Anteontem fiz a análise do NXT TakeOver War Games e hoje faço a análise ao Survivor Series que ocorreu na noite do passado domingo. De modo geral eu não desgostei do PPV, não foi tão mau como o andam a fazer parecer, mas também não foi bom e isso deveu-se pura e simplesmente às más decisões de booking que já se tornam uma espécie de sinónimo de WWE. Os combates na sua maioria foram bons, não houve nenhum que me pusesse na borda da cadeira, como foi o caso do War Games e só talvez um me desinteressou completamente, mas isso, lá está, deve-se também à maneira como o combate foi encarado e não tanto devido aos intervenientes.
Para começar o evento tivemos o já habitual Kickoff, aquele espaço de tempo que serve para dar hype aos combates do main card e que dá oportunidade às tag tea…, aos superstars que não estão no main card, de terem lugar no PPV. Como é o Kickoff, eu não me vou alongar muito, até porque com a importância que a WWE lhe dá, de que é que vale a pena? O que interessa é que o Raw ganhou todos os combates. No entanto apesar de ter a importância que tem, achei que foi um combate bastante interessante, gostei do facto dos Revival terem sido os Soul Survivors do Raw e gostei do seu mini-combate com os Usos, o Chad Gable esteve também impecável, aquele homem é uma autêntica besta (aquele suplex ao Big E foi qualquer coisa de espetacular), enfim, este foi um ótimo combate para a importância que tinha e mais do que cumpriu a sua obrigação, só não foi o suficiente para conseguir um ponto para a brand azul, mas pronto, para o ano há mais. 1-0 para o SmackDown(para mim o kickoff conta)
Não sei o que é que é mais impressionante, se é este voo por cima das cordas ou se é o facto de eu ainda não ter conseguido perceber se este é o Jimmy ou Jey.
A seguir do Kickoff, ou seja, quando a supremacia de brands finalmente estava em jogo, o evento em si abriu com o 5 vs 5 do plantel feminino, sendo que a equipa do RAW foi alterada em cima do joelho e Sasha Banks e Bayley substituíram Ruby Riott e Natalya que começaram à pancada no Backstage antes do combate. Ora após o final do combate eu só tenho apenas uma pergunta: Conhecem alguma profissão em que se seja promovido por se cometer erros? É que eu tenho alguma dificuldade em encontrar alguma, tirando a de wrestler profissional na WWE.
Muito possivelmente isto foi uma manobra estratégica da WWE de dar ainda mais heat a Nia Jax, mas podiam tê-lo feito de outra forma sem enterrar Asuka mais uma vez e sem fazer com que Nia ficasse mais tempo a falar com Alexa Bliss do que em ringue. É que o combate até nem estava a ser mau, a tensão entre a Mandy e a Sonia foi bem feita, gostei das interações entre a Sasha e a Asuka e depois dão-nos este final? Sinceramente não percebi muito bem, mas pelo menos a Nia agora sabe que personagem tem de interpretar. Outra coisa que também não percebi foi aquela eliminação rápida da Naomi, mas há que dar credibilidade à Tamina que foi eliminada 10 segundos depois… 1-1 para as duas brands.
Até a Alexa Bliss se riu com a vitória de Nia Jax, o que eu percebo, é preferível rir do que chorar nestas situações.
A seguir a esta onda de heat, tivemos o tão aclamado Dream Match entre o campeão intercontinental Seth Rollins e o campeão dos Estados Unidos Shinsuke Nakamura. Para ser sincero, eu vinha para este combate sem a expectativa de que ia ser excelente, eu já estava a contar que não ia ser, muito por culpa das enormes expectativas que a WWE tem colocado sob alguns Dream Matches, que têm sido defraudadas, mas também pelo facto de Shinsuke Nakamura estar uns furos abaixo daquilo que apresentava na NJPW. No entanto, o combate não deixou de ser muito bom, o início foi algo lento, mas no final, com um ritmo mais rápido, o combate rapidamente se transformou em algo muito bom. Tivemos muito bons counters, tivemos direito a três suicide dives do Rollins, o storytelling foi também muito bem feito, com o Rollins a ficar frustrado com Nakamura e copiar algumas manobras e taunts deste último. Por isso no geral só posso dizer que gostei muito do combate, mas que não cumpriu as expectativas altíssimas que se tinha dele. 2-1 para o Raw
É impressão minha ou o Rollins está a querer roubar a gimmick ao Ambrose, pela cara dele eu diria que sim.
A seguir a isto seguiu-se o pior combate da noite, AOP vs The Bar e sendo o pior combate da noite, com um desfecho tão cómico, que se entrasse num concurso de comédia era desqualificado por falta de comparência da piada, não me irei alongar muito. Aliás, não me vou alongar nada, vou dizer apenas três coisas. Primeiro, os AOP devem ter ficado só com a sigla, porque o nome já não fazia sentido, a julgar pelo que têm feito, segundo se o combate fosse tratado com alguma seriedade ou se tivesse feito de facto comédia, se calhar a minha opinião seria outra, terceiro, não acompanhei o trabalho do Rockstar Spud, mas isto para o Drake Maverick deve ter sido bastante vergonhoso, pelo menos se não foi para ele, para mim foi. Por favor não mostrem este combate a quem esteja a ver wrestling pela primeira vez. 3-1 para o Raw.
Eu sei Sheamus… tudo era melhor antes de teres esse penteado e não me refiro só ao Estilo.
A seguir a este combate desastroso, tivemos talvez o melhor combate da noite em termos técnicos, Buddy Murphy vs Mustafa Ali. No dia em que estes dois nos proporcionarem um mau combate, eu digo que o Enzo Amore é o melhor rapper do mundo. Estes dois já nos mostraram o que conseguem fazer no 205 live e fizeram-no mais uma vez ao roubar o show no Survivor Series, ainda por cima no Main Card. Não há mesmo nada mais a dizer sobre este combate, a não ser elogiar estes dois indivíduos que são fantásticos naquilo que fazem. A divisão de Cruiserweights é sem dúvida fenomenal e merece mais crédito, faço uma vénia ao Murphy e ao Mustafa Ali, que já agora espero que ainda esteja vivo após todos os bumps que sofreu.
Digam lá se o Murphy nesta foto não está igualzinho ao Tsubasa, a única diferença é que não é uma bola que está a chutar.
A este espetáculo dos Cruiserweights voltámos à questão da supremacia de brands e foi a vez dos homens do Raw e do SmackDown mostrarem o que valem no tradicional 5 vs 5. A meu ver, este combate não foi pior do que o do ano passado, mas também esteve a anos-luz do de 2016. Mas lá está, tal como no PPV em geral, o combate em si até foi bom, agora as decisões de booking é que são bastante questionáveis.
Primeiro, se pestanejaram no início do combate, não foram a tempo de ver o Samoa Joe em ringue, se por um lado isto ajudou a construir a imagem de monstro de Drew McIntyre, por outro enterrou Joe por completo, depois expliquem-me como é que uma equipa em que todos os membros se desentendem uns com os outros ganha a uma equipa coesa? Expliquem-me como é que o Shane foi o soul survivor do SmackDown? Eu sei que ele é o Best In The World, atenção que eu não me esqueço disso, mas não vamos exagerar, por fim, aquele final, tal como no ano passado, foi muito anti-climático, bem pelo menos o Strowman voltou a ganhar alguma credibilidade. Aquilo que podia ter sido um ótimo combate, pela ação que tivemos, foi completamente arruinado pela falta de lógica que a WWE demonstra na sua tomada de decisões. 4-1 para o Raw.
Só faltaram as chamas nos cantos do ringue, mas isso também não é para todos.
Chegámos assim ao Co-Main Event da noite, Ronda Rousey vs Charlotte, outro dream match, que foi um combate feito à última da hora, visto que Becky Lynch não estava a contar com um nariz partido. Este dream match ao contrário do Rollins vs Nakamura, cumpriu todas as expectativas. Digam o que quiserem da Ronda, mas ela está a adaptar-se ao Wrestling melhor que ninguém e já pode perfeitamente fazer parte de um main event de um PPV. O combate foi muito bom, aquele spear da Charlotte foi magnífico, aliás, ela é uma atleta magnífica, as várias manobras de submissão e os seus respetivos counters foram muito bons, este foi um combate que sem dúvida alguma mereceu um lugar destaque num dos Big Four da WWE.
O pós combate foi ainda melhor, a Becky naquele abraço à Charlotte deve-lhe ter transferido energias, porque aquilo que ela fez foi exatamente igual àquilo que a sua amiga/inimiga irlandesa fez no SummerSlam. Foi um segmento muito bom, a Charlotte saiu que nem uma badass, agora resta saber se isto foi ou não um heel turn. Sõ não gostei do facto do público ter começado o cântico “Thank You Charlotte”, achei um bocado desrespeitoso para com a Ronda. 5-1 para o Raw.
Para quem diz que é fãcil ser-se árbitro na WWE.
O main-event foi outro dream-match, outro que foi feito em cima do joelho, mas que não deixou de ser muito bom também. O combate em si não foi nada de especial, tirando o Bryan a gozar com o Lesnar, o início foi só o Lesnar a fazer o mesmo do costume dizimar o seu oponente com suplexes e só de vez em quando fazer algo mais. Mas quando o Bryan conseguiu ganhar o comando do combate, aí que é o nível deste subiu, o storytelling foi espetacular. Não só o Bryan é ótimo a contar uma história em ringue, assim como também o Lesnar, quando quer, é fantástico a vender manobras. Cheguei mesmo a acreditar que o Lesnar ia desistir. Portanto, eu achei que este combate foi ótimo particularmente graças à ótima história que foi contada em ringue, Lesnar saiu vencedor. como sempre, mas Bryan não saiu nada prejudicado deste embate.
Termino este artigo com esta bonita imagem de um abraço entre amigos e com uma pergunta algo perturbadora: Será que é assim que Lesnar embalava os seus filhos?
Obrigado a todos os que leram este artigo, peço mais uma vez desculpa pela extensão e vemo-nos no próximo domingo, com mais um More Than Words, que voltará ao formato normal de artigo de opinião.
7 Comentários
ótimo artigo como sempre. Em relação ao PPV em si, eu achei razoável com algumas matchs de destaque como a Ronda vs Charllotte, meu deus que evolução que essa mulher teve em pouco menos de 8 meses. A match do Ali vs Murphy foi a melhor da noite, esses dois são fantastico, principalmente Ali, é uma pena que a crownd casual não liga muito para essa divisão.
e a match do Daniel Bryan vs Lesnar foi muito boa, pensei que o Lesnar iria entrar em um modo preguiça, mais pelo visto não foi isso que aconteceu, quando o homem quer, ele faz bons combates. É engraçado Lesnar somente faz combates bons quando ele acha que vale a pena se esforça um pouco contra alguém de nome, como foi o caso do Aj e Bryan. E o resto dos combates da noite não me interessou muito e foram muito mal bookados e coitado do Joe enterram mais uma vez o pobre rapaz, o bom que ele ganha um bom dinheiro para amenizar isso kkkkkkkkk. E para finalizar o Nakamura provou mesmo que ta cagando para os combates e somente tá ali por dinheiro e aprender inglês, porque não é possivel que um senhor que fazia ótimos combates na NJPW, somente fez quatro bons combates na WWE na minhas contas é claro.
Não sei se você concorda, mas acho que o Lesnar se sente mais animado em lutar com caras de estatura mais baixa. Seus melhores combates individuais, desde de seu retorno em 2012, foram contra o CM Punk, AJ Styles e Daniel Bryan. Sei lá, talvez pode ser apenas coincidência, mas fiquei pensando nisso
Claro que é melhor lutar contra CM punk, AJ Styles ou Bryan. Lutar tantas vezes com o nabo do Reigns deve dar uma pica… É como se me dissessem queres jogar a bola contra Messi, CR7 ou Neymar… ou contra o Jonas??
O selling do bryan e do Lesnar foi sensacional. Qdo se ve o Yes Lock e o olhar de desespero do Lesnar, acreditamos mesmo que este ia desistir… mto se calaram qdo diziam que ia ser atropelado
Mas não é apenas com o Roman Reigns, eu disse isso pq os combates que ele teve com Triple H, John Cena, Randy Orton e Samoa Joe também não ficaram tão bons. Em alguns desses combates, ele parecia até bem desmotivado.
Mas eu concordo com absolutamente tudo que você disse em relação a essa luta do Lesnar com o Bryan, principalmente na parte que essa luta calou a boca de muitos!
e também teve o combate do lesnar com o Dean Ambrose que foi uma porcaria, e os combates dele com o Strowmann também não foram grande coisa não, principalmente este último na Arábia Saudita foi um lixo, mas o hater aziado só falou de Roman.
Cara, eu te amo! Você é muito engraçado! hahahaha…
Muito bom o artigo!
Obrigado, ainda bem que gostaste do artigo!