O Wrestling.pt é o representante de Lingua Portuguesa no TNA Conference Call, que se realizou esta semana, para promover o Bound For Glory e com a presença de Bully Ray e AJ Styles.

E que melhor forma de promover o maior PPV do ano, que através dos dois lutadores que vão preencher o main-event? O World Heavyweight Champion e líder dos Aces and 8s Bully Ray e o vencedor da Bound For Glory Series e candidato ao titulo AJ Styles dedicaram 30 minutos cada para responder a questões de diferentes órgãos de informação dos cinco continentes.

Neste evento tive a oportunidade de fazer chegar a Bully Ray duas questões e a AJ Styles outras duas questões, todas elas com uma forte influência das vossas sugestões. Desde já agradeço aos poucos (mas excelentes!) que participaram no desafio lançado pelo WPT e que deixaram as vossas questões para estes dois fantásticos wrestlers. Tenho uma ressalva a fazer, pois referi ao André Santos que iria colocar uma questão ao Bully Ray relativa à proibição de algumas manobras. No entanto, a minha segunda pergunta acabou por ser diferente pois na forma como o Bully Ray estava a responder às questões pareceu-me que havia uma questão que “encaixava” melhor na sequência. Assim desde já peço desculpa ao André, fica a promessa de o compensar de alguma forma no futuro e espero que as perguntas que coloquei sejam do vosso agrado.

Saliento apenas que tanto o AJ Styles como o Bully Ray foram extremamente amigáveis e são personalidades totalmente diferentes. O AJ é claramente mais tímido, não tem a mesma naturalidade que o Bully Ray a expressar-se, mas é bastante direto nas suas respostas e muito acessível. O Bully Ray é um tipo muito experiente. O discurso dele é inteligentíssimo e percebesse a enorme experiência dele, que passa até pela capacidade de se auto-promover.

Vou começar pelo Bully Ray e ficam aqui as duas questões WPT:

Impacto! #97 – Conference Call (Bully Ray e AJ Styles)

Desde já quero agradecer o teu excelente trabalho na TNA ao longo destes anos. A minha questão incide mais sobre a vertente de negócio e é a seguinte: têm vindo a público muitos rumores sobre a TNA poder estar a passar por uma eventual crise financeira e inclusive cheguei a ler/ouvir algumas comparações entre o estado actual da TNA e o últimos dias da ECW. Quero saber o que pensas da situação financeira actual da TNA e qual pensas que pode ser a receita para o sucesso da TNA?

Eu não sei qual é a situação financeira da TNA. Eu sou um pro-wrestler, eu não trabalho nos escritórios da TNA e não ando a espreitar os livros de contas da TNA, por assim dizer. O que posso dizer é que a TNA me paga um ordenado muito bom e que me pagam um ordenado mesmo muito bom desde há 7 anos. Quanto à receita para o sucesso, é muito fácil – continuar a trabalhar e apresentar às pessoas um produto que elas querem ver todas as semanas. Temos que continuar na estrada, apresenta eventos ao vivo que sejam divertidos e interactivos para os fãs, damos-lhes bons programas de televisão e damos bons e fortes PPVs onde as pessoas se sintam bem a gastar o seu dinheiro”.

Não consigo pensar em muitas mais pessoas que mostrem tanta paixão e tanta criatividade na indústria do wrestling. Já consideraste assumir um papel mais relevante nos bastidores, por exemplo, como líder da equipa criativa?

Sim, quando me retirar e já não pretender voltar aos ringues eu gostava imenso de trabalhar nessa vertente mais criativa do pro wrestling. É uma das razões pelas quais eu e o Devon abrimos a nossa escola de wrestling há 6 anos, porque queremos ajudar novos atletas a terem oportunidades nesta indústria, a respeitar este negócio e queremos que os jovens venham ter connosco e aprendam a forma correcta de fazer as coisas para que possam ganhar a vida com esta profissão. Quando terminar a minha carreira quero continuar a treinar novos talentos na Team 3D Academy e gostava de trabalhar numa organização que nos deixasse ajudar os jovens, seja no ringue, seja a construir os seus personagens e por isso quero ajudar a construir os wrestlers de amanhã”.

Impacto! #97 – Conference Call (Bully Ray e AJ Styles)

Este é o resumo das restantes respostas de Bully Ray a outros órgãos de informação:

Sobre a versatilidade de Bully Ray nas suas promos e no ringue:

“O que me faz tão versátil é ser eu apenas. Não há nenhuma fórmula para isso. Eu limito-me a ser eu próprio e sinto-me confortável em tudo o que faço (…) é assim que tenho sucesso. Eu sei que tenho fazer um bom trabalho e sei como emocionar as pessoas, sei como mexer com algo dentro das pessoas, sei como obter uma reacção. Não tenho dificuldade em dizer que não ninguém hoje que faça isso exatamente como eu faço e para os tipos mais novos que me pedem conselhos eu apenas posso dizer-lhes para relaxar, falem com o coração e certifiquem-se que a vossa mensagem é entregue. As pessoas que estão a ver não tem um tempo de atenção muito longo, pelo que é preciso ser objectivo na vossa mensagem – entram, saiem e está feito. Digam o que têm a dizer, consigam o investimento emocional dos fãs e é isso que eu faço e orgulho-me de o fazer bem todas as semanas”.

Sobre a TNA não ter permitido que ele chegasse mais cedo ao Titulo Mundial:

“Não entendo a pergunta, a TNA nunca me deixou para trás (“I was never held back”). Eu diz parte da Tag-team de maior sucesso do wrestling durante quase 15 anos e quando esse caminho chegou ao fim, quando já não havia mais nenhuma equipa ou território por conquistar, eu e o Devon seguimos os nossos caminhos separados. Nem chegar a passar 3 anos e eu já tinha conseguido tudo o que fiz hoje e tornei-me campeão mundial e estou hoje agendado para o main-event do Bound For Glory. Não me parece que a TNA me tenha deixado para trás de todo, eu sinto que fiz o meu melhor em todas as oportunidades que me foram dadas e acredito que tive sucesso em todas essas oportunidades”.

Sobre o combate com AJ Styles para o Bound For Glory:

“Penso que o meu plano é muito óbvio. Eu vou reter o World Heavyweight Championship, vou deitar a casa abaixo e vou dar ao público um dos combates mais duros e intensos que eles possam esperar. (…) Eu quero roubar o show, e se eu quero roubar o show, o AJ Styles é o tipo certo para estar no ringue comigo. Eu lutei há 3 anos com o AJ num Last Man Standing match que ainda hoje as pessoas falam, ele é um bom rival, um excelente atleta, um excelente wrestler e consegue estar no ringue de igual para igual. Assim vai ser um grande combate, vai entreter, vai ser muito duro, mas o meu objectivo é sair campeão do Bound For Glory”.

Sobre a transição de Tag-team para lutador a solo:

“Eu vou ser honesto. Não senti dificuldades algumas a passar do wrestling de tag-team para o wrestling de singulares. Mas essa transição não foi algo que eu sempre quis fazer, nem era uma coisa que eu planeava fazer. Eu sempre quis ser um wrestler de tag-team e foi isso que me levou a estar nesta indústria. Talvez o maior desafio foi conseguir estar em forma como estou hoje. Eu nunca estive com uma forma fenomenal e hoje estou na melhor forma física da minha vida. Outro desafio é estar no ringue sem um parceiro. Quando lutamos em todos os cantos do mundo durante 15 anos sempre com alguém ao nosso lado, é diferente entrar no ringue, olhar para o canto e não ver ninguém lá. Isso sim é diferente, mas não senti dificuldades algumas e estou muito feliz pela forma como as coisas estão a correr”.

Sobre se no wrestling há ainda lugar para os tradicionais heels e faces:

“O mundo sempre teve tipos bons e tipos maus desde o tempo de Jesus Cristo e Satanás. Há sempre quem use o chapéu branco e há sempre quem use o chapéu preto. Eu sei que há pessoas que escolhem ser o tipo “bom” e há quem escolha o contrário. Eu sempre disse que não sou bom, nem sou mau. Não sou um babyface, nem sou um heel. Sou apenas eu e sou apenas eu desde o primeiro dia. A diferença entre mim e outras pessoas é que para mim, ser amado na Segunda-feira, odiado na Terça e amado outra vez à Quarta-feira, enquanto profissional é o teu dever para a tua forma de arte, ser capaz de levares as pessoas a uma montanha-russa de emoções e que essas pessoas respondam da forma que queres que respondam. É isso que eu tenho sido capaz de fazer. Claro que há espaço para tipos bons e tipos maus e em todo o lado há o bem e há o mal. Mas eu não me encaixo em nenhum desses pólos e prefiro fazer o meu caminho, não sou bom, não sou mau, sou eu e sou o Bully Ray”.

Sobre o futuro de Hulk Hogan na TNA:

“Não importa aquilo que possa sentir sobre o Hulk Hogan e sobre o que se passou comigo, com ele e com a filha dele, seja dentro do ringue ou fora do ringue, eu tenho de dizer isto: É o Hulk Hogan. Ele é o Babe Ruth do wrestling. Ele é o tipo que pôs o pro-wrestling no mapa, isto nos anos 80. Há um lugar para o Hulk Hogan na TNA. Queremos sempre um ícone como o Hulk Hogan por perto. Ele traz credibilidade ao produto, as pessoas querem vê-lo, ele aconselha os mais novos, ele é uma mais-valia e eu gostava que ele ficasse para que eu lhe pudesse dar uma lição”.

Sobre os planos para se retirar do wrestling:

“Não penso em me retirar. Eu estou a investir imenso na minha escola de wrestling e estou lá o máximo de tempo que consigo a ajudar as estrelas do amanhã e adoro isso. Quanto a poder voltar ao wrestling de tag-team, simplesmente não há mais nada que eu e o Devon possamos fazer como equipa. Não tenho ideia alguma de porque iriamos voltar ou porque deveríamos voltar, quando ninguém pode conquistar o que conquistamos. Eu estou muito bem onde estou hoje, divirto-me imenso e tenho ainda muito para dar. Não se pode parar o Rock n’ Roll e não se pode parar o Bully Ray”.

Sobre se mantém contacto com os antigos membros dos Dudley Boys:

“Por acaso estive há duas semanas com o Sign Guy Dudley em Las Vegas, que eu não via há uns 10/12 anos e por isso tivemos ali uma espécie de reunião de família. Quanto aos outros não faço ideia por onde andam. Tenho saudades do meu irmão Bick Dick Dudley e de andar na mota dele. Mas o restante pessoal não sei mesmo por onde andam”.

Sobre ganhar ser o TNA World Heavyweight Championship:

“Eu não fiquei chocado. Eu trabalho no duro e sei do que sou capaz. Nós (Dudley Boys) já o tínhamos feito na ECW, já o tínhamos feito na WWE, já o tínhamos feito no Japão, já o fizemos em todas as partes do mundo e a única diferença entre essas conquistas e esta, é que agora estou sozinho. Quando eu me separei do Devon e inventei o Bully Ray, eu sabia que podia ter sucesso e que nada me podia parar. Eu tenho a experiência para perceber o que funciona. Basicamente pensei para mim mesmo, se me mantiver fiel ao plano e se puser em forma, criando uma personagem que é tão nojenta e odiada, que enerva as pessoas e pelo tom da minha voz, pelo veneno que cuspo, se eu for eu próprio vai funcionar e funcionou. Sempre funciona. Claro que a TNA notou e deu-me uma oportunidade para brilhar e digam-me vocês: não funcionou?”.

Sobre o Bound For Glory:

“Vai ser um grande show. Não tenho dúvidas. Enquanto as pessoas assistem ao Impact Wrestling eu estou no balneário e muitas vezes olho em volta e penso que não existe um roster mais completo de pro-wrestlers, entreteiners e atletas. É o melhor balneário. Temos ícones como o Hulk Hogan e o Sting. Temos pessoas que já andam nisto há bastante tempo como eu, o Kurt ou o Jeff e depois temos o mais importante que são os talentos da casa, tipos como o AJ Styles, Joe, Bobby Roode, Storm, Kaz, Daniels, Aries, temos uma X division e algumas das lutadores mais deslumbrantes desta indústria, o que mais poderia querer que não exista já na TNA?”.

Sobre a próxima Tour pelo Reino Unido:

“Eu estou ansioso por ir a todo o lado. Adoro viajar e é um dos motivos porque decidi ser wrestler, para viajar e fazer o que tenho a fazer, seja na Escócia, no Wisconson, no Japão ou em Bora-Bora. Eu adoro tudo isso”.

Sobre a recente situação entre AJ Styles e Dixie Carter:

“Eu não posso falar sobre as escolhas de outras pessoas e o querem fazer. Mas digo isto, eu apoio a Dixie, porque não o faria? Ela é uma senhora tão simpática, tão bondosa e todos adoram a Dixie e já estava na hora de ela mandar todos para o inferno. O Pro wrestling é entretenimento (…) e são precisos diferentes personagens, há pessoas boas, há pessoas más, há pessoas que são algo no meio e juntamos isso e esperamos que funcione”.

Sobre se a TNA precisa de ter a figura de manager:

“Se houver alguém qualificado para isso, que possa falar pelos wrestlers, absolutamente. Os managers são importantes no pro-wrestling, eles cuidam dos lutadores na estrada e mais importante que isso é que eles é que fazem toda aquela parte de conversa, o que é últil para quem tem dificuldade a falar por si próprio. Até podem haver ligações muito estreitas entre os managers e os lutadores, porque os lutadores se apercebem que têm uma dificuldade e vai ser aquela pessoa que o vai ajudar e vai falar por ele. Eu cresci com alguns dos melhores managers desta indústria – Captain Lou Albano, Freddie Blassie, Grand Wizard. Há definitivamente um lugar para os managers e a TNA pode beneficiar deles”.

Sobre Paul Heyman:

“É impossível não apreciar o Paul Heyman. Ele é um mestre naquilo que faz. Eu provavelmente aprendi mais com o Paul, sobre ser eficaz a falar, do que com qualquer outra pessoa. O engraçado é que há muita gente que me diz que nós somos muito parecidos a falar, e há uma razão para isso: funciona! Se há alguém por ai hoje que consegue que as pessoas reajam como eu o faço é provavelmente o Paul, ele e claro o Vince. São mestres naquilo que fazem”.

Sobre o estado actual da história dos Aces and 8s:

“Eu vejo os Aces and 8s como qualquer outra fação na história do wrestling. Há um período em que o grupo cresce e há um período em que o grupo morre. Aos vossos olhos e ao olhos do mundo do wrestling os Aces and 8s parecem estar a morrer. O grupo parece destroçado, parece prestes a se auto-destruir. Mas talvez isso seja propositado, talvez seja um plano, talvez acabem por ver todos os membros do grupo a regressar em breve. Talvez eu até os tenha deixado sair do grupo, porque sou um egomaniaco e quero toda a luz da ribalta só para mim. É essa diferença entre mim e toda a gente, eu posso continuar a investir e posso trocar-vos as voltas as vezes que quiser (…) Eu sou bom a manipular e por isso aconselho-vos a ficarem de olhos abertos, porque se acham que viram tudo dos Aces and 8s, eu não tenho a certeza”.

Impacto! #97 – Conference Call (Bully Ray e AJ Styles)

Agora é a vez de AJ Styles e esta é a questão WPT para o Phenomenal One:

Há pouco falaram do teu confronto com a Dixie Carter e vou voltar a pegar no tema. Nesse segmento referiste várias ideias que muitos e muitos fãs da TNA tenham comentando como sendo verdadeiros problemas. Como disseste à pouco, viste muitas caras chegar e muitas caras partir ao longo destes anos, e eu quero saber se pensas que foi um erro a aposta recente da TNA em trazer lutadores de MMA ou como aconteceu no passado em que a TNA apostou mais em ex-talentos da ECW/WCW/WWE em vez de criar os seus próprio talentos ou apostar em novas caras vindas das promoções indy?

Uma coisa que fez a TNA diferente desde o inicio é que apostamos em atletas muito diferentes e não só Norte-Americanos, mas de todo o mundo. Os estilos eram tão diferentes que isso tornou-nos especiais. Muitos de nós crescemos nas promoções independentes e fizemos um nome por nós próprios nos indys e era isso que fazia de nós diferente. Não importava se éramos do Japão ou do México, era isso que nos fazia interessantes e temos de abrir a porta para que entrem novas caras dos indys. Não me interessa que sejam necessariamente nomes associados à WWE, desde que quem vier que tenha talento, a porta está aberta. Eu digo «se têm talento venham, se são apaixonados eu quero-vos aqui, quero que façam desta empresa algo maior do que já é». Mas se quem vier não quiser cá estar, se achar que é bom demais para cá estar então não se incomodem. (…) Há tipos hoje nos indys que eu sei que fariam um excelente trabalho aqui e com os quais gostaria de trabalhar, pois sei que dariam grandes combates, mas temos de abrir a porta a esses nomes e fazer com que fiquem. Eu não os quero a vir para a TNA a pensar em sair para outro lado qualquer, eu quero que eles tenham orgulho em estar na TNA e para isso é preciso abrir essa porta, é preciso dar oportunidade e ouvir quem já lutou com esses tipos, quem os pode ajudar. Admito que isto é um negócio e temos de fazer dinheiro e quando a chega alguém que é uma grande estrela, nós fazemos dinheiro, mas temos de descobrir quem são as pessoas que realmente nos podem ajudar e que querem realmente aqui estar”.

Que nomes estão actualmente nos indys e que poderiam vir para a TNA e fazer a diferença?

digo-te que há um tipo que nunca esteve cá, ele está nos indys, mas tenho a certeza que seria fantástico se estivesse cá – é o Delirious. Adoro o personagem que ele representa, ele é tão diferente e ele é divertido de ver e ao mesmo tempo é um excelente atleta. Mas para termos tipos como este temos que lhes dar uma oportunidade, temos que os atrair e deixá-los ter a sua própria personagem. Não vale a pena inventar ou mudar muito. Foi isso que nos trouxe sucesso, é que nós não mudávamos os personagens, quem chegava tinha liberdade para ser quem queria e no caso do Delirious ele está há muito tempo nos indys, mas há uma razão para ele ter tanto sucesso lá – os fãs gostam dele e temos que o ir buscar. Mas também te digo que já houve muitos nomes que estivetam ligados à TNA, alguns que até chegaram a lutar aqui, mas que nunca tiveram oportunidades e agora estão noutro lado qualquer. Há muita gente por ai, temos é que procurar”.

Impacto! #97 – Conference Call (Bully Ray e AJ Styles)

Este é o resumo das restantes perguntas e consequentes respostas a AJ Styles:

Sobre o seu futuro na TNA:

“Não sei o que vai acontecer depois do Bound For Glory”.

Sobre conciliar a sua religião com o wrestling:

“A TNA respeita as minhas crenças e entende que há coisas que não farei (…) Eu não quero passar determinados limites se não tiver que o fazer e honestamente sei que palavras são palavras, mas prefiro não usar termos muito ofensivos e a eles respeitam as minhas crenças e há coisas que já sabem que não me devem pedir”.

Sobre a TNA ser maior que a WWE no Reino Unido:

“A grande diferença é a acessibilidade. A TNA está acessível a toda a gente no Reino Unido. É assim, a realidade é que quando se tem dinheiro para colocar o produto de forma a que toda a gente veja e que este pareça um show enorme, as pessoas vão acabar por ver. A outra organização existe desde sempre e mesmo para aqueles fãs que não sabem muito de wrestling, sabem de certeza sobre o outro produto, não por ser melhor, mas porque eles existem desde sempre. Isso e eles têm mais dinheiro e o dinheiro é tudo, esta é a verdade. Nós somos a segunda maior promoção, mas é um segundo lugar muito distante. O nosso roster faz o seu trabalho, nós damos tudo o que os fãs querem ver e mesmo assim as pessoas sabem mais sobre a outra organização do que sobre a TNA. (…) Os fãs no Reino Unido são loucos e adoramos ir lá, eles adoram wrestling, eles divertem-se, eles gostam de assistir e a paixão deles é igual à nossa na TNA”.

Sobre a relação actual com a Dixie Carter:

“As pessoas querem participar naquilo que estamos a fazer e é isso que eu quis fazer, quis dar respostas às perguntas que os fãs fazem e decidi enfrentar a Dixie. O público quer se divertir, mas também quer uma história real e não haverá nada mais real que isto que eu e a Dixie estamos a fazer”.

Sobre as influências para a sua nova gimmick:

“São todas as coisas que me aconteceram recentemente e que transformar este personagem que eu tinha, num personagem mais sombrio, mais maléfico. O que acontece é que este AJ Styles não tem a mesma simpatia, não tem a mesma misericórdia para parar e não executar uma determinada manobra com medo de magoar alguém. Agora ele vai percorrer esse caminho. Não é apenas ganhar por pinfall, mas é ganhar de forma inequívoca. Este AJ Styles vai ganhar ou vai fazer-te desejar nunca teres entrado no ringue com ele. Esta é a diferença entre o velho AJ Styles e o novo AJ Styles. Este AJ não se vai retrair e não basta deitá-lo baixo, têm que mantê-lo em baixo. Ele não vai desistir e o facto de não ter sequer a oportunidade de lutar pelo titulo mundial por quase um ano é motivação mais que suficiente”.

Sobre o estado actual da TNA:

“Tudo o que já passei na TNA, com tanta gente a chegar e tanta gente a sair, é uma montanha-russa de emoções. Eu estou numa fase em que apenas digo: acredito quando vir. Por exemplo, durante muito tempo falou-se que o Kurt Angle vinha para a TNA e eu preferi esperar para ver e quando ele se estreou e apareceu na televisão…foi incrível! Há muitos exemplos destes. Por exemplo quando mudamos de ringue. No inicio duvidei, mas assim que usei as cordas no ringue de 4 lados percebi o quanto o ringue de 6 lados era duro e essa foi uma boa mudança. A mudança da Fox para a Spike foi outra mudança, por isso estou habituado a estas mudanças e não me assusta nada o que dizem por ai”.

Sobre a sua auto-biografia:

“Quero que as pessoas percebam que eu sou um tipo real. Eu levo os meus filhos á escola, eles andam numa escola pública, eu treino a equipa de futebol (americano) dos meus filhos. Sou uma pessoa normal, que trabalha em televisão e faço o que faço, mas no final do dia sou uma pessoa real, com problemas reais e isso não significa que não me tenha tornado em alguém que as pessoas podem respeitar”.

Sobre o combate com o Bully Ray no Bound For Glory:

“Estou muito entusiasmado. Vai ser um combate inesquecível. O Bully Ray é um dos tipos mais duros nesta indústria. Não fui só eu que mudei, o Bully Ray mudou, inclusive mudou o nome dele! Vai ser um grande combate, um que não vão querer perder e este é o nosso maior PPV do ano e por isso vou deixar tudo no ringue e fora do ringue…aliás onde quer que seja que esteja a combater. Vai ser um combate de cortar a respiração, às vezes difícil de ver, mas no fim tenho a certeza que os fãs vão acabar a dizer: «isto sim é um combate, foi para isto que eu paguei»”.

Sobre a maior mudança que a TNA teve:

“Foi a Spike TV. Esse foi o maior passo que demos, estar na TV, porque passámos a trabalhar com uma empresa que já tinha experiência de wrestling e que percebia como funcionava o negócio. Dou todo o crédito à Spike e foi esse o momento que nos colocou no mapa”.

Sobre os induzidos no TNA Hall of Fame:

“Se a TNA tentasse me induzir antes do Jeff Jarrett eu não aceitava. O Jeff Jarrett foi quem começou esta empresa, ele é responsável pela minha carreira aqui e só o facto de ele ter colocado tanto tempo, esforço e dinheiro, ele deveria ser a primeira escolha. Por muito que eu adore o Sting e o Kurt e adoro-os, mas o Jeff tem de ser a minha primeira escolha. Quanto a mim, eu quero me retirar antes de ser induzido no Hall of Fame. Enquanto estiver a lutar não penso nisso. Esta é a minha opinião”.

Sobre a possibilidade de sair da TNA:

“Isso tem a ver com aquela montanha-russa de emoções. Às vezes é frustrante e por vezes não consigo ver de que forma algo poderia funcionar ou como eu iria pagar as minhas contas e cuidar da minha família e a família é o mais importante. O que eu penso sempre é no que é melhor para a minha família e geralmente tenho que reflectir se preciso de ser forte e aguentar ou se está na altura de olhar para outras opções. É uma confusão de sentimentos e dou comigo a pensar que tenho de confiar nas pessoas, tenho de acreditar no rumo das storylines e tenho fé que as coisas vão melhorar”.

Sobre os objectivos futuros:

“O meu primeiro objectivo como wrestler era pagar a minha casa. Agora é pôr grandes combates para que as pessoas digam «eu já vi muitos PPVs, mas este, este é especial» ou para as pessos que ligam a Spike TV e podem dizer «que grande show, eles fizeram o que eu esperava e queria ver». Eu quero que as pessoas digam que eu dei tudo o que podia e é isso que faço. Quando salto para o meio do público e os fãs agarram-me, é disso que eu quero fazer parte, isso é divertido para mim e quando deixar de ser divertido, já não tenho razões para estar nesta indústria”.

Sobre o futuro da X Division:

“Pusemos muito enfâse no facto de que a X division não é tão importante quanto o World Heavyweight Championship, mas quando eu lutava por ele, quando o Daniels e o Joe lutavam por ele, nós lutávamos no main-event pelo titulo da X division e esses combates eram tão importantes e talvez até mais interessantes que os combates pelo Titulo Mundial. Eu não sei o que se passou no últimos anos, mas para mim esse sempre será um titulo especial. No Bound For Glory esse será um combate que não podem perder. O Manik é um excelente campeão, ele é rápido, ágil, ele é saído de um jogo de vídeo! Mas não é só ele, todos os outros são excelentes e vai ser um combate muito bom, apenas temos que garantir que a divisão continua a ter destaque. Se eu fosse um campeão da X division, eu não iria abdicar do titulo para lutar pelo World Heavyweight Championship. Para mim esse titulo vale mais, porque não se pode ser um lutador comum e ser campeão da X Division. Um lutador comum não se safa com uma data de “chops” (chapadas no peito do adversário). É preciso dar um espetáculo e é preciso ser algo louco, porque é isso que as pessoas esperam ver. Eu nunca vou esquecer a divisão e acredito que é algo muito especial”.

Sobre Jeff Jarrett regressar à TNA:

“Houve muitos momentos no passado em que talvez não tenha concordado com o Jeff Jarrett, muito porque eu era novo, imaturo e não percebia o que era preciso para montar os shows e trabalhar nos bastidores. Mas enquanto fui crescendo aqui na TNA, eu percebi o quanto o Jeff Jarrett era importante e quero vê-lo mais. Eu penso que o Jeff ainda pode lutar, mas mesmo que venha para ser General Manager, seja para o que for, eu quero muito vê-lo por perto outra vez”.

Sobre o Kurt Angle:

“O Kurt Angle é o Kurt Angle. É medalhado olimpico. Ele é fabuloso e o tipo parece um robot, um ciborgue. É muito bom a TNA tê-lo por perto, sempre que ele pisa o ringue ele é um daqueles tipos que dá sempre grandes combates e eu adoro lutar com ele e certamente que será uma noite importante para ele no TNA Hall of Fame”.

Impacto! #97 – Conference Call (Bully Ray e AJ Styles)

Até ao próximo Impacto!

14 Comentários

  1. Um grande trabalho…e que trabalho deve ter dado Jorge!

    Em relação a pergunta que ias fazer acerca das manobras, fizeste bem alterar a pergunta, porque podias ter-te desviado do assunto ao faze-la e, a que escolheste assentou como uma luva!

    Da entrevista realço alguns aspectos:

    Bully Ray:

    Excelente comunicador, sabe reconhecer o que é bom, no caso de Heyman, e surpreendeu-me a sua posição em relação ao Hogan.
    Em relação aos Aces, fiquei a pensar que se calhar esta storyline vai continuar, talvez com novos membros e dar um “pontapé”, no sentido positivo a história em redor.

    AJ Styles:

    Escolheste muito bem a pergunta, mas a resposta do Styles ainda foi melhor…risos, porque?

    Falou num grande pormenor Jorge, a TNA não muda a personagem, como a outra companhia muda, basta ver um wrestler chamado El Generico, brilhante em ringue. A WWE contratou-o e mudou radicalmente a personagem.Os fás não são burros para saberem quem ele era.

    Ele ter sugerido um lutador das indys que sinceramente desconheço, que vou pesquisar no you tube.

    Ter falado na X-division(uma das perguntas que fiz)ou seja, falou em nomes “grandes” que lutavam para esse cinturão e da importância do mesmo…senti na sua resposta que valorizou os lutadores que a representam, mas que pode melhor e muito a qualidade ao seu redor(titulo)

    Um grande trabalho Jorge e no meio disto tudo as palavras que Bully disse…manterem-se na estrada…será que voltam para uma arena e cidade fixa?

    Jeff Jarret poderá estar bem proximo?

    Muita coisa ficou no ar…Venha dai o BFS!

    • O Delirious estava na ROH e está de certeza na Chikara e vale bem a pena dar uma vistas de olhos no trabalho dele.

      Eu destaco dois aspectos na intervenção do AJ: primeiro são as farpas que ele lançou sobre o TNA HOF. Ele valorizou imenso o Jarrett ao ponto de se perceber que considera o erro o Jarrett ainda não ter sido induzido e pior, é um erro não ter sido o primeiro!

      Depois foi a resposta dele à primeira pergunta que lhe fiz, quando ele diz “Eu não os quero a vir para a TNA a pensar em sair para outro lado qualquer, eu quero que eles tenham orgulho em estar na TNA” e este orgulho é extamente o que falta neste momento a uma parte do roster e é o grande problema causado pela avalanche de nomes que vieram de outras organizações já com uma carreira feita e infelizmente hoje vemos pessoas como o Nash, a Tara, o RVD, o Scott Hall, o Jim Cornette, Johnny Devine, o Foley, a Kong, etc etc a cuspirem no prato onde andaram a comer.

  2. Excelente trabalho Jorge, tenho pena que as minhas perguntas não tenham sido usadas, mas acabaram por abordar as temáticas que eu tinha pensado por isso vi as minhas questões abordadas.

    • José obrigado pelo incentivo e devo-te uma justificação. A pergunta que sugeriste ao AJ já tinha sido feita na entrevista que fiz com ele este ano, onde perguntei “Há alguém com quem nunca tenhas lutado e que gostasses de lutar um dia?” e ele mencionou o Rey Mysterio e cito “Maybe Rey Mysterio. We were in WCW briefly together but never wrestled there”.

      A tua questão ao Bully Ray foi excelente, mas já tinha sido colocada na altura em que me deram oportunidade de falar pela primeira vez, foi exatamente quando ele refere que nunca foi “held back” pela TNA e penso que há mais uma ou duas questões que completam bem a ideia, por exemplo, quando ele fala de estar na melhor forma de sempre ou em conseguir ser um brilhante comunicador.

      Tanto o AJ como o Bully são duas figuras que passavam bem umas horinhas a falar com eles, mas infelizmente só tive tempo para estas duas questões, as quais tento que sejam um apanhado de todas as ideias que me sugeriam.

      • Na boa. Não quero dizer que eram obrigatórias mas a do Bully eu percebi que alguém a fez antes que pudesses, foi muito bem pensada porque de facto ele atinge o topo tarde na carreira. Eu imagino o que podia ter sido se tivesse vencido o WWE Title na altura que lutou contra o Triple H, ainda na altura que tu vias WWE.

        • Sem dúvida e o Bully Ray ganhou imenso com a liberdade criativa. Este gimmick que ele inventou percebemos que foi ideia dele, ele trabalhou bastante para perder peso e pôr-se em forma e a capacidade que ele tem de pegar no microfone e elevar a qualidade de qualquer segmentos fazem dele um talento muito especial.

  3. Roberto Barros11 anos

    Mais um excelente trabalho Jorge, os dois falaram de modo bastante sincero sobre a situação da companhia e deram suas opiniões no que poderia melhorar, acho que a TNA dar mais liberdade para seus wrestlers em relação a WWE. Pelo jeito teremos nova revelações após o Bound of Glory, Jeff Jarrett pode ser um novo General Manager, e O aces & 8 ainda continuarão?

    • Eu não acredito que os Aces continuem. O Bully estava apenas a tentar despertar algum interesse para uma história que ele por certo já percebeu que está morta e quase enterrada, mas é exatamente por isso que ele é bom naquilo que faz – ao dizer o que disse nesta conference call consegue colocar a dúvida no ar.

  4. Porra Jorge, que trabalho fabuloso. Muitos parabéns, és uma das principais razões para este site ser aquilo que é.

    Adorei a parte do Bully Ray. “O mundo sempre teve tipos bons e tipos maus desde o tempo de Jesus Cristo e Satanás.” Ahahah que rei.

    • Sim eu ri-me com essa parte (gostei imenso de uma frase dele também que é algo tipo “you can’t stop rock n’ roll and you can’t stop me”) e a forma de ele falar ao longo de todo o evento é tal e qual como se estivesses a ouvir uma promo dele no Impact Wrestling, com muito enfâse e entoação nas palavras e naquele ritmo pausado, mas quase agressivo. É um comunicador como há poucos.

      • Concordo com ele quando diz que a sua forma de falar tem bastantes semelhanças com a do Paul Heyman. É exactamente isso: ritmo pausado, mas agressivo. E são ambos geniais.

        • Eu nunca tinha feito a comparação entre ambos, mas quando ele disse isso realmente é verdade, a forma de falar é igualzinha entre eles. É daquelas coisas tão óbvias e que nunca me dei conta…

  5. Grande iniciativa! Parabéns!
    Este site realmente é fantástico.