O histórico PPV da WWE, Evolution, realizou-se ontem à noite e muitos fãs, inclusive eu mesmo, não estavam com grandes expectativas, não por culpa das superstars envolvidas, mas sim por culpa da WWE que não soube gerir a promoção deste evento. Ora essa falta de expectativas, aliada ao talento de todas as superstars envolvidas, acabou por surpreender, com bons e excelentes combates e grandes spots ao longo de todo o evento e levou o que este fosse bastante elogiado pelos fãs, que puderam ver assim, de forma condigna, estas atletas a fazerem história no Wrestling.
Como eu referi acima, as expectativas para este evento não era muito altas, devido à má gestão da WWE no que toca à promoção do PPV e se as expectativas não eram muitas, então depois do anúncio de que Alexa Bliss iria ser substítuida por lesão, por Alicia Fox, estas desvaneceram ainda mais. Nada contra Alicia Fox, mas infelizmente o papel desta na WWE, é de uma jobber e por isso o resultado tornara-se assim óbvio. Lita e Trish levaram assim a melhor, como era de se esperar. Não foi um ótimo combate, mas também não posso dizer que foi mau, Trish está numa forma excelente, apesar da sua idade e tempo fora dos ringues, Mickie James é uma wrestler incrível e tudo correu dentro da normalidade, até ao Botch da Foxy, que podia ter sido evitado, é certo, mas que na minha opinião, não foi o descalabro monumental que muitas pessoas descrevem.
Uma imagem de Trish Stratus a demonstrar os efeitos de um Yoga bem praticado.
A este combate de tag-teams seguiu-se a Battle Royal, cuja vencedora, segundo a WWE, iria receber uma oportunidade pelo título. Confesso que não tinha muitas expectativas para esta Battle Royal, muito por culpa da forma quase banal e atitude de bora-mandar-tudo-para-este-combate-porque-não-sabemos- o que- fazer. No entanto, tal como todo o evento, surpreendi-me e tenho de dizer que gostei bastante desta Battle Royal. Foi pena muitas das lendas terem sido eliminadas à-la-jobbers, mas a verdade é que aparte disso, tudo foi bem feito. Gostei bastante do breve confronto de Asuka e Ember Moon e de Ember Moon no geral, que fez um excelente trabalho como underdog, gostei do spot do quadruple suplex, acho que é assim que se chama, gostei da surpresa da Zelina Vega quase a eliminar Ember e Nia, enfim, fiquei investido numa Battle Royal da WWE e isso já pode ser considerada uma espécie de vitória, que por falar em vitórias, nesta Battle Royal caiu sobre Nia Jax, que conquista assim uma oportunidade pelo título.
A reação de Zelina Vega ao perceber que nada estava tranquilo naquele momento.
De seguida temos o primeiro combate one-on-one da noite, que opõe Toni Storm a Io Shirai. que lutam pela vitória do segundo torneio Mae Young Classic. Como eu não acompanhei muito este torneio, confesso que expectativas para este combate, só as que os outros fãs depositavam nele e acabaram por me “contagiar”, pois só vi Toni Storm lutar meia-dúzia de vezes e Io Shirai não era mais que um nome familiar, que nunca tinha visto em ringue( eu sei, um bocado ignorante.) Eu achei foi um combate muito bom para o tempo que teve, Io Shirai é de facto aquilo que os fãs dizem dela, uma excelente wrestler e o seu estilo mais aéreo conjugou bem com um estilo mais powerhouse de Toni Storm. Destaco neste combate o moonsault de Shirai para fora do ringue, que foi qualquer coisa de espetacular, assim como o sunset flip e destaco também o finisher de Toni Storm, que apesar de já o ter visto mais do que uma vez, não me canso de o ver. Ótimo combate para os 10 minutos que lhes foram dados e parabéns à Toni Storm pela vitória que como disse e bem Renee Young, tem estrela escrito por toda a parte.
Esperemos que em breve cumpra o ritual religioso, que é a foto com Triple H, assim que se torne campeã.
Da final do Mae Young Classic, passamos para um combate com muito menos importância e tudo menos inédito, que foi Natalya, Bayley e Sasha Banks contra as Riott Squad. Para além do facto de estar contente pela Sasha ter voltado aos ringues, não tenho grande coisa a dizer sobre este combate, foi bom, conseguiu subir a qualidade que é normalmente apresentada nestes combates de 3 vs 3, que acontecem quase todas as semanas e apesar de não ter sido nada de especial ou particularmente memorável, cumpriu o seu principal objetivo, que era dar credibilidade às faces, maioritariamente a Sasha Banks, que conseguiu o pin. É pena é esquecerem-se um bocado das Riott Squad, que já estão há algum tempo a precisar de uma vitória que seja significativa.
Sasha Banks com um Backstabber… coincidência?
Após este combate de tag-teams, foi a vez de as ex-finalistas do MYC, Kairi Sane e Shayna Baszler, brilharem e elas de facto não desapontaram, como é habitual. Shayna Baszler é para mim uma das melhores heels femininas, se não a melhor e está a ter apresentada como uma grande ameaça na divisão feminina. Eu pessoalmente não aprecio muito o seu estilo de wrestling, mas não deixo de reconhecer o seu talento, que foi demonstrado em mais um grande combate com a Kairi. A Kairi também este muito bem, como aliás é hábito e espero que ela fique pelo NXT mais um tempos, não porque não tem talento para o main roster, mas sim porque ainda não estou preparado para a ver a dançar no Mixed Match Challenge ou a ter um título para não o defender. Como já disse elas brilharam, o combate não foi talvez tão bom como combates anteriores no NXT, mas isso também já era pedir muito. Shayna manteve o título e é preciso realçar ainda a interferência de duas das Four Horsewomen da UFC, no desfecho do combate, que me despertou alguma curiosidade acerca do seu futuro na WWE.
Jessamyn Duke, acho que é assim que se chama, já estava pelos cabelos com Kairi Sane.
A seguir, deste combate já com uma qualidade elevada, seguiu-se que outro que consegui bater aos pontos não só este combate, como também qualquer outro combate feminino do Main Roster este ano e que por isso deveria ter sido o main event.Este combate foi excelente, o uso de armas foi completamente justificável, assim como a estipulação, o storytelling esteve impecável e só há um ponto negativo que consigo tirar a este combate, que é o facto de ainda estarem a apresentar Becky como Heel. Por amor de deus, a Becky neste momento podia retirar o Daniel Bryan e dizer que o NXT não presta ,que mesmo assim não conseguia ser Heel. O público adora-a e a WWE ainda não deve ter percebido o quanto. Mas mesmo assim, há que dar o mérito a estas duas excelentes wrestlers, que deram tudo o que tinham e o que não tinham em ringue e que nos proporcionaram sem dúvida o melhor combate da noite e talvez até o melhor do ano,no que toca à divisão feminina, mostrando assim o que é que estas mulheres são capazes de fazer, quando lhes dão tempo.
Aqui podemos ver Becky a tentar chegar à cadeira, assim como todos nós estamos a tentar chegar aos motivos de ela ainda ser Heel, a diferença é que ela conseguiu.
O main-event foi, injustamente, Ronda Rousey vs Nikki Bella e digo injustamente porque nada conseguria bater o combate anterior a este. O combate não foi nada de especial, especialmente para main-event, mas foi melhor do que eu estava à espera, isto tudo porque nenhuma delas inventou muito e fez aquilo que sabe. Ronda Rousey lutou no seu habitual estilo meio wrestling, meio judo, que eu pessoalmente acho piada e Nikki através de cheap shots e com a ajudade de Brie impediu que isto fosse um squash match. Não tenho mesmo nada de especial para dizer em relação a este combate, não foi mau de todo, Nikki não esteve mal, não foi o seu melhor combate, mas também esteve longe de ser o pior e o mais importante é que Ronda Rousey se mantém assim campeã. Agora resta apenas esperar para ver se a WWE de facto dá uma oportunidade a Nia Jax pelo título, ou se lhes dá uma amnésia temporária, como lhes deu a meio do show, quando tentaram promover o Crown Jewel.
Acabo este artigo com esta imagem do fantástico plantel feminino da WWE, que sem dúvida merece a repetição deste tipo de evento.
P.S – Reparem na cara de Becky Lynch, ou muito me engano ou se não tivesse ali tanta gente, um ataque à Ciampa, depois dos créditos, não seria mal pensado.
Obrigado a todos os que leram este artigo, para quem estranhe que isto saia hoje, isto só acontece porque é uma análise a um PPV e vai ser assim, sempre que analisar um evento da WWE, que tenha lugar nos EUA. Espero que tenham gostado e vemo-nos para a semana, com mais um More Than Words.
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