O PPV onde todos os títulos são defendidos foi no passado domingo e entretanto, já tivemos também um episódio do Monday Night RAW. Normalmente costumo fazer a análise aos pay-per-views logo no dia a seguir, mas esta semana, infelizmente, tal não foi possível e portanto teve que ficar para este dia. No entanto, esta análise, como já tivemos um episódio do RAW, não vai ser ter tão focada no PPV, como costuma ser habitualmente, ou seja, em vez de analisar combate a combate, vou agrupar vários combates e análisá-los em conjunto, falando também um pouco do que aconteceu no RAW desta semana.

Começando pelo Kickoff, tivemos dois combates, o típico combate de cruiserweights, no qual Drew Gulak defendeu o seu título contra Humberto Carrillo e Lince Dorado e o combate pelo título dos Estados Unidos entre Cedric Alexander e AJ Styles. O primeiro combate existiu. Não foi nada de especial, nem de horrível, mas sei que já vi melhores combates no 205 Live, o que é uma pena, pois o Drew Gulak é um excelente campeão e os cruiserweights merecem mais destaque, espero que a mudança de formato do NXT possa fazer alguma coisa a esse respeito. Àcerca do segundo combate, não percebi o motivo da sua inclusão no Kickoff. No espaço de uma semana, tanto o Cedric como o Styles passaram de segmentos com o Stone Cold para isto, mas pronto, pelo menos deram um bom combate com o pouco que tempo tiveram. Contudo, fiquei um bocado desiludido com o booking que deram ao Cedric, perdeu limpinho tanto no PPV, como no RAW seguinte, decidam por favor se querem apostar nele ou não, porque assim é dificil chegar a algum lado.

More Than Words #75 – Análise: WWE Clash Of Champions

Adoro o facto de a gimmick do Styles ser basicamente uma versão antipática do Billy Ray Cyrus.

Indo agora para o Show propriamente dito, vou começar pelos combates de tag-team masculinos e feminino. Do lado feminino, as campeãs Nikki Cross e Alexa Bliss defenderam os seus títulos com sucesso contra Mandy Rose e Sonya Deville, no que foi na minha opinião um combate bastante razoável. Ninguém esperava um clássico deste combate e não o foi, mas cumpriu o seu propósito, que era dar algum ímpeto às campeãs, ímpeto esse que foi destrúido com a derrota esta semana perante Sasha e Bayley. Tudo bem que Sasha e Bayley devem estar mais crediblizadas neste momento, mas podiam ter protegido um bocado as campeãs. Já agora, ainda não consegui perceber se o face turn da Alexa é para continuar ou não, mas eu até estou a gostar, mais do que eu pensava.

Do lado masculino, tivemos dois combates. Do lado do RAW, Braun Strowman e Seth Rollins vs Robert Roode e Dolph Ziggler e do lado do SmackDown New Day vs The Revival. O primeiro foi um combate razoável e já se estava mesmo a ver que os campeões iam perder os títulos, afinal de contas era preciso criar mais heat entre eles os dois para de certa forma aumentar o interesse em ver o main event. Quanto aos vencedores, eu sei que posso ser da minoria, mas até gosto desta tag-team entre o Roode e o Ziggler, tudo bem que veio do nada, sem explicação alguma, mas até acho que eles os dois encaixam como equipa, muito à semelhança do que eram os The Bar, por exemplo e espero que consigam elevar a praticamente inexistente divisão de tag-teams da brand vermelha.

More Than Words #75 – Análise: WWE Clash Of Champions

Isto é o que acontece quando se simula demasiado no Universe Mode. Bem, podia ser pior, podiam ter dado os títulos a dois rivai..oh, espera…

Já o combate da brand azul, foi exponencialmente superior qualidade, os New Day e os Revival têm uma grande química em ringue e o passado domingo foi mais uma prova disso. Fico contente que os Revival tenham vencido de forma limpa, eles precisam de crediblidade e aquilo que fizeram no domingo foi um grande passo nessa direção. O que não foi um grande passo, foi o que aconteceu neste RAW, que tanto eles como os campeões da brand vermelha foram humilhados por Braun Stromwman, mas pronto, não é algo irrecuperável.

Passando agora para os combates single, vou começar pelo único que não envolveu nenhum título, que foi o combate No DQ entre Roman Reigns e Erick Rowan. O combate em si não foi nada de especial, mas não o classificaria como mau, foi talvez um pouco aborrecido, mas teve os seus bons momentos, um desses momentos foi o regresso de Luke Harper. Eu gosto bastante do Harper e fico contente que ele tenha regressado para se juntar ao Rowan e este final além de impedir a derrota de Rowan, impediu também que Reigns saísse descrediblizado. Este regresso foi a meu ver benéfico e aumentou o meu interesse em torno desta história e agora estou curioso por ver onde é que Bryan se vai encaixar nisto tudo.

Nesta história tenho interesse, o mesmo não posso dizer acerca da storyline em torno do título intercontinental. O combate entre o Miz e o Nakamura até foi bom e ainda acho que eles são capazes de melhor, o problema está nos papeís que cada um desempenha, em particular The Miz. Miz até funciona como face, na feud com o Shane fez todo o sentido, mas agora já não faz. Já não consigo sentir simpatia por este Miz e portanto o que ele faz não me chama a atenção e apesar de tanto o Sami como o Nakamura serem ótimos como heels, lutarem contra alguém por quem eu não me consigo interessar, tira todo o meu interesse pela storyline. Na minha opinião, os papéis podiam perfeitamente ser invertidos, mas caso não sejam, pelo menos que tornem o Miz mais interessante, por favor.

More Than Words #75 – Análise: WWE Clash Of Champions

O Sami Zayn é aquele rapaz que é só garganta e na escola mete-se com toda a gente e tem a sorte de ter um irmão que está a repetir o 9º ano pela terceira vez, que acaba sempre por salvá-lo dos outros míudos.

Passando agora para coisas mais interessantes, vou falar agora da divisão das 4…, divisão feminina. Do lado do RAW tivemos Sasha Banks vs Becky Lynch e do lado do SmackDown Charlotte vs Bayley. Ora, o primeiro combate foi talvez o melhor da noite e mostrou a enorme química entre Sasha e Becky, que certamente não me defraudou as expectativas. Acho que o final do combat foi algo forçado, especialmente tendo em conta a força com que Becky bateu no árbitro, mas o pós combate compensou, gostei da agressividade entre as duas e atrevo-me a dizer que esta é a melhor feud que a WWE tem neste momento. O segundo combate, não foi nem de perto, nem de longe tão bom como o primeiro e foi talvez o pior combate da noite, tudo porque teve apenas 3 minutos e pouco de duração. No entanto, conisgo entender o porquê de o terem feito, foi para estabelecer a “Nova Bayley” e nesse aspeto acho que até acabou por resultar.

No RAW tivemos desenvolvimentos entre estas quatro, mais especificamente entre Sasha e Becky e ficámos a saber que as duas vão ter um combate no Hell In A Cell, dentro de uma jaula. A meu ver isto faz todo o sentido, pois Sasha e Becky têm talvez a rivalidade mais agressiva no momento e portanto a estipulação justifica-se, mal posso esperar por este combate.

More Than Words #75 – Análise: WWE Clash Of Champions

Pronto, ficou noiva do Rollins e agora não quer outra coisa que não cadeiras. 

Por fim, vou falar dos combates pelos títulos principais. Pelo título da WWE tivemos a desforra entre Kofi Kingston e Randy Orton e pelo título Universal o combate entre Braun Strowman e Seth Rollins. Em relação a Kofi vs Orton, acho que foi um combate superior ao que tiveram no Summerslam, mas ainda assim achei que podiam ter feito melhor, demorou muito tempo até entrar num ritmo mais acelerado e isso tornou o combate algo aborrecido, dexiando-me com a noção de que foi longo demais. Contudo, fico contente pelo facto de o Kofi ter mantido o título, era o que fazia sentido, o Kofi derrotar o homem que o impediu anos antes de alcançar o topo da montanha, agora resta ver se vão acabar já esta feud ou se a vão prolongar ainda mais, até ao Hell In A Cell. Por mim acabava já, acho que fazia todo o sentido, mas a julgar pelo combate anunciado para este SmackDown, não creio que a WWE ache o mesmo.

No que toca ao main event entre Strowman e Rollins, achei que foi um combate bastante bom para o tempo que teve e o Rollins provou mais uma vez que brilha em combates contra adversários de maior estatura. Fico contente que Rollins tenha mantido o título, mas ao mesmo tempo tenho imensa pena que a WWE não aposte a sério em Braun Strowman, que está na mesma situação de Samoa Joe, nunca consegue ganhar nos momentos decisivos. No entanto, foi um bom combate, Strowman foi vendido como um monstro e mais importante de tudo, The Fiend, Bray Wyatt, apareceu no final para deixar a sua mensagem ao campeão. Já vimos neste RAW, que vamos ter um combate entre estes dois no Hell In A Cell e a julgar pelo início, esta feud promete. O booking de Wyatt até agora tem sido perfeito e a sua inclusão no main event é perfeitamente credível e espero que culmine com a sua vitória no HIAC, ele é talvez a superstar mais over com o público e está a ser construído como uma estrela, por favor não falhem com ele outra vez WWE.

More Than Words #75 – Análise: WWE Clash Of Champions

Foi neste preciso momento que Rollins se apercebeu que devia ter marcado o casamento para o dia do Hell In A Cell. O melhor é fazer o casamento logo depois do combate da Becky, dentro da jaula, se não quiserem passar a lua de mel numa clínica é claro.

Obrigado a todos os que leram este artigo, espero que tenham gostado da análise e desafio-vos a deixar nos comentários o vosso ranking de combates deste evento, do melhor para o pior. Eu voltarei para a semana, com mais um More Than Words.

3 Comentários

  1. Showstealer5 anos

    Análise on point, Vasco! Para mim, a ordem de combates seria:
    1 – Becky Lynch vs Sasha Banka
    2 – New Day vs The Revival
    3 – Seth Rollins vs Braun Strowman
    4 – Roman Reigns vs Erick Rowan
    5 – Kofi Kingston vs Randy Orton
    6 – The Miz vs Shinsuke Nakamura
    7 – Drew Gulak vs Humberto Carrillo
    8 – Robert Roode e Dolph Ziggler vs Seth e Braun
    9 – AJ Styles vs Cedric Alexander
    10 – Alexa Bliss e Nikki Cross vs Fire & Desire
    11 – Bayley vs Charlotte Flair

    • Obrigado! O meu ranking é bastante parecido, trocava à ordem de um ou outro combate, mas é bastante similar.

  2. vitor5 anos

    bom artigo! é uma das poucas colunas em um sites br de wrestling em que eu vejo artigos com análises sólidas e coerentes sem hate excessivo, nem favoritismo. parabéns!
    quantos aos comabtes, 3 me chamaram atenção:
    shinsuke vs miz.
    gostei bastante do que foi apresentado e gosto mt dos golpes do nakamura. concordo com vc na parte do miz, tbm não sinto nenhuma “pena” dele, na vdd fiquei feliz dele perder por uma trapaça, é mt irônico levando em conta a história do personagem kkk.

    alexa e nikki vs sonya e mandy.
    n esperava nada desse combate e me surpreendi, achei q cumpriu a proposta de entreter e gostei da nikki ter tido bastante destaque, geralmente é sempre a alexa q finaliza pra levar vitoria. (meu eu de 2017 ia ficar com mt raiva caso descobrisse que em 2019 eu começaria a gostar da alexa kkkk)

    e becky vs sasha.
    não preciso dizer nada, foi o melhor da noite. deram tempo e liberdade pra elas mostrarem pq são tão essenciais e recebem tanto destaque na divisão feminina. tô mt ansioso pelo combate na cell tbm, tem td pra ser o “becky vs charlotte no evolution” desse ano!