A pessoa por detrás do nome CM Punk sempre foi bastante controversa. O seu temperamento complicado, personalidade vincada, determinação e teimosia não são rumores. São factos. Factos corroborados pelos mais diversos comportamentos que este apresentou ao longo dos anos.
E, como todas as personalidades controversas, CM Punk não escapa à regra e suscita fortes emoções naqueles que o rodeiam. Existe de tudo, desde os fãs mais dedicados, que aceitam as palavras de CM Punk como verdades absolutas; os fãs mais desconfiados e justos, habituados às voltas e reviravoltas que esta indústria dá; e, por fim, os que simplesmente não o suportam e o vêem como alguém arrogante e presunçoso.
A verdade é que ninguém é indiferente e todos têm uma opinião formada em relação a CM Punk. Ao longo do último ano, este tem dado bastante que falar.
Mais do que talento, CM Punk sempre teve a determinação e a confiança para lutar pelas oportunidades que achava merecer. Mais do que talento, foram essas características que lhe concederam as oportunidades que teve e que alguns (poucos) fãs acharam que não merecia. CM Punk pode não ter sido o melhor do mundo, mas ele acreditava que era e isso, nesta indústria, vale ouro.
A paixão, confiança e determinação que CM Punk apresentava não era muito diferente da que Shawn Michaels apresentava nos anos 90. Ou que Ric Flair apresentou antes dele. Todas estas características são normais entre main-eventers, pois é esta certeza de que são os melhores que os leva a perseguir oportunidades de formas que outros não fariam e a, finalmente, ganhá-las.
Se CM Punk não acreditasse que era o melhor e que merecia o main-event na Wrestlemania, muito provavelmente teria sido despedido há muito tempo atrás ou simplesmente ficado pelo midcard. Como muitos na indústria costumam dizer, se o objectivo não é encerrar a Wrestlemania, então estão no emprego errado.
A sua atitude foi, sem dúvida, a sua maior arma ao longo da sua carreira. E, por vezes, também a sua maior fraqueza.
Em parte, é por isso que CM Punk sempre me frustrou bastante. A sua atitude e temperamento leva-o a ferver em pouca água e a explodir em certas situações. Sou fã de CM Punk, o atleta e performer, mas não sou grande fã de muitas das suas acções fora dos ringues, pois acho que alguém com o poder e influência que este tem precisa de ter ser mais do que um rebelde impulsivo. Precisa de ser um exemplo consciente. Como alguém que concorda com alguns dos ideais de CM Punk, gostava de vê-lo a assumir esse papel.
Embora concorde a 100% com ele quando critica a forma como a WWE destaca muito melhor e com mais frequência o envolvimento de John Cena com fundações como a Make-a-wish, quando comparado com outros talentos, também consigo ver o lado da WWE. A verdade é que as polémicas em que CM Punk, por vezes, se encontrava envolvido não são os melhores representantes.
Não que o problema da WWE seja mesmo esse e não uma desculpa. A WWE prefere usar talentos que aprove e que cumpram todos os seus requisitos porque é aquilo com que se querem identificar e porque querem que a promoção extra ajude quaisquer talentos envolvidos a tornarem-se mais populares.
De qualquer das formas, a sua atitude podia tê-lo prejudicado de formas muito mais graves, pois esta – em colaboração com a WWE – colocou em risco a sua saúde. As revelações de CM Punk no podcast de Colt Cabana sobre as suas condições médicas ao longo dos últimos anos foram muito preocupantes.
Suspeitava-se que a sua saúde era uma das razões principais da sua saída abrupta da WWE. Com tantos anos de carreira, sem pausas significativas e a um ritmo alucinante, tal era apenas esperado. Mas acho que poucos faziam ideia da gravidade da situação e, embora não sejam os aspectos mais discutidos quando se fala dos podcasts que CM Punk fez, acho que são os que dão mais que pensar.
O primeiro dá-se pelo nome de traumatismos. A ideia que os talentos andam a lutar com traumatismos e a passar nos testes de despiste é extremamente preocupante e merece ser reavaliada. Senão me engano, além dos casos envolvendo CM Punk, existiram mais dois grandes casos de lutadores que sofreram traumatismos durante um combate e continuaram a lutar até ao fim do combate. Brock Lesnar, se não me engano, sofreu um no Summerslam 2012, enquanto lutava com Triple H e Undertaker sofreu um este ano, durante o seu combate com Lesnar na Wrestlemania XXX.
Pode-se mudar os planos do Royal Rumble e remover CM Punk com maior facilidade do que se pode parar um main-event de um dos maiores eventos do ano ou parar um dos combates mais importantes da Wrestlemania.
E é aqui que se coloca a questão: o que se deve fazer nestes casos? O que é mais correcto? Com tanto dinheiro em jogo, é normal que, tanto a companhia, como os lutadores, prefiram manter-se fiéis a uma velha mentalidade. Mas será que deveriam?
A mentalidade de que falo foi abordada por CM Punk e é bastante conhecida. Afinal de conta, sempre foi uma das características principais da indústria o facto dos lutadores aguentarem até ao fim, mesmo quando lesionados. Mais importante é o combate, a saúde vem depois. Se o combate não for bem feito até ao fim, os fãs não ficam satisfeitos e isso significa menos dinheiro para todas as partes envolvidas.
Esta atitude por parte dos lutadores sempre foi vista como um sinal de valor, carácter e de respeito para com a indústria. O próprio lutador em questão, além de melhorar o seu estatuto nos bastidores ao provar que estava disposto a tudo, tinha garantido o seu ganha-pão dessa noite. E, quando se encara a possibilidade de ficar parado durante um período indeterminado devido a lesão, esse ganha-pão é valioso.
Histórias de lutadores que se lesionaram e, mesmo assim, acabaram os seus combates não faltam. Um dos exemplos mais famosos é a lesão que Triple H sofreu em 2001 e como, mesmo assim, seguiu tudo o que tinham combinado para o combate, incluindo um Walls of Jericho no topo da mesa de comentadores. O respeito e elogios que Triple H ganhou com esse gesto explica porque é que existem talentos que colocam o seu corpo em risco lutando lesionados.
Mas será isto aceitável? Será aceitável ver os lutadores a sacrificarem o seu bem-estar a longo-prazo e, quem sabe, a sua vida, em troca do quê? Do respeito de todos? Da certeza que agora os oficiais sabem que podem contar com esse lutador para tudo? Qual é o valor da vida humana, então? Qual é o valor de poder acabar a carreira, não só com dinheiro no banco, mas sem lesões debilitantes?
Ora, a lesão de Triple H foi, de facto, um mau exemplo, visto que o problema de que estamos a falar é ligeiramente mais grave e possui uma conotação mais negativa dentro da indústria. Julgava que os efeitos de repetidos traumatismos tinham outro peso nos dias que correm e eram tratados com mais cuidado, mas o facto de serem realizados testes tão defeituosos que são incapazes de detectar um traumatismo, leva-me a crer o contrário.
A WWE tem participado activamente no estudo das consequências de frequentes traumatismos, doando até milhões para a causa. Mas terá sido isto tudo reflexo de uma preocupação real ou apenas manobra de publicidade? As recentes declarações de CM Punk apontam para uma manobra de publicidade. O que não é surpreendente, pois não é a primeira, nem a última que a WWE (ou qualquer outra corporação milionária) realiza para limpar a imagem de uma indústria com uma reputação complicada.
Isto serve também para a WWE prevenir futuros processos legais de antigos talentos que aleguem ter sido mal tratados enquanto estavam ao cuidado da companhia. No fundo, salvaguarda a imagem que a WWE apresenta para o exterior, mas não foge muito de outra velha tradição da indústria: esgotar um talento o máximo possível enquanto este render.
No fundo, sempre foi a isso que a indústria se resumiu. Encontrar uma grande estrela, usá-la e abusá-la com o máximo rendimento possível, apenas para depois a substituir com uma versão mais nova e repetir todo o processo novamente.
CM Punk não foi o único a lutar ao longo dos últimos anos com lesões mal curadas. Claro que não foi. O horário em que são forçados a trabalhar não permite que seja de outra forma. John Cena, a grande estrela do momento, está constantemente a voltar antes do tempo. Quantas lesões não terá ainda por curar? Será que John Cena também chega ao autocarro todas as noites a vomitar? Será que John Cena também anda a antibióticos?
Tantas perguntas colocadas neste artigo e todas possuem um único propósito: obrigar a pensar. Eu não tenho as respostas e não vou ser eu, com todas as certezas, a pessoa com o poder e informação suficiente para tomar uma decisão que tenha impacto. Mas isto não significa que não se devam pensar e considerar estes assuntos. Mais vale fazê-lo agora, depois de todos eles terem surgido novamente com o despedimento de CM Punk, do que quando mais outra tragédia acontecer.
Na minha opinião, a indústria do Wrestling Profissional, especialmente no formato em que a WWE a apresenta, precisa de mudar. Drasticamente. Seja na gestão de horários, seja nos cuidados de saúde, seja nas condições em que os lutadores são contratados, facto é que é preciso uma revolução. A fundo.
E essa revolução precisa de chegar nos termos dos envolvidos, não quando outra tragédia forçar a que isso aconteça. Porque vai acontecer. É uma questão de tempo. É verdade que já indústria já viveu piores tempos, com imensas pessoas ligadas à indústria a morrerem todos os anos, mas isso não significa que a situação esteja no melhor que pode estar. No melhor que deve estar.
O horário alucinante a que trabalham não é justificável. O facto de já ser assim há anos é apenas uma desculpa e não, de facto, um argumento plausível contra a mudança. Talentos merecem poder fazer pausas ou tirar férias sem ser preciso sofrerem lesões para tal.
Tal iria beneficiar também o produto da WWE, pois os talentos estariam em muito melhores condições de saúde que estão agora, os fãs teriam saudades de ver esses mesmos talentos regressar, novas histórias poderiam ser realizadas e velhas histórias não aconteceriam tão frequentemente.
Facto é que a indústria precisa de reavaliar a forma como trata dos seus talentos. Parar um main-event ou mudar os planos de um grande evento devido a lesão não é a decisão mais fácil de tomar numa indústria marcada pela tradição, pela vontade de ser o melhor e pelo orgulho, mas a saúde dos intervenientes é motivo suficiente para exigir esta reavaliação.
Infelizmente, os problemas de saúde de CM Punk não pararam por aqui e, mais uma vez, a sua atitude foi o seu grande calcanhar de Aquiles. Quando se vê as condições em que CM Punk passou os últimos meses, com uma infecção mal tratada, perigosa e contagiosa que o podia ter morto e contagiado vários outros lutadores, tenho cada vez mais a certeza que ele devia ter dito “basta!”, já que a WWE não o fazia. Esta situação acabou em bem, mas podia ter acabado tão mal.
Outro aspecto interessante do capítulo dos problemas médicos sofridos por CM Punk é Ryback. Desde a estreia de Ryback que correm muitos rumores sobre a sua forma de lutar. Na altura, alguns dos talentos contratados para perderem num combate de 2-1 contra Ryback teceram-lhe elogios e garantiram que este não era um perigo. CM Punk, por outro lado, faz outro tipo de acusações e é um facto que Punk não foi o único lutador que Ryback era suposto ter deixado cair em cima da mesa, apenas para falhar o alvo significativamente.
Não ponho de parte a possibilidade de Ryback ser, de facto, um talento perigoso, mas é preciso ter em conta o estado deteriorado da saúde de CM Punk nas alturas em que o enfrentou. Ryback pode ser perigoso, mas quando se anda a lutar com lesões mal tratadas, basta o mais inocente dos erros para piorar a situação novamente.
Gostaria de acreditar que Ryback não é tão perigoso como CM Punk descreveu e, se for, espero que a WWE resolva a situação rapidamente.
Outro aspecto que precisa de ser reavaliado, como referi acima, é a situação jurídica dos talentos. Os despedimentos de CM Punk e Alberto Del Rio trouxe de volta o debate do estatuto de independent contractor e da falta de seguros.
A forma como a WWE tenta impedir talentos como CM Punk, Alberto Del Rio e, na altura, Brock Lesnar de lutar na sua área ou áreas que considerem competição durante um determinado período de tempo é ilegal, mas está nos contratos na mesma e a WWE luta por elas na mesma.
Os advogados de CM Punk, Alberto Del Rio e Brock Lesnar resolveram a situação, caso contrário estes teriam ficado um longo período de tempo sem lutar. No caso de Brock Lesnar, se a vontade da WWE tivesse ido para frente, este teria ficado inactivo até 2010, pois não podia competir em sítio nenhum até 2010. Tendo em conta que foi despedido em 2004, isso são seis anos onde não poderia trabalhar na sua área para se sustentar. O que teria afectado a carreira que este fez na UFC, visto que a UFC é considerada competição nos contratos da WWE, mas não nas entrevistas que estes fazem.
Impedir alguém de trabalhar é crime. É por isso que, normalmente, a WWE prefere chegar a acordo, porque sabe que de outra forma perde. Ou isso, ou arrastam o caso em tribunal na esperança de levar o adversário à falência. O que é que pode fazer a fortuna de uma pessoa contra a fortuna de uma companhia multi-milionária? Perguntem a Brock Lesnar.
É também por isso que CM Punk foi despedido, em vez de deixarem o seu contrato expirar. Caso o contrato tivesse expirado, estes não podiam ter feito todas as exigências que fizeram. No entanto, ao contrário de Del Rio e Brock Lesnar, CM Punk tinha mais poder que a WWE, de tal forma que estes preferiram resolver rapidamente o assunto. Nem conseguiram fazer com que este assinasse um documento que o proíbia de falar mal da companhia. Alberto Del Rio não teve tanta sorte.
As cedências que a WWE fez no caso de CM Punk foram muitas. Afinal, a WWE não quer um escândalo que questiona a sua posição relativamente ao tratamento e detecção de traumatismos. Não depois dos milhões que gastaram a doar para caridade. Um escândalo por uma infecção perigosa, contagiosa, mal diagnosticada mal tratada também não deve estar na lista de desejos da WWE para o Pai Natal.
Mais uma vez, os problemas estão resolvidos a curto-prazo. A longo-prazo, tal como já disse, a WWE parece estar à espera de outra tragédia. Afinal, foi preciso lutadores morrerem para a Wellness Policy existir e ser aplicada a sério. Se é que é aplicada a sério. Depois de todas as revelações que se fez, não seria de todo surpreendente saber que também esse sistema está corrompido.
Nas últimas semanas, CM Punk e, de certa forma, Vince McMahon, deram muito pano para mangas. Ou, por outras palavras, muitos temas para discutir. Esta foi apenas a primeira edição e resolvi abrir com o tema que considero mais grave. Até à próxima edição!
27 Comentários
Excelente artigo
Obrigado 🙂
Ótimo artigo Salgado.
Obrigado 🙂
Excelente artigo. Dos melhores nos últimos tempos.
Gostei da forma como te distanciaste do gosto pessoal (ou falta dele) pelo CM Punk. Estava curioso para saber a tua opinião sobre este assunto, até porque conheço a tal “frustração” que o Punk sempre te provocou. Só não esperava que o abordasses tão cedo, mas ainda bem que o fizeste.
Mais do que discutir se gostamos dele ou não, importa, a meu ver, pensar muito bem naquilo que foi dito pelo CM Punk. Não me chocou em nada e, em relação a este assunto, acredito nele a 100%. Não podemos ser ingénuos ao ponto de acreditar que a WWE faz testes legítimos quando vemos, tantas vezes, o John Cena a voltar de lesões muito mais cedo do que o aconselhável. Logo aí vemos a preocupação que eles têm pela saúde dos seus atletas.
E não me venham com o argumento do dinheiro. A WWE não vai à falência se o John Cena estiver seis meses de fora, tal como não vai à falência se o Roman Reigns estiver quatro meses sem aparecer na televisão, ao invés de continuarem a frustrar os fãs e não lhes darem hipóteses de sentirem a mais ínfima saudade pelo lutador.
A WWE, mais do que qualquer outra empresa de Wrestling, sabe criar novas estrelas. Sabe fazê-lo num espaço de um mês, se for preciso! Não estão é para aí virados, preferindo colocar em risco a saúde dos seus empregados.
Para mim, este tema foi mesmo o mais importante entre tudo aquilo que o Punk disse. Tal como já disse, não me chocou o conteúdo, mas choca-me, isso sim, ver que muitos fãs se preocupam mais em endeusar o Punk, por um lado, ou em dizer que ele é um chorão, por outro, em vez de pararem para pensar que aquilo que a WWE nos mostra não é, muitas vezes, a realidade da empresa, e que isso é gravíssimo.
Lembro-me perfeitamente de, no último ano do Punk na WWE (sobretudo depois do SummerSlam 2013), ter dito muitas vezes que parecia que ele não andava a dormir. As olheiras, o olhar cansado, a queda na qualidade dos combates… enfim, muitos factores que apontavam para tal e que ele veio agora confirmar.
Mais do que quem o disse, temos que pensar no que foi dito. E é por isso que não podia concordar mais contigo quando referes que é preciso uma mudança urgente. A saúde das pessoas, seja qual for a profissão, tem que ser SEMPRE a prioridade. O resto é secundário.
E mesmo esse resto fica facilitado se a tal mudança for feita. Se tivéssemos uma Brand-Split – o que eu continuo a achar que, mais tarde ou mais cedo, será inevitável – os lutadores não teriam tanta carga horária, seriam criadas mais estrelas e, consequentemente, mais dinheiro devido a essas mesmas estrelas, a qualidade dos combates seria ainda melhor devido às melhores condições físicas e psicológicas dos lutadores… É uma questão de deixarem de ser preguiçosos e fazer o que está certo antes que mais desgraças aconteçam.
Não há como não concordar contigo e com a Salgado nesta questão. O Punk não ia inventar esta situação e não posso dizer que fiquei surpreendido. De qualquer maneira, é algo que apenas quem está lá dentro é que sabe com 100% de certeza o que se passa. Embora os lutadores também tenham a sua dose de culpa por aceitarem esses “tratamentos”, penso que a WWE, provavelmente, não terá a postura adequada.
Mas a minha achega vai mais para o teu último parágrafo. Se a Brand-Split traz tantas vantagens face à situação actual, porque raio a WWE não toma logo essa medida? Ou melhor, qual foi o motivo que os levou a unirem o roster? Eu concordo contigo, sou a favor da Brand-Split, mas tenho alguma dificuldade em compreender a posição da WWE. Acho até que seria um tema engraçado para a Salgado desenvolver.
Segundo se diz, o Triple H tomou essa decisão porque, na altura, o plantel da WWE não tinha muito Star-Power, isto é, não havia gente suficiente para levar a Raw e a SmackDown às costas como brands separadas (muito por “culpa” das saídas do Batista e do Shawn Michaes em 2010, do Edge em 2011 e o fim da carreira a full-time do Undertaker e do próprio HHH). Eu até consigo perceber isso, mas hoje em dia, fruto do NXT e da evolução de muitos lutadores, já não se justifica este excesso de exposição de uns em detrimento da consolidação de outros.
Consigo arranjar-te facilmente 10 main-eventers mais 5 mid-carders sólidos: Dean Ambrose, Seth Rollins, Roman Reigns, Bray Wyatt, Sheamus, John Cena, Randy Orton, Daniel Bryan (caso volte), Dolph Ziggler e Cody Rhodes; Damien Sandow (porque não acredito que chegue ao main-event, embora tenha capacidade para isso), Cesaro, Tyson Kidd, Jack Swagger e Miz. Agora acrescenta-lhes Sami Zayn, Adrian Neville, Prince Devitt, Kevin Owens… ah, e o Rusev! Vês? E de certeza que ainda me esqueci de alguém. A qualidade é absurdamente enorme, só têm que dividir os plantéis e tirar o maior proveito deste talento todo.
Depois, era acabar com as Raw’s de 3 horas, mas isso já acho mais difícil…
Desse lote eu tirava o Kidd e metia o Ryback mas não é por aí. Além desses nomes que disseste, e bem, tens ainda os veteranos, tipo Big Show, e os part timers, tipo Lesnar.
A questão é que tu estás coberto de razão. Com a Brand-Split, teriamos dois shows ao invés de um (porque a SmackDown é uma continuação da Raw) e provavelmente poderiamos ter dois Títulos Mundiais. Pessoalmente, só vejo vantagens. Mesmo que esse argumento do HHH na altura fizesse sentido, não me recordo muito bem, actualmente é uma falácia. Mas atenção, já o é pelo menos há dois anos. E, mesmo assim, continuam sem tomar essa medida.
Obrigado 🙂
Não esperavas que abordasse o assunto tão cedo, mas eu tive receio do estar a fazer tarde demais. Não o fiz depois do primeiro podcast, porque sabia que ia haver o segundo e queria esperar pelo do Vince, mas depois ainda fiquei a pensar senão teria esperado demais.
Nisso estou completamente de acordo contigo. Estes foram os pontos mais importantes discutidos por CM Punk e os que merecem, definitivamente, ser reavaliados.
Exacto, no fim de 2013, notou-se que ele já não era o mesmo, mas não fazia a mais pequena ideia que era tão grave.
Mas não é. A saúde dos atletas nunca foi prioridade na indústria. E isso precisa de mudar.
Excelente artigo.
Faço minhas as palavras do Daniel.
Anseio pela 2ª parte.
Obrigado 🙂
Artigo Fantástico.
Obrigado 🙂
Excelente artigo, Salgado
Obrigado 🙂
É claro q ele não saiu por causa das lesões
Quando se entra no Wrestling tem que estar preparado
E ainda mais agora que assinou com o UFC
O problema de CM Punk não foi sofrer lesões, foi regressar aos ringues antes destas estarem completamente curadas. Isto e a infecção mal diagnosticada, claro.
Na UFC, CM Punk só irá lutar quando estiver 100% recuperado da luta anterior.
É uma diferença significativa.
E além disso, enquanto na WWE luta-se 7 vezes por semana, sem parar para férias, folgas ou para recuperar de lesões na UFC luta-se coisa como 4 vezes por ano (mais ou menos), tem-se melhores médicos e muito tempo para recuperar de lesões.
Eles lutam a valer e sim são desportos diferentes (é inútil comparar), mas a UFC ao contrário da WWE põe a saúde dos seus lutadores em primeiro lugar. Se o lutador se magoar no combate interrompe-se o combate, agora na WWE não importa se se está magoado ou não, é para levar o espectáculo até ao fim.
Não se pode compara WWE com a UFC. Não estou a dizer que comparaste, estou só a querer dizer, que sim ele estava lesionado mas ele só vai entrar no octógono em 2015 e caso esteja a 100 por cento.
E falando em saúde, os médicos da UFC são muito bons. Além disso, Punk lutará o quê? 4 vezes por ano, mais ou menos, enquanto que na WWE era 7 vezes por semana sem parar quer fosse para folgas, férias ou recuperar de lesões.
A UFC prioriza a saúde dos lutadores, ao contrário da WWE. Se o lutador se magoar interrompe-se o combate e pronto enquanto na WWE é aguentar até ao fim do espectáculo.
Excelente Artigo Salgado.
Acho que mais pra frente você poderia abordar o tema da Brand Split e nos presentear com mais um de seus artigos fantásticos 🙂
Obrigado 🙂
Bem, a Brand Split não está em vigor actualmente, veremos se algum dia regressa!
Excelente artigo, parabéns Salgado!
Obrigado 🙂
Excelente artigo Salgado, o tema também foi muito bem escolhido.
Como é óbvio, existem talentos que lutam lesionados, e não é por pouco tempo. Um deles, que foi referido no artigo, Ryback, andava há quase um ano, se não me engano, a lutar com hérnias.
Lembro-me do R-Truth ter referido numa entrevista que andava, à data da mesma, a lutar há 8 meses com uma lesão, e é um “simples” jobber. Nem imagino como estarão fisicamente os talentos de topo da companhia.
CM Punk é um indivíduo difícil, isso todos sabemos, e nisso concordo contigo. Como wrestler, nada a apontar-lhe, como pessoa, do que se conhece, não é a mais fácil de lidar, mas isso é o que não deve faltar na WWE.
Não gostaria de ter que o aturar mal-disposto, só por aí a minha (pouca) consideração pela AJ já sobe um pontinho.
Serve isto para dizer que sendo verdade aquilo que ele referiu no podcast do seu amigo Colt Cabana, é gravíssimo e a WWE deveria colocar a mão na consciência, se é que a tem, e parar para pensar um bocado, pois, repito, a ser verdade e se Punk tivesse continuado a lutar como diz que estava fisicamente, o que lhe poderia ter acontecido?
Não me acredito que o Ryback tenha tido intenção de lesionar o Punk. Acredito sim, que como disseste, não estaria o seu corpo tão “batido” já, que num pequeno erro a coisa ter dado sinal?
Pessoalmente teria receio de me lesionar e redobrava os meus cuidados, pois se uma empresa não se preocupa com a saúde dos seus colaboradores, não vai tratar deles quando estes se lesionarem a sério.
A questão do Cena é pertinente, teve lesões graves, que necessitaram de cirurgia, e que em metade do tempo de recuperação esperado, lá andava ele pelos ringues de novo. Como estará o seu corpo? Nem imaginamos se calhar.
Cena é o maior ganha-pão da WWE, mas existem outros talentos na companhia, é necessário acelerar recuperações para que este volte, só para não se perder (muito) dinheiro?
Uma empresa como a WWE deveria ter outro tipo de cuidados com quem lhes dá muito a ganhar, e que por vezes tem muito a perder, como tantos que já perderam a vida depois de anos a lutar e lesionar-se gravemente.
Mas pronto, em última instância, o pior que lhes pode acontecer, em cima de perderem a vida, é não serem referidos pelos papagaios do “regime” e de ver o seu nome apagado da história da empresa.
Mais uma vez, excelente artigo Salgado, espero que a segunda parte seja tão boa como a primeira.
Muito obrigado 🙂
Nisso concordo contigo, a AJ subiu vários pontos na minha consideração pela mesma razão. CM Punk tem um temperamento difícil e nos dias maus, não sei como deve ser. O próprio Colt Cabana, um dos seus melhores amigos, afirmou no podcast que Punk consegue ser um sacana desagradável.
Muito obrigado e espero conseguir corresponder às expectativas 🙂
Excelente artigo
Obrigado 🙂