Esta semana trago-vos uma edição especial do Impacto! onde irei apresentar os principais momentos da conferência de imprensa com a presença do TNA World Heavyweight champion Eric Young. O Wrestling.PT é o representa Português no TNA Conference Call que todos os meses traz uma entrevista em exclusivo com lutadores da TNA.
Na Quarta-feira dia 11 de Junho, o WPT voltou a ser convidado para o TNA Conference Call, uma iniciativa mensal onde vários órgãos de informação da Europa, Ásia e Oceania, são convidados a estar “presentes” por via de chamada telefónica e assim podem colocar algumas questões a alguns dos nomes mais importantes da TNA. Este mês, dada a proximidade ao Slammiversary, foi Eric Young a marcar presença.
Este evento tem uma duração aproximada de uma hora hora e durante esse tempo houve sempre diferentes orgãos de informação a colocar questões. O Eric Young começou por ser algo distante na forma como respondia, mas foi ganhando balanço e conseguiu passar algumas ideias muito interessantes. Confesso que esperava vê-lo mais comunicativo, mas era notório algum cansaço durante este evento. Coloquei uma questão e fiquei surpreendido pelo enorme destaque que recebeu por parte dos restantes orgão de informação presentes. É sinal que fazemos as coisas bem. Fica a pergunta Wrestling.PT:
Olá Eric. Vou colocar uma questão difícil, mas tenho que o fazer. Recentemente o Frankie Kazarian deu uma entrevista em que falava de algum embaraço que os actuais lutadores da TNA sentiam por todos os problemas que se diz que a organização está a atravessar. Sinto que existe muita negatividade para com a TNA ultimamente, por isso queria que comentasses estas ideias.
No mundo criativo seja no wrestling, seja na música, tudo o que tenha a ver com a indústria do entretenimento traz muitas críticas. As pessoas vão sempre esperar determinados padrões. Eu lembro-me de haver sempre opiniões negativas e noticias negativas desde há muitos anos atrás, talvez desde 2013. A TNA tem um programa transmitido em centenas de países, tem uma audiência televisiva muito sólida nos Estados Unidos, faz house-shows todos os fins-de-semana e é uma organização global de muitos milhões de dólares. A negatividade faz parte do wrestling, sempre haverá e faz parte do entretenimento. Eu estou a aprender isso com o Animal Planet. Há coisas que não são para todos. É sempre mais fácil comentar coisas más ou escrever coisas más e basta olhar para qualquer noticiários que é raro surgir uma noticia positiva. No wrestling não é diferente. A TNA está aqui, continuará aqui, não vai a lado nenhum e está tão forte quanto antes e a negatividade faz parte deste mundo.”
Fica aqui o resumo da restante conferência:
Sobre o que significa estar no main-event do Slammiversary depois de uma carreira atribulada na TNA:
“É uma combinação de coisas…Isto é onde qualquer pessoa no wrestling quer estar. É um dos maiores eventos do ano, vou estar no main-event a lutar pelo meu World Heavyweight Championship. Não pode ser melhor que isto. Este é o maior combate da minha vida e vou tratá-lo dessa forma, estou preparado a 100% e garanto que não vão sair desapontados”.
O que mudou desde que se sagrou Campeão Mundial:
“Isto é algo que sempre quis, é algo que sempre soube que conseguiria alcançar, que podia estar neste nível e que era capaz de o fazer, mas não sabia quando…o wrestling é um mundo louco, nunca se sabe…mas estou preparado para a responsabilidade, quero responsabilidade e sempre quis essa responsabilidade. Para ser honesto estou a puxado para trabalhar em 10 mil direcções diferentes entre ser o World Heavyweight Champion da TNA, ser lutador do Impact Wrestling e ainda com o meu show no Animal Planet, mas este é o meu melhor momento enquanto wrestler profissionar e estou tão envolvido em tanta coisa que é fantástico.”
Sobre ser subutilizado pela TNA durante anos:
“Para mim o melhor dia da minha vida de wrestler, além de ter sido Campeão Mundial, foi ter assinado o meu primeiro contrato profissional e dizer que é isto que faço como profissão. Sei que um cliché, mas ser wrestler é algo muito difícil e para mim essa é a realidade. Eu tenho estado na televisão todas as semanas durante mais de 10 anos e ser capaz de ter versatilidade, eu faça as pessoas rir eu posso fazer isso, se querem que as pessoas não gostem de mim eu posso fazer isso, se querem que seja Campeão Mundial eu faço isso, se querem que seja campeão de tag-team eu também faço isso. Eu sei que há tipos nesta indústria que fazem isso, mas não são muitos. Geralmente encontram o seu papel, encontram o seu nicho e fazem a mesma coisa durante 15/20 anos. Eu faço tudo e experimento tudo. No wrestling já fiz de tudo e não mudaria absolutamente nada.”
Sobre a sua barba e um conselho para os aspirantes a ter uma barba comprida:
“A melhor dica é sejam homens. Nunca se sabe se vai ficar bem ou não até experimentar. Algumas pessoas conseguem ter um bom visual, outras não. Não há nenhum segredo a não ser deixar as coisas fluir e experimentar. (…) Eu vou usar barba enquanto puder. Eu gosto da barba, gosto de a ver em mim, até há alturas que não me reconheço. Eu não gosto de fazer a barba e por isso não ter a fazer é o melhor de dois mundos. A barba dá um ar duro, dá um ar na moda e é algo que hoje está em voga. Lembro-me que em 2009 se alguém aparecesse de barba era esquisito e hoje não. Para mim a barba é hoje tema de conversa e faz-te diferente de tudo o resto, faz-te parecer interessante mesmo que não sejas e eu não sei se sou ou não (risos). Eu gosto de ter barba e vou ter enquanto puder.”
Sobre os seus momentos preferidos na TNA:
“São os meus bebés, ninguém escolhe um preferido entre todos os seus filhos. Mas tenho que destacar onde estou hoje, pois era aqui que queria estar desde que pensei em fazer vida como wrestler. É um cliché, mas é verdade. Isto é o que queria fazer desde que tinha 5 anos e hoje carrego o titulo todas as semanas, represento a organização, estou envolvido em tanta coisa que não posso pedir mais que isto. Mas todos os momentos foram especiais para mim da World Elite às Knockouts à Team Canada, foi tudo importante para mim e para a minha carreira e para mim é muito bom experimentar todos estes papéis ao longo dos anos e ser visto de tanta formas diferentes. A versatilidade é importante para mim e espero manter-me relevante por muito tempo.”
Sobre a inspiração para defender o Titulo todas as semanas:
“Eu vejo isso enquanto fã de wrestling. Como fã de wrestling eu não me lembro do wrestling enquanto manobras ou combates, mas sim em momentos. Eu lembro-me de alguns momentos muito claramente em termos de com quem estava, como me senti, se o que vi me fez sentir alegre ou zangado e são esses momento que ficam na memória. Por isso eu quero criar tantos momentos desses quanto possa e é isso que me levou a ser wrestler. Hoje ainda sou um fã e penso o que gostaria de ver como fã e sendo hoje World Heavyweight Champion quero defender este titulo tanto quanto possível, contra tantos adversários quanto consiga e isso para mim é o que gostaria de ver como fã. No fim do dia, quero que as pessoas pensem no meu reinado e que apreciem o facto de ter tentado ser um campeão que luta frequentemente, que tenta dar aos fãs esses momentos e que fez do wrestling algo divertido de se ver.”
Sobre a duração do seu reinado:
“Eu quero ser campeão para sempre e morrer com o titulo no meu caixão. É a vida perfeita. Se acontece ou não, vamos ver. Eu gostava de bater o recorde de mais tempo com o titulo. O Bobby Roode é quem detém esse recorde e eu adorava destruir esse registo dele. Adoro este meu papel. Confesso estar muito cansado, com muitas dores, sinto uma enorme responsabilidade nos ombros, mas quero respeitar o main-event pois esse tem de ser sempre o melhor combate da noite. Se depois é ou não, as pessoas decidem. Mas acreditem que dou 100% no ringue, mesmo cansado, magoado, com sono, não deixo de dar 100%.”
Sobre se ser campeão acabou por ser uma surpresa ao fim de tantos anos:
“Sim acabou por ser uma surpresa e isso não é fácil de fazer hoje em dia. Com a internet e este mundo global, não é fácil criar uma surpresa e a TNA fez isso. Foi um grande momento e felizmente fiz parte dele. Ser campeão não foi uma surpresa para mim. Não quero parecer arrogante, mas eu sempre soube que queria ser wrestler e sei que sou bom no que faço, sei que trabalho imenso e sei que um dia ia ser campeão. Claro que se há uns anos me perguntasses se isto viria a acontecer, talvez respondesse nunca se sabe e o wrestling é uma loucura, há sempre tanta coisa a mudar todos os dias. Estou orgulhoso de ser campeão.”
Sobre Ric Flair e o uso de uma das suas manobras em ringue:
“Essa manobra (turnbuckle flip) aprendi a fazer talvez no meu terceiro dia na escola de wrestling. É algo que sempre quis fazer e não é difícil. Há um pequeno truque, mas é algo que sempre quis fazer e que agora uso. O Ric quando esteve na TNA ele veio para ser manager mais que para lutar, apesar de ele ainda tentar entrar no ringue. Ele sempre foi muito simpático e ajudava-me bastante. É uma boa pessoa e dava dicas muito boas e penso que ele gostava do que eu fazia. Um dia fui ter com ele e perguntei-lhe se podia usar aquela manobra e ele respondeu: «bem alguém que o faça, pois eu já não consigo de certeza». Ele passou a tocha e eu agradeci e sinto-me orgulhoso por isso.”
O que falta à TNA para crescer:
“Bem falta definirmos uma direcção. Temos de escolher um caminho e marchar. É isso que sinto que a TNA tem feito nos últimos 6-8 meses. Eles fizeram um plano e estão a cumprir. O wrestling é isto, tens que ter um plano. Claro que as coisas mudam. Há tipos que se lesionam, há tipos que saem, há quem se torne popular quase de um dia para o outro e temos de nos adaptar. Mas é preciso ter uma visão e é preciso conseguir que mais pessoas vejam a TNA, que nunca viram antes.”
Sobre o uso de pessoas na TNA que não se importavam com a organização:
“Seria bom ter jogadores de equipa, mas as pessoas querem ajudar-se a si próprias. Não vamos ter ilusões. O wrestling é uma industria de “mim” e de “eu”. Eu próprio olho para mim primeiro, mas eu sei que se a TNA não estiver por ai eu não tenho emprego. Se não houver mais nada nesta indústria, há cerca de 90% das pessoas que hoje cá estão e que eu conheço que não têm emprego. Por isso, cada um tem de fazer o melhor que sabe, mas tem que jogar em equipa. Empresas como a TNA são boas para toda a gente especialmente para nós que cá estamos, mas também para a indústria. Quanto mais depressa a TNA crescer, mais depressa podemos ter novos lutadores a trabalhar connosco, mais pessoas connosco.”
Sobre quem deveria estar no TNA Hall of Fame:
“Há uma lista enorme de nomes. Mesmo que não sejam uma escolha pessoal, há muita gente que esteve aqui muito no início, como o AJ Styles, David Young, Shark Boy, estes tipos que ajudaram a criar a TNA. São estes nomes que os fãs querem ver pois eles fizeram a TNA crescer e abriram caminho para todos os que hoje estão cá e era muito bom ver algum destes nomes. Ainda para mais, muitos deles são grandes amigos e a minha escolha pode ser parcial, mas penso que muita gente concordará comigo.”
Sobre se Jeff Jarrett será algumas vez induzido no TNA HOF:
“Nunca digas nunca. Alguma vez pensaste que o Eric Bischoff iria aparecer no Monday Night Raw? Isso aconteceu. No wrestling não há nuncas. Eu adoro o Jeff, ele deu-me o meu emprego, ele apoiou-me e sou amigo dele. Adorava que ele entrasse no HOF e se hoje estamos aqui a conversar é por causa dele. É assim tão simples.”
Sobre se voltará a ter uma gimmick cómica:
“Esse será sempre uma faceta minha. Tive muitos momentos cómicos e muitos nem foram planeados. Basicamente alguém lançava uma ideia e eu seguia e dizia que queria fazer isso. Isso não era planeado e são coisas que acontecessem. Eu não tento ser o tipo engraçado, mas penso que sou assim, porque já na escola acabava por ser o palhaço da turma. Penso que faço as pessoas rirem. Gosto de comédia e de humor, mas sê-lo a tempo inteiro…não sou assim, nem posso ser assim agora na TNA. O mais importante é divertir as pessoas, seja pela comédia, seja pela emoção, todos esses elementos são uma parte do wrestling. Lembra-te que o Steve Austin consegue ser engraçado, o Rock é engraçado, o Kurt Angle é engraçado, o Shawn Michaels e o Triple H conseguem ser engraçados, o Sting, o Ric Flair…todos conseguem ser cómicos à sua maneira e isso é o pro wrestling. Eu não vou para o ringue contar anedotas, mas faz parte de mim esse lado cómico.”
Sobre o seu combate de sonho:
“Se pudesse defender contra qualquer pessoa a minha escolha seria o Bobby Roode. Esse é o tipo que mais gosto de lutar no mundo. Por isso é ele que escolho. Ele consegue dar um combate muito diferente de qualquer outra pessoa e para mim ele é hoje o melhor pro wrestler do mundo. As nossas carreiras por vezes desviam-se, mas acabamos sempre por nos encontrar e gostava de o fazer em breve. Um grande amigo também.”
Sobre quem o inspirou como wrestler:
“Ric Flair foi uma influência enorme para mim. Terry Funk, Sting, Steve Austin, The Rock, Randy Savage, Shawn Michaels, são esses os grandes nomes, os tipos que entravam no ringue e me faziam querer ver wrestling. Não há nenhuma ordem em especial, mas acredito que o Shawn Michaels seja talvez o melhor performer de todos os tempos dentro de um ringue. Dúvido que alguém o venha a bater nesse aspecto. Talvez possam existir melhores lutadores, mas no global é ele.”
Sobre a importância de ser versátil:
“Lembro-me de uma frase do Terry Funk. Ele disse um dia: «O Terry Funk será sempre o Terry Funk, mas a indústria do wrestling muda todos os dias. Por isso se o Terry Funk quer continuar a fazer parte da indústria tem que saber mudar com ela”. Fiquei com isso marcado na memória e isso sempre fui capaz de fazer. É uma competência e daquelas muito importantes. Eu não mudaria nada do que fiz até hoje, até porque este lado cómico levou-me a ter o meu programa de televisão no Animal Planet. Claro que ser World Heavyweight Champion exige algo diferente e penso que já provei que o consigo fazer.”
Video da Semana
Os Dallas Cowboys envolvem-se no Slammiversary!
Até ao próximo Impacto!
8 Comentários
“Eu quero ser campeão para sempre e morrer com o titulo no meu caixão.”
Credo, que exagerado xD
“lembro-me de haver sempre opiniões negativas e noticias negativas desde há muitos anos atrás, talvez desde 2013” portanto há muitos anos atrás desde o ano passado?
Excelente trabalho Jorge e lançaste uma pergunta onde decerto que ele(young) pensou rapidamente numa resposta politicamente correcta pois, acredito que decerta forma ele é o campeão mundial e não pode lançar duvidas e criticas a companhia que lidera enquanto campeão 😉
Óbvio e a pergunta certamente não só o surpreendeu como foi citada posteriormente por outros sites presentes. Apesar de não esperar uma resposta muito diferente daquela que ele deu, não deixa de ser interessante a forma como se esquivou não referir o Kazarian.
Sei que não vem muito ao caso mas, achei que o video onde mostra Lashley a vencer Young, um publico brutal, interligado com o combate. Começo a pensar que vermos os combates via net não demonstra o real valor dos mesmos, e por vezes a qualidade do som, ou outros aspectos relevantes pode dar-nos uma perspectiva bem errada do que realmente é ou foi!
Eu não via este Impact via stream e acabei por fazer o download do show (torrent) e é uma grande diferença. Adorei o segmento final entre o Kurt Angle, os seguranças, o MVP, o King e o Lashley, mas não sei se para que viu via stream ou dailymotion se ficou com a mesma noção de intensidade.
Outra coisa que reparei foi o público animadissimo durante o combate entre o EY e o KK. Deu até para perceber o enorme pop que o Joe recebeu.
Esse foi um erro meu na transcrição. Obviamente que ele disse 2003.
Mas espero que possas comentar algo mais que um erro num digito…parece-me que o evento tem mais substância que isso 🙂