Ontem foi dia de NXT Takeover, desta vez na cidade de Portland e como seria de esperar foi um mais grande um grande evento por parte da brand amarela que mais uma vez nos conseguiu proporcionar combates de excelente qualidade. Tivemos um opener incrível, um main event igualmente épico, muitos momentos de cortar a respiração, enfim…mais um sábado para esta malta do NXT. Sem mais demoras vou analisar este grande evento combate a combate.
Keith Lee vs Dominik Dijakovic – NXT North American Championship
É ótimo ver os cruiserweights a terem mais destaq… ah espera.
A noite começou com um combate entre estes dois rivais de longa data que desta vez combatiam não por uma questão de ver quem é o melhor, mas sim por um título. Tendo em conta a química que estes dois já nos tinham demonstrado em episódios do NXT estava à espera de um bom combate, mas não estava à espera que fosse assim tão bom.
Keith Lee está completamente over e a forma como este interagiu com o público durante o combate foi admirável, este homem tem tudo para ser uma estrela e parece que Vince também vê qualquer coisa nele a julgar pelo que aconteceu há uns meses atrás no Survivor Series.
Mas o mérito não vai só para Keith Lee, o Dijakovic também esteve muito bem, é impressionante a forma como ele se mexe dado a estatura que tem, talvez não tenha tanto carisma como Lee, mas ainda assim reconheço que ele é um excelente lutador. Em suma, foi um ótimo opener, Lee e Dijakovic mostraram que se conhecem melhor que ninguém e conseguiram colocar o público de pé logo nos primeiros minutos do evento. Mal posso esperar para ver a próxima feud de Lee e espero que o Dijakovic consiga ter mais destaque no card.
Dakota Kai vs Tegan Nox – Street Fight
Pensando bem o final não foi assim tão mau, a Raquel González teve um bom motivo para interferir: Não é a favor da pena de morte.
Vou ser completamente sincero, eu não tinha grandes expectativas para este combate. Não sei se foi por não ter visto muito de ambas as lutadoras em ringue ou não, mas a verdade é que de todo o card do evento, este era o combate pelo qual menos ansiava e ainda por cima tendo em conta o opener que tivemos, menor era o meu entusiasmo.
Felizmente fiquei surpreendido pela positiva. Não era nada fácil seguir o primeiro combate da noite, mas Dakota Kai e Tegan Nox fizeram um bom trabalho e acho que a estipulação teve um grande contributo na qualidade do combate. Se o combate não tivesse tido esta estipulação, provavelmente seria facilmente esquecido, mas o facto de ter envolvido armas levou a que o combate ganhasse uma agressividade que contrastou com o respeito mútuo a que assistimos no combate anterior.
A brutalidade com que Dakota Kai e Tegan Nox se agrediam passou uma clara mensagem de que este não era apenas um mero combate, era uma guerra e isso fez com que eu ficasse investido no combate. Por outro lado, o final foi algo anticlimático. Tendo em conta o facto de esta se tratar de uma rivalidade extremamente pessoal, o ataque por parte de Raquel González, uma desconhecida para mim e para grande parte do público, foi algo estranha, não acho que um combate com estipulação destas deva acabar com interferência e a meu ver deviam ter guardado este desfecho para uma eventual desforra no NXT.
Finn Bálor vs Johnny Gargano
Este combate teve o patrocínio exclusivo da Prozis, devia ser ilegal estar em tão boa forma física.
Quem não gostou deste combate não gosta verdadeiramente de wrestling. Não é que este tenha sido o melhor combate que já tenha visto, nada disso, apenas acho que foi um combate que conseguiu agradar a toda a gente, foi wrestling no seu mais puro estado, dois wrestlers a usar todas as manobras possíveis do seu arsenal para ver quem era o melhor.
Finn Bálor mostrou que está melhor do que nunca e que esta ida para o NXT só lhe fez bem. Nota-se a diferença entre este Bálor e o do Main Roster, não só na sua personagem, mas também na motivação. Este Bálor está claramente mais motivado do que aquele que víamos todas as semanas no RAW e no SmackDown e isso faz a diferença. Já Gargano fez mais do mesmo. Este homem é incapaz de fazer um mau combate e a noite de ontem foi mais uma prova disso.
Foi um grande combate, embora ache que estes dois são capazes de fazer ainda melhor, mas isso fica para outra altura. Bálor soma assim mais uma vitória e provavelmente será o próximo adversário de Adam Cole e quanto a Johnny Gargano, já irei falar dele a seguir.
Rhea Ripley vs Bianca Belair – NXT Women’s Championship
Rhea Ripley: Eu
Bianca Belair: Trabalhos da Faculdade.
Este combate desiludiu-me um pouco. Não é que tenha sido mau, tomara que todos os combates femininos fossem assim, mas acho que talvez tinha expectativas demasiado altas. Rhea Ripley e Bianca Belair são duas das maiores estrelas do NXT e são talvez as minhas wrestlers preferidas da brand amarela e como tal estava à espera de um clássico. Infelizmente não foi o que tivemos, mas ainda assim gostei do combate.
Mesmo não correspondendo às minhas expectativas, Ripley e Belair demonstraram ser o futuro da divisão feminina da WWE, ambas possuem aquele it factor ou x factor, como lhe queiram chamar, que ninguém consegue explicar, apenas dá para perceber. Ripley é uma powerhouse pura e possui uma aura que aliada à sua impressionante estatura física a tornam numa das lutadoras mais badass que a companhia já teve. Já Belair é também uma powerhouse, mas não aparenta ser e é isso que a torna especial, isso e o seu enorme carisma.
Quanto àquilo que aconteceu pós-combate, confesso que já estava algo à espera, mas ainda assim não deixou de ser um bom momento. O facto de uma lutadora do calibre Charlotte invadir o NXT para aceitar o desafio que Ripley lhe lançou só vem dar mais prestígio ao título feminino e ao NXT no geral. Portanto, parece mesmo que vamos ter Charlotte vs Rhea Ripley na WrestleMania e eu estou bastante curioso para ver o desenrolar da rivalidade.
The Broserweights (Pete Dunne & Matt Riddle) vs The Undisputed Era (Bobby Fish & Kyle O’Reilly)
Que dupla mais disfuncional: Um adora dobrar e torcer coisas o outro adora enrolar.
Este foi sem dúvida um dos meus combates preferidos da noite, que combate! Se o main roster me tira todo interesse na divisão de tag-teams, o NXT faz precisamente o contrário. Em todos os eventos o NXT entrega-nos sempre um excelente combate de tag-teams e este não foi excepção. Primeiro tudo é preciso destacar a consistência de Fish e O’Reilly, estes dois dão sempre tudo em ringue e desde que se estrearam nunca pararam de nos proporcionar excelentes combates, a continuar assim entrarão para história como uma das melhores tag-teams da história da WWE.
Segundo, quem diria que Pete Dunne e Matt Riddle funcionariam tão bem. Estes dois foram juntos de forma completamente aleatória com o único propósito de fazer número para participar no Dusty Rhodes Classic, mas a surpreendente química que demonstraram ter levou a que fossem progressivamente ganhando o carinho do público e neste estão completamente over como deu para ver pelo enorme pop que receberam assim que venceram os Undisputed Era.
Este foi um excelente combate, com um ritmo frenético nos minutos finais e é um excelente exemplo daquilo que um combate de tag-teams deve ser. Para além de grandes spots como aquele belíssimo final de combate que eu tive voltar para trás para rever, tivemos uma boa história, por momentos cheguei a acreditar que Dunne e Riddle iriam custar o combate um a outro o que iria levar depois à separação da dupla. Mas felizmente isso não aconteceu e ainda podemos desfrutar de mais uns meses desta equipa improvável antes de uma eventual traição por parte de um deles.
Adam Cole vs Tommaso Ciampa – NXT Championship
Estou para ver qual é que vai ser a estipulação que vai ser dada a estes dois. Last Man Breathing? Combate de motoserras? Last Blood Match?
Já é costume do NXT entregar grandes combates emocionais no main event. Trata-se do combate principal, o mais longo da noite e que diz respeito à história com mais relevância da brand e como tal tem a responsabilidade ser o melhor ou senão, dos melhores combates do evento. Geralmente o NXT consegue sempre fazer com que isso aconteça e o combate da noite passada não fugiu à regra e foi um excelente combate sem dúvida um dos melhores da noite. O wrestling foi, como seria de esperar, de grande qualidade, a psicologia em ringue foi do outro mundo e mais uma vez o título principal do NXT foi tratado com a devida importância. Foram 33 minutos de grande qualidade e entretenimento, no entanto há algo que se passou neste combate e que tem sido recorrente na maioria dos combates de main-event que não posso deixar de referir.
Este foi um combate épico, o último terço do combate deixou-me com as emoções à flor da pele, mas será que não foi demasiado épico? Eu sei que os combates de Adam Cole geralmente são assim, envolvem muitos finishers, muitos kickouts e por vezes, como foi o caso de ontem, uma interferência por parte dos seus parceiros. Mas será necessário fazer isso em todos os combates? É que quanto mais vemos este tipo de combates, menos épicos eles se tornam. Sempre que vejo Adam Cole no main event já sei que ele e o seu adversário vão fazer 3500 finishers kickouts e que na maior parte das vezes vão vender pouco as manobras que sofreram.
Eu não me oponho a que de vez em quando se façam combates assim, mas esta tem sido a fórmula de todos os últimos main events e isso faz com que esta torne menos especial e previsível e acho que esse não é objetivo de Triple H ou dos wrestlers envolvidos. Ainda assim foi um excelente combate, o final com o Gargano foi inesperado e parece que a intensa rivalidade entre Ciampa e Gargano ainda não teve o seu último capítulo, mal posso esperar para ver o que é que Triple H está a planear para estes dois. Deve ser algo bom com certeza.
Obrigado a todos os que leram este artigo, espero que tenham gostado da análise, eu volto para a semana com mais um More Than Words, possivelmente uma análise ao SuperShowdown na Arábia Saudita.
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