Descobriu a paixão pelo wrestling aos 8 anos ao ver o Ultimate Warrior na televisão. Aos 16, o wrestling era já uma obsessão e uma carreira a seguir e aos 20 anos estava na WWE. Um percurso astrondoso para a superstar escolhida para o artigo de hoje: Chris Masters.
https://www.youtube.com/watch?v=J6OF_R2r2iA
Christopher Robillard Mordetzky nascido há 31 anos sempre teve como paixão o wrestling, desde criança e até à sua juventude, onde aos 17 anos decide inscrever-se na federação e escola de wrestling Ultimate Pro Wrestling (UPW). No mesmo primeiro dia do treino tinha como companheiro John Cena e ambos até chegariam ao topo do mundo do Wrestling, um com mais sucesso que o outro, como bem sabemos.
Pouco tempo antes de se iniciar nos treinos na escola, Mordetzky sofre uma lesão no tornozelo. Ainda era novo e Christopher sabia que haveria tempo para brilhar, o wrestling nunca deixou de ser a prioridade mas a verdade é que durante a lesão, descobriu outros interesses como o bodybuilding e viu nesta actividade uma forma de ganhar físico para posteriormente continuar a sua carreira como wrestler. Já naquela época sabia-se que a WWE dava importância a quem tivesse um bom caparro e sendo a UPW uma das federações com mais jovens recrutados pela WWE, Mordetzky fez aquilo que exactamente tinha de ser feito. Esculpiu o seu corpo em músculos e em 2003, após ter estado 3 anos ausente do wrestling, conseguiu um contracto com a WWE.
Sendo um ‘estagiário’ da UPW que foi contractado em grande parte devido ao seu físico impressionante, não caiu muito bem nos treinadores da OVW daquela época – Jim Cornette e Danny Davis – que não eram fãs da UPW nem do protótipo de wrestlers que de lá saiam, em que pareciam mais bodybuilders que wrestlers. Ns OVW acabou por recomeçar do zero, a desenvolver wrestling skills e a polir a sua personagem, alcançando vitórias tanto a solo como na divisão de tag-team. Mordetsky tornaria-se Chris Masters quando foi chamado ao Main-Roster.
A alcunha de “The Masterpiece” foi dada por Matt Morgan e a gimmick essencialmente seria de um nascissista, que não lhe assentava nada mal, corraborada pelo físico que tinha.
Masters faria o seu debut a Fevereiro de 20155, contra Stevie Richards e acidentalmente partiu-lhe o nariz, o que se calhar mostrava que afinal não estava ainda preparado para tanta exposição.
Debut de Chris Masters:
http://www.dailymotion.com/video/x2n999_steven-richards-vs-chris-masters-ma_sport
Não demorou muito tempo a criar a sua submissão conhecida como Master Lock e demorou ainda menos tempo a popularizá-la e a torná-la inquebrável. Todas as RAWS a partir daí teriam pelo menos alguém a tentar quebrar a submissão mas sem sucesso e até havia dinheiro em jogo, com prémios bem chorudos. O seu momentum ganhava ritmo e no final do ano, entraria na sua primeira grande feud contra Shawn Michaels, quando este tentrou quebrar o Masterlock, libertando-se da submissão e atacando Masters com uma cadeira. Mesmo assim, não foi declarada vitória ao HBK e ambos enfrentariam-se no Unforgiven, no combate que terminaria a feud.
Masters vs Shawn Michaels:
http://www.dailymotion.com/video/xy3ulr_shawn-michaels-vs-chris-masters_sport
Esta feud foi o primeiro ponto alto da carreira de Masters que seria uma autêntica montanha russa. Logo após a uma feud de calibre razoável, com alguma exposição dada, Masters arrancaria algumas vitórias nos meses seguintes, mas sofrendo importantes derrotas nos PPVS Taboo Tuesday e no Survivor Series.
Até parecia surreal, visto que Masters era a visão do que a WWE procurava e até era estranho vê-lo a ser mal usado, após ter tido um push grande, meses antes.
Mesmo assim parecia que nem tudo estava perdido, quando, mesmo no final de 2005 entra numa feud com o golden boy e ex-companheiro de treino na UPW: John Cena. A 28 de Fevereiro de 2005 recebe a sua primeira oportunidade pelo título da WWE numa triple threath contra Cena e Kurt Angle. Sendo ainda naquela altura, impossível de quebrar o Masterlock, Masters até parecia ter uma chance em sair como campeão, quando submeteu John Cena ao Masterlock, mas mesmo sendo este incapaz de quebrá-la também Masters foi incapaz de conseguir o ouro.
Chris Masters vs John Cena vs Kurt Angle:
http://www.dailymotion.com/video/x57ozh_john-cena-vs-kurt-angle-vs-chris-ma_sport
Parecia que a WWE voltava a apostar na Masterpiece e no New Years Resolution de 2006, Chris foi um dos 6 escolhidos a entrar na Elimination Chamber, mais uma vez pelo título da WWE. Masters até não se saiu mal, sendo dos últimos 3 participantes a ficar na Chamber, antes de ser eliminado por Carlito. No final do mês, faria o debut no Royal Rumble e mais uma vez seria eliminado por Carlito.
NYR 2006 – Elimination Chamber
Mesmo havendo atritos entre os dois, Carlito e Masters formaram equipa e desafiaram os World Tag Team Champions da altura – Kate e Big Show – para um combate na Wrestlemania 22. Acabaram por serem squashados e a separarem-se não sem antes terem um combate um contra o outro, no Backlash.
Carlito vs Masters – Backlash
http://www.dailymotion.com/video/xy5rw7_carlito-vs-chris-masters_sport
Depois da ruptura com Carlito, esteve envolvido pelo Título Intercontinental algumas vezes até tirar umas semanas para entrar em reabilitação. Aqui começavam os problemas de Masters. Tinha sido lhe diagnosticado adição a ‘pain killers’ nos primeiros testes da WWE Talent Wellness e portanto foi mandado para casa para se curar. Retornou à televisão em Agosto e para grande choque de todos, tinha perdido grande parte da massa muscular. Para além do visual, o que também parecia ter mudado, era a sua posição na companhia, pois quando regressou, perdeu logo uma série de combates contra Super Crazy e até com o Jerry Lawler!
Masters parecia determinado a voltar aos tempos de brilhos e sem surpresa voltou ao físico que antes possuia mas a sua situação na empresa não melhorava e continuava a não estar envolvido em programas de relevo. No início de 2007, a sua rivalidade on-and-off com Carlito continuou e ambos trocaram vitórias e derrotas um sobre o outro mas sem qualquer importância ou relevo, visto que naquela altura Carlito também encontrava-se perdido no roster.
A sua posição cada vez descia mais e ainda piorou quando Bobby Lashey tornou-se o primeiro Superstar a quebrar o Masterlock a meio do mês de Março, de forma a ganhar momentum para o seu push na Wrestlemania. Quem não estaria na Wrestlemania era o nosso amigo Masters. Nada corria bem. Ainda tentou alcançar o título intercontinental pertencente a Santino Marella mas sem qualquer sucesso.
A meio do ano é transferido para o SmackDown mas mudar de brand não tinha sido suficiente e mal lhe punhamos os olhos em cima. Parecia também não aprender com os erros e é suspendido por 30 dias por falhar o teste da Welness Policy. Volta em Novembro para apenas ser suspenso novamente por violar mais uma vez o teste. A WWE nem esperou por uma terceira vez e dias depois Masters é despedido da WWE.
Após ter sido despedido, Masters ingressou no circuirto independente, integrando diversas promoções e tours internacionais. Lutou desde o Japão até ao México, passando pelo UK, Austrália e Nova Zelândia.
Em 2009, dois anos depois de sair da WWE, volta à companhia num papel de mid-carder, não muito diferente daquele com que tinha saído. Na altura foi reportado que Randy Orton foi um dos principais talentos a ajudar nesta decisão e que foi uma grande influência em convencer Vince a recontratar Masters. Este, mostrava algum progresso desde a última vez mas nada que o fizesse brilhar mais que outras superstars em ascensão. O seu regresso daria-se a 27 de Julho de 2009 contra MVP.
Chris Masters volta à WWE:
https://www.youtube.com/watch?v=eFCmKgvTgE8
Depois de anos a ser heel, fez o babyface turn num segmento de comédia com Ozzy Ousbourne numa RAW em que Sharon Ousbourne foi guest host. O seu tempo na RAW foi sol de pouca dura e ficou relegado ao Superstars. Mesmo com uma nova gimmick e o turn, pouca coisa tinha mudado. Ainda lhe juntaram algumas vezes com a Eve mas depressa os separaram quando, já em 2010, Masters foi transferido para a SmackDown. Ainda apareceu algumas vezes na brand azul a arrecadar vitórias com nomes tão importantes como JTG. Durante o resto do ano andou em feud contra Tyler Reks, participou na quarta edição do NXT sendo o pro de Byron Saxton. Em 2011 regressa à RAW via draft, para nunca ser visto nela.
O seu último combate seria contra Jack Swagger na edição Superstars de 4 de Agosto de 2011. No dia seguinte seria despedido pela WWE, pela segunda vez.
Logo após a sua saída da WWE, uma das primeiras paragens foi Portugal! Actuou, através da WSW, em Mangualde a 20 e 21 de Agosto. Posto isto, não parou, enchendo o currículo com as mais variadas promotoras independentes e não só. Trabalhou no UK, Qatar, Alemanha e chegou até à índia, através da federação Ring Ka King. Esta federação aliada à TNA permitia a alguns ex-talentos da WWE e a actuais wrestlers da TNA de trabalharem com os mais recentes wrestlers deste país asiático.
Na Ring Ka King apresentou-se como American Adonis e desafiou a qualquer um do público que conseguisse quebrar o seu Adonis Lock. Uma clara cópia do seu segmento na WWE mas este tipo de segmentos tinham sido o ponto alto da carreira de Masters no Ocidente. Porque não fazer o mesmo no Oriente?
https://www.youtube.com/watch?v=xpo8g6JyJXY
Após a experiência na Índia, o resto do seu percursso seria em vários continentes e encontrando sempre caras conhecidas. Lutou nas Filipinas com MVP e no México defrontou Shelton Benjamin e Carlito. A TNA parecia interessada em dar-lhe uma oportunidade e em Junho de 2012 tem um dark match contra Robbie E, resultando numa derrota. Parecia que a TNA não seria a sua futura casa e continiou o seu caminho pelas indies da Europa.
Masters vs MVP
http://www.dailymotion.com/video/xod3u3_wwfx-in-manila-02-04-2012-chris-master-vs-mvp_sport
Na Europa encontrou-se em casa e conseguiu o melhor que pode após sair da WWE. Na Preston City Wrestlin (PCW) chegou a ter um combate com Chris Hero mas a sua feud mais aclamada foi contra Kris Travis. Um dos vários combates foi assim como mostra o vídeo, com uma crowd barulhenta e debaixo de um céu de cristais lustrosos
Chris Masters vs Kris Travis:
https://www.youtube.com/watch?v=MgB-JN4ualk
Voltando à California, foi na Big Time Wrestling, sediada na California, que também já tinha bookado outros ex-WWE como Chavo Guerrero ou Mickie James e foi aqui que passou mais tempo, desde que saiu da WWE. Um dos seus mais recentes combates para a companhia foi em Maio de 2014 quando enfrentou Tony Vargas.
https://www.youtube.com/watch?v=SRXeFZREJWo
Fora dos ringues, no ano passado, Masters num acto grandioso salvou a própria mãe de um fogo posto por um vizinho. Temos herói!
É incrível se pensarmos que Masters nunca conseguiu um reinado, seja de que título for. Tendo em conta outros wrestlers pushados e depois desperdiçados (Benjamin, Carlito) Masters ainda teve menos sorte que os seus companheiros, nunca tendo conquistado nenhum cinto. Cometeu uma data de erros na sua primeira estadia na WWE que lhe valeram pouco sucesso na segunda, o que não é de admirar.
Apesar de as suas ring skills não serem nada de especial, era um wrestler com uma personagem bem definida, desde o ring name até à sua entrada.
E vocês? Acham que foi outro talento desperdiçado ou o The Masterpiece nunca vos disse nada?
20 Comentários
eu ate gostava do masters portanto na minha opinião e talento desperdiçado
Eu não gostava muito confesso mas sim não acho que não seja um talento desperdiçado, ele conseguia gerar heat, portanto fazia algo bem. Podia ter sido melhor aproveitado sem dúvida!
Ótimo artigo
Acho que o Chris Masters foi mais um talento desperdiçado pela WWE…
Ah quase ia me esquecendo, para o próximo OAT voto em Tito Santana.
Obrigado 🙂
Sim, concordo, podia ter sido melhor aproveitado, também não era assim tão mau, olhava-se para ele e parecia mais um bodybuilder que um wrestler mas no fundo adorava o wrestling.
Sugestão anotada 😉
Boa escolha. Era um grande fã do personagem e da entrada, mas nunca gostei do wrestler, no ringue nunca me chamou a atenção, ainda assim tendo em conta que o Ryback por lá anda…ao menos o Masters não é um completo cepo como o Ryback. Mas pronto, ele cometeu demasiados erros, se não tivesse feito tanta asneira talvez tivesse chegado mais longe. Sempre revi a Maria o que é positivo!
Mencionas-te nomes que já nem me lembrava, o Byron Saxton e o Tyler Reks. Já que mencionas o Super Crazy e como eu sou um bocado maluco, para a semana sugiro o Super Crazy.
Ele tinha mesmo uma boa gimmick, no ringue é que deixava a desejar infelizmente.Obrigado pela sugestão também tenho curiosidade por saber onde anda.
Acho um pouco estupido as pessoas criticarem os lutadores que a gente vê semanalmente, dizendo que eles não sabem lutar, dizer que eles nem deviam ser wrestlers profissionais… e praticamente ninguém de nós sabe, que o sonho deles desde crianças era ser wrestlers de verdade e percorrem as pisadas dos seus idolos que tanto viam na TV.
Em relação ao Chris Masters, não diria que tenha sido um talento desperdiçado, mas tambem não acompanhei muito a sua carreira para falar disso, pois era criança ainda, quando ele se debutou na WWE, vi alguns combates dele na altura na TV, não sei se poderia acrescentar algo à WWE, se calhar até daria um bom campeão dos U.S.A ou até um Intercontinental, mas mais que isso não estou a ver, pois ele não criou grande impacto na WWE e por isso nem deixa assim tantas saudades.
Concordo contigo mas todos eles podem ter esse sonho e chegaram à WWE mas não quer dizer que se tenham desenvolvido em wrestlers extraordinários. E se estão na WWE, deviam ser os melhores dos melhores e muitas vezes não o são, acho que é mais por aí.
Ele podia ter tido um desses títulos sem dúvida ou algum de tag-team, por exemplo com o Carlito mas a WWE não parecia estar muito interessada. Para mim teria sido um campeão heel ideal que metesse over um face daquela altura, acho que era perfeito para isso.
Obrigado pelo comentário 😉
Ótimo artigo, saudades que eu tinha da theme do Chris nos bons tempos dele na WWE…
Proximo artigo podias falar do herói do Chris JRM… o enorme Michael Tarver!!
Obrigado Zé Pedro! A theme e a entrada ajudavam bastante na personagem, não haja dúvidas. Epah longe de mim negar um pedido assim, tratando-se ainda para mais de um ídolo de um colega de equipa xD
Excelente artigo!
A meu ver, o masterlock foi a melhor submissão da história da WWE. Foi uma pena o Chris Masters ter desperdiçado o seu talento.
Gostava de o ver novamente a lutar na WWE mas creio que isso não seja possível, pois seria um absurdo o Vince voltar a contratá-lo pela terceira vez.
Muito obrigado 🙂
É mesmo uma excelente submissão e foi preciso trabalho para o Chris aplicar sem magoar os colegas mas lá foi melhorando. Seria mesmo um absurdo eles contratarem e também ele querer voltar, sabendo como foi as duas últimas vezes, seria falta de senso comum de ambas as partes. Ele está bem nas indies.
Voto no FESTUS
Excelente artigo!
O Chris Masters, ou estátua ambulante, como te referiste a ele, de maneira carinhosa, à uns artigos atrás, foi mais um dos talentos desperdiçados pela WWE. Ele tinha tudo, mas acabou por ficar sem nada, mas pronto, a lista de senhores e senhoras que foram jogados ao lixo pela WWWE é incrivelmente extensa….
Para o próximo artigo, o meu voto vai mesmo para o mito Michael Tarver, um wrestler com enormissima qualidade!
“Masters faria o seu debut a Fevereiro de 20155”
uiiii nem falemos no Chris Masters.
acho que foi o lutadore mais desrespeitado na história da WWE
Muito Bom trabalho Mafi!
Para a próxima faz sobre o Billy Kidman
faz uma special edition do antigo roster ecw
Simpatizava com a personagem do Chris Masters e também acho incrível que não tenha conquistado um único título de mid-card na WWE, mas não o via como possível main-eventer, especialmente numa altura em que o Star-Power era enorme. Se fosse em 2011/2012, talvez aí uma oportunidade pelo Título Mundial não fosse descabida, devido à falta de Star Power, mas ele aí já não estava na WWE e já tinha feito asneira da grossa.
Excelente artigo 🙂