“(…) I was a self made man. I was not invented by the WWE machine and I would think with them having stock holders and this being a profitable company that they’d want a guy who makes them most money, okay? They don’t have the ability to judge by prejudice who they pick to be stars. They need to pick guys who are the best people for this job and the best person for this job is me! (…)”

Daniel Bryan, WWE NXT – 18/05/2010

Há pouco mais de dois anos, CM Punk usou um segmento do programa principal da WWE – Raw – para fazer o discurso que mudou radicalmente o rumo da sua carreira. Tal momento deu início a uma das melhores rivalidades que a WWE teve nos últimos anos.

Começou semanas antes do Money in the Bank e causou um burburinho entre os fãs como há muito não se via. No Money in the Bank em si, CM Punk enfrentou John Cena num combate que ninguém podia perder, mas que também ninguém conseguia prever.

Todos afirmavam que CM Punk tinha de ganhar para se fixar como uma figura de topo, não só da companhia, mas da Era actual da indústria. Porém, nem todos acreditavam que tal fosse acontecer. As dúvidas eram muitos e enchiam a cabeça dos fãs, algo a que não costumam estar habituados nos dias que correm.

CM Punk venceu, história foi feita e embora o Mr. Money in the Bank da altura tenha tentado estragar o momento, tal não aconteceu. No mês seguinte, John Cena e CM Punk voltaram a enfrentar-se para determinar o verdadeiro campeão da WWE num combate que, não só teve direito a árbitro especial – Triple H, como teve direito a um fim curioso.

Dois anos depois e a história repete-se. Não a história completa com os mais pequenos detalhes, mas uma versão bastante generalista dos acontecimentos.

CM Punk e Daniel Bryan são bastante semelhantes. Ambos possuem um passado notável no circuito independente, ambos partilhavam a mesma falta de apoiantes dentro da WWE e a mesma incerteza relativamente ao seu sucesso. Ambos passaram pelas mesmas provações, ou semelhantes, para chegar onde chegaram e ambos lutaram determinadamente por tal.

Dessa forma, ambos ganharam reputação, reconhecimento e respeito dos fãs. Tudo motivados pelo dedicação à arte e desejo de serem os melhores.

Porém, CM Punk e Daniel Bryan também são bastante diferentes, o que dá origem a rivalidades com dinâmicas diferentes. Na sua apresentação, CM Punk é intenso, agressivo e com uma presença que de imediato cativa os fãs, seja por bons motivos, ou maus motivos. CM Punk consegue, independentemente da sua estatura, intimidar os fãs.

Daniel Bryan é exactamente o oposto. Daniel Bryan era alguém que, até ter deixado crescer a barba e tomado uma aparência extravagante, fácil de esquecer, com uma primeira impressão fraca. E mesmo quando somos dados a conhecer mais sobre Daniel Bryan, descobrimos alguém dócil, amável, bastante relaxado e confiante do seu trabalho. Uma confiança que este não faz questão de afirmar e provar perante os fãs, pois é algo de que este está internamente seguro.

Ambos os lutadores, por exemplo, partilham uma aversão e desconforto no que toca a comportarem-se de fora mais empresarial e oficial. No entanto, enquanto o desconforto e atrapalhação de Bryan é visto de forma adorável e encantadora, CM Punk aparenta usá-la como uma forma de enviar uma mensagem. Mas mesmo sendo ser um rebelde a contrariar aquilo que lhe é exigido, CM Punk sempre se comportou como uma estrela ao mais alto nível, mesmo quando não o era, ao passo que Bryan sempre apresentou uma posição humilde e simples.

Tal como defendi acima, esta história apresenta grandes semelhanças à história que protagonizou o Verão de 2011, todavia a diferença crucial é a atitude entre ambos os lutadores. Enquanto CM Punk agressivamente lutou para causar uma diferença e perturbar a ordem normal das coisas, Bryan é apenas alguém extravagante que não forçou a sua jornada em rumo do topo da montanha de forma abrupta e violenta. A ascensão de Bryan foi orgânica e natural. Caso não tivesse sido, não teria resultado tão bem.

Opinião Feminina #143 – Daniel Bryan’s Turn

Ora, as personagens principais e as interessadas destas histórias que marcam Verões dos fãs de Wrestling podem ser diferentes, mas o génio responsável pela manipulação de que todos somos vítimas é o mesmo.

Numa recente edição, debati como a WWE tem subtilmente feito troça dos seus fãs e dos conhecimentos e informações que estes julgam ter sobre o produto. Referi também que a forma como Daniel Bryan foi escolhido como adversário de John Cena foi um dos exemplos.

A WWE consciente do apoio de Bryan, resolveu manipular e chocar os fãs ao dar-lhes a ilusão de que tinham poder. Tornar Bryan seu representante fez com que ainda mais fãs aderissem e, dessa forma, dessem mais lucro à WWE. Não é por acaso que Bryan já tem outra t-shirt e agora até uma toalha usa durante a sua entrada.

E, como se esperava, a WWE continuou a sua subtil manipulação e não podiam ter melhor pessoa para usar que não John Cena. A WWE está a trabalhar para que todos os fãs, não apenas um grupo selectivo, se identifiquem e investam nesta história e um dos detalhes que realçou tal foi quando Bryan referiu que, enquanto era um lutador, John Cena não passava de um entertainer.

Devo dizer que tal fala foi uma das que mais marcou esta rivalidade, pois colocou todos os puristas e críticos do trabalho de John Cena na mão de Daniel Bryan. O trabalho de Bryan em ringue é absolutamente incontestável e já possui várias provas dadas, ao passo que Cena continua a ser criticado nesse sentido.

Desde usar a mesma fórmula de combate às suas características cinco manobras, mesmo que tendo no seu currículo excelentes combates, John Cena é fortemente criticado pelo seu trabalho dentro ringue por alguns tipos de fãs.

Mais uma vez, tal como defendi à edições atrás, é nestes momentos que a WWE mostra que sabe exactamente aquilo que os seus fãs dizem, até mesmo os infames membros da comunidade cibernauta de Wrestling (IWC).

Tal fala é absolutamente absurda quando analisada racionalmente, pois o objectivo de um wrestler é entreter os fãs. É para eles que existe o Wrestling. No entanto, tal não interessa. Pois, a WWE – nomeadamente Vince McMahon – continua a controlar o seu ambiente usando Daniel Bryan.

Daniel Bryan já não é apenas um desfavorecido que representa todos os que ultrapassaram os obstáculos independentemente das dificuldades. Daniel Bryan é agora um representante de todos aqueles que não apoiam John Cena e o que este significa. Prova disso foi quando Bryan perguntou se o Universo da WWE queria um novo campeão e este o apoiou em força.

Outro argumento que achei bastante curioso foi a referência ao luxo em que John Cena vive e que, caso fosse despedido, este não voltaria a lutar na vida, enquanto Bryan, pelo contrário, estaria num ginásio algures no país, num ringue de Wrestling, a lutar para qualquer número de fãs.

Embora não acredite que a maioria dos que assistem ao novo reality-show da WWE, Total Divas, assistam à programação semanal da WWE, não consigo deixar de achar esta referência curiosa, pois se há algo a que os fãs da WWE tiveram acesso recentemente através desse mesmo reality-show foi à luxuosa mansão de John Cena.

Todos os fãs receavam que as Bellas interferissem de alguma forma nesta rivalidade e que acabassem por ser o foco, mas de forma bastante subtil a WWE consegue manipular tudo a seu bel-prazer. Embora sejam poucos, certamente que existirão fãs que irão dar outro peso às palavras de Daniel Bryan, após assistirem às imagens exclusivas a que o Total Divas dá acesso.

Afinal, Daniel Bryan tem razão! John Cena não tem razão para voltar a lutar mais um dia na vida, caso seja despedido! E, desta forma, Daniel Bryan ganha mais apoiantes e John Cena mais detractores.

A WWE está simplesmente a manipular os fãs de todas as frentes possíveis de forma a tornar este main-event o mais renhido e marcante possível. Afinal, é assim que se promove um combate.

Opinião Feminina #143 – Daniel Bryan’s Turn

Mesmo com argumentos que fazem disparar o meu paranóico radar, o trabalho de Daniel Bryan até chegar a este combate tem sido impressionante. Daniel Bryan fez muito com o pouco que lhe foi dado. Várias vezes a WWE dá mundos e fundos a estrelas que simplesmente não conseguem arranjar uma fórmula que funcione, contudo ocasionalmente aparecem casos como o de Bryan que, com muito pouca ajuda e influência, fazem magia.

Bryan não teve direito a vignettes de apresentação – não penso que as apresentações dos rookies do NXT sejam comparáveis às vignettes extraordinárias que frequentemente vemos a anunciar a estreia de novas estrelas –, não foi constantemente colocado no main-event pay-per-view após pay-per-view ou simplesmente foi vencendo todos os lutadores no seu caminho até chegar ao main-event.

Muito pelo contrário, Bryan e todos os membros do NXT foram literalmente entregues à sua sorte.

E tal como tenho referido várias vezes ao longo deste espaço, este conseguiu ultrapassar tal barreira. Aliás, Bryan ultrapassou todas as barreiras. E pelo caminho fez com que os termos mais básicos da comunicação se tornassem alguns dos cânticos mais populares de sempre. Quantos fãs recearam a junção de Bryan com Kane e o uso de ambos de forma mais cómica? Pessoalmente, receei bastante. Julguei que tal poderia prejudicar Bryan ao ponto de terminar com o seu enorme apoio.

Felizmente, não podia estar mais errada. A química de Bryan e Kane, a genialidade de alguns dos seus segmentos, e a naturalidade com que ambos faziam os fãs rir foram provas de tal.

É a isto a que Bryan tem habituado os fãs, dentro e fora de ringue. A actuações fantásticas, independentemente do adversário, história ou posição no card. No ano de 2013, quantos combates é que Daniel Bryan já teve na Raw que levaram os fãs à loucura? É certo que ultimamente o mais referenciado foi o seu combate com Antonio Cesaro, mas durante semanas Daniel Bryan, os seus parceiros, e os The Shield dominaram as noites de segunda-feira.

Como se pode constatar, ganhar no Summerslam irá consolidar aquilo que oito meses de Raw mostraram aos fãs: Daniel Bryan é a estrela de 2013.

Opinião Feminina #143 – Daniel Bryan’s Turn

Todavia, o combate no Summerslam não será contra qualquer pessoa. Daniel Bryan irá enfrentar, pelo Título da WWE, o rosto da WWE dos últimos oito, ou quase nove, anos.

Ao contrário de algumas afirmações de Bryan, John Cena é um excelente talento. É verdade que ter um excelente parceiro ajuda, mas vários combates fantásticos que Cena teve ao longo da sua carreira não se fazem quando apenas um dos elementos é talentoso e trabalhador.

É verdade que a rotina de alguns combates de John Cena me irrita ocasionalmente, mas facto é que quando importa, este consegue ter um combate de grande qualidade.

O que, mais frequentemente, me aborrece em John Cena e na forma como este é apresentado é como, por vezes, nada o parece afectar. Exemplo de tal foi quando Cena, após um ano de rivalidade intensa, sofre a maior derrota da sua carreira contra The Rock e, no dia seguinte, não se mostra afectado. Volto a dar este exemplo porque, embora já tenha debatido, continua a resumir o problema com John Cena.

Percebo que a sua personagem nunca desista, mas tal lema adequa-se a alguém que passa por dificuldades, especialmente por dificuldades que os fãs temem que podem ser demais. Não se adaptam a alguém que coloca tanta emoção e importância num combate, apenas não reagir como se fosse apenas mais um na noite seguinte.

Atenção, não possuo quaisquer problemas com John Cena a mostrar desportivismo e querer provar que respeita The Rock ao apertar-lhe a mão, mas continuo a questionar onde estava a raiva, a intensidade e toda a emoção que se tinha visto da sua parte durante a construção do combate.

Quando tal acontece, é perfeitamente normal que os fãs não se invistam nas suas histórias e rivalidades. É perfeitamente normal que assistam à desforra entre ambos na Wrestlemania 29 à espera de surpresas, não do final prevísivel que esperavam. Porquê? Porque o final previsível não tinha significado. A jornada da redenção de John Cena não significava nada, porque este nunca tinha sofrido – ou mostrado sofrer – com a derrota.

É este o problema da personagem de John Cena. Mais do que não sofrer um heel turn, mais do que estar gasto e repetitivo, são poucas as vezes em que os fãs acreditam que John Cena está em perigo ou que levam as suas provações a sério, pois em momentos que julgavam ser importantes, viram-no a recuperar como se não fosse nada.

O termo “super-herói” a que foi associado não se refere a vencer todos os seus combates com as cinco manobras de sempre. Refere-se à ilusão que nada o atinge. Este repete vezes sem conta que nunca desiste quando nunca está em posição para tal. Pelo menos, nunca numa posição credível.

Para procurar provas deste argumento basta comparar ambos os lutadores do main-evento do Summerslam. Após estes três anos na WWE de luta e de barreiras ultrapassadas, o lema de “nunca desistir” assenta que nem uma luva em Daniel Bryan. Os fãs apoiam-no, não só porque se identificam com ele, mas porque se sentem muito mais instigados a torcer por alguém cujas dificuldades são reais. Tal apenas não se reflecte na situação de John Cena, porque o grupo de fãs deste é sólido e não irá desaparecer.

Para rosto da companhia, John Cena possui bastantes aspectos fáceis de atacar. Seja pelo sempre contestado trabalho dentro de ringue, seja pela forma como a sua personalidade é tratada e apresentada, os fãs têm sempre algo a dizer e a WWE para ouvir.

Embora por vezes estrague esse espectacular talento com piadas rídiculas e promos sem gosto, facto é que John Cena já  provou imensas vezes – e mais uma vez na última Raw – que quando o adversário é à altura, também as suas promos o são.

Não houve brincadeiras, piadas ou momentos embaraçosos. Um John Cena motivado, directo e intenso defendeu a sua posição e deu a Daniel Bryan forte competição. No fundo, embora sempre controverso, John Cena é uma das personalidades mais trabalhadoras da WWE. O seu trabalho não se resume ao que faz numa arena a lutar ou a falar, mas também a todas as aparições e entrevistas com os media e ao envolvimento com acções de caridade.

Muitos fãs não gostam deste facto, mas a verdade é que John Cena é incansável e irrepreensível no seu trabalho. John Cena é exactamente o tipo de trabalhador e indíviduo que se quer a representar algo. Por alguma razão, é ele que o faz.

E o seu sucessor não poderá ser apenas um exímio lutador e grande razão para venda de merchandise. O sucessor de John Cena terá que ter a seu cargo este tipo de responsabilidades. Tal faz parte de, não só ser campeão da WWE, mas ser cara da WWE.

Não resta muito mais a falar senão do combate em si e dos factores que o poderão condicionar. Não creio que alguém duvide da potencial qualidade do mesmo. Acredito veementemente que na madrugada de hoje iremos assistir a um dos combates do ano, senão ao combate do ano. Como afirmado acima, o trabalho de Bryan em ringue é notório e John Cena não lhe fica muito atrás em situações importantes.

Há vários factores que podem influenciar este combate e o mais prevísivel de todos é mesmo Randy Orton. O Mr. Money in the Bank tem feito questão que, nem o campeão, nem o seu adversário se esquecessem da sua existência. O cash-in das malas é sempre um momento bastante esperado pelos  fãs devido à surpresa que lhe é associada, sendo por isso sempre uma opção a considerar.

Contudo, a WWE fez questão de realçar tanto a possibilidade de Orton fazer o cash-in que simplesmente arruinou a surpresa. Pelo menos, em grande parte. Talvez esteja a ser paranóica, novamente, mas tamanha atenção por parte da WWE e o facto de termos assistido a uma tentativa de cash-in de Orton bem próxima leva-me a crer que a WWE poderá não ir por aí.

Não digo que Orton não tente novamente, no Summerslam, mas acredito que o mais provável seja falhar ou ser impedido por intervenientes do exterior, sejam os The Shield – já o fizeram uma vez na Raw – ou até o árbitro especial, Triple H.

Sou a primeira a admitir que não sou fã da ideia de Orton fazer o cash-in e tornar-se vencedor, pois caso Bryan vença, acho que este merece ter o seu momento de glória depois de tudo o que tem feito, contudo tal manobra não deixa de ser bastante inteligente.

Numa só jogada, a WWE aumentava o favoritismo por Bryan, pois o seu grande momento lhe tinha sido roubado, enquanto tornava Randy Orton heel ao opô-lo a um dos maiores babyfaces da companhia. A história entre ambas as partes iria envolver ódio e intensidade que, como de costume, são ingredientes para uma excelente rivalidade.

Não é o caminho que, pessoalmente – como fã –, preferisse, mas seria extremamente inteligente.

Opinião Feminina #143 – Daniel Bryan’s Turn

Porém, como afirmado acima, consigo visualizar Triple H a impedir Orton ou a dificultar a sua situação, caso se torne óbvio que Orton foi enviado por Vince McMahon.

Numa só frase, acabei de esclarecer o meu grande problema com esta história: a família McMahon. Admito que Vince é necessário para reforçar a posição de Bryan. Aliás, as promos de Vince encaixaram perfeitamente nos exemplos de manipulação que dei anteriormente e noutras edições. Contudo, coloco as minhas reservas na nomeação de Triple H como árbitro.

Não julgo ser necessário, tal como não era há dois anos, porque ambos os lutadores são honestos e não deram indícios de fazerem batota. Se o receio seria que Vince fizesse algo contra Bryan como fez na SmackDown, Triple H poderia simplesmente dar ordens diferentes e desautorizar Vince.

As minhas reservas baseiam-se apenas no facto da rivalidade entre Daniel Bryan e John Cena já ser tão boa e ter sido tão bem construída e promovida, que não justifica mais “atracções”. Daniel Bryan e John Cena fizeram um esplêndido trabalho a vender este combate. Desde a primeira Raw até à última.

Temo que tanto envolvimento por parte da família McMahon – incluindo Triple H, claro – tire atenção ao que realmente interessa. E se, depois do pay-per-view, os fãs falarem de Daniel Bryan, John Cena ou Randy Orton e não da rivalidade de Vince McMahon e Triple H, saberemos que tal não foi o caso. É possível que no fim do pay-per-view fique a achar o oposto e embora ache pouco provável, se for o caso, tal irá ser comentado numa futura edição.

A questão é que Randy Orton e a mala de Money in the Bank já são distracção suficiente e são uma distracção razoável.

Na minha opinião, com ou sem cash-in, quem precisa de ganhar é Daniel Bryan. E precisa de ser justo e limpo, especialmente se houver cash-in, senão é demasiada história e detalhes para terminar um combate. Digo isto porque da última vez que Triple H foi árbitro num combate no Summerslam, John Cena foi prejudicado.

Este é, como Bryan disse, o combate mais importante da sua vida. Este combate é a culminação, não só dos mais de dez anos na indústria, mas especialmente da ascensão gradual que este tem apresentado desde que chegou à companhia.

Especialmente após John Cena o ter comparado a tantos outros lutadores que respeita tornou-se peremptório que Bryan vença este combate, pois percepção é a realidade nesta indústria e Bryan precisa de ganhar o respeito de Cena e aproximar-se mais do seu estatuto.

No fim do dia, uma derrota não afecta John Cena em nada. Aliás, o mesmo já é um Hall of Famer mais que garantido, não será uma derrota contra Daniel Bryan num combate importante que irá mudar alguma coisa. Contudo, uma vitória pode fazer uma grande diferença. Uma vitória de Bryan contra Cena no Summerslam, pode significar o que a vitória de CM Punk contra John no Money in the Bank significou. Bryan é a melhor opção em 2013, assim como CM Punk o era em 2011.

Respondendo, por fim, a uma questão colocada para a minha mais recente contribuição do “Perguntas e Respostas”, não acredito que uma vitória de Bryan – que já está bastante bem posicionado entre os fãs e melhores vendas de merchandise – vá dar mote a um possível heel turn  de John Cena ou até ligeira mudança.

A situação ainda não se colocou para nenhum dos casos. Quando for a altura de mudar, a WWE irá fazer as mudanças necessárias. Até lá, irão continuar a lucrar o mais possível, mesmo que tal implique que Cena continue numa situação estagnada e aborrecida, para muitos fãs. Afinal, o lucro fala mais alto.

Em suma, acredito que Bryan irá vencer, acredito que Orton tente fazer o cash-in e, para dar continuidade à rivalidade entre Triple H e Vince McMahon – algo que consigo visualizar a WWE a planear – acredito que Triple H impeça o cash-in. Num combate extremamente importante, com inúmeros cenários, este é o que julgo que irá acontecer. Contudo, ficaria tudo menos surpreendida caso não fosse o caso.

Portanto, respondendo as outras questões que tinham sido colocadas para o “Perguntas e Respostas”, acredito que Vince poderá interferir indirectamente no main-event – através de Randy Orton – e que Daniel Bryan vença John Cena.

Reiterando o que afirmei no artigo e em jeito de conclusão, este é o ano de Daniel Bryan, vença ou não. É verdade que vencer o combate iria ser o selo final nesta sua emocionante jornada, mas este título já ninguém lho tira. Daniel Bryan é a personalidade de 2013.

Este ano, é a sua vez de entrar no pequeno círculo de figuras intocáveis, composta por John Cena, CM Punk e Randy Orton. Este ano é a vez de Daniel Bryan brilhar, tal como tem feito. No fundo, este ano é a vez de Daniel Bryan provar se consegue ser mais um dos inconfundíveis ícones desta Era.

Da minha parte é tudo, agradeço a todos os que lerem esta particularmente longa edição e que acompanharam esta especial triologia dedicada às histórias de CM Punk e Daniel Bryan no Summerslam. Espero que todos se divirtam com o Summerslam e que não se esqueçam de participar na League! Até à próxima edição!

Opinião Feminina #143 – Daniel Bryan’s Turn

17 Comentários

  1. Excelente artigo Salgado.

    Ao contrário da maioria, eu não consigo formular uma ideia sobre qual poderá ser o resultado do combate pelo Título da WWE e sobre quais poderão ser as interferências ou as consequências deste combate.

    Acho possível uma vitória do Daniel Bryan, acho possível um cash-in do Randy Orton e considero altamente provável uma vitória do John Cena.

    A construção do combate foi fantástica, o Bryan fez um trabalho fabuloso. Em relação ao Cena, só me conseguiu encher as medidas na última Raw, mas mais vale acabar em beleza do que começar bem e perder o ímpeto com o passar das semanas, por isso o actual campeão da WWE recebe a minha nota positiva xD

    Concordo com tudo o que disseste em relação às semelhanças e diferenças entre CM Punk e Daniel Bryan e quanto ao que ano de 2013 foi e ainda pode vir a ser para este último.

    Seja como for, há muito tempo que eu não estava tão ansioso por um combate pelo Título da WWE, por isso venha de lá esse enorme combate, que pode mesmo vir a ser o melhor do ano. Volto a dizer o que já disse antes: acho que este vai ser o main-event do SummerSlam.

    Por fim, gostava que estivesses no chat logo à noite, mas duvido que isso vá acontecer, uma vez que já lá não “apareces” há meses xD

  2. Fantástico artigo, belo encerramento dessa trilogia, e não poderia ter acabado com uma análise ao combate mais esperado do evento e do combate que pode mudar os rumos da CIA. Até porque esse combate deve consolidar uma nova estrela da WWE, e ninguém merece mais do que esse cara legal, humilde, trabalhador e honesto. D-Bryan é fantástico, ele merece tudo que está recebendo, e estou muito feliz de acompanhar essa trajetória que terá um passo importante no Summerslam quando ele, finalmente, se tornar WWE Champion, pode não ser agora… Talvez o Cena vença com algum erro do HHH ou distração do Vince, para não prejudicar o Daniel, aí numa Raw seguinte os Shield lixem com o Cena, para que o Cena fique fora para curar a lesão, e Orton faça o cash in e tenha a feud com o Bryan, mas o fato é que não passa desse ano que ‘o cara de 2013’ será WWE Champion, pode não ser hoje, mas ele nunca esteve tão perto.

    BRYAN RULES!

  3. MicaelDuarte11 anos

    “Da minha parte é tudo, agradeço a todos os que lerem esta particularmente longa edição e que acompanharam esta especial triologia dedicada às histórias de CM Punk e Daniel Bryan no Summerslam.” – Os teus artigos poderiam ter 20 metros porque eu não me fartava, Marta! Artigo brutal! 😀

    Não sinto que haja qualquer coisa a acrescentar. Aliás, num artigo teu é raro que deixes algo para os leitores acrescentarem (não é uma crítica!) xD

    Nem imaginas como estou ansioso pelo Summer Slam! Temos combates ao nível do mid-card bastante interessantes (Rhodes vs Sandow, Wyatt vs Kane, Del Rio vs Christian) e depois temos aqueles dois Main-Event estrondosos!

    Espero que hoje seja A noite, A vitória, O momento do pequeno “Grande”, Daniel Bryan. YES! YES! YES!

  4. 20 Valores. And i rest my case.

  5. Excelente artigo!
    Adorei a conparação entre o Bryan e o Punk e, escusado será dizer, que concordo nas diferenças e nas semelhanças até porque foran coisas que eu próprio já tinha pensado.
    Logo à noite espero uma vitória do Bryan com ou sem cash in, mas esta noite pertence ao Bryan.
    Excelente conclusão desta triologia!

  6. Mais uma fantástica edição. Como disse o José “20 valores” 🙂

  7. “Os teus artigos poderiam ter 20 metros porque eu não me fartava, Marta!” Quem fala assim não é gago!

    Simplesmente excelente este artigo, para não variar. A maneira como tu apresentas o teu ponto de vista é única e sem dúvida que extremamente interessante. És, muito provavelmente, a dona da palavra no que a este site e ao Universo diz respeito. Um modelo a seguir!

    Quanto ao combate, é dificil de prever o que quer que seja… A única coisa que eu sinto que posso afirmar é que John Cena não sai do SummerSlam campeão, era absurdo se isso acontecesse depois de tal destaque a Bryan. D-Bry vai vencer, independentemente da forma como o conseguir alcançar. Se Orton faz o cash-in? Isso é uma incógnita, é esperar para ver. Mas como tu dizes, tudo o que parece óbvio nem sempre o é. Também parecia óbvio que o Bryan ia ganhar a mala, e vejam o que aconteceu.

    Mais uma vez, excelente desempenho nesta “trilogia” e para a semana cá estarei para ler o que quer que escrevas porque se aparece no “Opinião Feminina” é porque tem que ser bom!

  8. Um dos melhores artigos que já li.
    Parabéns continua assim.

  9. Já vou tendo menos tempo, especialmente durante o dia, mas ainda tive tempo de vir cá ler este final da trilogia. Excelente mais uma vez Salgado. Gostei da história que contaste não só hoje, como em toda a trilogia. E ficarei à espera da resposta à pergunta que te fiz no chat. Ah ah ah. xD Pq o povo quer saber. E o povo é soberano. xD