Numa altura em que a França anda nas bocas do mundo, isto até parece ter sido de propósito, mas não foi. Eles foram sugeridos na última edição e a ideia desenvolveu-se. Um artigo dividido em três partes, cada uma dedicada a um dos três membros da stable mais francesa da WWE: Os La Résistance. Sylvain Grenier, René Duprée e Rob Conway serão os protagonistas de cada artigo, focando-me nos seus tempos em que integraram a stable, as feuds mais importantes e por fim a separação do trio, as carreiras a solo e pós-WWE,
Estávamos em Fevereiro de 2003 e o Sr. Vince com aquele seu sentido de humor, em que só ele deve achar piada às suas ideias, decide gozar com o Montreal Screwjob no main-event do PPV ‘No Way out’. Durante os dois meses de build-up para o combate entre o The Rock e Hulk Hogan, Sylvain Grenier, um dos futuros membros da stable, tinha vindo a ter como ‘gimmick’ se é que lhe podemos chamar isso, o papel de árbitro que favorecia quem o chef queria. E aqui não foi diferente contribuindo para a vitória do The Rock sobre o Hogan.
Mas antes disto tudo, mais precisamente 6 anos antes, Grenier após uma carreira como modelo, procurou outros interesses e virou-se para o Wrestling. Estávamos em 1998. Tinhamos de esperar até 2001 para que o vissemos por terras americanas. Tentou por duas vezes participar no Tough Enough mas sem sucesso, devido a problemas com o seu visto. Contudo, a sorte parecia estar do seu lado, porque durante uma sessão fotográfica na Florida, conseguiu conhecer um dos produtores da WWE, Pat Patterson que gostou de Grenier e convidou-o a participar em alguns tryouts que a empresa iria ter. Sob o nome de Sly Grenier, Sylvain conseguiu o que mais queria, um contracto de desenvolvimento com a WWE e foi recambiado para a OVW. Não ficou lá muito tempo mas mais uma vez tudo parecia correr bem e de alguma forma, foi atirado para o meio de uma feud entre Hulk Hogan e o Vince McMahon, como árbitro especial do patrão.
Estreou-se nos ringues da WWE não como wrestler, no meio de duas lendas e ainda conseguiu ter tanto destaque ou mais que os intervenientes do combate. Melhor era impossível!
No way out 2003:
http://www.dailymotion.com/video/xqimn2_wwe-no-way-out-2003-the-rock-vs-hogan_sport
Mas ainda melhorou, pois no mês seguinte, em Abril, Grenier pisava o solo da Wrestlemania XIX em Seattle, tendo um papel decisivo no combate. Mesmo tendo acabado o combate caído, após ter levado um murro de Hogan, Grenier teve um grande debut…para quem nunca tinha lutado!
Wrestlemania XIX – Hulk Hogan vs Mr. McMahon:
http://v.youku.com/v_show/id_XNDQ3ODYwMjYw.html
No final de Abril, Grenier estreia-se na RAW juntamente com outro Canadaense mas que afinal é francês, chamado de René Duprée. A dupla nomeou-se de La Résistance e apresentavam-se como dois franceses muito orgulhosos da sua pátria e muito desgostosos com os americanos (eu não sei onde é que já vi isto…) xD
A primeira aparição seria com um ataque a Steiner e Test o que levou a uma feud entre as duas equipas, a culminar do PPV Judgment Day onde os franceses sairam vitoriosos.
Debut dos La Résistance:
http://www.dailymotion.com/video/x6uewu_la-resistance-s-wwe-debut_sport
Steiner & Test vs La Résistance:
http://www.dailymotion.com/video/xx6mm2_scott-steiner-test-with-stacy-keibler-vs-la-resistance_sport
O ponto alto da junção de Grenier e Duprée foi sem dúvida a conquista dos World Tag Team Champions pertencentes a Kane e RVD, que ocorreu no PPV Bad Blood:
http://www.dailymotion.com/video/x2wu58_bad-blood-2003-la-resistance-vsrvd_sport
Não muito tempo após esta vitória, a dupla passou a trio com a entrada de Rob Conway.
Duprée e Grenier só seriam campeões mais algum tempo, antes de largarem os títulos no Unforgiven de 2003 para os Dudley Boyz e o trio separaria-se momentaneamente devido a Grenier sofrer uma lesão durante o combate e no mês seguinte ser descoberto que tinha o pescoço partido.
O tal retorno dos La Résistance duraria uma noite e apenas no ano seguinte (2004), uma semana antes de Dupree ser transferido para a brand azul, durante o mais recente draft. Após mais uma temporada na RAW com novo parceiro de equipa, Grenier não escapou ao mesmo destino do antigo companheiro de equipa e no draft de 2005 foi também exportado para a SmackDown, onde desapareceu da televisão por uns bons meses.
Debutou na SmackDown só em Setembro com uma nova gimmick e novo nome. Perdeu o apelido e ficou Sylvain e mais tarde perdeu uma letra, sendo por fim, apenas Sylvan. Esta sua nova gimmick apelava ao lado mais estético e nascissístico e a entrada era acompanhada por uma batida tecnho que chegava a ser irritante.
https://www.youtube.com/watch?v=Oo3BpXvvXuE
Sylvan não perdeu muito tempo a traçar o seu novo inimigo e encontrou pelo caminho Hardocore Holly. Pelo meio meteu-se o Mr. Kennedy…..Kennedy, e a feud dos dois teve o seu desfecho numa Hardocore Street Fight no SmackDown. Depois disto, desapareceu novamente das televisões figurando apenas em dark-matches ou na OVW.
Em 2006, começam a ser apresentadas vignetes e vídeos de promoção do Quebéc, acompanhadas pela presença de Sylvan – o Embaixador do Quebec. Mais uma vez, Grenier voltava a ter uma gimmick mais anti-americana, desta vez como promotor das belas províncias do Quebec. A resposta dos fãs? Cânticos de “USA”…
Com esta gimmick jobbou que até se fartou. Regressou à OVW. Foi para a ECW. Acabou com a gimmick de embaixador. Voltou à SmackDown com a gimmick de modelo e…foi despedido. Em 2007, acabava o seu percurso na companhia.
Após o seu despedimento, mudou-se de malas e bagagens para a TNA….como comentador de língua francesa. Ao contrário de muitos, Grenier não foi para as indies, mesmo como um ex-WWE a tentar aproveitar alguma fama que lhe restava…devido a lesões que teve durante os últimos tempos na WWE, Grenier decidiu assentar.
A nova função como comentador dos shows da TNA surgiu inesperadamente e por conhecimento de outras pessoas dentro do meio. De 2007 a 2009, Grenier trabalhou como comentador/tradutor dos Impacts da TNA no canal francês RDS. Embora seja um canal pequeno e não sejam muitos os que vejam wrestling com comentários em francês, este pequeno trabalho deu a oportunidade a Grenier de melhorar as suas mic-skills, algo que com que nunca deslumbrou nos tempos em que esteve na WWE.
Em 2008 enquanto comentador, voltou ao circuito independente encontrando três wrestlers que na altura não estavam na WWE mas que agora encontram-se por lá: Bryan Danielson, Kevin Steen e El Generico ou seja Daniel Bryan, Kevin Owens e Sami Zayn. Este embate deu-se a 17 de Abril de 2009, quando Sylvain fez uma aparição na Ring of Honor, juntando-se aos The American Wolves. Apesar de o combate ter tido boas críticas, Grenier mostrou-se estar muito abaixo da qualidade dos restantes intervenientes do combate.
Depois disto começou a sua própria companhia de wrestling, com o antigo companheiro de mesa da RDS, Marc Blondin. Assim nasceu a TOW que se dedica a mostrar o melhor talento que existe no Quebec. Para além de organizar esses eventos, onde convida vários ex-WWE para angariar mais público, Grenier também luta na promoção. Em 2010 estreou a sua nova gimmick – Iceman. Para além do Wrestling, abriu a sua própria empresa de segurança e tinha planos de abrir um ginásio. Mais recentemente andou em tour pela Europa, acompanhando a promotora American Wrestling Rampage.
E foi isto por hoje, na próxima edição volto com o outro membro original da equipa: René Duprée, não deixem de comentar!
18 Comentários
Bom artigo e uma excelente escolha, gostei.
Os La Resistance nunca foram uma Tag Team/Stable de top e nem sequer eram assim tão importantes mas eu até gostava deles e acho que tinham talento e eram credíveis, tiveram bons momentos e bons combates na divisão de Tag Team e até conquistam os títulos, até eram decentes em ringue e tinham carisma e eram engraçados e portanto até tiveram uma passagem interessante pela WWE e claro, como eu comecei a ver WWE em 2004, foram dos que vi na altura e lembram-me esses tempos de Wrestling de qualidade, portanto um Obrigado.
PS: lembro-me bem dessa theme do Sylvan, eheh, era realmente esquisita e irritante.
No entanto não resisti a ir ouvir a theme do Rob Conway: “Ohhhh Just Look At Me” foi mais forte do que eu, essa é de chorar a rir. xD
Bom trabalho Mafi. 🙂
Acrescento só que também fizeram parte do roster do Smackdown vs Raw 2006, em que eram uma das Tag Teams disponíveis e até eram World Tag Team Champions default (vinham com o jogo) e lembro-me de fazer combates com eles com os títulos em jogo e com aqueles novo sistema de Stamina que implementaram e eram eu e o meu primo a utiliza-los (Rene Dupree e Robert Conway).
PS: e o SVR 2006 foi o 1º jogo que tive de WWE, já tinha jogado outros mas não em minha casa, foi o 1º que me ofereceram no Natal. 🙂
Obrigado Tunes pelo teu comentário. 😉
EU lembro-me vagamente deles mas aquando da pesquisa para o artigo, achei-os engraçados, aquela típica stable que juntos até se safam mas quando se separam é sempre a cair.
Nunca joguei nenhum jogo da WWE, a verdade é que não sou fã 😛 mas gosto de te ver falar com nostalgia 🙂
Não tens de quê, eu é que agradeço pelo teu artigo de qualidade.
Eu até me lembro bem deles pois surgiram na fase em que comecei a ver Wrestling e eram realmente engraçadas mas também tinham talento como equipa e foi pena que a WWE os tivesse separado porque a solo só o Dupree teve algum sucesso e foi realmente cair a pique, enfim.
Pois, compreendo, mas fazem-me lembrar a “secção” do Wrestling da minha infância e outras coisas e falo realmente com nostalgia.
Uma excelente semana para ti. 🙂
bom artigo, sabe eu não sabia q a wwe teve um frances
Bom artigo Mafalda
Obrigado por leres e comentares 🙂
“uma batida tecnho que chegava a ser irritante.” Não são todas? 😛
La Resistance e Cryme Tyme, dois exemplo da estupidez de se acabar com grandes equipas quando não se tem qualquer plano para os wrestlers individualmente, quando às vezes nem qualidade para isso têm.
Fazer uma série de artigos sobre os La Resistance é uma excelente ideia e que começou muito bem.
Algumas dão para abanar o capacete sem serem irritantes 😀 esta, não.
Concordo a 100%, quando pesquisava pensei nisso, juntos estavam muito bem mas pelo que já li para os outros artigos e pelo que do que me lembro (muito pouco) via-se mesmo que não tinham ideias para eles e exemplo disso é o Sylvain que sofreu diversas recapagens sem nunca triunfar.
Obrigado, queria fazer algo diferente pelo ano novo 🙂
Gostava muito dos La Resistance.
Eu não os apanhei como equipa, quando comecei a ver já estavam separados mas agora ao pesquisar, posso dizer que até gostei do que vi!
Nossa ressuscitaram esse cara! Nem me recordava dele. Porém ta bacana o artigo é sempre interessante saber por onde andava este povo.
Obrigado! É sempre curioso ver por onde andam, especialmente aqueles que não tiveram muita sorte da WWE, é sempre interessante ver se safaram cá fora. Obrigado por leres. 😉
Seguis-te o meu conselho Mafi, obrigado!!!
Excelente artigo mais uma vez, parabéns, que venha o Dupree!!!
Obrigado eu pela sugestão! Deu para desenvolver uma série de artigos e conhecer melhor uma equipa que não conheci a fundo, obrigado!! 🙂
Excelente artigo. Não cheguei a acompanhá-los como Tag Team, mas após pesquisar sobre eles, achei interessante. Sempre gostei do conceito da gimmick de um wrestler estrangeiro a exaltar as belezas de seu país, só acho que a WWE erra com estas ao colocá-los como heels simplesmente por virem de outro local. Por isso gostava bastante do personagem de Muhammad Hassan, que fugia a esse padrão. Voltando ao assunto dos La Résistance, gostava bastante de sua Theme Song e de suas lutas, que apesar de não serem um primor técnico, eram legais. Sylvain era o meu favorito dos três, mas não sou muito fã de suas gimmicks posteriores.
OBS: A theme ‘World is Sylvan’ realmente é irritante, mas não resisto a ir ouvir de vez em quando e a única coisa mais irritante que isso era aquela taunt do Duprée.
Eu lembro-me bem destes meninos, principalmente do protagonista deste artigo, que foi o que esteve mais tempo na WWE. E sim, no SmackDown vs Raw 2006 eram eles os campeões… Que saudades desses tempos…
Parabéns pelo vosso trabalho. Para pessoal, que vê wrestling há mais de 30 anos, por vezes gosto de ir investigar como estão agora algumas figuras do passado. Acho que era merecido certas homenagens! Por exemplo, fiquei triste em saber que o Kamala já não tem pernas e fiquei horrorizado com as aparências do Mr.Wonderful e principalmente do Bobby “the Brain” Heenan. Continuação de bom trabalho! Obrigado!