No passado mês de Dezembro, na entrevista para o seu podcast, Steve Austin confrontou Vince McMahon com uma das grandes questões que estava na mente de vários fãs: Cesaro. A resposta de Vince McMahon tornou-se um dos principais tópicos de conversa das semanas que se seguiram, tendo o seu significado já sido discutido neste espaço.
Foi então que, enquanto o assunto estava bem presente na mente dos fãs, Cesaro teve a oportunidade de fazer uma promo onde fazia referência às afirmações de Vince McMahon nessa entrevista. O grande destaque desta promo foi para o engano de Cesaro. De certa forma, este erro levou alguns fãs a assumir que Vince entendeu tal como um reconhecimento de que tinha razão na sua avaliação de Cesaro e, por isso, o futuro deste não iria mudar tão cedo.
Porventura, o erro de Cesaro não deveria ter sido o grande destaque da promo. É um facto que aquele simples engano teve um timing terrível, mas fazer uma promo perfeita sobre como os oficiais da WWE não acham que este consegue entreter os fãs, naquelas condições, também não o teria beneficiado.
Não havia forma de Cesaro vingar naquela situação, com ou sem engano, porque quando este terminasse de falar, o regresso de Bad News Barrett e a sua rápida vitória continuariam acontecer. Cesaro foi retratado como alguém que tem mau perder e que rapidamente foi calado. Não como a estrela talentosa cujo talento é ignorado pelos oficiais da WWE, como uma promo daquele género daria a entender.
Este foi colocado numa situação destinada a falhar, mas como este também falhou, resta a dúvida: terá este erro dado a Vince McMahon a razão que este pensa ter em relação a Cesaro ou estaremos a ser um pouco paranóicos demais?
A WWE, especialmente Vince McMahon, tem todas as razões do mundo para querer proteger e investir em Cesaro. Este é quase perfeito. Possui um passado credível no circuito independente e possui imenso talento dentro de ringue capaz de entreter todos os fãs, o que garante que os mais fanáticos não se virariam contra ele.
Por outro lado, este é poliglota, tem um físico invejável e é perfeitamente capaz de usar a sua força para desempenhar proezas que impressionam tudo e todos. Apenas tem um pequeno problema com o microfone e, desde que seja protegido, em vez de ser exposto em situações nas quais nunca poderia vencer, já vimos que tal deixa de ser um problema. Foi o que aconteceu nos Real Americans.
O porquê da WWE ainda não ter feito nada significativo para recuperar a popularidade que Cesaro tinha não acalma a paranóia que se instalou.
Todavia, esta não impediu a centelha de esperança que surgiu quando Cesaro começou a fazer equipa com Tyson Kidd. É um facto que juntar dois talentos que não têm nada melhor para fazer não faz deles uma equipa, por assim dizer, mas pode ajudar a revitalizar – durante um curto espaço de tempo – a Divisão, assim como pode ser uma forma de expor e proteger de forma mais inteligente os talentos envolvidos, na esperança de, eventualmente, os relançar.
Tyson Kidd é também alguém cujo talento nunca foi devidamente retratado pela WWE, até mesmo ultimamente, quando este começou a tornar-se extremamente mais interessante e divertido. Seja no NXT enquanto fala dos seus gatos e usa Natalya para se proteger, ou no roster principal a tentar ensinar a esposa ou a roubar-lhe o destaque, Tyson Kidd conseguiu destacar-se um pouco e tornar-se divertido de forma incrivelmente natural.
E agora que Cesaro foi adicionado à confusão, a quantidade de peripécias que têm surgido e ainda podem surgir são curiosas e têm potencial. Não é, propriamente, uma história que tenha o rótulo de main-event, mas se bem desenvolvida, não tem porque não ser uma excelente história para o midcard. Afinal, não é só o main-event que precisa de qualidade.
No entanto, por muito talento que Cesaro e Kidd tenham e por muito potencial que este trio tenha para continuar a criar algo genuinamente divertido – algo que a WWE é absolutamente desastrada a criar – isso não desculpa o facto da Divisão ser uma mísera desculpa para queimar tempo em televisão e dar a meia-dúzia de gatos pingados algo para fazer.
Ora, não estou aqui a dar novidade nenhuma, nem esta é a única Divisão da WWE a sofrer do mesmo problema. Seja a Divisão de Divas, seja a gestão dos Títulos secundários, seja a Divisão de Equipas, os problemas são comuns e têm as mesmas causas.
Demasiado tempo de televisão para encher e uma falta de interesse, esforço e dedicação completamente inacreditável da parte dos oficiais da WWE. Isto leva-nos a assistir aos mesmos combates, vezes e vezes sem conta, com vitórias e derrotas a serem trocadas como se nada fosse. No fim do dia, a maioria dos combates não conta para nada e os fãs encontram-se completamente dessensibilizados, seja em relação às histórias ou às equipas envolvidas. O que é uma pena, porque os combates não são maus e, nalguns casos, têm o potencial de ser dos melhores de qualquer programa.
Salvo alguns combates, algumas rivalidades e algumas equipas que surgem de tempos em tempos, a situação da Divisão de equipas não consegue mudar de vez e manter-se consistente pela importância que tem como Divisão e não como algo completamente dependente das personalidades que por ela passam.
Isto significa que Tyson Kidd e Cesaro podem ser mais uma equipa que passa pela Divisão sem fazer a diferença, ou também podem causar algum burburinho durante alguns meses, mas, no fim, é indiferente, porque não irá mudar nada e a próxima equipa terá que começar do zero. Por isso, em vez de termos uma Divisão de qualidade a lançar equipas e potenciais de novas grandes estrelas, estamos à procura de estrelas que possam lançar a Divisão.
Infelizmente, estas perspectivas não são nada motivadoras ou interessantes, mas isto não os impede de tentar. Rapidamente estes surgiram com combinações de manobras, nomes e tudo mais que os pudesse fazer parecer uma equipa a sério.
Contudo, nem isso consegue fazer milagres junto deste booking. No rescaldo dos comentários de Vince McMahon sobre Cesaro, esta equipa surgiu e rapidamente começou a perder. O problema é que não perderam para qualquer equipa – não que fizesse muita diferença, porque nenhuma equipa é levada consideravelmente mais a sério que outra – mas perderam repetidas vezes para uma equipa em quem os fãs já desistiram: New Day.
Quando os venceram no Royal Rumble, Tyson Kidd e Cesaro já tinham perdido três vezes para eles, num total de quatro derrotas (a quarta foi para os Usos). Quando chegou a altura de vencerem, os fãs já tinham perdido qualquer interesse ou esperança de que esta equipa fosse diferente, tornando a tarefa destes de mostrarem que são algo a sério ainda mais complicada.
Sim, o público de Filadélfia reagiu bastante bem a Tyson Kidd e Cesaro. O problema é que este tipo de fãs vai reagir sempre bem a talentos como estes dois, porque reconhece o seu valor e talento, não porque a WWE tem algum mérito na forma como os promove ou retrata.
Na altura da estreia dos New Day, também critiquei a forma como estes começaram logo a perder. No fim do dia, não podem ganhar todos e alguém tem de perder. E se a quantidade de programação não fosse tanta, tal seria facilmente evitado, como se pode ver pelo exemplo que o NXT dá. A questão é que os New Day não tinham apenas isso a jogar contra si.
Em 2015, criar equipas com o único e exclusivo propósito de entreter a pessoa que está nos bastidores, sentada numa cadeira com os auscultadores nos ouvidos, em vez dos milhares e milhares que se encontram na audiência, simplesmente já não se justifica.
Esse é o problema de equipas como os New Day, Ascension ou Los Matadores, que por alguma razão ainda estão na mesma fase. São ideias que existem para ser executadas uma vez, serem gozadas, causar umas gargalhadas e acabou. Simplesmente não resultam no formato em que foram idealizadas. E o mais frustrante é que, se calhar, nem é para resultarem.
Basta ouvir os comentadores para ficar com uma ideia do que a WWE quer que os fãs pensem da Divisão e das equipas que a constituem. Afinal, ninguém faz um melhor trabalho a arrasar com a Divisão que os comentadores.
Seja a gozar com Cesaro por causa do seu engano – porque ninguém naquela mesa de comentadores (ou nos bastidores) alguma vez se enganou; seja a tornar o foco de uma conversa com os New Day a quantidade de suor que Big E transpira; ou a sabotar por completo os Ascension com o maior desprezo possível, a verdade é que a forma como a equipa de comentadores é gerida é completamente venenosa e contraproducente.
Porque não existe qualquer lógica em dizer a meia-dúzia de pessoas para fazerem uma coisa, apenas para outras três pessoas terem a função de completamente arrasar com elas sem qualquer sentido ou razão. Para quê estar a pagar a duas diferentes entidades para fazer um trabalho que, ultimamente, se vai anular?
Isto são situações em que, deliberadamente, equipas são sabotadas no momento em que estão a ser apresentadas ou pouco depois. Estas impressões são as primeiras com as quais os fãs mais casuais ficam. Iriam os Ascension ou New Day ser grandes equipas que impressionariam tudo e todos e colocariam os fãs de pé a gritar “This is awesome!”?
Provavelmente não e é um facto que existem maiores injustiças no roster do que estas, mas desta forma, nunca saberemos. E não importa a qualidade dos exemplos, o que importa é que a mentalidade está errada e faz imensos estragos, sejam estes de maior ou menor importância/qualidade.
No fim do dia, nada disto interessa. O que interessa é que uma pessoa, em vez de milhares, se divertiu.
Portanto, em resumo, temos uma Divisão constituída por equipas que os fãs não levam a sério, devido às fortes características e estereótipos que lhes foram associadas, e outras equipas que também não são levadas a sério porque já perderam para elas. A equipa mais credível de todas – e não por grande margem – são os Usos e apenas porque são a única verdadeira equipa. Não só já deram excelentes combates aos fãs (dos quais estes ainda se lembram), como são uma equipa com uma verdadeira ligação e química.
Mas mesmo assim, são a única equipa que nunca vai sair da Divisão, porque não existe muito que a WWE queira, saiba ou possa fazer com dois irmãos gémeos caso estes queiram lutar individualmente. No entanto, estes também já atingiram tudo o que tinham para atingir na Divisão, o que os coloca num impasse, visto que não têm novos e excitantes adversários para enfrentarem.
Resumindo, toda a gestão da Divisão é uma anedota. Não é preciso acumular vitórias ou criar credibilidade para lutar por um Título, quanto mais vencê-lo, o que por sua vez, anula por completo a ideia de ter uma Divisão. Todas as equipas já venceram e já perderam para todas as outras, ou então não estão muito longe de tal.
Ou seja, estão todos no mesmo barco e são todos tratados com o mesmo nível de importância. Incluindo os campeões, porque, como é hábito, quando Tyson Kidd e Cesaro obteram a sua oportunidade de lutar pelo Título, fizeram-no ao derrotar os campeões.
Pode-se defender que, tal como já disse, ao menos a equipa que venceram era credível, ao passo que se Kidd e Cesaro tivessem vencido outra equipa descredibilizada como as mencionadas acima para obter a oportunidade, também não seriam levados mais a sério. E tem lógica, o problema é que isto enfraquece os campeões e desvaloriza os Títulos.
No fundo, além de menos exposição, mais lógica e investimento, o que a Divisão precisa é de mais equipas sérias, de forma a ser possível delinear uma ordem ou hierarquia, para que os campeões não tenham que perder para os candidatos poderem dizer que venceram alguém com credibilidade para lutar pelo Título, mesmo que tenham perdido grande parte dos combates que tiveram até então, como foi – infelizmente – o caso.
Sem esta ordem ou hieararquia, não é possível construir uma história que avance naturalmente até ao momento em que uma equipa finalmente atinge o seu objectivo. Está tudo à distância de uma vitória apenas, não de várias, e os campeões são acessíveis de mais. É demasiado fácil e realizado de forma demasiado banal para os fãs, mesmo com a equipa certa, se investirem a longo prazo, não apenas na equipa, mas na Divisão.
E como não existe Divisão, em vez dos fãs celebrarem o facto de Tyson Kidd e Cesaro serem campeões porque sofreram imenso como equipa e tiveram de passar por tantas outras e provar a sua credibilidade vezes e vezes sem conta, estão a celebrar o facto de duas pessoas cujo talento raramente é reconhecido possuem Títulos que podem (ou não) dar-lhes mais oportunidades de mostrar o que valem.
Resumindo, não é a WWE que está a contar a história, porque não existe história. Por isso, os fãs dependem da realidade para sentir algo pelas personalidades que vêm em televisão. E como já vimos ao longo dos últimos meses, isso pode ser um jogo bastante perigoso que afecta mais do que a mísera Divisão de Equipas. Um jogo que, ultimamente, a WWE não tem gostado de jogar.
Como se a importância da Divisão de Equipas e os seus constituintes não fosse óbvia o suficiente, um combate com Roman Reigns e Daniel Bryan a derrotarem algumas delas e outro com Rusev a arrasar com Tyson Kidd e um dos Usos tirou todas as dúvidas, assim como os planos que a WWE tem para o combate de equipas da Wrestlemania.
Tal como na Battle Royal e tal como no combate pelo Título Intercontinental, o objectivo é colocar o maior número de pessoas possível em poucos combates, para que os combates verdadeiramente importantes tenham o tempo devido. Isso manda uma mensagem. Diz que nada mudou. Mais uma vez, não é novidade.
Isto significa que até as equipas que ninguém leva a sério, e com razão, precisam de ganhar em vésperas de Wrestlemania para justificar o seu possível envolvimento no combate. Porque, supostamente, tal irá disfarçar um ano de desvalorização. Ou seja, mais uma vez, os New Day venceram Tyson Kidd e Cesaro (desta vez campeões); enquanto os Los Matadores venceram os Usos (antigos campeões). Mais uma vez, a ideia de que estão todos no mesmo barco e que significam exactamente o mesmo foi reforçada. A diferença é que uma das duplas tem o privilégio de carregar os Títulos de um lado para o outro.
E quando esse é o caso, não se justifica fingir ter uma Divisão. Porque esta é uma Divisão apenas em nome, nada mais. O que existe é um grupo de pessoas a fazer a mesma coisa, vezes e vezes sem conta, sem nunca sair do mesmo lugar. Enfim, não passam de hamsters numa roda. É frustrante. É a realidade.
Desejo uma excelente semana a todos e até à próxima edição!
26 Comentários
Parabéns excelente artigo.
Concordo com o que disseste acerca da divisão de tag tem,realmente esta uma lástima.
Não é por culpa das equipas que a constituem,é por causa da WWE que não é capaz de dar espetáculo e credibilizar a divisão.
Só os usos são credíveis neste momento,a WWE não da valor as outras equipas,porque se desse a divisão não tinha chegado a este estado.
O talento esta lá é só aproveitar.
Excelente. Absolutamente impecável e revejo-me no que tu dizes, os fãs não gostam do Cesaro e do Kidd porque enquanto equipa passaram obstáculos. Gostam porque sentem que eles a solo foram injustiçados, e veem nisso uma pequena compensação.
O mesmo podia dizer sobre o Sandow que os fãs gostaram de ver como Campeão não pela história criada mas pela pessoa e pelos sacrifícios que passou.
Além que os actuais campões só o são porque os Ascension tiveram uma subida lastimável. Eles já não são os melhores wrestlers do mundo, e com um booking como o que tiveram, a situação tinha tudo para dar mal.
Excelente artigo, que retrata a realidade pura e dura da divisão de equipas, apesar de eu não achar que estão todos no mesmo barco (por agora), visto que os Ascension ainda não perderam com nenhuma das ouras equipas do plantel.
O combate em que Roman Reigns e Daniel Bryan defrontaram aquelas equipas todas não me incomodou nada. Se virmos bem, os Ascension (equipa pela qual não sinto o mínimo interesse) causaram a sua desqualificação e criaram algum impacto; os Usos deram um excelente combate; as outras equipas, como não têm grande destaque, não ficaram a perder muito por defrontarem dois main-eventers (ou pessoas muito bem posicionadas no roster, como quiserem). Se a divisão fosse alvo de dedicação por parte da WWE, não acho que fosse assim tão estranho aquele combate, visto que podíamos aguentar-nos ao que a WWE tinha feito de bom com eles antes desse combate e, se quisessem mesmo preocupar-se com a divisão, a seguir a esse combate tratariam logo de “compensar” essa suposta humilhação.
Quanto aos actuais campeões de Tag Team, acho que devem ficar com os títulos durante uns bons meses, o problema é a falta de adversários depois dos Usos. Prime Time Players? Duvido que se credibilizem o suficiente para gerar interesse num combate desses. Por mim, subiam o Sami Zayn e o Adrian Neville como equipa e estas duas equipas proporcionariam dos melhores combates de equipas dos últimos largos anos. Passado uns tempos, o Cesaro podia começar a ter algum sucesso individual, gerando inveja no Tyson Kidd, acabando eventualmente por se separarem, mas só quando os Lucha Dragons subirem ao plantel principal. De seguida, o ficariam a solo e com algum destaque. Escusado será dizer que o ideal para isto seria uma Brand Split, mas enfim…
Uma coisa que me irrita na WWE é a facilidade com que acabam com equipas quando não têm planos para os lutadores que as constituem, a solo (que duram mais de um mês). Hart Dinasty, Prime Time Players, Cryme Tyme (apesar de não gostar deles, acho que tinham química como equipa), os próprios Real Americans, e tantos, tantos outros ao longo dos anos. Não me admirava nada se, um dia, víssemos uma rivalidade entre o Jey Uso e o Jimmy Uso, só porque sim. É a triste realidade desta divisão.
Tecnicamente os Lucha Dragons já estão no main-roster já lutaram no Main-Event. Sei que falta a confirmação oficial mas virá depois da Wrestlemania, ou seja a ideia que ainda falta algum tempo não é tão verdade.
E contando com isso os Ascension perderam para eles num Superstars, sei que não é em grande impacto mas conta como derrota no main-roster na mesma. Não vejas como critica apenas complemento ao teu comentário.
Não sabia dessas derrotas. Que idiotice por parte da WWE (mesmo não gostando dos Ascesnion).
É normal. olha eu soube porque o Micael disse-me no chat, e depois vi hoje de manhã o vídeo do combate. Nem sabia dos PTP, mas sim deitaram os homens à lama.
Os Ascension já perderam com os Prime Time Players e com os Luta Dragons
Ui… Não fazia ideia, obrigado pela correcção. Sendo assim, é mais uma equipa na lama.
No inicio de 2015 com a passagem da SmackDown para as Quintas – Feiras voltou a falar se no retorno da brand split… e em relação a isso tipo tem vezes que acho que era a melhor solução até porque haviam mais títulos em cada brand como por exemplo o USA e o World Heavyweight na SmackDown e o Intercontinental e o WWE na RAW e podia ainda haver divisão cruiserweight e dois títulos de Tag Team para cada brand… depois ainda podíamos ter aquelas típicas rivalidades de uma brand contra a outra… além disso haveriam superstars que digamos de certa forma iam proteger a sua imagem visto que não tínhamos que levar com eles em vários combates na mesma semana… por exemplo o Daniel Bryan e o Seth Rollins que admiro muito estão pouco a pouco envolvidos em cenas às Segundas e às Quintas… há um excesso de exposição… de determinados superstars.
Sem brand split creio que também seja mais difícil criar novas estrelas porque lá está os mesmos aparecem muito mais vezes…
Com a brand split os fãs tinham mais interesse em ficar agarrados às 2 brands e a SmackDown neste caso poderia voltar a renascer… e uma das primeiras medidas seria a RAW voltar a ter 2 horas porque 5 horas semanais de Raw e SmackDown é muito…
A existência do Draft e dos PPV’s únicos de cada brand servia melhor para as histórias terem mais tempo até ao aguardado combate em PPV…
A questão que eu coloco e sendo verdade tudo isso é: há talento suficiente em qualidade e quantidade para manter as 2 brands interessantes 1 anos, 2 anos, 3 anos, 4 anos, 5 anos por ai fora… com este booking em alguns casos algo mau e com talento muito queimado como é que se faria para manter o interesse?
Por exemplo havia vezes que podia calhar um Adam Rose ou um Zack Ryder com um papel relevante ou um Slater e quem é que “compra” isso?
Acho que é muito mais difícil conceber as coisas porque na prática eu não vejo assim tanta quantidade de talento para encher 2 programas com um nível de interesse practicamente igual… e a RAW dá em direto e é a prioridade convém não esquecer.
Raw: John Cena, Randy Orton, Seth Rollins, Dean Ambrose, Roman Reigns, Miz, BNB, Cody Rhodes, Usos, Ascension, PTP, Ryback, Eric Rowan, Big E, Fandango, Curtis Axel, Heath Slater, Divas e Kevin Owens e Finn Balor quando subirem.
SmackDown: Daniel Bryan, Dolph Ziggler, Bray Wyatt, Sheamus, Rusev, Jack Swagger, Cesaro, Tyson Kidd, Sami Zayn, Adrian Neville (por mim subiam já, não estão a fazer nada no NXT), Lucha Dragons (idem idem, aspas aspas), Luke Harper, Damien Sandow, R-Truth, Mark Henry, Kofi Kingston, Adam Rose, Zack Ryder, Los Matadores, Xavier Woods…
Se isto não chega para 4 horas semanais, eu vou ali e já venho. E se visses um Adam Rose e um Zack Ryder com destaque, que mal tinha? Desde que estivessem credibilizados, não havia mal nenhum. Afinal de contas, tivemos Eugenes e Hurricanes com destaque…
E mesmo sem o pessoal do NXT, há espaço para Brand Split. Era tão mais fácil… Mas eles não querem, paciência.
Falta o Big Show e o Kane xD eles ainda são algo válidos. Olhando assim para o roster até podia dar perfeitamente para essa distribuição mas por exemplo no caso da RAW acho que ainda seria necessário mais qualidade em quantidade… mas lá está também o criar qualidade/quantidade depende do booking mas sim não me parece nada mau até e claro já levamos com Eugenes, Simon Deans, Mordecais, etc também não haveria de vir mal ao mundo…
Imaginando um pouco isto começava com um draft e depois na RAW tínhamos feuds de Roman Reigns VS Seth Rollins pelo titulo da WWE… tínhamos Dean Ambrose VS Kevin Owens por exemplo pelo Intercontinental… tínhamos Finn Balor e Orton em rivalidade… tínhamos Rhodes e Miz VS Ryback e Rowan pelos World Tag Team… mas lá está acho a manta algo curta para muitos meses seguidos…
Na SmackDown tínhamos Bryan e Rusev pelo World Heavyweight… tínhamos Ziggler e Sheamus pelo USA… tínhamos Wyatt e Zayn em rivalidade… tínhamos Neville e Kalisto pelo Cruiserweight… tínhamos Cesaro e Kidd VS Swagger e Sandow pelos WWE Tag Team e as Divas apareciam em ambas as brands… depois ás tantas isto ia trocando e depois tínhamos um Bryan VS Ziggler, um Rusev VS Zayn… um Wyatt VS Sheamus… um Harper VS Henry… mas lá está continuo a achar em certos caso a manta algo curta… isto se pensarmos que o objetivo era ter 2 shows de topo com qualidade idêntica.
Eu tenho feito um booking nas últimas semanas, e no meu booking o Kane reforma-se na WrestleMania 32, perdendo para o Wyatt, mas está sem aparecer desde o Battleground, onde perde com o Roman Reigns (em feud com a Authority). Neste mesmo PPV, o Big Show perde com o Wyatt e não aparece mais…
Tens ideias que eu tenho xD O Owens estreia-se atacando o Ambrose e depois tira-lhe o IC, o Ambrose ganha o Rumble, o Reigns o MITB e na WrestleMania temos Triple Threat pelo título (com o Reigns a vencer, depois de o Rollins estar um ano com o título). Depois em 2016 o Rhodes vai para a SmackDown e temos Rhodes Scholars de volta, o Finn Balor estreia-se em feud com o Cena (heel), o Harper vai para a Raw e reúne-se com o Rowan… Detesto equipas desfeitas antes do tempo e sem nunca terem chegado a ser campeãs.
Em vez de Miz e Cody, eu faria Miz e BNB como equipa.
Eheh é uma ideia engraçada até fazer um booking do futuro. Mas na realidade acho que ainda vai demorar muito até à brand split voltar… é um feeling que tenho.
Acho que é inevitável… Este ano ainda não, mas talvez em 2016.
Excelente, excelente, excelente.
Grande artigo, concordo a 100%.
A divisão de Tag está totalmente na lama, aliás, como a das Divas, e porque não os títulos do mid-card também (esta mega feud pelo IC é deprimente, só roubos do título para lá e para cá).
3 horas de show que não beneficiam ninguém, pois os oficiais não querem saber de muita gente a quem dão apenas uma dúzia de minutos, se tanto, de TV, só para dizer que aparecem, nem os próprios talentos, que lá está, andam como hamsters numa roda, sempre a fazer o mesmo, nem os teleespectadores/fãs na arena, que têm que ver muitas das vezes combates repetidos em loop como se o cérebro fizesse reset a cada programa que passa.
Completamente preguiçosa a maior parte do booking da WWE, de momento.
Fico contente que dois wrestlers de que gosto, Cesaro e Kidd, sejam de momento campeões, mas como a divisão está como está, isso também não acrescenta muito à valorização que eles têm.
Tiveram a sorte de juntar dois grandes talentos e de eles se terem entendido bem e pronto, acham que uma divisão está salva.
Estes dois deviam estar a lutar por títulos individuais, não de Tag.
Cesaro pelo título principal, tivesse o seu push continuado depois da WM, e Kidd pelo menos pelo IC, tem talento para isso.
Mas pronto, é isto que temos.
Excelente artigo, Salgado.
Longe vão os dias em que os títulos de tag-team eram disputados entre os D-Generation X (dois main-eventers) e os Rated RKO (dois dos melhores mid-carders), em combates altamente agressivos, promovidos por segmentos de qualidade… Enfim, é o que temos.
Os Rated RKO era main-eventers. O Edge então nem se fala.
Aceito o Edge como main-eventer, mas o Randy Orton não era. O Orton não era um simples mid-carder, daí eu ter dito que ele era dos melhores, mas não era main-eventer.
Pois. Em 2006, depois da WrestleMania, desceu um pouco no card, mas o Edge vinha da feud com o Cena pelo título, por isso era claramente main-eventer.
durante o ano so gostei de ver a rivalidade de wyatt family vs usos
Eu também, tanto no MITB como no Battleground, os Usos e o Harper junto com o Rowan fizeram dois dos melhores combates de tag team de 2014.
Excelente artigo Salgado, analisaste a divisão de Tag Team de forma realista e infelizmente a situação não é a ideal, muito bom.
Quanto à divisão, é uma pena que a WWE não faça as coisas da forma mais correcta porque há equipas com qualidade no roster como Usos, The Ascension, PTP, Cesaro & Kidd mas também na NXT como Lucha Dragons (já andam no WWE Main-Event), Drake & Murphy (dão-se às mil maravilhas, têm química e são aquela equipa que, não sendo exuberante, têm intensidade e talento para nos manter interessados), entre outras, não faltam equipas para a divisão ser bastante boa e interessante mas ter equipas sem credibilidade e mesmo as melhores a perderem a torto e a direito com qualquer uma não ajuda em nada e os títulos começam a parecer já acessórios em vez de objectos preciosos e credíveis.
Cesaro e Kidd em termos de ring-skills são fantásticos e são excelentes atletas cada um à sua maneira, pecam um pouco no resto mas como equipas estão a safar-se bem e a ter maior destaque e é certo que estão a dar mais interesse à divisão mas estou curioso para ver qual será o destino da equipa nos próximos tempos e quem lhes vai tirar o titulo e depois a solo o que vai acontecer?? não vejo nada de positivo no futuro mas espero estar enganado porque ambos merecem oportunidades para ter sucesso, de resto é esperar e apreciar esta equipa até esse momento.
Por fim, o combate das Tag Teams contra DBryan e Reigns mais a destruição do Rusev demonstra o que é a WWE, quando é preciso deixar alguém em alta metem outros a jobbar e a serem humilhados para elevar quem querem e eu não sou fã dessa escolha, metam o Heath Slater a jobbar e mais uns mas meter membros de algumas das melhores equipas da divisão nessa situação não é inteligente, se a divisão estivesse em alta e protegida não haveria problema e conseguiriam resolver a situação e passar por cima a seguir mas assim descredibiliza ainda mais as Tag Teams, os Usos de campeões passam a perder com os Los Matadores e serem dizimados a seguir pelos Main-Eventers, não faz sentido, a meu ver.
A divisão tinha qualidade até 2009 ou 2010 mas depois foi-se abaixo, que saudades dos DX ou Rated-RKO entre várias outras equipas.
Bom trabalho Salgado. 🙂
Excelente artigo, como sempre. Salgado, gostava de saber a tua opinião sobre uma coisa (e já agora, se mais alguém quiser dar a sua opinião…): Achas que seria melhor deixar o Cesaro como face e super-popular, a fazer o Swing, ou o Cesaro com heel com o Heyman, para que podesse ter uma ajuda nas mic-skills e assim a WWE lhe desse mais destaque?
Mais um excelente artigo e é de louvar a forma como tranformas conteúdoa aparentemente pouco interessantes em algo apetecivel de se seguir.Volta a concordar praticamente na integra.
Para mim a divisão de tag team está numa das suas piores fases que eu me consiga lembrar e não vislumbro qualquer tag que neste momento seja fora-se-série.Os Usos já andam meio desgastados e serem os maiores faces da divisão exatamente um ano depois é apenas um dos vários indícios enquanto que o Cesaro e Kidd,apesar de serem wrestlers de eleição,é dificil levá-los a sério depois de todo o desinvestimento a que foram alvo e o booking nem sequer é capaz de defendê-los ao extremo para remediar os errros do passado.
Do resto nem é preciso falar pois é tudo deprimente em toda a linha,os Ascension que o digam.Ao longo dos últimso meses,nunca houveram mais do que realmente duas equipas aos olhos da WWE:os campeões,e os conteders que esporadicamente eram relembrados e temporariamente valorizados para poderem lutar pelo título,à imagem do que aconteceu com os Matadores e New Day na ultima segunda.Por outro lado,tags como os Real Americans ou Wyatt Family poderiam ter sido melhor exploradas,sendo que espero o apareceimento de novas parcerias após a Wrestlamania.Sugestiono uma Britain Union entre o Sheamus e o Barret ou se estiverem mesmo dispostos a melhorar o cenário,Ziggler&Bryan também poderia ser colocado em cima da mesa.
Dizer ainda que estou muito desapontado com esta Road to Wrestlamania.É verdade que temos tido alguns ENORMES segmentos mas em termos de combates as coisas estão fracas,sendo que,daqueles que até ao momento estão a ser apresentados como os 3 Main Events do grande evento,nem houve verdadeiras interações entre os oponentes até ao momento ou muito menos são combates naturalmente apetecíveis do ponto de vista técnico.O Orton vs Rollins vai-se salvando sendo que do resto,por mais que haja qualidade,não deixa de ser a peixarada básica aque a WWE recorre a esta altura e também não gosto nada de lutas no principal PPV do ano que tenham ocorrido um mês antes,a não ser que signifique o turn do Cena,que a confirmar-se,num espaço de dois anos a WWE tomaria as duas atitudes “mais impossiveis” de se prever.
Já que o assunto aqui é sobre Tag Team, eu acabei de ver em outro site que o Bo Dallas e o Tyler Breeze agoram são uma tag team, que se chama ”BoBreeze”.
O Bo Dallas agora esta até de cavanhaque.
Excelente artigo, como de costume, Salgado!
É triste constatar isso, mas a realidade é que a WWE não se importa mais com a divisão de Tag Team como deve ser, e até que a mentalidade deles não mudar, podem colocar os melhores caras que não vai adiantar nada. Mesmo se tiver uma Tag entre Cena e Reigns, com o tempo e a relevância que lhe é dada, não adiantaria.
De fato, não podemos nos queixar tanto, afinal a divisão estava ainda pior algum tempo atrás, mas com a importância que tem na história da WWE, as Tag Teams merecem mais respeito. The Usos, Kidd e Cesaro, The Ascension, Los Matadores (Primo & Epico para os desavisados), todos eles tem grandes habilidades e condições de nos darem bons combates, só faltando o investimento devido.
O maior pecado da WWE, na minha opinião, é só dar importância para as histórias de Main Event e deixar o midcard e as outras divisões de lado, como um aquecimento para o main event. Lembrando também que há duplas extremamente talentosas no NXT, como os Lucha Dragons, The Vaudevillians, Blake and Murphy, entre outros.
Enfim, o talento está aí, só falta o investimento.