Depois de duas semanas sem escrever sobre wrestling, estou de volta com mais um artigo sobre esta modalidade da qual tanto gosto. Apesar de não ter escrito, tenho acompanhado a programação da WWE, vendo tudo desde a regra do Wild Card até ao Money In The Bank, mas não é sobre a WWE que venho falar, ou pelo menos, não é ela que vou focar neste artigo, mas sim a promoção que já tem dado que falar há uns meses e teve finalmente o seu primeiro evento no passado sábado, a AEW.

Confesso que não vi todo o evento e alguns combates acompanhei com mais atenção que outros e por esse motivo não irei fazer uma análise do evento, mas darei sim uma opinião generalizada do que eu acho desta nova promoção de wrestling e dos wrestlers que a integram, assim como das suas mais que frequentes comparações com a WWE.

Sendo um fã de WWE e acompanhando praticamente apenas o produto da mesma, grande parte dos lutadores era desconhecida ou pelo menos pouco conhecida aos meus olhos, contudo tinha grandes expectativas para o evento, já tinha assistido ao All In, que foi um evento de grande qualidade e portanto o Double Or Nothing tinha tudo para dar certo. A verdade é que gostei do evento, não sei se gostei mais ou menos do que o All In, mas os combates que vi foram bastante agradáveis.

As tag-teams, SCU e Strong Hearts, foram muito agradáveis de assistir em termos de performance em ringue, em particular o Chistopher Daniels, que já tendo assistindo a um combate dele, posso afirmar sem sombra de dúvida que é talentosíssimo. Nas mulheres, apesar de terem protagonizado o menos conseguido combate da noite, na minha opinião tiveram todas muito bem, foi ótimo ver a Awesome Kong lutar e também gostei bastante da Britt Baker, que acabou por vencer o combate. O Cody apesar do seu estilo não muito entusiasta em ringue, acabou por me cativar com o seu storytelling, o mesmo para o seu irmão Dustin, que provou que idade é só um número.

Gostei bastante do combate entre os Young Bucks e os Lucha Brothers, teve um ritmo muito acelerado, tal como aconteceu no último combate que vi dos primeiros e eu gosto disso e o main-event, apesar de não ter sido do outro mundo, pelo menos não na minha ótica ou comparativamente a outros combates que já vi do Omega, foi ainda assim muito bom. E claro a aparição do John Moxley foi fantástica e ótimo enquanto fã da pessoa, saber que ele está a fazer aquilo que verdadeiramente gosta.

More Than Words #65 – Wrestling de Elite

No fundo o que eu acabei de dizer foi que tudo foi muito bom, mas a verdade é que não achei o evento perfeito, há ainda muitas arestas que precisam de ser limadas. Muitas vezes os “camera angles” não foram os melhores, achei que as near falls em vários combates foram utilizadas um bocado excessivamente, retirando alguma importância aos finishers. Alguns combates poderiam ter sido melhores, como foi o caso do feminino, outros poderiam ter durado menos tempo, nomeadamente o opener e o combate dos Young Bucks e dos Lucha Brothers, mas isso são pormenores que se podem ir ajustando com o tempo e isto foi apenas um evento. Um evento que no geral foi um sucesso.

O evento foi um sucesso, mas a verdade é que se a empresa de Kahn quer ser bem sucedida a longo prazo, deve afastar-se o máximo possível da WWE nos primeiros tempos ou pelo menos parar com os ataques e provocações à mesma, como Cody Rhodes fez. Tudo bem, isto foi apenas uma provocação e não vou condenar o Cody por isso, serviu para dar mais aparato ao evento e à empresa. Todavia a médio-longo prazo não considero esta uma estratégia vantajosa para a AEW.

Competir diretamente com a WWE nunca dá bom resultado, a TNA que o diga, não é muito inteligente estar a competir com uma empresa com anos e anos de história e tão influente como é a WWE, aquilo que Cody Rhodes deve fazer é demarcar-se da empresa de Vince, apresentar uma alternativa ao produto saturado da WWE, crescer apenas por si e com um mínimo de referências “inevitáveis”à WWE possível, assim é que a AEW é capaz de se afirmar e chegar mesmo a competir com a WWE. Devem-se focar neles próprios e no que podem oferecer, não numa concorrência que está num nível muito superior para ser considerada como tal.

More Than Words #65 – Wrestling de Elite

Posto isto, eu acho que a AEW tem tudo para singrar na indústria do wrestling, tem nomes já estabelecidos, nomes que têm tudo para se estabelecerem, um roster, pelo menos a parte que eu vi, com bastante talento e acima de tudo uma legião de fãs que os segue já religiosamente, não se pode é perder com questões de ego e estar sempre em cima da WWE.

Não sei como é que irão ser os shows semanais, acho que ainda ninguém sabe, visto que serão só em outubro, mas estou curioso para ver como é que esta malta se safa com shows todas semanas, é totalmente diferente de bookar apenas um evento, mas com wreslters como John Moxley, Chris Jericho, Cody Rhodes, que já pertenceram à WWE e sabem bem como é que isso funciona, acho que a AEW tem tudo para dar um bom pontapé de saída, resta ver é se o resto do jogo corre igualmente bem.

Por fim, quero apenas deixar o meu parecer sobre o estado da WWE atualmente. A verdade é que cada vez estou menos interessado em ver WWE, ou pelo menos os programas semanais, em particular o Monday Night Raw, continuam-me a interessar muitos dos wrestlers que lá estão e quero continuar a seguir o seu trabalho e por isso continuo a assisitir, mas a realidade é que o produto em si, as storylines, o segmentos, já não me cativam muito e também por isso fiz uma pausa de duas semanas sem escrever nenhum artigo.

Claro que vou continuar a escrever sobre a WWE, afinal de contas ainda há coisas que me interessam e que acho que valem a pena ser debatidas, mas a verdade é que enquanto fã o meu interesse está a desvanecer e por isso não estranhem que numa semana ou outra não fale de algo relacionado às storylines que costumo fazer.

More Than Words #65 – Wrestling de Elite

Obrigado a todos os que leram, espero que tenham gostado e volto para a semana, já no próximo fim de semana com mais um More Than Words.

5 Comentários

  1. Algoritmo6 anos

    Discordo do ponto de não competir diretamente com a WWE. A TNA falhou na falta de aposta no produto interno ao querer apostar em tudo o que vinha da WWE. A AEW faz bem em competir diretamente com a WWE e não há que ter medo disso. Não são nenhum bicho-papão e isso é mais mito do que qualquer outra coisa, ainda para mais uma empresa liderada por donos bem mais ricos que a família McMahon.

    Basta trazerem CM Punk e a partir daí apostarem na “formação”. MJF, Page e muitos outros que venham “made in AEW”.

  2. Se afastar da wwe? Mais um fanboy que está tremendo na linguiça, hegemonia acabou cara, wwe só tem popularidade porque conseguiu cativar o que chamamos de “pg era kids”, quem acompanha a empresa do Vince desde a attitude era sabe que o produto atual é uma bosta e não vai pensar duas vezes antes de começar a assistir os shows da aew, sem mimimi, nada contra o politicamente correto, mais isso estragou a wwe há um bom tempo. Aiii meu Deus olha ai os fãnboys tremendo na base kkkkkkk.

    • Anônimo6 anos

      me parece que o fanboy aqui és tu, e alienado!