Parece que estava escrito no guião que na semana em que o irmão de Christian fez o seu regresso à WWE, embora temporário, seja igualmente a semana em que regressa o vosso espaço semanal favorito, que esteve de férias durante as passadas duas semanas. Tal como o Edge já sentia saudades de fazer a sua entrada, eu já sentia falta destas horas em que me sento a escrever sobre a modalidade que nós tanto apreciamos. Dou-vos assim as boas vindas ao regresso do Long Horn Peep Show!
Desta feita com a marca do logo que por vós foi mais aceite, espero que vocês têm sentido tanta falta de ler estas palavras, como eu de as escrever. Por outro lado, também espero que a ausência deste espaço não se tenha feito sentir, pois é sinal de que não faltam opiniões e iniciativas de qualidade aqui pelo Universo. Portanto, é com este sentimento misto que parto para o núcleo duro de hoje, aproveitando para agradecer todos os comentários (elogios e especialmente críticas construtivas) que são o melhor pagamento para nós, escritores.
Eis que o regresso deste espaço ocorre numa altura particularmente má para quem escreve semanalmente às sextas-feiras. Como sabem, o próximo PPV está marcado para este Domingo, pelo que nesta altura todos os holofotes estão virados para o Night of Champions e a atenção dos leitores vai maioritariamente direcionada para previsões do que poderá ocorrer nesse PPV. Ora, como certamente ainda não se esqueceram, aqui sente-se a diferença entre os outros espaços e como fazer previsões não é propriamente a minha praia, o assunto desta semana não está relacionado com o Night of Champions, pelo menos não diretamente.
De facto, ponderei muito sobre o que ia escrever hoje e acabei por optar pela minha ideia original, até porque uma das minhas ideias alternativas já tinha sido realizada com a marca de água de alguém que não vale a pena tentar complementar. Refiro-me à promo de AJ na Raw de 26 de Agosto. Para mim essa Raw ainda está fresca na memória, tendo em conta que tive sem internet durante as férias, o que resultou num atraso de cerca de duas semanas da WWE e que tratei de recuperar desde que voltei. Certamente teria sido o tema de uma edição deste espaço, uma vez que foi simplesmente genial e sem sombras de dúvidas a melhor promo que eu algum dia vi uma Diva realizar, mas tal não aconteceu devido às circunstâncias.
Não pensem que eu mencionei a Raw de 26 de Agosto por mero acaso, porque é exatamente baseado em algo que foi dito nessa noite que me inspirei para este artigo. Quem o disse foi Triple H, que está a desempenhar um papel fenomenal enquanto heel, com intervenções intensas e declarações deveras polémicas que em muito têm contribuído para o sucesso da rivalidade principal da WWE.
“When you wish upon a star, makes no difference who you are.”
[Triple H para Daniel Bryan, Raw, 26/08/2013]
Tenha sido a versão do Pinóquio, filme a que todos nós assistimos quando eramos mais novos e o mundo era muito mais simples e colorido, ou a versão de Louis Armstrong, a verdade é que os versos entoados pelo COO da WWE serviram para concretizar uma analogia com o desejo de Daniel Bryan em voltar a ser WWE Champion. Mal ele sabe que serviriam também como inspiração para a edição desta semana, que finalmente denuncio que será sobre os meus dez desejos para a WWE. Sim, dez desejos: não são três, porque isto é o Long Horn Peep Show e não o Aladino; não são mais do que dez, porque não quero abusar da vossa paciência. Dez desejos, por ordem crescente consoante a minha vontade e importância em que eles se concretizem, para assinalarem esta edição especial. Como diria o Joker: And here we… go!
10. REFORMA DE JERRY “THE KING” LAWLER
Desde que comecei a ver a WWE que o King já era comentador, função que já desempenhava muito antes de eu sequer ter conhecimento sobre a WWE. Uma década mais tarde, Jerry ainda é comentador. Tudo na vida tem um fim e aproveitando a saída de JR, porque não levar com ele para a reforma o seu parceiro na mesa de comentários durante tantos anos?
As piadas já não têm graça, os comentários não têm nada de interessante, a voz já irrita qualquer paz de alma e torna-se simplesmente cansativo escutar Lawler. Sempre que abre a boca parece que vai dar uma opinião de especialista e acaba por dizer algo que em nada contribui para o combate ou para a storyline.
Bem pelo contrário, são vários os exemplos em que o King decide humilhar em direto, por pura e espontânea vontade, alguns intervenientes que cometeram qualquer tipo de erro. Ainda no último Raw podemos ouvir mais um desses comentários infelizes de King, aquando Heyman se dirigia para o ringue para a sua “lesão” ser avaliada. Paul caminhava a mancar, mas não estava a convencer ninguém de que efetivamente se tinha lesionado.
Contudo, o que King disse era completamente escusado e não fosse JBL a remediar o seu comentário, teria sido destruído por inteiro o segmento que se seguiu da avaliação de lesão de Paul Heyman, para os milhões que assistiam pela TV, antes de ele sequer começar. Aqui estão as declarações a que me refiro:
Jerry – “I’m trying to figure out which ankle he is not supposed to put weight on.”
JBL – “It’s his knee King.”
Jerry – “Oh ok, maybe it’s his knee or his foot.”
Com a chegada de Alex Riley à mesa dos comentadores, para ocupar a vaga de Matt Striker, a WWE ganhou mais uma alternativa ao leque de opções para efetuar essa função. Não é que necessite de encontrar alguém para o lugar de King, porque a Raw fica muito bem servida com o Michael Cole como comentador face e o JBL como comentador heel.
Caso este desejo não se concretize, as coisas só vão ficar realmente interessantes quando alguém que tiver a interagir com King tiver a capacidade para dar alfinetadas como a que deu AJ – cada vez mais a versão feminina de CM Punk – no passado episódio da Raw: “I think I’m a little too old for you, Jerry. I’m 26. I know you like them younger.”
9. RUMO PARA A WYATT FAMILY
Calma, não se preocupem que nem todos os desejos vão ser tão compridos como o anterior. Este, por exemplo, é bem mais simples e exprime-se em poucas palavras. Não sei qual é o objetivo do que temos visto desde o SummerSlam no que diz respeito à Wyatt Family, mas as coisas não podem continuar assim.
O interesse à volta destes estranhos indivíduos tem sobrevivido à custa de algumas promos originais que têm aumentado o suspense quanto à única questão e o único ponto de interesse do momento à volta deste trio: “Where’s Kane?”. De resto, sobram alguns pobres combates de curta duração com adversários aleatórios e que precisam de terminar o quanto antes, pois ver Luke Harper a ganhar combates com uma curta clothesline não exalta ninguém.
Não sei qual o rumo a dar a Wyatt Family, não sei qual será a próxima vítima, não sei qual é o propósito da mensagem “Follow the buzzards”, mas neste momento qualquer rumo é melhor do que nenhum rumo e a continuação da sua confusa (pela indefinição) e aborrecida situação atual.
8. CREDIBILIDADE PARA DAMIEN SANDOW
Por vezes, uma imagem vale mais que mil palavras. E a que se encontra acima diz tudo sobre o que Damien Sandow está a viver: deixem-me agarrar à única coisa boa que tenho. Isto, porque o Intellectual Savior tem sido sujeito a um número idiota de derrotas, à semelhança do que sucedeu durante o período em que Dolph Ziggler era o Mr. MITB.
Não se deixem enganar pelo número baixo que este desejo ocupa, porque a importância do mesmo é enorme. Está em oitavo lugar devido à simplicidade necessária para que ele se concretize: vitórias. Para tal, convém não inventar. E com inventar pretendo afirmar que derrotas contra R-Truth num combate em que, para além da derrota, Sandow é dominado por um mid-carder sem peso, em nada ajudam a construir um futuro Campeão Mundial com o mínimo de credibilidade.
A não ser que a ideia passe por Damien Sandow ser um Campeão cobarde, que vai mantendo o seu título durante uns meses à custa de DQ’s e/ou vitórias sujas, escapando sempre com o ouro, não vejo qual é o objetivo de tamanha sequência a que temos assistido. Resta esperar que a WWE faça o mesmo que fez com Dolph o ano passado e coloque Sandow a rivalizar com alguém que contribua para a sua credibilização enquanto Uncrowned World Champion. O que me leva a um outro desejo que fica mais para o final…
7. ALTERAÇÕES DA POLÍTICA
Não quanto à política da WWE em geral, mas no que diz respeito às ações a tomar quanto aos lutadores que quebram a Wellness Policy, como são exemplos recentes os casos de Randy Orton e Jack Swagger. Embora situações diferentes, o tratamento foi o mesmo: aparecem na televisão, mas estão lá somente para encher o cartaz. Orton já era reincidente, pelo que o seu período de “castigo” enquanto face completamente estagnado foi especialmente longo. Swagger conseguiu a proeza de cometer vários crimes de uma vez só – estávamos a caminho da última WrestleMania – e, por isso, está agora a sentir a consequência dos seus atos.
Este foi o meio-termo encontrado entre deixar as ações dos lutadores passarem impunes na sua carreira ou escaparem com uma multa e o despedimento ou suspensão. Os lutadores são obrigados a continuar a combater, mas com a derrota como desfecho comum e sempre envolvidos em histórias sem qualquer destaque. Digamos que ficam presos numa situação numb que os desgasta e se trata de uma humilhação, combate após combate.
Desta forma, este meio-termo é uma solução errada, porque quem sai mesmo a perder são os espetadores e, por consequência, a WWE. Seja onde for que Swagger esteja envolvido, as pessoas vão sempre olhar para ele como um garantido derrotado. O interesse à volta desse combate vai-se esfumar instantaneamente. Por muito que seja feito para tentar credibilizar a situação, ninguém vai seguir uma fachada.
Todavia, o pior surge quando se junta a um destes lutadores em “castigo”, outro lutador inocente. É o caso de Antonio Cesaro que tem estado em constante queda desde que formou tag-team com Jack Swagger. Os Real Americans têm de se separar o quanto antes, porque Cesaro não tem de pagar pelos erros do seu parceiro, por muito que seja benéfico para o suíço ter um manager no seu canto como Zeb Colter. Antonio Cesaro é uma pérola dentro do ringue, segundo CM Punk fala sete línguas diferentes e tendo em conta que não está a ir para novo, é urgente que nele seja feita uma aposta definitiva em contraste com a ridícula e embaraçosa derrota que sofreu face ao regressado Santino Marella. O que me leva ao desejo seguinte…
6. NOVO PAUL HEYMAN GUY
Já que Jack (leiam em voz alta) Swagger deverá continuar como Real American, acompanhado de Zeb Colter, uma solução possível para Antonio Cesaro seria efetivamente juntá-lo a outro manager de luxo: Paul Heyman. Este desfecho ganha sentido quando se ouve falar na necessidade de encontrar um novo Paul Heyman Guy capaz de salvar a situação no Night of Champions, perante a ameaça de CM Punk.
O entusiasmo à volta de tentar adivinhar quem será o escolhido para receber esta bênção está em alta, mas eu prefiro manter-me prudente. Caso se venha a confirmar no Domingo que Heyman vai adotar mais um lutador, espero que tal não se traduza de qualquer forma ou feitio numa diminuição da aposta em Curtis Axel, que tem cumprido o seu papel exemplarmente e foi capaz de lutar, interagir e até falar “taco a taco” com alguns dos maiores nomes da WWE.
Como eu não sou diferente ao comum dos mortais, também quero indicar mais três nomes como possíveis candidatos a juntar a equipa de Paul Heyman. O primeiro dos quais foi aquele que eu pensava e esperava que fosse o escolhido para o lugar que viria a ser de Curtis Axel: Kofi Kingston. É certo que nesta altura não faz muito sentido, mas sem dúvida que o tão desejado salto para o main-event seria o resultado de uma coligação de Kofi Kingston com Paul Heyman.
Os outros dois nomes falam por si mesmo: Drew McIntyre e Wade Barrett. Um passou de Chosen One para membro de uma suposta banda de rock, que apesar de tudo ainda consegue ser melhor do que ouvir Justin Bieber. O outro está perdido naquela zona tão perigosa entre o mid-card e o main-event, sem qualquer rivalidade ou ponto de interesse. De todos, Drew McIntyre seria quem eu escolheria.
5. TÍTULOS ESQUECIDOS
Aparentemente existe uma nova moda na WWE: um dos títulos secundários não é defendido em PPV. Não há melhor altura para ser campeão de um título do mid-card, uma vez que as defesas do título são raras e quando acontecem tendem a terminar por DQ. Algo que aconteceu de errado no SummerSlam deste ano foi o facto do Intercontinental Championship não ter sido defendido. Agora parece ser a vez do US Championship não ser defendido num PPV que se chama Night of Champions e no qual, em tempos, já foi obrigatório todos os campeões terem de defender o seu título.
Se ao nível das Divas aproveitou-se o reality show Total Divas para conceber um engraçado Fatal 4-Way Match pelo Divas Championship, ao nível do tag-team vamos ter no KickOff do Night of Champions um Tag-Team Turmoil de cinco equipas para definir quem vai lutar mais tarde nessa noite pelos títulos de Reigns e Rollins. Face à lesão de Henry, os Shield deverão continuar mais umas semanas com os títulos à volta das suas cinturas.
Digo os Shield e refiro-me por inteiro ao trio, pois Dean Ambrose não deverá sequer combater no Domingo, quanto mais defender o seu título. Verdade seja dita: prefiro que não defenda do que voltar a vê-lo a manter o título por DQ. A situação de Curtis Axel já é mais positiva, porque vai efetivamente combater e já tem uma espécie de futuro adversário definido pelo título (Kofi Kingston), embora no Domingo volte a não colocar o ouro em jogo. Seria um exercício curioso verificar a última vez em que um Intercontinental Champion teve dois PPV’s consecutivos sem defender o título.
4. CHRISTIAN SER CAMPEÃO MUNDIAL
Não achavam mesmo que me ia esquecer dele, pois não? Começamos a entrar definitivamente em território do “mais provável é não acontecer”, ou seja, considero que o mais provável é qualquer um dos quatro últimos desejos desta lista não se concretizarem. Resta-me evidenciar os motivos pelos quais eles se deviam tornar realidade.
Para tal, nada melhor do que factos. A carreira de Christian está a terminar e é paupérrima em títulos mundiais da WWE. Vince McMahon não gosta de Christian. Christian voltou a ser atacado pelas lesões, agora uma que se prevê menos grave do que as anteriores (traumatismo). Christian desde que voltou tem demonstrado um nível elevado que muitos lutadores desejavam um dia ter alcançado. Christian mais que mereceu o seu One More Match, que terminou da pior maneira possível. Será que esse foi a última oportunidade de Christian por um Título Mundial?
Espero bem que não. Christian é um daqueles lutadores que segundo uma descrição de CM Punk pertence ao grupo que “eat, sleep and breath wrestling” ou se preferirem mais ao jeito de Daniel Bryan: “In it for the wrestling and not for the fame”. O Captain Charisma parece ser como o vinho do Porto e caso as lesões não voltem a atacar, este vinho do Porto ainda pode ter uma última grande conquista à sua frente (contentava-me com um verdadeiro reino enquanto World Heavyweight Champion), antes de se dedicar única e exclusivamente a elevar jovens talentos.
Christian, CM Punk, Dolph Ziggler e Daniel Bryan: os dois primeiros a comandar respetivamente o Friday Night SmackDown e o Monday Night Raw; os dois últimos como seus sucessores. Assim estaria a pirâmide da WWE, caso fosse eu a mandar. Como não sou, deixo aqui o meu carismático manifesto em forma de desejo.
3. REGRESSO DE SHANE MCMAHON
Já falei disto na edição 16 deste espaço, mas a ideia continua a ser válida. O regresso de Shane McMahon à WWE era das melhores coisas que podia acontecer, especialmente agora que existe este abuso de autoridade de Triple H e parece cada vez mais óbvia a passagem de testemunho entre Vince McMahon para o ainda COO da WWE.
Particularmente agora, enquanto os McMahon estão todos em sintonia e a remar para o mesmo lado, o regresso de um McMahon com uma visão completamente oposta do resto da família seria algo que levaria esta rivalidade a um nível épico! Shane poderia partir para uma luta de interesses fantástica, não só rivalizando com Triple H pelo lugar de sucessor de Vince, como também defendendo rumos diferentes para a companhia.
As possibilidades que tal regresso abriria eram imensas, sendo que tudo poderia culminar num combate Winner Takes All a ter lugar na Survivor Series 2014 entre a Team WWE (liderada por Shane) e a Team McMahon (liderada por Triple H). Algo que vos faz recordar um certo combate, não é? Eu sei que isto não passa de um desejo… Mas o sonho comanda a vida!
2. RVD NÃO DEVE VENCER DEL RIO
Este desejo surge como sequência lógica do que foi dito nos desejos nº 8 e nº 4 (olhem para mim, pareço uma grávida a falar de desejos) e baseia-se no facto de Rob Van Dam estar perto de conquistar o World Heavyweight Championship… Por todas as razões erradas.
A primeira e mais importante delas todas, por Vince McMahon pretender capitalizar o regresso em grande de RVD, dando-lhe ainda mais destaque com a conquista do Título Mundial. O que vai contra tudo aquilo que eu defendo para que um título deve servir. Vince está a tentar aproveitar-se do ímpeto de RVD e da sua popularidade para torná-lo ainda mais num favorito da multidão, através da conquista do ouro que ainda pertence a Del Rio.
Outra das razões é o facto de no último PPV Rob Van Dam ter lutado pelo US Championship de Dean Ambrose e tenha ganho por DQ. Nunca teve direito a uma desforra, porque subitamente se viu incluído numa guerra que não era dele: a vingança de Ricardo Rodríguez sobre Del Rio. Vingança que teria feito todo o sentido caso tivesse acontecido no combate do SummerSlam, com Ricardo Rodríguez a intervir para ajudar Christian a vencer o Título Mundial. Teria assim sido criada uma ligação de empatia óbvia entre Ricardo Rodríguez e Christian, que contrasta com a falta de química entre o antigo companheiro de Del Rio e RVD.
Muitas vendas de merchandising, muitos adeptos, muito entusiasmo à volta de RVD levaram não só a que fosse incluído na rivalidade entre Ricardo Rodríguez e Del Rio, como a uma oportunidade pelo Título Mundial, que RVD fez por merecer pelas suas boas performances.
Merece a oportunidade, mas não merece vencer o título. E outra das razões reside precisamente no facto de RVD estar limitado a noventa aparições. Se Christian, um lutador a tempo inteiro que trabalhou imenso para ter o seu tão pretendido One More Match e saiu de mãos a abanar, um desfecho diferente para o One of a Kind seria um insulto, especialmente numa altura que o Mr. MITB Damien Sandow se encontra tão fragilizado.
Meus amigos, caso RVD vença estarão perante a personificação de um transitional champion, algo que servirá apenas para desvalorizar novamente o título e inevitavelmente antecipar o cash-in de Damien Sandow, que ainda precisa de ser devidamente cozinhado. E quem teria coragem para negar a Brock Lesnar um novo reinado enquanto WWE Champion? Com as vitórias de The Rock e RVD, teria toda a legitimidade para o exigir. Ao contrário do último PPV, espero sinceramente que Alberto Del Rio mantenha o título na sua pose e tenha o seu primeiro longo reinado da sua carreira.
1. THE MIZ VS. DOLPH ZIGGLER WITH RIC FLAIR
Tal como eu esperava e receava quando escrevi a edição mais controversa deste espaço (nº 19), o curto reinado de Dolph Ziggler enquanto World Heavyweight Champion e o face-turn não fizeram maravilhas à sua carreira. Pelo menos, não por enquanto.
Exatamente como eu temi (e desta vez não retiro nenhum prazer ou satisfação em vos dizer “I told you so”), desde essa noite que Dolph não só foi afastado do panorama do Título Mundial, como rapidamente voltou ao nível de mid-carder. Nesta altura, Dolph Ziggler é o que mais se aproxima de um provável candidato ao… US Championship de Dean Ambrose.
E quase que acertava no motivo! Pensava que seria uma lesão, mas afinal foi um incidente no backstage no qual o menino bonito Randy Orton ouviu uma daquelas verdades que custa ouvir proferida por Dolph Ziggler, que se traduziu no número parvo de derrotas e no tipo de combates a que o Show Off tem sido sujeito (Handicap 3 contra 1). Assim se explica o momento triste que Ziggler atravessa: não se sabe bem porque está a ser castigado, mas resume-se em ser frontal, dizer o que pensa e ferir os sentimentos de virgens ofendidas. Não sabia que as cobras também tinham sentimentos…
Quem não está melhor é The Miz. O último momento de destaque que Miz teve foi exatamente a passagem de testemunho do Figure 4 Leg Lock de Ric Flair que ninguém compreendeu, mas aconteceu. E foi tão anti-natura que sempre que o Miz aplica a sua versão do Figure 4, e adaptando uma expressão, um anjo perde as suas asas. Ainda no último Raw, Miz saiu derrotado de um combate contra… Damien Sandow! Sim esse mesmo, o homem das mil e uma derrotas, que inclusivamente perde com o R-Truth, ganhou um combate! Com um roll-up! Fantástico! Tudo graças à intervenção de Fandango que supostamente está em rivalidade com o Miz.
Logicamente está a ser considerado um novo heel turn para Miz, que ainda no último Main Event durante os comentários com os Tons of Funk deixou passar (intencionalmente ou não) a imagem que o antigo Miz está mortinho para voltar a sair da toca. Para tal, nada melhor do que juntar estes condimentos todos e concretizar uma rivalidade que só tinha pontos positivos.
Como concretizá-la era a parte mais difícil, mas a melhor forma seria um MizTV onde o convidado especial seria Ric Flair que faria a revelação de que vendeu os direitos do seu Figure 4 a Miz, porque na altura precisava de dinheiro. Uma espécie de segmento ao estilo do que vimos entre Big Show e Stephanie, mas contado na primeira pessoa. Miz iria atacar Ric Flair e aí surgiria Dolph Ziggler. Para ajudar à história, Ric Flair afirmava que nunca desejou que Miz ficasse com o seu mítico Figure 4 e que o sucessor ideal era Dolph Ziggler.
Seria assim que se preparava uma grande rivalidade entre dois atletas em momentos de carreira negativos, ao mesmo tempo que se dava a Ric Flair um papel útil e com destaque em vez de andar por aí a beber, tirar fotografias e dar autógrafos como “embaixador da WWE” ou lá qual seja a descrição do que ele é.
Desta forma, dou por concluída a edição especial de regresso do vosso espaço semanal favorito, que pode ter deixado de o ser a partir de hoje devido ao extenso tamanho do artigo. Para quem leu tudo na íntegra e vai comentar, deixo já aqui o meu honesto Obrigado. Foi um prazer escrever este texto e espero que tenha sido agradável a leitura, quer concordem com alguns dos desejos ou não. Conto convosco para a próxima semana?
11 Comentários
Grande artigo!
Gostei do que disseste em todos os pontos, e apesar de nem todos serem propriamente desejos meus, concordo com o que disseste.
Vou apenas falar sobre alguns:
– Wyatt Family: Depois do SummerSlam pensei que a família ia arranjar uma nova vítima, mas tal não se verificou, e acho que não se vai verificar, vão andar envolvidos em combates sem interesse até o Kane voltar, e aí sim, continuarem com relevância. Espero que o Kane regresse a tempo do Hell in a Cell PPV.
– Damien Sandow: Que faça o cash in rapidamente, não há nenhum face que faria sentido entrar em rivalidade com Sandow, ou seja este último vai andar perdido até ao cash in, por isso o melhor é efetuá-lo o mais cedo possível.
– Títulos secundários: Pois, querem meter mid-carders com tantos fãs como os main-eventers com títulos secundários e dá nisto. Um Dean Ambrose, que tem uma quantidade de fãs enormes não deve ter um título secundário, pois os fãs só têm interesse no portador do título nos combates que este mesmo tem no Raw, pois é aí que ele luta contra os grandes talentos, como Dolph Ziggler e Daniel Bryan. Mas é óbvio que estes dois não vão ser desafiantes pelo título, ou seja o campeão tem grandes combates no Raw, e no PPV, vai lá defender o título num combate que pode ser de qualidade mas os fãs quando pensam nos grandes combates dos Shield pensam sempre em combates que ocorreram no Raw e sem envolver os títulos. E isto é bom? É certo que os campeões estão bem, estão credibilizados mas os títulos não! Por isso a solução é colocar os títulos secundários, com alguém que não esteja à porta de ser main-eventer…
Mais uma bela edição do Peep Show. Não concordo com tudo, mas gostei de veres mencionar alguns pontos que concordo e que parece que mais ninguém tem coragem de admitir, como a falta de rumo da familia Wyatt. Porque sempre que se fala neles, há uma Markismo quase pior que o dos fãs da TNA. Ao diabo com todos eles. Também eu quero ver os Wyatt a darem-se bem, mas há que admitir que neste momento andam á deriva. De resto, gostava que Barrett fosse o PHG; nao me importo que RVD ganhe o titulo, mas tambem gostava de ver Christian a ter ainda um reinado decente.
Acho que o sonho de ver Shane voltar nao passa mesmo disso, como tu mesmo admitiste. Já o problema de Sandow é mesmo que as mentes da WWE, as que fazem o Booking, continuam a pensar ao contrário das pessoas normais.Enfim. Mais um bom artigo e já esperava com alguma ansiedade o teu regresso, ou não fosse este um dos meus espaços favoritos. Valeu a pena a espera.
Adorei o artigo, Miguel!
O que eu vou comentar agora não vai ter nada a ver com o artigo. Aquela frase do Triple H, na verdade não é dele, se você olhar pelo lado musical. Eu comecei a ler o artigo porque o título me chamou muito a atenção, depois a frase do Triple H.
Neste dia eu só havia visto os resultados, não tive tempo para acompanhar a Raw. Quando vi a frase do Triple H, isto me assustou. Não sei se você curte KISS, mas o Gene Simmons lançou uma música com esta frase e o título do artigo.
Será que Triple H não tirou a frase da música?
KISS (Gene Simmons) – When You Wish Upon a Star
http://www.youtube.com/watch?v=xYZ0rkVaPyY
Repetindo, vim ver o artigo por causa do título, que me lembrou a música.
Devo ter escrita típica de Miguel xD Mas allow me to introduce myself… My name is Ricardo Silva. Ahah sempre quis fazer isto xD
Quanto à música, tal como disse no texto não sei qual versão foi… E fico contente que o título te tenha chamado a atenção, porque é esse o meu objetivo. Este título era óbvio, porque a inspiração para o artigo partiu desse momento do HHH.
Bom artigo, Ricado.
Partilho dos teus desejos, mas muitos deles não passam de sonhos que não se irão concretizar.
Gostei bastante, pessoalmente dos desejos 3 e 1, me empolguei bastante ao lê-los, quem dera tornasse realidade.
Excelente artigo Ricardo. Nada mais a acrescentar, acho que disseste tudo. Há ali um ou outro que sao fantasias (O Cesaro ser o novo PH Guy…era espetacular, mas não vai acontecer. O Ziggler vs The Miz tambem nao…), contudo como tu dizes e muito bem “o sonho comanda a vida!”.
Excelente artigo. Continua assim.
Brock Lesnar como WWE CHAMPION one more time seria mt bom mesmo!
Eu não quero o Alex Riley como comentador, o lugar do Alex Riley é no ringue, a ganhar combate de preferência. Concordo que já chega de King, mas alternativas ao lugar dele não faltam, seja um ex-comentador como é o caso do Joey Styles ou do Booker T, seja algum wrestler que estaria melhor sentado como o The Miz, seja uma lenda que poderia regressar e ser aproveitado como seriam os casos do Shawn Michaels e do Edge. o Ric Flair está melhor em casa.
Não concordo com a comparação do RVD com o Brock Lesnar, o RVD pode estar limitado, o que honestamente não acredito, mas aparece sempre, PPV’s, RAW e Smackdown, luta com todos, sejam main eventers sejam mid-carders, e nunca deixou o wrestling, por isso, se ele ganhar o titulo não considero um insulto e até aceito. E porque não? Mesmo como campeão de transição durante dois ou três meses, não me parece que o titulo fosse descridibilizado, e o Sandow sempre teria algum face com que rivalizar, sem aquelas confusões que a WWE costuma fazer, com um heel a perder o titulo para um face, seguido de cash-in na mesma noite ou no dia seguinte, e uma tremenda confusão a 3.
Excelente artigo. O Ric Flair devia vir , nisso concordo plenamente.
10 – Respeito imenso o Lawler mas nunca gostei dele nem me convenceu por isso concordo e veria com muito bons olhos o seu abandono!!
9 – A familia do Bray está a sofrer da falta de creatividade da wwe!! Nao planearam bem as coisas para eles!! A rivalidade com Kane até foi interessante e lhes deu algum impacto mas o combate nem foi nada de especial e agora simplesmente vencem superstars que todos vencem (ao estilo Del Rio!!!) e nao sao destacados a nao ser em promos!! Sinceramente e do pouco que vi até agora o Bray in ringue nao é nada de extraordinário na minha opiniao claro!
8 – Simplesmente nao faz sentido!! Fez todo o sentido perder com o Rhodes para posteriormente o vencer com a mala em jogo mas dadas as circunstancias isso nao vai ser possivel!! Mas porque nao o metem em feuds que o credibilizem e lhe deem destaque? a serio que isso eu nunca vou compreender!!
7 – Nao era necessario tanto!! Bastava Colter e Cesaro traírem Swagger (este faria assim o faceturn e estabelecia-se no midcard como face por uns tempos!!) porque é fundamental o Cesaro permanecer com o Colter e acho que para Heyman Guy existem outros melhores superstars que ele para o papel!!
6 – Eu gostava imenso que fosse o Wade Barrett!! O homem ja devia estar no main event por todo o talento que possuiu!! Claro que nomes como o do drew também assentavam perfeitamente!! O kofi nao é muito o estilo do Heyman acho que nao se complementam!!
5 – Infelizmente é a realidade de hoje em dia na WWE!! De titulos que outrora foram dignificados por lendas!! Hoje tem grandes representantes, o Dean Ambrose até tem levado o USA Championship ao main event mas acho que os titulos em si deveriam ter uma importancia que nao tem!!! Soluções para isso? tenho imensas!! Quando nao tiverem nada que fazer com um superstar consolidado deem-lhe um desses titulos pois ao mesmo tempo estão a dar-lhe credibilidade (ao titulo)!! o superstar em ascensao que lho conseguisse tirar ganharia já um impeto tremendo!! Se calhar era preferivel isso a Kofi Kingston como constante transição!!
4 – E WWE Champion também!! Christian o superstar mais underrated de sempre!! Nunca percebi porque nao lhe deram oportunidades de demonstrar a grande lenda que é, quer a wwe queira quer não!!
3 – Como diria o Miz era awesome se isso acontecesse!! Seria fantastico ele voltar!!
2 – RDV nao tem contrato normal com a wwe por isso nao deve ser campeão ponto final. aproveito para colocar outro desejo talvez até mais importante do que este que é a valorização do titulo mundial como nos bons velhos tempos!! E há tantas maneiras de o fazer! Basta a wwe querer!!
1 – Essa feud era perfeita para uma wrestlemania!! Ainda continuo na esperança que aconteça!! E sim essa historia do Flair é muito interessante e seria concerteza uma boa ideia para uma grande feud como esta mas com The Miz a heel!!