Não sei se já venho tarde ou não para fazer uma análise ao PPV, mas como só ontem à noite consegui acabar de ver o PPV, trago-vos apenas hoje a análise ao primeiro PPV do ano da WWE: O Royal Rumble.

Como entretanto também já tivemos um episódio do RAW, ao qual eu já tive oportunidade de assistir, farei também uma breve análise ao que aconteceu neste episódio da brand vermelha, intercalando, sempre que possível, os acontecimentos que ocorreram no PPV e que se prolongaram até ao episódio de ontem.

Roman Reigns vs King Corbin (Falls Count Anywhere Match)

More Than Words #86 – Análise: WWE Royal Rumble

Vá, agora repitam todos comigo: MAIN EVENT! MAIN EVENT! MAIN EVENT!

Saltando o Kickoff, por achar que não existe muita coisa a analisar, o primeiro combate da noite foi Roman Reigns vs Bar.., desculpem, King Corbin. Eu estava à espera de três coisas deste combate: Agressividade (tendo em conta os dois intervenientes), bons spots e uma vitória conclusiva do Roman Reigns. A meu ver essas três coisas acabaram por acontecer e portanto posso dizer que o combate me encheu as medidas. Talvez tenha durado um bocadinho mais daquilo que idealmente deveria ter durado, mas foi um bom combate.

O combate ocorreu, na sua maioria, fora do ringue, o que foi uma boa estratégia considerando a quantidade de vezes que já vimos estes dois combater dentro do ringue e foi basicamente, espero eu, uma espécie de conclusão a esta rivalidade, onde tivemos a interferência dos aliados de ambos os participantes, Roode e Ziggler do lado de Corbin e Usos do lado do primo. A escolha do vencedor foi a certa, Reigns tinha obrigatoriamente de vencer Corbin pois, segundo consta, existem planos de o colocar numa rivalidade com o The Fiend e como tal as vitórias são imprescindíveis. Quanto ao que se segue para o King Corbin, não faço ideia, mas este também merecia um combate na WrestleMania.

Women’s Royal Rumble Match

More Than Words #86 – Análise: WWE Royal Rumble

A cara do árbitro: Não olhem para mim, não fui eu que bookei isto.

No geral gostei bastante deste Royal Rumble feminino, não acho que tenha sido superior ao anterior, mas também não era fácil de o ser. Acho que se calhar houve demasiadas caras do NXT, com as quais a maior parte do público ainda não está familiarizada, mas considerando a pouca profundidade do main roster feminino, acho que esta foi uma melhor opção do que encher o combate com o regresso de lendas.

Há várias coisas que quero destacar neste combate: Primeiro, a participação de Bianca Belair foi soberba. Eu sempre gostei da Belair, mas esta prestação na Rumble fez-me gostar ainda mais. Belair é uma estrela e tenho quase a certeza de que esta vai ter sucesso quando fizer o salto para o main roster. Segundo, foi bom ver o regresso de Naomi, apesar de não ser a minha lutadora preferida, acho que ela é uma peça importante no roster feminino e é sem dúvida uma ótima atleta. Terceiro, aquele spot da Mandy Rose com o Otis foi muito bem executado, esta storyline não é para ser levada muito a sério mas acho que resulta, no entanto acho que isto ainda vai levar a uma rivalidade entre a Mandy e a Sonya. Por último, acho que a Shayna Baszler teria sido uma vencedora muito mais interessante do que Charlotte. Não é que Charlotte não mereça esta vitória, mas uma vitória da Shayna faria mais sentido e criaria potenciais rivalidades mais apetecíveis.

Agora que a Charlotte venceu quem é que ela vai enfrentar? Becky pela 400ª vez? Bayley pela 300ª vez? No Raw vimos esta a enfrentar Asuka e Kairi Sané, será que vai desafiar as duas pelos títulos? Nenhuma destas possibilidades me diz muito. O único cenário de que gostaria seria ver Charlotte a desafiar a campeã do NXT Rhea Ripley. Eu sei que não faria muito sentido, mas seria um bom combate e deixaria a Becky e Bayley com desafios  mais aliciantes.

Bayley vs Lacey Evans

More Than Words #86 – Análise: WWE Royal Rumble

Não é por nada, mas quem escolheu meter esta foto no site devia ser despedido. É que se eu não tivesse assistido ao combate pensava que isto era um handicap match.

Vou ser muito sincero em relação a este combate, não gostei muito. Não foi um mau combate, já tivemos bem piores na divisão feminina, mas por algum motivo não me consegui envolver no combate. Se calhar é por ainda não achar que Lacey Evans seja uma contender a altura de Bayley, se calhar é pelo facto do reinado da Bayley não estar a ser nada de especial, se calhar é a química das duas que não me convence, mas a verdade é que nunca consegui ficar investido nesta rivalidade e este combate não fez nada para mudar isso.

Eu ainda não consigo ver a Lacey Evans como uma face credível , apesar de todas as tentativas da WWE e a Bayley, como heel, não está a fazer nada que me faça odiá-la, o início do heel turn foi excelente, mas agora nada me está a cativar. Aquilo que eu faria, caso tivesse algum poder decisão dentro da WWE, seria afastar a Lacey Evans fora da rota do título, fazer a Sasha atacar a Bayley de tal forma que esta saíria de maca, teria que se afastar dos ringues e de abdicar do título. Faria um torneio para encontrar uma campeã, a Sasha ganhava e quando fosse a altura certa a Bayley regressaria como face para recuperar o título. Eu sei que a Bayley até tem algum potecial como heel, mas até agora esta não tem feito nada de particularmente interessante e se calhar um face turn e uma rivalidade contra a Sasha traria de volta a antiga Bayley que todos adorávamos.

O combate com a Lacey Evans foi um combate decente, mas eu sei que a Bayley é capaz de muito mais do que decente.

The Fiend vs Daniel Bryan

More Than Words #86 – Análise: WWE Royal Rumble

A reação do Daniel Bryan quando descobrir que afinal nenhuma árvore vai ser plantada.

Este foi talvez o melhor combate do PPV sem contar com os Royal Rumble matches. Admito que fiquei algo apreensivo quando vi a estipulação do combate, um strap match não é propriamente um conceito que me deixe em pulgas para assistir a um combate, mas a verdade é que Wyatt e Bryan conseguiram fazer essa estipulação funcionar. Wyatt não é um wrestler conhecido pela qualidade dos seus combates, mas sempre achei que este e Daniel Bryan tinham uma boa química em ringue e este combate foi uma prova disso.

Não foi um daqueles combates clássicos que te faz levar as mãos à cabeça de tão bom que foi, mas foi um bom combate que contou uma boa história. Wyatt, ou melhor, The Fiend continua o mesmo monstro que é desde a sua estreia, talvez tenha perdido um bocado a aura devido àquele horrível desfecho no Hell In A Cell, mas isso é algo facilmente recuperável para alguém com o talento de Wyatt e Daniel Bryan tem sido um adversário perfeito para Wyatt recuperar essa aura. O Bryan provou-nos que consegue ser um excelente heel, mas não há dúvidas de que este é ainda melhor quando está desempenhar o papel de underdog. Este combate foi aquilo que os combates de Rollins e Wyatt deveriam ter sido. Não houve uma luz vermelha a incomodar o público e o Fiend mostrou alguma vulnerabilidade, o que tornou o combate mais imprevisível e deu uma grande credibilidade ao Bryan, que esteve prestes a ganhar.

Agora estou curioso para ver o que se vai seguir para estes dois na Road To WrestleMania.

Becky Lynch vs Asuka

More Than Words #86 – Análise: WWE Royal Rumble

Coitada da Asuka, ela já foi aquilo que a Becky é neste momento, agora está só verde de inveja…

Acho que este combate foi bastante bom mas foi colocado num spot um bocado ingrato depois de um muito bom combate e antes de um Royal Rumble Match e por isso o público não esteve tão investido como poderia ter estado. No entanto Asuka e Becky podem estar orgulhosas pois fizeram mais um bom combate. Elas têm uma boa química em ringue e embora tenha gostado mais do primeiro combate entre elas, talvez pela dinâmica diferente de face vs face, reconheço que este também não foi nada mau. Só achei que podiam ter dado outro final ao combate.

Claro que Becky tinha de vencer Asuka, era um dos únicos obstáculos que lhe restava para se solidificar no topo da divisão feminina, mas acho que não era necessário fazer a Asuka desistir. Se calhar sou eu que quero à força toda que a japonesa seja a força imbatível que foi durante o NXT, mas a verdade é que ainda acho estranho ver a Asuka a desistir. Ainda assim esta não está numa má posição, é campeã de tag-teams com a Kairi Sane e ainda este Raw defrontou a vencedora do Royal Rumble, por isso ainda há esperança, esperança que esta se mantenha alguém relevante no roster da WWE.

Quanto a Becky Lynch, espero muito sinceramente que a sua adversária na WrestleMania não seja a Charlotte. Ou façam com que a Ronda regresse para finalmente nos darem o single match entre ela e a Becky ou então metam a Shayna a desafiar a Becky, mas a Charlotte outra vez, não obrigado.

Men’s Royal Rumble Match

More Than Words #86 – Análise: WWE Royal Rumble

Eu sei que o Drew foi o vencedor do Royal Rumble, mas o Edge foi talvez o vencedor da noite. Olhem-me bem para a felicidade do homem, já não o via tão feliz desde aquela celebração com a Lita.

Bem, sobre este combate há muito a falar. Primeiro de tudo é importante destacar o papel que Brock Lesnar desempenhou no combate. Já se sabia que isto ia acontecer, quando Lesnar anunciou a sua presença no Royal Rumble como número 1, era previsível que este despachasse uma data de superstars até que chegasse alguém que o eliminasse. No geral acho que o papel de Lesnar no combate foi muito bem conseguido, deu-nos vários breves dream matches, o problema foi a brevidade de alguns deles. Cesaro e Nakamura, por exemplo, mereciam muito mais do que alguns segundos com a besta, mas pronto.

Depois, e este talvez tenha sido o maior destaque do evento, Edge regressou aos ringues! Eu só acompanhei os anos finais da carreira de Edge, portanto a sua icónica rivalidade com o Cena e os Rated-RKO passaram-me um bocado ao lado, no entanto este era um dos meus wrestlers preferidos e custou-me muito vê-lo retirar-se dos ringues daquela forma, é bom vê-lo de volta. O pop que recebeu foi absolutamente arrepiante e merecido, a expressão facial dele ao regressar foi brilhante, é de alguém que ama o wrestling e isso sentiu-se. Quanto à prestação dele, foi bom vê-lo interagir com vários nomes do presente como AJ Styles e a sua aliança com o Orton também foi um bom momento, umbom e breve momento. Este Raw vimos Randy Orton trair essa aliança e atacar de forma brutal o Rated-R Superstar. Foi um heel turn executado na perfeição e se antes esta rivalidade não me criava grandes expectativas, agora mal posso esperar para que haja uma continuação. Excelente segmento.

More Than Words #86 – Análise: WWE Royal Rumble

Não acho que o Edge tenha levado isto muito a peito… foi mais pescoço.

Por fim, no que toca ao vencedor, fiquei bastante contente pelo facto da WWE finalmente apostar a sério no McIntyre, ele é um wrestler bastante talentoso. No entanto, confesso que antes do PPV não estava muito convencido numa vitória de um Drew McIntyre como face. Este é um fantástico heel e foi sempre este o seu papel desde que chegou à WWE. Mas a partir do momento em que este entra no Royal Rumble e elimina Brock Lesnar com um Claymore tudo mudou. A partir daí o público ficou 100% do lado de McIntyre, foi um momento que ficará para a história e que no espaço de segundos transformou McIntyre numa estrela. Por fim, a decisão de deixar este e Roman no final foi a cereja no topo do bolo. Roman Reigns é fantástico nesta posição, a WWE gosta de jogar esta cartada de deixar o Roman para o final para nós acharmos que ele realmente vai vencer , para que  depois aquele que o eliminar receba um pop ensurdecedor. É uma boa estratégia e tem dado resultados.

Sobre o que aconteceu no RAW, já era expectável que Lesnar aparecesse para se “desforrar” de Drew, mas ainda assim não deixou de ser um bom segmento que não descredibilizou Drew de maneira alguma, pois antes de ser atacado, o escocês despachou Gallows e Anderson como se de dois jobbers se tratassem. Esta promete ser uma rivalidade com muita intensidade e espero que o McIntyre derrote o Lesnar na WrestleMania, não aceito outro resultado.

Obrigado a todos os que leram este artigo, espero que tenham gostado da análise. Eu volto para a semana com mais um More Than Words.

5 Comentários

  1. Showstealer5 anos

    Excelente análise, Vasco! Continuação do muito bom trabalho 🙂

  2. SBTAKERS5 anos

    Não entendo pq querem Becky vs Shayna? Imagine os desastre que seria uma match entre as duas, inúmeros botchs em fim!

    • JPB5 anos

      Também morro de medo, sei que novidades são sempre bem vindas mas não espero nada mais do que algo “monótono” em um combate entre as duas.

    • Obrigado pelo comentário. Bem, são opiniões, eu por acaso acho que elas têm tudo para dar um grande combate. Se a Becky e a Shayna são as melhores lutadoras do roster feminino da WWE? Eu diria que não, Sasha, Charlotte ou Asuka são se calhar superiores em ringue, mas eu acho que Becky e Shayna conseguem compensar essas “lacunas” em ringue com um ótimo storytelling.