Genesis – Capitulo biblico e por definição a origem, o ponto de partida de algo. Para a TNA, dia 7 de Janeiro é o inicio de um novo capitulo da sua conturbada história. Mas será este um tempo de mudança?
O tempo é relativo. O tempo parece não se mover quando estamos à espera de alguma coisa e foge rápido demais quando não queremos que algo acabe. Seja como for, o tempo é um bem valioso que não deve ser desperdiçado, pois não pode ser recuperado. E por falar em tempo, fiquei algum sem escrever o Impacto! desde que o Impact Wrestling se despediu da Spike TV, com uma breve interrupção para vos trazer a entrevista com o Jeff Jarrett. Durante este tempo de “férias” da TNA, aproveitei para usar esse tempo para me pôr a par de algum wrestling, principalmente o Lucha Underground, vi alguns shows da CZW, ROH e NJPW e consegui finalmente ver o PPV da WWE NXT que tanto deu de falar. Tudo excelentes formas de saciar o apetite por bom wrestling. O tempo também permiu ir reunindo uma série de ideias e opiniões sobre o futuro da TNA e a comunidade que gravita em torno desta organização parece que veio trazer alguns debates muito interessantes sobre o que pode vir a ser o Impact Wrestling. Uma coisa certa, foi esse universo de possibilidades que manteve ocupados os fãs, pelo menos durante esta pausa.
Em concreto muito pouco se sabe e antevejo um tremendo risco que já foi escrever sobre ele. Mas o mais impressionante da nova casa do Impact Wrestling é a quantidade de tempo que os produtos com a marca TNA estão a receber não só no canal Destination America, como em toda a rede Discovery que tem feito publicidade ao Impact Wrestling. E tempo, tempo de antena deixou de ser um inimigo do crescimento da marca. A TNA irá manter 2 horas por semana de Impact Wrestling, às quais junta para já uma hora de programação ao Sábado. Além disso, o Destination America vai esta Quarta-feira exibir uma maratona de melhores momentos da TNA e irá ao longo da semana exibir programas especiais dentro da mesma temática. Quase diria que a TNA consegue em 15 dias ter mais tempo de antena no DA, que num mês inteiro de Spike TV.
Focando este novo show ao Sábado, o TNA Unlocked, irá incluir uma série de repetições e melhores momentos do Impact Wrestling, a juntar a conteúdos exclusivos (segmentos de bastidores, entrevistas, etc.), tudo pela condução experiente do “The Professor” Mike Tenay, que promete trazer credibilidade e construção para o que acontece semanalmente na TNA. Um dos segmentos que Tenay anunciou é um Power Ranking, uma espécie de Top 10 dos wrestlers que estão em melhor forma dentro da divisão Heavyweight. Este tipo de ideias pode não ser exatamente nova ou original, mas é bom ver a TNA a cuidar e a promover os seus talentos, talvez criando até alguns temas interessantes para debate nas redes sociais.
Mike Tenay vai então deixar a mesa de comentários (Tazz e Josh Matthews assumem as rédeas) e terá um papel muito próximo daquele que Mean Gene desempenhava na WWF, trazendo entrevistas exclusivas ao wrestlers (O André tem de fazer um Vintage sobre ele). Esta é uma oportunidade para avançar as histórias, construir melhor cada gimmick e aproximar os fãs dos personagens, tudo pela mão de um dos nomes mais experientes da indústria do wrestling. No papel, parece uma boa ideia sem dúvida. Em vez de encher o Impact Wrestling com muito segmentos, a TNA irá usar a prata da casa e o tempo que agora tem para aprofundar toda a parte criativa.
Algo estranho neste regresso do Impact Wrestling à televisão é a falta de informação sobre o que esperar de dia 7. Sabemos que haverá um Roode vs Lashley parte III, que alias está brilhantemente promovido, pelo menos visualmente, mas pouco mais se sabe. Há alguns pontos que podemos prever, sobretudo num confronto The Revolution já com a estreia do Indiano Shera vs The Wolves e talvez com os Hardys à mistura. Com o regresso de Kurt Angle aos ringues há uma fila de adversários à espera, incluindo EC3 e MVP e é de prever um Low Ki vs Samoa Joe.
Se há coisa que a TNA não pode ser acusada é de arriscar. Ao longo dos quase 13 anos de existência têm sido muitas as ideias e conceitos apresentados, uns acertados e muitos falharam. Nos últimos 2 anos e depois do desastre que foi a era Immortal, a TNA tratou de dar aos fãs aquilo que foram pedindo, desde sair da Impact Zone, ter shows em directo, trazer de volta o ringue de 6 lados ou apostar em talentos “originais”. Se a tradição se mantiver este show de dia 7 de Janeiro será memorável.
O meu único senão é que nos últimos meses senti que o Impact Wrestling enquanto show de wrestling esteve ao mais alto nível, mas como produto televisivo não foi capaz de captar a atenção dos fãs. Este “desligamento” entre storyline (ou seja, entretenimento) e a acção dentro do ringue é o que faz o wrestling um produto tão especial e não sei se a TNA estará apta para voltar a fazer essa conexão, sobretudo quando parece apostada em trazer cada vez mais elementos de reality show para dentro do produto – quanto mais se quebra a chamada “quarta parede”, mais os fãs se apercebem que estão a assistir a algo encenado, que não é real. Todos sabemos que não é real, como sabemos que os filmes e as séries não o são, mas não precisamos de ser constantemente relembrados disso. Se a TNA conseguir usar o tempo que agora tem para se tornar num produto de entretenimento tão bom quanto é uma promoção de wrestling, certamente que terá a fórmula do sucesso nas mãos, bastando conseguir que o público dê tempo à TNA para os conquistar.
Vídeo da Semana
Os momentos mais cómicos da TNA!
Até ao próximo Impacto!
2 Comentários
Fica a dica acerca do artigo do Mean gene 😀
Jorge numa frase que escreveste foste perfeito na referência acerca da promoção da TNA pela D.A. A spike andava mais atenta a promover outras companhias do que aquela que lhe dava audiências…
O que é certo, é que deu para concluir (na minha opinião)uma pequena analise acerca desta ausência de impact semanal. A TNA faz falta, pois apesar do LUCHA ser diferente, inovador, é ainda muito verde, e ainda está com o ímpeto de ser recente, onde mais tarde veremos o resultado.
No Caso da TNA espero algo diferente, pelo menos voltar um bocado ao antigamente.Não gostava de ver aquelas arenas escuras e outros aspectos que não dignificavam a marca TNA.
Vamos aguardar…daqui um bocado já vejo o impact!
Excelente artigo, Jorge.