Novembro foi um mês marcado pelas saídas e despedimentos na WWE. Em que Neville, Emma, James Ellsworth, entre outros, abandonaram a WWE , o primeiro por opção e os restantes por despedimento. Ora antes do mês acabar, ainda houve tempo para mais um despedimento, desta vez não foi um lutador, mas sim o homem que foi responsável pela maior parte das músicas de entrada dos lutadores, Jim Johnston.
Johnston foi responsável pelas músicas mais icónicas do Wrestling, como a lendária “Rest In Peace” de Undertaker, a ” Electrifying’ pertencente a The Rock ou a “Next Big Thing” do atual Universal Champion Brock Lesnar. O que estas três músicas têm em comum, para além de terem sido feitas pela mesma pessoa, é o facto de serem reconhecíveis logo ao primeiro segundo, por exemplo ao ouvirmos aquele GONG!, sabemos instantaneamente que é a música do Undertaker.
É isso que uma música de entrada deve fazer, deve fazer com que nós a consigamos associar a um lutador assim que a ouvimos e acima de tudo deve adequar-se à personalidade de um lutador e muitas vezes realçá-la.
Jim Johnston foi o criador não só das músicas de entrada dos lutadores mais antigos, como também de algumas das melhores músicas dos últimos anos, como “Special OP” dos The Shield, “Voices” de Randy Orton, “Live In Fear” de Bray Wyatt e “Flight Of The Valkyries” de Daniel Bryan.
Todas estas quatro músicas são facilmente reconhecíveis e assentam que nem uma luva nos lutadores que as usam. As palavras em forma de código Sierra, Hotel, India, Echo, Lima, Delta, dão um estilo mais badass a Reigns, Rollins e Ambrose, a letra de “Voices” adequa-se perfeitamente ao carácter de Orton, a guitarra e a voz de Mark Crozer, fazem Bray Wyatt parecer ainda mais assustador e o Yes! Movement de Daniel Bryan não teria sido o mesmo sem aquela música.
A verdade é que estes lutadores, podem agradecer e muito, a Jim Johnston por lhes ter dado estas quatro incríveis músicas, que ajudaram todos estes lutadores a solidificarem o seu estatuto na WWE.
Estou a falar de Jim Johnston, porque ele foi recentemente despedido e porque fez a maior parte das músicas de entrada da WWE. Mas a verdade é que a CFO$, dupla de produtores musicais que substituíram Johnston na criação de músicas de entrada para a WWE, estão também a fazer um excelente trabalho.
Já foram responsáveis por grandes músicas como “Phenomenal” de AJ Styles, “Rising Sun” de Shinsuke Nakamura, “Sky’s The Limit” de Sasha Banks e “Glorious Domination” de Bobby Roode. Este último deve muito do seu sucesso no NXT e atualmente no SmackDown Live, à sua música. É certo que Bobby Roode tem um enorme talento e carisma que fizeram dele o lutador extraórdinário que é hoje, mas a sua música ajudou-o e muito.
Roode já era conhecido de muitos fãs, que acompanham wrestling regularmente e veem outras promoções de wrestling. Mas a música de Bobby Roode ajudou a atraír muitos outros fãs casuais, que só acompanham a WWE e muitas das vezes só assistem aos ppv’s. Até agora ainda não houve uma única vez em que tenha visto uma entrada de Bobby Roode, sem ouvir a arena inteira a acompanhar a sua música. “Glorious Domination” foi na minha opinião, a melhor música criada pela CFO$, pois cada vez que a ouço faz me cantá-la, que é o objetivo de qualquer música penso eu, e faz-me apreciar cada vez mais, o personagem intrerpretado por Bobby Roode.
Tanto Jim Johnston como a CFO$ fizeram muito bem o seu papel, que foi criar boas músicas de entrada para os lutadores e fazer com que estas se adequassem ao seu personagem. Portanto, não estou a dizer que um é melhor que outro, não estou a dizer que Johnston por ter feito músicas para lutadores mais icónicos, é melhor que a CFO$. Johnston brilhou em anos anteriores e agora é a vez da CFO$ mostrar aquilo que vale.
Mas enfim, o meu objetivo com este artigo não era comparar Jim Johnston à CFO$, mas sim mostrar a importância que uma simples música, muitas vezes apenas instrumental, tem na carreira de um wrestler, principalmente na WWE. A principal qualidade que um lutador deve ter para singrar na WWE é o carisma. E por mais carisma que um lutador tenha, se este não se fizer acompanhar por uma boa música de entrada, esse carisma não lhe vai valer de muito. Pois mesmo que a sua entrada seja qualquer coisa do outro mundo, se a música não for boa, os fãs não vão ficar tão investidos nele e provavelmente não terá tanto sucesso, como teria caso a música de entrada fosse boa.
Por isso na minha opinião, a música de entrada de um lutador é mais do que uma música, é aquilo que muitas vezes é a diferença entre o sucesso e o insucesso de um lutador na WWE.
Obrigado a todos os leram este artigo e vemo-nos no próximo domingo, com o próximo More Than Words.
6 Comentários
o r-truth discorda deste artigo!
O sucesso dele foi apenas temporário e deveu-se mais ao Lil’Jimmy do que à música.
Excelente artigo, Vasco, como sempre xD continua o bom trabalho para a semana cá estarei para ler outro artigo teu
Só uma correção. Flight Of The Valkyries foi criação do Richard Wagner, se não me engano, a WWE comprou o direitos da música do Bray de uma banda indepedente.
Obrigado pela correção, em relação ao Bray Wyatt eu já sabia que era de uma banda independente, mas mesmo assim achei que deveria colocar aqui. Agora em relação ao Flight Of The Valkyries. não fazia ideia.
a música Flight Of The Valkyries foi até tema do filme Apocalypse Now