Mais um evento mensal, mais uma oportunidade da WWE de convencer os fãs a aderir à WWE Network. Para tal, tornou-se o Survivor Series um evento gratuito para novos assinantes da WWE Network e colocou-se em jogo as mais importantes estipulações dos últimos anos. Ou não.

A questão é muito simples. Oferecer o Survivor Series a novos assinantes juntamente com, supostamente, um dos main-events mais importantes dos últimos tempos é uma solução rápida e com um tom desesperado e não algo estudado a longo prazo.

A questão nem passa pela qualidade. Assistir ao regresso de Ryback que vimos em 2012 foi uma das surpresas mais agradáveis que, na minha opinião, tivemos nas últimas semanas. Não era algo que esperava, de todo, que acontecesse.

Depois de um heel turn desnecessário, meses como Paul Heyman Guy que não o levaram a lado nenhum e ainda mais meses na divisão de Tag Team, como membro dos Rybaxel, a lutar vezes sem conta contra Stardust e Goldust, esperava-se tudo menos que os fãs passassem uma esponja sobre o assunto e o recebessem desta forma, dando-lhe assim uma nova oportunidade ao main-event.

Acho que ainda é demasiado cedo para Ryback estar a ter combates muito competitivos, como aconteceu na última edição da Raw, especialmente quando se tem em conta que regressou como uma besta imparável que ambas as equipas queriam, mas não foi nada de grave.

Opinião Feminina #209 – Free Free Free

Outro dos meus momentos preferidos dos últimos tempos foi a introdução de Luke Harper à equipa da Autoridade. Não pulei de alegria ao ver Dolph Ziggler a ser maltratado como uma boneca de trapos, mas ver Luke Harper – de longe, o membro secundário mais talentoso que a Wyatt Family tinha – a dizer de forma sinistra que também consegue jogar em equipa foi absolutamente formidável. O choque de Stephanie e Triple H tornou a situação ainda mais caricata, enaltecendo ainda mais a loucura de Harper.

Todavia, é preciso mais do que isso para estabelecer uma audiência e o tom de desespero das acções da companhia não ajuda. Colocar, supostamente, tudo em jogo no pay-per-view secundário que há muito perdeu toda a importância que alguma vez teve é algo que, realisticamente, seria bastante improvável de acontecer e os fãs sabem disso. Anos e anos de Survivor Series ensinaram-lhes a não esperar o contrário.

Mais importante que isso, anos e anos de assistirem ao produto garantiu-lhes que, a poucos meses da época de Wrestlemania – a altura mais importante do ano, é bastante complicado acontecer algo assim tão importante.

Se fosse, seria mais provável que a WWE atrasasse o processo, de forma a maximizar o lucro ao fazê-lo ocorrer na Wrestlemania. E, a não esquecer, se fosse assim tão importante, com Triple H tão desesperado para manter a sua posição, o próprio lutaria para a manter, não é verdade?

Facto é que, hoje em dia, a promoção não é tudo. Os fãs não acreditam que algo verdadeiramente espectacular vá acontecer até: a) ser altura para tal; b) certas figuras chave estarem confirmadas. Não quer dizer que não aconteça noutras ocasiões, apenas é mais difícil convencer os fãs de tal.

As medidas desesperadas referidas passam por Vince McMahon – há muito desaparecido – aparecer a prometer aos fãs que existe uma possibilidade de Stephanie McMahon e Triple H deixarem de controlar a WWE como a Autoridade.

Ninguém quer, mais do que eu, que a história das figuras de autoridade malvadas chegue ao fim. Bem feita é brilhante, extremamente cativante e lucrativa. O problema é que não é isso que Stephanie McMahon e Triple H têm feito ao longo do último ano.

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Felizmente, fizeram de Seth Rollins uma estrela, algo que muitos – incluindo eu – duvidaram que fosse acontecer tão cedo ou até de todo. Mas também embaraçaram, humilharam e maltrataram todos os talentos que podiam. Desde reuni-los no topo da rampa para os emascular em televisão, até ao mais recente confronto de Stephanie McMahon com Lana e Rusev; é bastante óbvio que os malefícios desta dupla ultrapassam bastante os seus benefícios.

Simplesmente não existia qualquer necessidade para a dupla de russos que tem feito frente a toda a gente, desde gigantes como Big Show até estrelas incontornáveis como The Rock, se deixar intimidar por Stephanie McMahon. Aliás, vê-los a serem intimidados por uma americana para se juntarem a uma equipa de americanos (constituída também por um antigo adversário deles) para lutarem pelos interesses de uma dupla de americanos foi completamente contra-produtivo.

A não ser que Rusev tenha um combate marcado com Triple H para rectificar a situação e recuperar a sua credibilidade, foi uma situação puramente contraditória que quase desfez tudo o que a WWE passou meses e meses a construir. Uma das personagens mais protegidas que a WWE tinha tornou-se em apenas mais um na longa lista de lutadores que foi embaraçado e emasculado pela Autoridade sem ter absolutamente nada a ganhar.

Outra forma possível de tentar rectificar a situação é ter Rusev a abandonar a equipa numa altura crucial do combate. Tal seria preferível a que lutasse até ao fim pela Autoridade e, pior, sofresse um pin. Não acredito que sofra o pin, mas não estou terrivelmente optimista na possibilidade deste conseguir recuperar a sua credibilidade no Survivor Series.

A verdade é que ninguém acredita que Stephanie McMahon e Triple H irão deixar de ter algum poder e, infelizmente, a história não é credível ou empolgante o suficiente para conseguir fazer com que os fãs se esqueçam deste detalhe.

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Porque raio iriam os fãs acreditar que Dolph Ziggler consegue fazer a diferença contra a Autoridade? Dolph Ziggler passa a vida a perder combates, seja campeão ou não, e a única altura em que saiu um pouco da zona onde está agora foi quando se tornou campeão em 2012 e logo na sua primeira defesa perdeu o Título e voltou à estaca zero.

Ver a Autoridade a tentar aliciar Dolph Ziggler é hilariante e, ao mesmo tempo, uma perfeita perda tempo. Pessoalmente, creio reconhecer devidamente o talento de Dolph Ziggler, mas não corresponde à realidade que a WWE tem pintado consistentemente ao longo de anos. Como é que se pode esperar que seja credível que, de um momento para o outro, Dolph Ziggler seja tão relevante e importante que a Autoridade precisa dele na sua equipa? Não é. Simplesmente não é.

Quando Dolph Ziggler vence várias vezes, como foi o caso da semana pós-Hell in a Cell, até é motivo de notícia e suspeita que seja um castigo dado a outro lutador. E, antes dos fãs acreditarem devidamente nesta rivalidade, este volta a dar dois passos para trás trocando vitórias com Kane e sendo uma boneca de trapos nas mãos de todos, embora tenha sido o campeão Intercontinental durante parte deste processo.

Big Show, Mark Henry e Kane são as três bestas irrelevantes. O seu tamanho impressiona e possui algum efeito nos fãs que começaram a acompanhar o produto recentemente, mas para os restantes raramente fazem a diferença. A função de Kane ao longo dos últimos meses tem sido interromper combates e causar todas as desqualificações possíveis.

O que é uma pena, pois a quantidade absurda de desqualificações a que temos assistido apenas desvaloriza o produto e os combates em questão, assim como semeia a desconfiança dos fãs. A desqualificação faz sentido e consegue ser usada como escapatória nos momentos apropriados. Quando acontece repetidamente, os combates em questão deixam de ser importantes, assim como o final acaba por deixar de ter significado.

Mark Henry, embora tenha alguns momentos espectaculares, estes ocorrem ocasionalmente e não são consistentes. Já Big Show… Tanto poderia estar numa equipa, como noutra. É irrelevante há anos e apenas está na equipa de John Cena porque, por acaso, quem se tornou heel foi Mark Hnry. Eles podiam, perfeitamente, estar no lugar um do outro que não faria diferença.

Neste momento, os três senhores preenchem os lugares que a WWE precisa que sejam preenchidos, mais para fazer número, do que para fazer alguma mossa. E não há nada de errado nisso. Nesta fase das suas carreiras, outra coisa não seria de esperar. Mas, tal também significa que são menos membros de ambas as equipas que podem estimular os fãs de alguma forma.

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Erick Rowan foi a grande surpresa da última edição. Depois da adição de Harper à equipa da Autoridade, a adição de Rowan à equipa oposta fazia sentido. Não porque ambos são equivalentes em termos de talent, o que não é de todo verdade, ou porque tinham desenvolvido uma rivalidade, o que também não é o caso, mas porque tinhm vindo da mesma equipa e estavam agora a seguir caminhos diferentes.

Como não foi realizada uma separação tradicional, faz sentido que a WWE quisesse usar esta oportunidade para evidenciar os opostos em que se encontram os dois antigos elementos da Wyatt Family.

É bastante provável que tenha sido uma decisão de última hora, devido à cirurgia de Sheamus, pois Rowan não estava – de todo – a ser preparado para lutar num combate supostamente tão importante. Depois de brincar com o cabelo de Renee Young, assistir ao filme de Kane, procurar uma indívidua junto ao ringue e roubar um gato de peluche, é complicado considerá-lo um elemento bastante perigoso da equipa dos heróis. Ou sequer credível.

Porém, não deixou de ser um momento engraçado e extremamante surpreendente.

Por fim, fica o capitão de equipa: John Cena.

John Cena é, sem dúvida, o elemento da equipa com mais credibilidade, poder e capacidade de estimular os fãs e levá-los a acreditar que a Autoridade pode ter os dias contados. Só é pena é que esta história não seja propriamente uma novidade. Da última vez que John Cena representou um problema para a Autoridade, este perdeu o Título para Brock Lesnar.

Mas, como não se justifica a presença de Brock Lesnar em todos os eventos, especialmente num que é gratuito para uma porção da audiência, terá que ser a Autoridade a lidar com John Cena pessoalmente. Ou através de intermediários, como é o caso.

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O problema é que nem John Cena consegue salvar a situação, porque a história começou exactamente no mesmo dilema que começa sempre. Alguém quer que John Cena se junte às forças do mal, às vezes somos nós, outras vezes são os elementos do roster. O fim é o mesmo. Acabamos a ouvir pela énesima vez que não, depois de uma pausa dramática, como se alguma vez tivesse existido alguma dúvida. O que não foi o caso.

Ver Stephanie McMahon e John Cena a trocar bitaites é extremamente divertido. São duas personalidades que sabem o que estão a fazer e sabem lidar com uma audiência quando esta não se comporta da forma desejada. Mas, tal não alivia o sentimento de perda de tempo que temos por estar a assistir a, mais uma vez, a mesma história, sobre a mesma história e sobre o mesmo problema.

E tudo isto se arrasta em longos segmentos de conversa que, sinceramente, ainda fazem a situação parecer uma maior perda de tempo do que já é.

Enfim, não só temos direito a assistir mais uma vez à mesma história, como temos direito às longas promos que se tornaram características da Autoridade (especialmente de Triple H), às piadas da praxe de John Cena e à sua incapacidade de ser o herói que é suposto ser e de ajudar devidamente os seus colegas de equipa.

O problema da WWE resume-se a isso mesmo. É tudo mais do mesmo. E, mais uma vez, estão a tentar vender “mais do mesmo” como se fosse algo do outro mundo e absolutamente imperdível, apenas porque precisam que assim seja graças à WWE Network.

Quando, na realidade, todos sabem que a probabilidade de algo realmente acontecer é bastante baixa e que a companhia está apenas a fazer tempo até se aproximar mais a época de Wrestlemania e se justificar trazer Brock Lesnar de volta. Se poderão ocorrer alguns regressos e aparições? Claro, mas os grandes combates em que esses regressos vão participar não irão ocorrer no evento parcialmente gratuito, assim como é pouco provável que ocorram antes da época de Wrestlemania.

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Entretanto, tentam promover lutadores a que raramente prestam atenção e são relevantes como se fossem elementos decisivos e esquecem-se que grande parte dos fãs está a acompanhar o produto há mais de uma semana.

Portanto, no meio de tantas contradições e tentativas desesperadas, a WWE teria tido mais sucesso se tentasse fornecer um produto de qualidade e, acima de tudo, consistente todas as semanas, não apenas quando se lembra que precisa.

Porque quando se lembra que precisa, normalmente é demasiado tarde para fazer alguma coisa. Como é o caso.

O verdadeiro grande problema da companhia é que o produto está gasto, sem energia ou qualquer razão para empolgação. E, infelizmente, os fãs foram condicionados a esperar que tal só acontece na época de Wrestlemania (embora nem sempre seja espectacular) e na época do Summerslam. A companhia, por sua vez, habituou-se a tentar corresponder também durante essas alturas.

O resto, seja bom, mau ou aceitável, resume-se apenas a passar tempo. Os pay-per-views, normalmente, são de qualidade, porque o roster é extremamente talentoso, mesmo sem a ajuda do booking.

O roster de hoje resume-se a um grupo enorme de midcarders que a maioria dos fãs não paga para ver e um grupo bastante selectivo de main-eventers. E é só quando chega a altura de realizar um main-even com muitos participantes que essa falha é notada. Mas é rapidamente esquecida, porque poucos meses depois é época de Wrestlemania e todas as estrelas estão de volta para disfarçar os problemas.

Não sei quem vence hoje e, sinceramente, nem tenho muita curiosidade em saber. Ficaria terrivelmente surpreendida se a Autoridade desaparecesse já, mas também sei que podem perder o combate e aparecer na noite seguinte. Afinal, não é nada que John Cena não tenha feito já. Caso perca a equipa de John Cena, também não seria de estranhar que todos os membros fossem humilhados e obrigados a lutar noutros combates para recuperarem os seus empregos. Também não é nada que não tenhamos visto já.

Acredito que o Survivor Series, em si, será um evento divertido e de qualidade, mas que rapidamente será esquecido assim que terminar, como tantos outros.

Desejo um excelente evento a todos e até à próxima edição!

Opinião Feminina #209 – Free Free Free

24 Comentários

  1. Awesome_Mark10 anos

    Impressão minha ou desde que considerei a tua coluna como um “grande,grande artigo” vens escrevendo-os mais curtos?(ahah)Ah,e desculpa se me fiz interpretar mal,eu quis referir-me à enorme qualidade do mesmo(desculpa tmb por nao te ter respondido na altura,só hj vi).

    Apesar de tds as incoerências do Elination Match eu até tenho algumas expetativas e penso que a WWE conseguiu fazer uma promoção acima do razoável.Temos que levar em conta que nomes que hoje em dia poderiam ser mt importantes como Bryan,Punk,Reigns,Barret(Orton???)estão fora,cada um pelo seu motivo.

    Penso que a falta de aposta nos lutadores ao longo do ano faz-se notar sobretudo no resto do card,é que exceção feita ao Ambrose vs Wyatt e ao Tag Team Championship,não há ponta por onde se pegue.

    Dizer ainda que eu acho que a Autoridade vai ganhar.1ºPk acredito que este hype td que a WWE tentou criar deve-se apenas e só à ausência do campeão,assim como o double ME no HIAC.2ºPk visualizo mais facilmente o Ryback e Cena eliminados(este ultimo talvez fruto de algum heel turn interno) do que o Rusev e o Rollins.3ºE apesar de isto não entrar para as contas,seria mt difícil de engolir que esta guerra que começou contra o Bryan ser ganha pelo Cena.

    P.S:Gostei mt da parte em que disseste que se a WWE estivesse no cumulo do seu interesse em promover este combate o HHH lutaria,que aliás,era o que fazia mais sentido.

    • Eu não os faço longos de propósito. Tento fazê-los o mais sucintos possível, apenas existem ocasiões em que existe bastante para dizer e, por algum motivo, não consegui ou pude dividir em dois. Não há problema 🙂

      Disso não há qualquer dúvida. Na ausência de Lesnar, é necessário um main-event importante e com toda a pompa e circunstância para disfarçar a ausência do Título principal.

  2. Excelente artigo, no entanto não vi a construção deste evento tão negativo quanto o vês, mas não podemos concordar sempre. O produto de facto melhorou nos últimos dois meses. Se é reciclagem? É. Mas o Wrestling sempre foi isso, e sempre irá ser. Raramente teremos no futuro momentos revolucionários e inovadores, ou pelo menos serão escassos.

    Posto isto. Compreendo o que dizes sobre o Ziggler, porém acho que isto tudo têm um motivo. Ou seja como diz o Awesome Mark o possível turn interno dentro da equipa do Cena pode vir do Ziggler.

    E não acho que o Rusev esteja desvalorizado, ele é um dos melhores bookings deste ano. E a única coisa que poderia modificar isso é ele sofrer hoje um pin. Caso o contrário acho que não sairá com a imagem danificada do Survivor Series.

    • O problema não é ser reciclagem, o problema é não ser uma reciclagem inspirada e apenas um fruto de preguiça com o intuito de empatar tempo.

  3. Artigo extremamente bem fundamentado, como de costume, mas não concordo com a substância do mesmo.

    A WWE, desde o NoC, na minha opinião, subiu imenso os padrões de qualidade. A maior parte de 2014 foi desastroso mas, nas últimas semanas, os shows voltaram a ser interessantes.

    Dizer que as histórias actuais são “mais do mesmo” parece-me um pouco injusto. Óbvio que não tem acontecido nada de original, mas também é dificil apresentar algo de muito refrescante. Pelo menos eu tento não ser tão exigente. Se as coisas forem bem feitas, como têm sido, não me importo muito com a sensação de déja vu.

    Também não concordo, de todo, com as criticas à Autoridade. Essas criticas, há uns 4 ou 5 meses, eram perfeitamente justificadas mas actualmente nem por isso. Estão mais interessantes do que nunca e ganharam coerência. Não é como na história com o Bryan em que todas as semanas mudavam de opinião.

    Em relação ao Rusev, tens razão mas, se formos tão rigorosos, poucas coisas fazem sentido. Questionas, e bem, a necessidade do Rusev lutar por uma dupla de americanos. Não faz sentido, concordo. Mas, em último caso, também não faria sentido lutar numa empresa americana, certo? Já que ele gosta tanto da Rússia que vá lutar para lá. Na minha opinião, são aquele tipo de “pormenor” que temos de ignorar para desfrutar do produto. Porque, caso contrário, podiamos questionar tudo e mais alguma coisa. Por exemplo, quem é que manda na WWE? Quando apetece, são o painel dos directores. Desta vez, como dava jeito, o Vince manda e desmanda naquilo como bem entender…

    • Tiago devo dizer que concordo contigo. Aliás já tínhamos falado disto no meu artigo, e tens razão na minha perspectiva nas tuas observações. Como disse no meu comentário, o wrestling é feito deste sentimento de Déja-Vu, e salvo excepções não podemos esperar constantemente histórias muito diferentes e revolucionárias.

      Sobre o Rusev tens razão. É daqueles aspectos que temos que ignorar para disfrutar, porque se não íamos reparar em todos os aspectos. Se não podíamos falar do facto de ser aliado de um rival dele há menos de um mês. E o facto dele ser apresentado como Russo, quando é Búlgaro e foi assim que iniciou o percurso.

      • Em relação ao Rusev, eu compreendo a perspectiva da Marta. Muitas vezes já critiquei as incoerências das histórias da WWE. Até porque quando elas são flagrantes, não se consegue “comer e calar”. Neste caso em particular, não me faz confusão nenhuma mas compreendo quem se incomode.

        E, já agora, devo dizer que concordo contigo em relação ao Ziggler. Há imenso tempo que não o via tão valorizado e nem me importo com os combates que ele tem perdido. Aliás, o Ziggler nunca vai ser o “gajo que domina aquilo tudo” mas sim como o underdog ou, caso seja heel, como um batoteiro estilo Edge.

      • A mim não me ofendeu sabes porquê? Porque durante esses momentos todos ouvi os comentadores referirem o Ziggler como ” um herói”, alguém a ser valorizado. E não aquele gozo que faziam há meses atrás. Já nem piadas sobre o Elbow( por causa do King) ouvimos agora.

    • Muito obrigado 🙂

      Tal como disse acima, não é o facto de ser reciclagem que é o problema, é o facto de ser reciclagem sem inspiração e a apresentar as mesmas falhas do costume.

      A Stephanie não tinha nada que intimidar a Lana e o Rusev para lutarem pela Autoridade. Poderiam ter criado a aliança de outra forma. Aceito que Rusev lute pela Autoridade, mas não nesses termos e não porque foi intimidado. Não só não é Stephanie a pessoa ideal para intimidar Lana e Rusev (por razões óbvias), como ridicula tudo o que fizeram com ele até ao momento.

  4. Excelente artigo, Salgado.

    Não acho que tenha sido mal a construção, por mais que não seja propriamente algo novo e que nunca tenhamos visto. A verdade é que o combate tradicional desse ano foi tratado como não se via a anos. Por mais que o Ziggler na maioria das vezes saísse por baixo, nota-se que a WWE tentou o proteger ao máximo, a WWE tem vindo a melhorar muito a qualidade do seu produto, e isso é bom. Com ausência do campeão, e mais algumas estrelas de destaque lesionadas a WWE pelo menos durante o mes decidiu apostar em algumas estrelas do ”futuro”, Harper, Rowan, Ryback, Rollins, Rusev, Ziggler. O que também é louvável, gostei da construção do evento principal de hoje, ainda tenho duvidas sobre o vencedor, e ao contrario de você, estou curioso para saber quem vence e principalmente o que vai ser do time ”perdedor” , se vai continuar a aposta, ou voltaremos a ter aquela qualidade de raws que tínhamos até o NOC… Nota-se que até os SmackDowns melhoraram consideravelmente e tem sido agradável de assistir.

  5. Mel9610 anos

    Opá..Mas que excelente artigo. Concordo contigo em todos os aspectos.
    Eu também não estou minimamente interessada em ver o combate entre Team Cena e Team autorithy. Para mim, como tu já mesmo disseste entre linhas, a história simplesmente não faz o menor sentido, eu também estou bastante curiosa para ver como é que vão lidar com a situação do Russev.

    -a introdução do Erick Rowan, para mim de alguma forma não fez sentido nenhum;

    -O Ryback não conseguia se decidir em que time ficava, era da autoridade e de repente foi para team cena;

    -O Big Show não interessa a ninguém.

    -So podem estar a querer gozar com a nossa inteligencia. Então team cena é “espancada” e o capitão não vem para ajudar os seus fies companheiros de equipa? Bom para mim, isso é sinal de algum heel turn de um membro da equipa de john cena, e a minha aposta vai para o Dolph Z. O gajo até perdeu o seu titulo por causa disso.

    Para essa história tivesse mesmo algum heat, era necessario colocarem pessoas que realmente tiveram problemas com a autoridade (Daniel bryan, Dean ambrose, Roman reigns, Randy Orton e mais alguma pessoa) eu sei que todos se encontram indisponiveis, mas que então deixassem essa história para o próximo ano.

    E com toda essa história da team autorithy vs tem cena, o resto do card acabou por ser afectado:

    -A feud das Bellas, já não interessa a ninguém, a Aj coitada foi metida nessa confusão, que para mim se tornou numa autentica palhaçada;

    -Os tag team, não me interessa, e o combate das divas também não;

    -Ambrose vs Wyatt, a construção do combate foi mais ou menos, de todas as promos eu gostei mais da última no smackdown em que o Ambrose fala do seu survival kit. Mas no entanto é o combate que é que estou mais ansiosa e com o maior expectativa, porque sabendo o potencial, talento e carisma que ambos os lutadores, tenho quase a certeza de que eles é que vão “roubar o show”. É para mim é nisso que a wwe deve apostar, porque Ambrose vs Wyatt tem tudo para ser uma rivalidade épica, mas com foco dos bookers virado para essa coisa do Cena e da autoridade, o resto do card está a sofrer.

    Eu so espero que a autoridade vença hoje, porque ainda é muito cedo para termos o seu fim, ainda mais pela mãos de John Cena, algo que seria muito dificil de engolir.

    • Obrigado 🙂

      Não fez qualquer sentido, é verdade, mas não foi uma má surpresa, por assim dizer.

      Como defendi, gostei da forma como Ryback tem sido apresentado e tratado até ao momento. Acho que fizeram bem em guardar a sua escolha para o fim, embora tenha sido previsivel.

      De acordo.

      Esse foi, de facto, um dos pontos que mais me tirou do sério na passada edição da Raw. Que raio de capitão de equipa é John Cena, quando assiste aos seus membros a serem atacados e não faz nada? E, pior que isso, nem foi dada uma justificação plausível para tal.

      Daniel Bryan e Roman Reigns estão a recuperar de lesões, portanto esses não poderiam participar. Randy Orton era um regresso aguardado. Já Dean Ambrose, está neste momento em rivalidade com Bray Wyatt e, mesmo que não estivesse, os seus problemas nunca foram com a Autoridade em si, mas sim com Seth Rollins.

      A Divisão de Divas e a Divisão de Tag Team interessa, a questão é que não tem o destaque e investimento suficiente para interessar a grande escala.

  6. Ichh, tanta negatividade 😛 Gostei de ler o artigo, mas, tal como a maioria dos que o comentaram, também não concordo com muito daquilo que escreves.

    Tenho desfrutado muito mais do produto da WWE nas últimas 7 semanas do que nos dois meses anteriores, em que vimos dos piores programas de sempre. Não está perfeito, muito longe disso, mas notam-se melhorias claras.

    A questão do Dolph Ziggler… Não concordo. A WWE tem-se esforçado para o voltar a credibilizar e o Triple H chegou a dizer, numa promo, que o Ziggler é dos que mais trabalha, se não for mesmo o que mais trabalha e se esforça na WWE. Quando perdeu o Título Intercontinental, a WWE fez questão de o proteger, como ficou bem vincado pelos comentários do Cole, do King e do JBL.

    Quanto ao Rusev, também me fez alguma confusão. Não gostei nada da ideia de ele fazer parte deste combate, mas com o tempo habituei-me. É heel, a hipocrisia só lhe fica bem (tal como à Lana). E não sei onde é que o Rusev perder credibilidade e precisa de a recuperar hoje no PPV…

    Concordo contigo, sim, quando falas disto como “passar o tempo”. É verdade, este combate só foi feito devido à ausência do Brock Lesnar e porque tinham que “vender” o Free-Per-View de alguma forma. Estou bastante interessado no combate de hoje, mais pela prestação de alguns lutadores do que propriamente pelo resultado, que acaba por ser relativo, visto que nem a Authority desaparece de vez caso perca, nem os membros da Team Cena serão despedidos definitivamente caso não vençam.

    • Negatividade?? Vocês é que são uns iludidos 😛

      Exacto, a hipocrisia fica bem ao Rusev. Mas fazia bem se este o estivesse a fazer por interessse, e não porque foi intimidado a fazê-lo. Esse é que o problema. Existe uma diferença e é grande!

  7. MicaelDuarte10 anos

    Concordo com tudo o que apontaste, até porque eu disse o mesmo no meu comentário à última Raw. Porém, ainda que perceba as tuas justificações, não concordo quando dizes que a credibilidade do Rusev ficou “danificada”… Se foi contraditório? Sim, bastante. Vê-lo ao lado do Mark Henry causou-me alguma impressão, mas eu continuo a olhar para o Rusev como uma verdadeira ameaça, independentemente de este se ter juntado a uma equipa americana (difícil de não acontecer).

    Excelente trabalho.

    • Mais uma vez, o problema não é tanto ter-se juntado a uma equipa de americanos. O problema é ter passado meses e meses a desdenhar os americanos e a América, chamando-lhes de tudo e mais alguma coisa, apenas para depois ser intimidado a juntar-se a eles. Se Rusev e Lana se tivessem aliado à Autoridade de forma pacífica, ainda seriam maiores vilões, pois tinham andado a falar mal dos americanos, mas aliavam-se a eles e esqueciam os seus valores por interesse. Isso faria deles ainda mais odiados do que são.

      O problema é que eles foram intimidados a aliar-se à Autoridade. Isso faz deles uns cobardes e uns fracos. O que não é, de todo, o que se quer.

      Obrigado.

  8. Excelente artigo, como sempre, a qualidade tem vindo a melhorar e os temas são sempre interessantes e bem escolhidos, embora possa concordar ou não com a opinião, gosto bastante de ler, estás a ficar uma pro, portanto os meus Parabéns.

    Quanto ao tema, concordo com a maior parte dos pontos, mas não estou tão pessimista como tu, mas compreendo o teu ponto de vista, a construção deste combate não foi uma novidade e nada que nos tenha surpreendido, mas até gostei e acho que o combate pode ser muito bom, os aspectos negativos que destaco são o rebaixar do Rusev e Lana por parte da Stephanie e junção ao Mark Henry (não faz sentido, e estraga um pouco a sua gimmick e o seu push) e este “push” do nada no Ziggler, mas que continua a ser humilhado na mesma (não se entende), sendo que concordo que Big Show, Mark Henry e Kane é para fazer número e já não têm interesse ou importância, os aspectos positivos que destaco são o regresso do Ryback (adorava esta sua faceta e a WWE cometeu muitos erros, esta segunda oportunidade está a correr bem e o WWE Universe está a corresponder, portanto acho que pode resultar) e a inclusão de Rowan e Harper que ao seu estilo têm talento e pode ser um arranque positivo para as suas carreiras a solo, depois temos o Cena e o Rollins que não precisam de apresentações, acho que houve coisas negativas e positivas nesta construção e na escolha de certos elementos, mas acredito que até pode resultar e surpreender, mas tudo dependerá da qualidade do combate, e sobretudo do desfecho do mesmo e do que acontecer nas próximas semanas até ao Royal Rumble, é preciso saber se vai continuar tudo na mesma e foi só para entreter os fãs e “encher chouriços” ou se vai mesmo haver uma mudança na WWE e no poder, é esperar para ver e depois tirar as conclusões, estou um pouco mais optimista.

    Bom trabalho Salgado. 🙂

  9. Francisco Edge10 anos

    Mais um excelente artigo.
    Concordo com o que disseste em relação ao Rusev.

  10. Hugo Almeida10 anos

    Apenas discurdo na parte do ziggler ele é um bom wrestler e quando ganha ganha em grande como foi contra kane … acho bem ele fazer frente a autoridade apenas isso

  11. “Acredito que o Survivor Series, em si, será um evento divertido e de qualidade, mas que rapidamente será esquecido assim que terminar, como tantos outros.”

    Quando o mr mcmahon disse ontem no SS:

    “Este vai ser um SS que ninguém vai esquecer!”, eu pensei logo, pronto… Já lixaram a Salgado xD

    • E lixaram mesmo! Só a estreia do Sting já garantiu que não se vai esquecer o evento 😛