O Impact Wrestling da semana passada trouxe alguns desenvolvimentos interessantes e que merecem uma atenção especial. No Impacto! desta semana irei falar de quatro segmentos que merecem ser destacados e que parecem representar uma nova direcção para as actuais storylines.

http://youtu.be/KyNPtZ-NHl0

Unlocked

O Unlocked pode facilmente tornar-se na versão TNA do No Holds Barred Match. Confesso que quando li no site da TNA que o combate entre o Gunner e James Storm na semana passada seria “sem limites, sem restrições, sem countouts e sem desqualificações” fiquei curioso para perceber se estaríamos diante de algum conceito novo. Na verdade não estamos. O Unlock Match é no fundo um combate sem desqualificação, onde o pin pode ser feito em qualquer parte (dentro ou fora do ringue). Embora este gimmick match tenha uma presença muito vincada em diversas promoções, a TNA pode construir aqui mais um elemento diferenciador da sua marca.

A TNA fez um excelente trabalho a semana passada, onde tenho de salientar os vídeos promocionais que tem ajudado a construir Gunner. O facto de a TNA dar oportunidade ao público de rever e enquadrar a história de uma determinada feud ou de um lutador, é um ponto muito positivo para educar quem procura seguir o Impact Wrestling.

Gunner foi claramente beneficiado por esta atenção especial aos detalhes. Começou por receber algum tempo de televisão por altura do Feast or Fired Match e o vídeo de promoção a enquadrar o passado militar de Gunner com a sua carreira na TNA, foi importante para dar aos fãs uma razão para olharem de forma mais séria para Gunner. O Lockdown foi o teste de fogo para o Modern Day Viking, onde conseguiu arrancar o combate da noite, numa luta com muito elementos hardcore. O combate teve spots memoráveis, desde o superplex para as cadeiras às trocas de finishers, servindo para elevar Gunner a um estatuto de credibilidade que nunca antes este atingiu. Curiosamente, James Storm está igualmente a beneficiar com a sua nova faceta heel, recuperando algum interesse para o seu futuro depois de ter andado perdido no roster, quase como um super-herói sem causa.

http://youtu.be/McuYJIywHP8

Caça ao Willow

A TNA mostrou recentemente alguns vídeos em que EC3 e Spud andam pelo meio de florestas, numa América perdida, à procura de Willow. Há duas ideias que sobressaem: a dupla cómica que é Spud e EC3 e a forma como o personagem Willow está a ser apresentado. Há muito para gostar na dupla cómica, Spud extravagantemente camuflado e EC3 descontraidamente a empurrar Spud para uma tal de “Operação Escudo Humano”. É para já um bom sinal, que Spud se mantenha activo mesmo com a saída de cena de Dixie Carter.

No entanto é o personagem de Willow que neste momento me causa sentimentos muito ambivalentes. Se por um lado, me agrada este Willow enquanto uma espécie de Jeff Hardy com um estilo mais agressivo, tenho que questionar se a TNA está a tomar a decisão correcta em não usar o nome de Hardy, quando o roster está cada vez mais vazio de nomes que sejam facilmente reconhecidos pelos fãs casuais. Curiosamente, nos posters dos PPVs mais recentes, a imagem de Hardy continua a ser lançada, o que me leva a pensar que a distinção Hardy/Willow é algo que deve estar a deixar muita gente a coçar a cabeça nos bastidores da TNA à procura de uma fórmula que funcione. Acrescento que estranhamente, a TNA ainda não encontrou nenhuma utilidade para Willow. Na verdade, independentemente de todos os vídeos e segmento, eu não consigo ainda ultrapassar a ideia de que a TNA pegou num dos nomes mais bem-pagos do seu roster e naquele que rende mais dinheiro em merchadising e colocou-lhe uma máscara, para que este pudesse ter uma personalidade mais heel. Jeff Hardy? Heel? Bem na verdade é exatamente isso que Willow parece ser, se pensar na forma feroz como Hardy atacou um já de si indefeso Spud, com um guarda-chuva e mais tarde com as escadas. Fico com a ideia que o público está confuso em relação a este lado negro e mais agressivo de Hardy e se a TNA não definir rapidamente o caminho que Willow deve seguir, arrisca-se a ter um dos seus nomes de topo a ser assobiado e não pelas razões certas…Já agora, se Willow é ainda e só uma experiência, não seria melhor Hardy e a TNA terem preparado a sua utilização de forma mais cuidado e com algum significado? Talvez se a TNA construísse lentamente a transformação de Hardy em Willow, estaríamos hoje a encarar este desvario de outra forma…

http://youtu.be/9CukudaeI9k

Knux

Se há uma coisa em que a TNA realmente merece crédito é na coragem de tentar coisas diferentes. Em quase 12 anos de história, a TNA já assumiu muitos riscos para tentar criar um produto diferente de tudo o resto, com a X Division, o ringue de 6 lados, os gimmick matches, os segmentos de bastidores ao estilo documentário, a forma quase teatral de relatar o que aconteceu na semana passada, 12 PPVs, 4 PPVS, TNA One Night Only PPvs, GutChecks, Open Fight Night, etc etc. Parece-me que a TNA volta a arriscar algo totalmente diferente com Knux. O gigante dos Aces and 8s afinal até fala e surgiu na semana passada com uma apresentação diferente. Reza a história que a sua antiga namorada o chamou de volta à terra natal. Knux, que deveria ter herdado uma espécie de feira ambulante, seguiu a carreira de wrestler e deixou para trás o negócio de família. Com as recentes cheias a devastar parte do território Norte-Americano, Knux regressa a casa para encontrar a sua herança destruída, mas decide pôr mãos à obra para melhorar a situação da sua família.

Tudo o que descrevi está longe de ser um cenário de wrestling, mas será certamente interessante perceber como irá a TNA trazer esta história de Knux para dentro de um ringue. São raras as vezes que as promoções se dão ao trabalho de explorar tão profundamente um personagem e quem sabe se a TNA não se prepara para fazer exatamente isso com um renascido Knux.

Impacto! #122 – Novas Direcções?

Eric Young

Não poderia terminar sem falar em Eric Young, que esta semana está na luta pelo Titulo Mundial. O que é realmente curioso é que Eric Young surge num combate desta importância, sem nunca o ter pedido e a TNA esteve bastante infeliz ao construir o Four-way match entre Magnus, Joe, Abyss e Eric Young. Mesmo esquecendo a pouca lógica de um embate entre Samoa Joe e Eric Young como o que ocorreu a semana passada, simplesmente não entendo como é que o Magnus apresenta o Abyss como já não sendo funcionário da TNA. Será que se despediu? Foi despedido? No entanto, o MVP acaba por colocar o Abyss num combate contra o Magnus…afinal o Abyss não é funcionário da TNA apenas em algumas ocasiões…a falta de coerência segue quando Samoa Joe defende que deve estar naquele combate, porque merece uma oportunidade justa para ganhar o titulo mundial. Ora, porque razão Joe precipita este rematch quando tem tudo a ganhar ao esperar um combate entre Magnus e Abyss, que resultaria sempre no fim da parceria e, logo, num combate garantidamente justo e sem interferências para Joe? A falta de estratégia de Joe é por demais gritante. Mas o segmento não acabou enquanto MVP não juntou Eric Young ao ramalhete. Apesar de considerar o Young um dos mais subvalorizados talentos da TNA (e ele próprio recordou algumas das coisas que já fez na TNA desde a Team Canada, aos Frontline, à Wold Elite e às gimmicks Paranoid Freak e Super Eric), a verdade é que nem ele fez nada que justiçasse agora estar num main-event, como o próprio não o pediu. Aliás, o Eric Young cansou-se de elogiar Samoa Joe e no final acaba por estar no mesmo patamar que este. Parece-me uma escolha precipitada da parte da TNA, ainda mais quando me lembro que há poucos meses, este senhor estava ainda ao lado de ODB a ser chamado de former Knockout Tag-team champion.

Impacto! #122 – Novas Direcções?

Video da Semana

Bad Influence ensinam a cozinhar!

Até ao próximo impacto!

3 Comentários

  1. Jorge excelente perspectiva dos visados no teu artigo. Sou sincero, na semana passada não vi o impact (já não perdia um episódio há muito tempo) devido a muitos factores, um deles talvez a falta de emoção…maybe…Senti que tinha que fazer uma paragem na minha experiência TNA. Quando li que Abyss foi apresentado como não pertencendo ao roster e ser um lacaio do campeão…não percebi e gostava de perceber a sua inclusão no fatal 4 way…

    Samoa Joe teve a sua oportunidade, mas aquilo que gostava de ver era Bobby Roode ou Aries, deveriam de estar sim no fatal 4 way e, havia muita história para desenvolver.

    Em relação ao Hardy/Willow.gostei muito dos vignetes, mas depois ao vê-lo em ringue é o Hardy com mascara, como escreves vamos ver para onde vai este enigmático wrestler.

    Em relação ao Knux, vou ter que ver hoje/amanhã, para ter a minha opinião!

    Excelente artigo Jorge!

  2. Paulo Vinicius11 anos

    Pergunta que não quer calar: quem é a rapariga que divide os vignettes com o Knux? Fiquei curioso… seria ela uma possível Knockout a ser apresentada em breve ou apenas teria papel de valet?

    Aliás… tenho estado a gostar muito a maneira como a TNA tem gerenciado os seus talentos. Podemos até concordar que a inclusão do Eric Young na feud entre Magnus e Joe tenha sido (para ser beeeem bonzinho) exótica, mas eu gosto do Eric. Acho que essa faceta mais agressiva dele, lhe faz muito bem. Esse é o Eric Young da época do World Elite em que estava no spotlight. Para mim, Abyss e Eric Young tem roubado a cena. Dois entertainers de qualidade, além de excelentes atores. A promo do Abyss quando ele foi revelado pelo Eric Young deu calafrios na espinha. Não sabia que o homem sabia fazer aquele tipo de promo.

    Na minha opinião, apesar do produto ainda estar a dever muito, a TNA tem protegido e valorizado muito mais os seus talentos do que a WWE. Não quero iniciar o velho debate de quem é melhor, mas até o Kenny King está recebendo um tratamento de qualidade. Quando eu vejo a WWE, percebo a maneira porca que ela trata o seu plantel. Imagine a cara dos roteiristas da TNA a olharem a rival e verem Ziggler, Sandow, McIntyre e tantos outros talentos a serem subvalorizados… Imaginemos aqui o que se poderia fazer com eles caso um tratamento de qualidade semelhante ao que a TNA faz, tivesse sido realizado com eles. Se um Derrick Bateman se transformou em um cara muito interessante dando o tratamento e a gimmick adequada, imagine com um talento como Ziggler.

    Adorei a maneira como você analisou o Willow, Jorge. Quando eu vi o Willow fazendo as promos antes do Lockdown, achei que ele seria uma espécie de traidor ou wild card no Team MVP. Mas, é preciso lembrar também que o Taz e o Mike Tenay a toda hora comentam que o Willow é o alter-ego descontrolado do Hardy. Eles mencionam isso quase que hipnoticamente a cada 3 segundos de aparição do Willow. Eu queria que eles dessem uma direção logo para a gimmick. Para mim, ela pode se encaixar como um tweener se fosse encarada como wild card. Mas, para isso, Willow precisa atacar uns faces só porque sim…

    O James Storm está soberbo como heel. Me dava raiva ver o homem entrar em uma feud só porque ele estava com vontade de brigar, beber e pegar mocinhas. O personagem dele tinha se tornado um Cowboy John Cena (apesar do James Storm em seus piores dias dar de 1000 a 0 no Cena em ringue… melhor que os Five Moves of Death). Me lembrou o Chris Jericho na época da feud com o Shawn Michaels em que o Chris enfiou a cara do Shawn no televisor. Ótimas promos… e a veracidade nos vídeos aliado à seriedade do Storm tem feito só elevar o Gunner. Magnus e Gunner são ótimas mais-valias para a TNA. Gunner para 2015 vai ser top face e disputar seu world title.

  3. Excelente artigo Jorge.