Após nas duas últimas semanas terem sido discutidas as mudanças que poderão/deviam estar para a acontecer na WWE e de algumas rivalidades potencialmente a explorar, esta semana é abordado exatamente o que levou a essas duas edições anteriores da Long Horn Peep Show.

Por outras palavras, hoje vai ser analisado o porquê da necessidade de mudança e de frescura na WWE. E o porquê explica-se numa palavra: aborrecimento. Infelizmente, o aborrecimento está presente em todas as divisões, desde o low card ao main event, nestes tempos que correm numa WWE claramente apagada sem Dolph Ziggler e CM Punk. Verdade seja dita, quem não sentiria falta do melhor wrestler profissional do Mundo?

Long Horn Peep Show #15 – Houston, we have a problem!

No entanto, essas ausências não chegam para explicar, nem de perto nem de longe, o estado numb em que se encontra a companhia do Tio Vince. A que se deve este aborrecimento? Dois fatores: falta de rivalidades e falta de opções válidas. Dois fatores que estão, obviamente, interligados entre si, sendo que a falta de rivalidades deriva desde o que se passou no Extreme Rules e nas últimas semanas: nada mais do que o fim de várias feuds ao mesmo tempo.

Por curioso que pareça, se calhar a única rivalidade atualmente digna do nome é precisamente a da divisão das Divas (!) entre Kaitlyn e AJ. Rivalidade que já esteve melhor por volta da altura em que AJ ganhou a Battle Royal e agora parece estar cada vez mais a necessitar do tal encontro pelo título que espero que tenha lugar no Payback, bem como a coração de uma nova campeã.

Já a rivalidade, se é que tal alguma vez chegou a existir, entre Kofi e Dean Ambrose pelo US Championship expirou rapidamente após três combates consecutivos que terminaram sempre a favor do membro dos Shield. O atual campeão que agora se vê sem qualquer adversário para defender o seu US Championship no Payback, que se aproxima a passos largos para terror da equipa criativa da WWE.

Problema? Falta de opções válidas para ir contra Dean e falta de rivalidade.

Continuando a falar de membros dos Shield, Seth Rollins e Roman Reigns capturaram na mesma noite do que Dean, o ouro que os Team Hell No possuíram durante vários meses. O problema é o mesmo que no caso anterior: Kane e Bryan já tiveram a sua desforra e já perderam, mais do que uma vez, contra os Shield. Pelo que não se perspetivam adversários capazes de desafiar efetivamente os Hounds of Justice, pese embora o facto de os Usos parecerem ser os próximos candidatos aos Tag Team Championships. Isto, especialmente após a sua vitória recente no último Main Event contra os Team Rhodes Scholars, apenas a melhor tag-team heel (excetuando os campeões) do momento.

Está na altura dos Shield voltarem a abanar com as coisas, voltarem a ter impacto, voltarem a atacar violentamente alguém, voltarem a fazer um daqueles promos no backstage… Não podem continuar com um ritmo tão alto de combates ou vão acabar por perder e se tornarem em apenas mais uma stable que podia ter sido melhor aproveitada.

Convenhamos, uma oportunidade pelos títulos não é nada menos do que os Usos merecem, mas terão eles suficiente impacto para ir contra a dominadora e invicta equipa dos Shield? Não sabemos. Porque infelizmente ainda não tiveram praticamente nenhum contacto contra os campeões, nem nada que indique que poderá estar para nascer uma rivalidade.

Problema? Falta de rivalidade.

De falta de rivalidade para uma completa salgalhada, é o mesmo de dizer que se passa para o panorama do Intercontinental Championship. Até agora nada está oficializado, mas arrisco-me a apontar uma Triple Threat pelo título de Wade Barrett a ter lugar no Payback. E a verdade é que neste caso não faltam opções nem rivalidades: Miz e Barrett já têm uma pequena história (eu chamo-lhe acidente de percurso) e Fandango está embrulhado com ambos, sendo o último o mais provável e lógico vencedor desta rivalidade a três.

Rivalidade que está a ser mal aproveitada e que está a servir apenas para tirar força a Wade, que pela terceira semana consecutiva viu o seu combate no Main Event ser cancelado. Incrível como ninguém arranja forma de lapidar um diamante em bruto como é o dono do BullHamer. E quando se recordamos os dois tristes reinados enquanto Intercontinental Champion de Miz, não é preciso tirar um curso em Harvard para se perceber que Fandango deverá ser a próxima aposta da WWE para Intercontinental Champion.

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Claro que surge a pergunta: será Fandango merecedor de tamanha distinção como a de Intercontinental Champion? Não. Há outra opção válida para lutar contra Barrett de momento? Haver até há, e a mesma foi abordada a semana passada, em Chris Jericho, que envolvia uma rivalidade interessante com Wade Barrett por explorar. Jericho que parece estar entretido com o potencial (algo me diz que Punk não vai aparecer em Chicago) combate de regresso do Best In The World. Como a WWE não parece ir por esse caminho, Fandango deverá se tornar campeão, potenciando uma nova dança com Y2J pelo «legends maker» Champioship. Até parece que eles planearam isto tudo desde o início não é?

Problema? Falta de rivalidade (Fandango de momento personaliza a expressão “three is a crowd”) e falta de opções válidas (Jericho está “ocupado”).

Alterando a perspetiva intercontinental para Mundial, o World Heavyweight Championship tem estado paralisado desde que Jack (amaldiçoado) deixou Dolph na prateleira. Jack que parece finalmente estar a sofrer as consequências das suas ações e com juros (lesão na mão), esperando-se pelas mais recentes notícias que só volte a combater a 100% em Agosto.

Por enquanto, Del Rio vai-se aguentado no panorama à custa do seu título invisível de Number One Contender e com o desaparecimento de Jack, só sobra o guarda-costas de Dolph, Big-E Langston. Assim se explica o facto de já termos visto não um, não dois, mas cinco combates entre ambos, levando Del Rio a melhor (3-2) sempre com vitórias bastante “heroicas”.

Exatamente aqui surge a questão muito bem levantada constantemente por JBL (será que era suposto tê-lo dito?): Até que ponto Big-E, que acabou por derrotar duas vezes o Number One Contender, não vai querer uma oportunidade pelo título do homem que devia proteger?

Não sabemos, mas resta-nos esperar e desesperar pelo regresso de Dolph, pela sua vitória sobre Del Rio e por um adversário legítimo (Christian?) capaz de ter uma rivalidade ao nível do título em jogo.

Problema? Falta de rivalidade (Del Rio é mais rival de Big-E do que de Dolph) e falta de opções válidas (Del Rio não chega).

Por fim, chegamos ao WWE Championship, título tão precioso que tanto foi valorizado para o Rock vs Cena na WM29 e que agora é constantemente atirado sem qualquer cuidado por Cena para dentro do ringue como se tratasse de um chapéu. Engraçado verificar como JBL critica (com toda a legitimidade para tal) abertamente Dolph pela forma como “usa” o World Title na sua entrada… Mas não disse nada sobre a entrada “descuidada”, digamos assim em modo PG, de Cena com o WWE Championship. Estranho…

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Quanto ao estado das coisas, Ryback e Cena vão se encontrar num 3 Stages of Hell Match, um combate que foi substituir o previsto Ambulance Match. Substituição que serve apenas para tornar mais interessante e apelativo o mainevent de um PPV que se vai estrear, para tentar vender um pouco mais do que eventualmente venderia um “pobre” Ambulance Match, que na verdade fazia muito mais sentido do que um Lumberjack Match e um Table Match. As mesas só começaram a ser usadas agora em função da estipulação e o Lumberjack faz tanto sentido como dizer que Cesaro é horrível e tem de se redimir (redimir dos fantásticos combates que teve em pouco período de tempo?).

Não consigo deixar de pensar que esta rivalidade, que até está a ser (dentro dos possíveis) bem construída, estava destinada a Mark Henry e que tudo que Ryback está a fazer, Henry também podia também fazer e bem melhor. Quanto a Cena, continua a ser sinónimo da palavra aborrecimento. Uns dias mais aceitável, outros dias intolerável.

Está na altura de promoções de midcarders a maineventers, porque após Ryback não se perspetivam adversários ao WWE Championship de John Cena. A não ser que estas duas vitórias por DQ de Curtis Axel sejam o planear de um trajeto semelhante ao de Orton… Não, não pode ser!

Problema? Falta de opções válidas (Ryback nem sequer devia estar no main event).

Com tantos problemas e falta de alternativas, surge inevitavelmente a questão… Quais as soluções? Têm a palavra os membros mais importantes da modalidade: os fãs.

16 Comentários

  1. Bom artigo Ricardo.

    Apesar de gostar muito de CM Punk, admito que não tenho sentido falta dele e também de Dolph. Claro que são essenciais e especialmente Dolph devido ao estado de World Champion.
    Esta minha opinião deve-se a algumas superstars como Bryan, Kane, Orton e Curtis Axel para não falar dos Shield.
    Eles estão a tomar bem conta do recado e isso , pelo menos a mim, tem sido mais que suficiente.
    O Problema neste momento são dois:

    O Intercontinental Champion : Wadde Barret e o Main Event para o Payback, Porque?

    Porque apesar de a WWE querer criar uma historia para o I.C, o problema é estar lá o MIZ , porque temos visto mais do mesmo. Combates entre Barret e MIZ, com a vitoria sempre do mesmo, sempre com o mesmo final e move.Se Fandango vencer, teremos outra vez o MIZ ou Barret para a desforra.

    O Main Event devido especialmente a Ryback.Até pode ser um bom combate, mas Ryback por muito que se esforçe ainda não chegou lá.Nota -se esforço mas a falta de passagem pelo mid-card foi muito mau para a evolução da personagem.

    Com tantos problemas e falta de alternativas, surge inevitavelmente a questão… Quais as soluções?

    Soluções? Eu até tenho gostado do produto da WWE ultimamente, mas soluções passa por colocar na rota dos titulos principais os lutadores com mais Heat.
    Já que os talentos a WWE já esta a apostar!

    • Exacto tipo por isso é que defendo que o Ambrose deve receber a mala da Raw, está mais que preparado para o main-event e não dar-lhe agora poderá tardar a subida ao main-event. Porque pode ser pior quando acabarem os Shield.

      Outro caso André é o Bryan. Ele está preparadíssimo para voltar a esse patamar e finalmente consolidar-se lá. O talento está lá e sempre esteve o problema tem sido a falta de aposta no timing certo.

      Se no ano passado a WWE tivesse tido juízo e tivesse dado duas malas para pushes o Cody Rhodes podia ter ganho na altura em que tinha o ímpeto para tal. E provavelmente estaria no main-event, e quem diz o Cody diz o McintTyre no ano em que deram ao Swagger.

      • Tens razão já esquecia do Cody, já era tempo de ele ter um push decente, quem diz ele diz também o Sandown mas isso já debatemos.

        King of The Ring = Damien Sandown

        • Encaixava bem com ele o KOR :p

        • Mas eu acho que um dos dois vai ter. Pensa assim André quem é que está mais preparado para receber uma das duas malas?:

          Dean Ambrose, Damien Sandow, Curtis Axel, Wade Barrett e Cody Rhodes. Entre estes 5 dois deles vão ter a mala este ano, e muito dificilmente falho esta previsão porque não imagino o Big E Langston ou o Ryback a receberem uma mala.

  2. Talvez se o Cena nao tivesse que roubar o protoganismo aos outros constantemente e nao tivesse ganho o mitb que depois nem deu em cash in ou um Royal Rumble que nao precisava a wwe tivesse mais main eventes neste momento e mais gente capaz de aspirar aos cinturões principais!!!

  3. Não tenho sentido a mínima falta do CM Punk…

    E só me lembrei que o Big Show não aparece desde o Extreme Rules… hoje! Só para verem a falta que ele faz à WWE…

    Sinceramente, acho que a WWE tem feito um bom trabalho desde a WrestleMania. Há aspectos a melhorar, mas se continuarem assim, vão chegar a bom porto.

    • Olha nem tu nem eu! Do Punk eu até queria é que nem voltasse para a semana, não que vá estragar esta promoção aos jovens mas porque ele merecia mais tempo de paragem e um regresso surpreendente(á Edge).

      Do Show não tenho é saudades nenhumas=0

      • Dolph Ziggler11 anos

        Eu também não estou a sentir a falta do Punk. Isso só pode ser bom sinal. Claro que com o Punk é melhor e acrescenta outro tipo de star power, mas sem ele, o produto não é necessariamente mais fraco. Com este booking excelente dos The Shield, com a ascensão do Curtis Axel, com este monster heel Ryback, com o “novo” Bryan e agora com o debut do Bray Wyatt, creio que o return do Punk não seria já necessário.

        • Não digas isso do Ryback porque a maioria não gosta dele! Eu por acaso já gostei menos dele e acho que nesta segunda fase da rivalidade esteve muito bem. Mas tenho preocupações sobre o futuro dele mas isso é algo para ser abordado mais tarde.

          • Dolph Ziggler11 anos

            Gostando ou não ele está a ser bookado da forma certa e em parte estava a referir-me a isso.

          • Cadu Ito11 anos

            O que vejo de problema não só com o Ryback, mas com os “monstros” no pró-wrestling em geral, é que não tem continuidade, ficam uns 6 meses e depois viram faces ou até mesmo somem do nada.

  4. Cadu Ito11 anos

    O duro é ver Kane, Daniel Bryan, Orton, McIntyre, Rhodes encostados…
    Como você disse… Barrett vs Jericho seria muito bom… mas poderia ser Barrett vs Fandango diretamente…
    Também digo que pelo USA faria (sem contar o restante) Ambrose vs Del Rio…
    Pro WWE ainda acho que reviver Cena x Orton pra pushar o Main Event
    Para a divisão Tag porque não The Shield vs Prime Time Players, assim poderiam pushar as duas duplas…
    Ainda poderia fazer o Kane se virar contra Bryan.
    Uma rivalidade entre Shadow e Rhodes vs McIntyre e The Miz por exemplo seria até aceitável.

  5. RedSkull6111 anos

    Eu também acho que o CM Punk não vai aparecer em Chicago para o Payback, acho que vai ser substituído pelo Curtis Axel.