de AJ Styles:
Joe: “Não sinto pressão nenhuma. Isso seria ridículo, porque eu pedi a pressão e era isso que eu queria. A única pressão que poderia sentir seria de não conseguir ser bom o suficiente, mas isso nem me passa pela cabeça. Por isso não há pressão, apenas entusiasmo”.
Sobre os seus combates de sonho:
Magnus: “Adoraria trabalhar com o Flair quando esteve ainda estava no seu pico de forma, mas nem sei se o meu coração iria aguentar, o tipo era uma máquina. Mas se pudesse substituir alguém na história, gostaria de ter estado no lugar do Hogan quando ele defrontou o Andre The Giant. A ideia de lutar diante de 96 mil pessoas é arrebatadora”.
Joe: “Eu escolheria o Bruiser Brody. Ele tem a energia que eu gostava de encontrar num adversário e penso que teríamos uma luta bem equilibrada. Seria essa a minha escolha”.
Sobre a melhor parte de ser um wrestler:
Magnus: “Penso que é sê-lo. Tanto eu como o Joe estamos aqui hoje e podemos dizer que levamos um vida muito boa. Nós podemos relaxar e olhar em volta e pensar o quanto é fantástico pagarem-nos para fazer isto, percebes? É muito bom. Temos dias em que vamos trabalhar, seja na televisão, sem um house show e estamos com o adversário certo, com o público animado e deixamo-nos absorver por tudo o que está a acontecer e nessa altura sentimos que tudo vale a pena”.
Joe: “Obviamente que a melhor parte é ter tido a oportunidade de viajar pelo mundo e ver muitas culturas diferente, enquanto entretemos as pessoas. Esse é uma das coisas boas do wrestling, é dar esssa possibilidade de conhecer de perto muitas pessoas diferentes em muitos locais diferentes, enquanto levamos o wrestling às suas portas”.
Sobre as recentes entradas e saídas da TNA:
Magnus: “Houve muita gente que passou pela TNA que não estava a trabalhar no melhor interesse da organização, mas sim para ele próprios, fosse para ganharem algum dinheiro extra, fosse para ter um local de trabalho enquanto esperavam regressar a algum lado. Eu tenho muitas teorias sobre isso e pouco tempo para explicar, mas o importante é que nos últimos 6 meses começou a haver uma enorme vontade de organização. Nós já passamos por muitas incertezas e muitos de nós chegámos a duvidar do que iria acontecer, mas hoje vemos pessoas como o EC3 que está a ter bastante atenção, os BroMans, o Sam Shaw está a ser formidável e eu incluo-me nesse grupo. Estando há 5 anos na TNA ainda me vejo como um novo talento à procura de me estabelecer, por comparação a outros já estabelecidos como o Joe, o Roode ou o James. Penso que o mais interessante é que estes nomes mais seguros gostam dos novos talentos, eles querem lutar com eles e trabalhar com eles e por isso há uma nova energia. Os últimos meses têm sido de grande mudança na energia do roster”.
Joe: “Penso que isto não tem nada a ver com regimes, tem a ver com o foco. O foco mudou em diferentes pessoas que passaram pela organização. Agora sentimos que há uma vontade emergente de criar coisas novas e há uma química muito boa entre toda a gente do roster. Estes são tempos muito positivos e há muita confiança entre todos nos bastidores”.
Video da Semana
Bobby Lashley fala do regresso à TNA!
Não se esqueçam que durante esta semana podem ainda deixar as vossas questões para Dixie Carter.
Até ao próximo Impacto!
6 Comentários
Mais um excelente trabalho!
O Magnus e o Joe (na minha opinião) pelas respostas que deram, estão satisfeitos e realizados na TNA, o que é bom. É nestas conference call que verificamos muitas vezes o estado de espírito dos wrestler’s e, hoje, ao ler o Impacto!, verifico para meu agrado, a satisfação destes.
Sei que não vem ao caso mas, ver a capacidade da TNA no U.K e ver o que tem nos USA, deixa-me triste, pois existe uma campanha para “agredir” a imagem da TNA. Redes sociais e outros meios, estão a destruir um trabalho fantástico feito no U.K.
Eu sou um homem de emoções, e na tour vimos como a TNA pode ser GRANDE, ou pelo menos diferente. Chegamos ao States e vimos um PPV estrondoso, a roçar a perfeição mas com poucos adeptos na arena.Ainda bem, que os que lá estiveram foram fantásticos.
Por isso gosto de ver e ler, que alguns main eventers estão satisfeitos com a sua vida na companhia.
Parabéns Jorge por mais um grande trabalho.
Obrigado pelo comentário André e penso que estas conference calls continuam a ser excelentes iniciativas. Para mim, porque tenho a oportunidade de falar com atletas muito talentosos, para o Wrestling.pt por estar num evento de forma tão exclusiva a representar mais de 250 milhões de pessoas que falam a Lingua Portuguesa e precisamente para a comunidade de fãs de wrestling (sobretudo em Portugal e no Brasil) que mostram a uma das grandes empresas mundiais de wrestling que são fãs interessados e que aqui há mercado.
Quanto à reflexão que fazes sobre a UK tour, concordo em absoluto e apenas acrescento que a TNA tem uma quota parte muito grande no negativismo que recebe hoje, mesmo quando é injusto. Foram muitos erros e muitas repetições dos mesmos erros…
Belo trabalho! É ótimo ver que o Samoa Joe está, novamente, feliz na TNA.
Uma dúvida: E a entrevista com a Dixie, quando sairá?
Estou a recolher as últimas questões e irei encaminhá-las para a Dixie. Assim que receber as respostas, irei publicá-las aqui no Impacto! Eu apontaria talvez daqui a uma ou duas semanas.
Obrigado pela resposta. Estou ansioso por essa entrevista!
Excelente trabalho Jorge, mais uma vez.