Nos dias de hoje, a gestão da equipa de comentadores é um dos principais problemas da WWE. Mesmo com argumentos diferentes, penso que tal é um facto reconhecido pela grande maioria dos fãs.

A falta de interesse que mostram; o tom monocórdico que empregam, sempre com os ocasionais picos falsos e ensaiados de excitação; a constante divagação dos tópicos em questão; o uso de referências absurdas; o foco em assuntos e detalhes que simplesmente não são importantes – seja de que ponto de vista estejamos a analisar a situação – e, acima de tudo, a falta de autenticidade são apenas alguns dos muitos problemas que a mesa de comentadores enfrenta.

Foi com o regresso de JBL à equipa de comentadores e o actual estado da equipa de comentadores do NXT que se tornou óbvio que o problema não passava por culpar comentador A ou comentador B. O problema é a gestão. O problema é a mentalidade que instruí estes comentadores a serem e dizerem exactamente o que se crê que é necessário.

O problema vai mais além do que não dizer o nome das manobras, promover um filme, a Network ou uma marca de Pizzas pela centésima vez no mesmo evento. A WWE despoja cada comentador do que o torna único, transformando num robô que diz, fala e pensa exactamente o que se crê ser preciso chegando ao ponto em que todos, sem excepção, se tornam apenas em barulho, absolutamente indistinguível, de fundo.

Opinião Feminina #242 - A Wounded Division

Basta ver o que acontece sempre que Kevin Owens se senta na mesa de comentadores, no WWE NXT, e comparar o comportamento de alguém que é fiel a si mesmo e se comporta como se não houvesse nada que não pudesse dizer ou fazer, com o comportamento de alguém que, claramente, tem o discurso todo estudado.

São em situações destas que se vê quão controlado e rígido é o ambiente, porque das duas uma: ou os comentadores não sabem responder, porque nunca foram ensinados a tal, e por isso ficamos com longos momentos de silêncio, ou então não têm liberdade para responder.

Seja qual for o caso, em ambas as situações os comentadores passam por robôs inúteis, substituíveis e absolutamente insignificantes. Não alguém cuja função é ajudar a contar as histórias à audiência. Alguém que é suposto suscitar reacções, esclarecer dúvidas e causar uma impressão.

Para alguns fãs, os comentadores são dispensáveis. Se não percebermos de imediato o que a WWE está a tentar contar, o que é raro dada a sua previsibilidade e constante repetição, então alguém na internet terá uma teoria que faça sentido ou fontes credíveis o suficiente para o justificar. Se nada disso se verificar, a história deixa de ter efeito junto de uma porção da audiência que fica assim com mais uma coisa para se queixar.

Porém, para outros, esse não é o caso. Para os mais novos que acabaram de descobrir este mundo fascinante e não fazem a mais pequena ideia do que pensar, ver ou interpretar primeiro e para os mais casuais de todos, aqueles que estão a ver o seu primeiro ou segundo evento de sempre.

Para esses, os comentadores são intermediários essenciais e se o trabalho que fazem continuar a falhar na sua importantíssima tarefa de estabelecer uma ligação com a audiência e de contar as histórias que estão a ver, então está na altura de rever a gestão dos comentadores e fazer algumas mudanças.

Os problemas da equipa de comentadores voltaram a ser tópico de discussão depois da troca de palavras entre Titus O’Neil e um JBL estranhamente silencioso e subserviente. Se tal foi um efeito das palavras mordazes de O’Neil ou apenas a resposta a uma ordem de Vince McMahon, não sei, mas não é má ideia deixar os campeões babyfaces a defenderem-se e a darem aos fãs razões para torcerem por eles que não envolvam imitações ridículas.

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Especialmente depois dos fãs verem exactamente o efeito que JBL e toda a equipa de comentadores teve na carreira dos Ascension, uma equipa da Divisão que é acusada de ser uma cópia barata de outra equipa bem mais sucedida. Também é preciso ter em conta que, no caso dos Ascension, a WWE parecia estar a fazer tudo o que podia para os prejudicar, ao passo que os Prime Time Players têm sido relativamente protegidos. Tão protegidos quanto uma equipa de midcard, em quem ninguém pensa duas vezes, costuma ser.

Sempre achei os Prime Time Players divertidos, embora não tivessem sempre o melhor material. Desde Titus a vomitar no chapéu de JBL às imitações que ocorreram nos últimos meses, numa altura em que parecia que uma boa parte da Divisão se resumia a imitações, os Prime Time Players não protagonizaram bons momentos com frequência.

Fora exageros desse género, eram engraçados de ouvir. Nada de demasiado marcante, mas destacavam-se dos restantes e não pareciam estar a fazer ou dizer o que outras pessoas diziam para eles fazerem e dizerem. Nos dias de hoje, tal tem imenso peso.

O grande problema da equipa era o seu trabalho dentro de ringue. Por muito empolgantes ou engraçados que conseguissem ser ao microfone, tal não se verificava em ringue e ambos eram extremamente expostos por não conseguirem corresponder às expectativas impostas pelas suas personalidades.

Exactamente por isso é que não vi a sua vitória contra New Day, pelos Títulos de Tag Team, com bons olhos.

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Os New Day são um dos muitos exemplos da peculiaridade que define o Wrestling Profissional. Começaram com uma apresentação miserável, falhada e completamente alheada à audiência e aos tempos em que se inseriam. Foram odiados por isso mesmo. Não foi porque os fãs decidiram fazer birra e trocar as voltas à companhia, foi porque a WWE apresentou um grupo de heróis, mas falhou em dar uma boa razão para os fãs os apoiarem.

Foi ao aceitarem todo o ódio e frustração que os fãs tinham para dar que os New Day se tornaram em algo com potencial para ter alguma espécie de sucesso. Tanto sucesso quanto uma equipa de midcard pode ter, nos dias de hoje, na WWE.

O positivismo exagerado funcionou às mil maravilhas no trio de vilões, tal como tinha funcionado com Bo Dallas. Os fãs começaram a investir-se o suficiente para os vaiar e, desta vez, por algo que eles estavam a fazer, não por algo que a WWE falhou em fazer.

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O trabalho de Xavier Woods foi absolutamente essencial para a súbita mudança de atitude para com o grupo. De certa forma, acho que este está a ter sucesso a fazer aquilo que Abraham Washington era suposto ter feito, antes de ter falhado redondamente.

Woods é irritante, exagerado e hilariante, embora esta última não seja a melhor qualidade para um vilão ter. As suas interjeições durante os combates não roubam a atenção ao combate, como Abraham Washington roubava com o microfone, mas complementam as personagens envolvidas.

Os três têm uma excelente química e deveriam ter dominado durante mais tempo.

Principalmente, porque a Divisão de Equipas precisa de uma equipa sólida e coesa no topo. Em particular, precisa de uma equipa que suscite uma forte reacção dos fãs e que seja séria e talentosa o suficiente, em todos os campos, para poder durar vários meses no topo.

Com as lesões de Jey Uso, Tyson Kidd e Erick Rowan, três equipas ficaram de fora do baralho, deixando a Divisão em péssimo estado. Os Usos eram uma equipa credível e fácil de apoiar. Não iam mais longe do que já foram, mas funcionam perfeitamente como contraste para estabelecer e enaltecer novos vilões, como os New Day, por exemplo.

Cesaro & Tyson Kidd não chegaram a atingir o potencial que têm como babyfaces. Os combates que estes têm são, na maioria das vezes, excelentes e estes estavam no caminho de se tornar a equipa mais popular da Divisão.

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Não só isso, como tinham uma personalidade e atitude satisfatória para corresponder ao enorme talento e capacidade que já possuíam dentro de ringue. Os fãs levavam-nos a sério e estavam desejosos de ter a oportunidade dos apoiar abertamente. Estes tinham um estilo espectacular e a química ideal, já para não falar das ocasionais demonstrações de força por parte de Cesaro.

Exemplos da experiência e talento que equipas como New Day e Cesaro & Tyson Kidd têm são fáceis de encontrar. Basta ver os mais recentes combates que tiveram nos eventos especiais da WWE.

Infelizmente, a lesão de Tyson Kidd e o longo período de recuperação que este vai precisar voltou a parar Cesaro que tinha, novamente, algum ímpeto e estava a reconquistar a sua popularidade.

Já ouvi várias sugestões sobre o que fazer com Cesaro. Desde aliá-lo a Jey Uso ou  Luke Harper, a investir nele como uma estrela a solo. Não tenho quaisquer dúvidas que Cesaro daria uma formidável estrela de topo. Ele não tem o carisma exuberante e óbvio que estrelas como Brock Lesnar têm, ou a qualidade ao microfone que John Cena apresenta, mas tem personalidade, ao contrário do que se pensa.

Não é exuberante, mas está lá. Este só precisa de ser ele próprio, em vez de alguém que está a ser constantemente controlado. A sua qualidade dentro de ringue é inegável e, em poucos minutos, este consegue ter toda uma arena a torcer por ele.

No entanto, isso não vai acontecer. Pelo menos, por agora. Com o Summerslam a aproximar-se a passos largos, o main-event da WWE irá começar a ficar extremamente agitado e a rebentar pelas costuras. Não há espaço para Cesaro, pelo menos aos olhos da WWE.

Depois também há a questão de Cesaro ainda não ter convencido Vince. Cesaro é apenas mais um de muitos nomes que convenceu toda a gente, menos a pessoa que mais interessava convencer.

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Pessoalmente, aliava Cesaro a Neville e retomava o trabalho que Cesaro estava a fazer com Kidd. A Divisão precisa de uma equipa adorada, forte, talentosa e, acima de tudo, credível. Neville e Cesaro conseguem ser essa equipa. A história nem precisa de muitos detalhes para funcionar. Neville está perdido no card, sem direcção desde o dia em que se estreou, e tem sido frequentemente usado em combates de equipas.

Cesaro, agora sem Kidd, também se encontra sem direcção. Nada mais simples do que fazer um abordar o outro, nos bastidores, e sugerir uma parceria. Inicialmente, pensei em ter Cesaro a criticar Kidd por ser fraco e se ter lesionado, bem à semelhança do que Chris Jericho fez com Edge em 2009, mas não iria funcionar.

Os fãs acabaram de voltar a torcer por Cesaro, portanto Cesaro como vilão não é algo que querem ver. Também há que ter em consideração as redes sociais. O apoio que Cesaro tem dado a Tyson Kidd nesta fase da sua vida tem sido notícia várias vezes, graças às fotos e mensagens que Kidd publica nas redes sociais. Nenhum fã quer ver Cesaro a virar-se contra Kidd depois disso.

Tal pode ser guardado para mais tarde, para quando Kidd regressar e se, na altura, Cesaro não estiver numa posição melhor do card.

Compreendo que esta parceria pode, à primeira vista, danificar a imagem de Neville. Este ainda se encontra numa fase relativamente nova da sua carreira, a sua imagem não está gasta e este não tem associado a si muitos falhanços, ao contrário de Cesaro que já acumula alguns.

Admito que tal tem o potencial de ser um problema, mas coloco a minha esperança na qualidade que Cesaro e Neville podem fornecer juntos. Acredito que, se bem aproveitada, uma aliança entre os dois pode lançá-los e aumentar drasticamente a sua popularidade, assim como melhorar consideravelmente a imagem da Divisão de Equipas.

Não acho, de todo, que seja isso que a WWE tem em mente, mas seria a minha resposta a este problema.

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Com Luke Harper, o problema é mais complicado que Cesaro. Tal como Cesaro, Luke Harper é um excelente talento que tem sido incrivelmente mal utilizado. Este faz coisas em ringue que alguém com as suas dimensões não deveria ser capaz de fazer. A sua versatilidade é obvia e este era uma das grandes razões por detrás dos excelentes combates de equipas com os Usos.

O seu visual é memorável e diferente, assim como as suas expressões faciais são das melhores que estão no roster de momento. A sua atitude e pose é absolutamente fenomenal, tornando o seu desperdício num problema ainda mais gritante.

O problema é que a personagem que está a desempenhar de momento não combina com o que Cesaro está a fazer agora.

O meu instinto seria apostar nele a solo. Dar-lhe novas rivalidades, com novas pessoas, possivelmente na rota do Título Intercontinental. Mas, a equipa era promissora e Erick Rowan vai estar afastado, na pior das hipóteses, apenas metade do tempo de que Kidd precisa para recuperar, tornando mais complicada a decisão de simplesmente abandonar a equipa e dar algo novo para Harper fazer.

Sou da opinião que a Wyatt Family se separou cedo demais – e sem razão – portanto, para garantir que Harper não é ainda mais desperdiçado do que já é actualmente, voltaria aliá-lo a Bray Wyatt. Este último precisa de algo novo para o revigorar e embora Harper não seja propriamente uma novidade, este é bom o suficiente para voltar a trazer alguma adrenalina à apresentação de Wyatt. Quando recuperar totalmente, Rowan pode juntar-se a eles.

Jimmy Uso, na minha opinião, ficaria reduzido a ocasionais combates individuais ou iria para o NXT lutar com potenciais futuros membros do roster principal, enquanto aguardava a recuperação do seu irmão. O facto de ser um gémeo e de já ter a sua imagem tão estabelecida impede-o de ter qualquer sucesso a solo, especialmente quando em poucos meses terá o irmão de volta.

Todas estas lesões prejudicaram o que estava a ser uma fase relativamente interessante da Divisão de equipas. Lesões e muita precipitação.

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Os Prime Time Players são carismáticos e engraçados, mas não são credíveis e a WWE não fez o suficiente para os estabelecer antes de lhes dar os Títulos. Resumindo, a companhia tirou os Títulos aos New Day cedo demais e colocou-os numa equipa que, até há pouco tempo atrás, eram meros palhaços na Divisão.

Eles podem ter essa credibilidade e podem ajudar a aguentar a Divisão, enquanto nomes mais estabelecidos estão afastados, mas ainda não a têm e deviam-na ter tido antes de vencerem os Títulos.

Inicialmente, achei que esta precipitação era o resultado das constantes críticas que Dave Batista faz à equipa criativa da WWE, nomeadamente as que envolvem o uso – ou falta dele – de Titus O’Neil. Algumas dessas críticas voltaram a surgir recentemente, portanto assumi que a coroação dos Prime Time Players como campeões de equipas era a resposta da WWE.

No entanto, foi ao ver a forma como a WWE promoveu o facto de Titus ter vencido o prémio de “Pai do Ano” que me apercebi que poderia ter sido apenas isso a motivar a decisão da companhia.

Ou então, foram os dois factores e não apenas um. Seja qual for o caso, o resultado é o mesmo. Ter Darren Young a exibir um Titulo da WWE num desfile de apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo também é o tipo de publicidade que a WWE frequentemente procura.

Não me opunha tanto a esta desesperada procura de publicidade se, de facto, esta funcionasse. Como não funciona, é apenas um desperdício de talento e mais uma fonte de frustração para os fãs.

O custo desta tentativa de procurar boa publicidade foi o sacrifício do ímpeto que o grupo mais interessante da Divisão estava a conseguir reunir. Tendo em conta a teimosia demonstrada pela companhia nos primeiros meses de existência dos New Day – quando se recusava a mudar de estratégia, mesmo quando via o grupo a falhar claramente no seu objectivo – esperava um pouco mais da WWE. Por vezes é complicado acreditar que não estão a fazer de propósito para arruinar tudo o que está a resultar.

Por vezes a companhia dá indicações, por muito pequenas que sejam, que estão a trabalhar para corrigir pequenos problemas. Em tempos vimos Cesaro e Tyson Kidd, campeões de Tag Team, a serem derrotados por Randy Orton numa, claramente, péssima decisão. Todavia, depois vimos New Day, enquanto campeões de Tag Team, a não serem derrotados na mesma situação.

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Também vimos como Cesaro e Tyson Kidd, heróis da Divisão, foram protegidos nas suas derrotas contra New Day. São pequenos sinais, mas dão esperança e dão a motivação necessária para aguentar semana após semana. O problema é que a esperança nunca dura muito tempo e, num piscar de olhos, tudo se dissipou com os Prime Time Players, uma equipa com potencial, mas sem credibilidade, a vencer os Títulos num mero golpe de publicidade.

A questão em torno dos vencedores do combate pelo Título de Equipas no Battleground é completamente irrelevante. Os Prime Time Players precisavam de credibilidade antes de vencer os Títulos ou de talento suficiente para singrarem com eles na mesma, tal como Cesaro e Kidd que, aquando a sua vitória pelos Títulos de Equipas, não tinham qualquer credibilidade como equipa. Os Prime Time Players não têm nenhum dos dois requerimentos.

Os New Day podiam ter dominado a Divisão até que uma equipa sólida e credível estivesse pronta para tomar as rédeas da Divisão, fosse essa equipa os Prime Time Players, Cesaro & Neville ou os Lucha Dragons, mas viram o seu reinado a acabar abruptamente.

Agora, entre as duas equipas, é irrelevante quem é campeão ou não. Nenhum dos possíveis resultados vai resolver o problema criado.

Infelizmente, penso que a Divisão de equipas está condenada a ficar permanentemente nesta situação. Ocasionalmente teremos equipas com enorme potencial, excelentes combates, mas penso que a longo termo, não há motivos para ter esperança.

Opinião Feminina #242 - A Wounded Division

Para terminar, anuncio que já está disponível mais uma edição do Tretas, dizem eles!. Nesta edição faz-se uma análise ao evento “Beast in The East”.

Podem ouvir todas as edições gravadas até agora aqui. De uma forma mais rápida, para ouvir a edição mais recente, basta carregar aqui. Sigam-nos no Facebook e no Twitter.

Espero que se divirtam, desejo uma excelente semana a todos e até à próxima edição!

Opinião Feminina #242 - A Wounded Division

12 Comentários

  1. trouble...trouble...trouble9 anos

    podiam voltar a juntar o cody rhodes e o damien sandow

  2. Excelente artigo, Salgado.

    Pessoalmente, se não houvesse mais nada para o Cesaro fazer, também faria essa tag-team entre ele e o Neville. Ao contrário de ti, não acho que a junção fosse prejudicar o Neville. Depois de terem a primeira oportunidade como equipa e começarem a mostrar excelentes combates, acredito que qualquer fã ficaria rendido à equipa.

    Sobre os New Day, de acordo. Depois de terem perdido os títulos… Enfim, a típica queda na aposta após uma equipa perder os títulos.

    O Harper merece muito, muito mais. E não é só pelo excelente trabalho em ringue, porque ele é capaz de fazer boas promos e interpretar personagens. A meu ver, é um gajo com qualidade para se tornar main-eventer – só não tem a personagem que o leve a tal estatuto, muito menos quando essa imagem está associada à fracassada, e precocemente extinta, Wyatt Family.

    A WWE tem um roster tão fenomenal que nós, fãs, queremos toda a gente colocada no main-event. Claro que isto é impossível, mas deve-se a um problema que foi criado pela WWE ao não valorizar as restantes divisões. Antigamente, era possível um lutador ter sucesso só com uma carreira em torno do mid-card (olhe-se para os Hardys e para o Mysterio, antes de vencerem os títulos mundiais). Hoje, a situação é totalmente diferente. Só o main-event interessa, e é quando interessa…

  3. Excelente trabalho. Gosto de este tipo de artigos em que se dá alguma ideias para o futuro.

    Neville e Cesaro juntos? OH HELL YEAH! Não me tinha passado isso pela cabeça, mas seria muito bom. Essa equipa como babyface e, por exemplo, Miz/BNB como heel já dava para “aguentar” a divisão de equipas por mais uns tempos.

    Há uns tempos elogiei a forma como a WWE estava a ressuscitar esta divisão, mas parece que me precipitei. Afinal de contas, o que eu temia que acontecesse acabou por acontecer: todo aquele destaque era apenas para a Elimination Chamber,

    Sou fã do trabalho dos New Day e é um facto que lhes tiraram os títulos demasiado cedo, ainda por cima sem qualquer ímpeto por parte dos novos campeões. Mais uma mudança de título “porque sim” no mid-card da WWE.

  4. Excelente artigo, adorei o tema e a tua análise, Parabéns.

    Em geral concordo com tudo, também acho que vamos continuar a ter uma divisão de Tag Team com boas equipas, combates de qualidades, algumas feuds interessantes e bons momentos mas sem consistência, importância e prestígio (além de feuds realmente interessantes) como a divisão já teve noutros tempos, nós como fãs assiduos e interessados vamos sempre ter esperança mas é pouco provável que a divisão melhore a sério nos próximos tempos.

    Quanto às lesões, é sempre péssimo porque deixa o parceiro à deriva e, se não forem suficientemente credíveis a solo, ficam sem rumo até os regressos de lesão, então quando são três lesões ao mesmo tempo em três equipas é horrível, espero que Kidd, Uso e Rowan recuperem bem e com calma a 100% e regressem o mais rapidamente possível.

    Em relação ao rumo para os três lutadores sem parceiro, acho que o Uso tem mesmo que se contentar com feus e combates na NXT, um ou outro combate no Main-Roster para não ser esquecido e comentar em alguns combates, sem o irmão gémeo não tem hipóteses de triunfar a solo, é esperar que o irmão regresse e ir “enchendo chouriços”, o Cesaro pode ser aposta a solo e aí subscrevo a 100% todos os argumentos que deste para tal mas duvido que aconteça e portanto o ideal é junta-lo com outro lutador e aí o Neville é uma excelente opção, é um Wrestler fantástico com um atleticismo enorme, excelentes manobras High-Flyer e é popular, com os combates e o tempo seriam a equipa mais popular e apoiada da divisão, não tenho duvidas disso e um finisher com Swing seguido do Red Arrow seria espectacular e um sucesso.
    Por fim o Harper também acho que tem uma “gimmick” interessante e única, um aspecto diferente e marcante mais uma qualidade em ringue bem acima da média e um homem com as suas dimensões a fazer springboards e afins é de louvar e algo de extraordinário, sendo que também gosto dos barulhos e expressões faciais que faz, “vende” bem a sua personagem e acho que merecia mais do que tem feito, com a lesão do Rowan resta apostar nele a solo nos títulos de mid-card e dar-lhe adversários e feuds decentes ou então junta-lo mesmo ao Bray Wyatt, sem duvida.

    Concordo com a ideia do Daniel em juntar The Miz e BNB, seria positivo para ambos e para a divisão.

    Quanto aos PTP, acho que foi realmente cedo para dar-lhes o titulo e os New Day vinham a fazer um excelente trabalho e a cumprir o seu papel na perfeição e deviam ter os títulos por mais uns tempos, até acho que os Lucha Dragons deviam ser os novos campeões mais tarde, é realmente complicado não dançar e bater palmas a dizer New Day Sucks!!! ou New Day Rocks quando eles entram, a música e a energia deles é contagiante e até estava a gostar deles, enfim.

    (Mais uma vez!) Bom trabalho Salgado. 🙂

  5. Excelente artigo,Salgado.

    Quando falaste na possível junção entre o Neville e o cesaro,pensei logo:mas que equipa que seria e seria uma tag team muito interessante,e seria uma maneira de entreter dois grandes talentos que estao sem fazee nada de interessante.

    Em relaçao aos new day,acho que são uma boa equipa, são otimos heels e,realmente,aquele Woods é muito irritante, pelo menos para mim.

    Em relação ao Harper,é um grande talentoe e se eu decidisse ele estaria a fazer algo mais interessante em vez de dar lá só por tar.

  6. Dolph Ziggler9 anos

    Ótimo artigo, Salgado. Concordo contigo em tudo e gosto especialmente dessa ideia de juntar o Cesaro ao Neville. São dois mid-carders sem qualquer direção, portanto porque não juntá-los e matar 2 coelhos com uma cajadada só? Com estas lesões todas, há uma clara falta de equipas credíveis, portanto seria uma excelente ideia.

    Há uns meses atrás, notava-se uma melhoria na divisão. Os New Day e Cesaro/Kidd tiveram uma feud bastante boa e produziram combates muito bons. No entanto, com a lesão do Kidd, as coisas começaram a piorar de novo.

    Para começar, a construção da rivalidade entre os New Day e os PTP foi bastante fraca e não credibilizaram e construiram os PTP o suficiente para uma conquista dos títulos. Foi tudo muito estranho e no que podia ser um grande momento caso a feud tivesse sido bem construida, foi assim um pouco underwhelming.

    E mesmo agora, a construção continua a ser descuidada e fraca. Os membros dos New Day estão fartos de perder com os PTP, seja em combates individuais ou em combates de equipas que envolvem mais 2 lutadores. Parece que a companhia deixou de querer saber dos New Day e agora é o que se vê. Os PTP estão sempre a sair por cima dos New Day e com isso a construção para o combate no Battleground tem sido horrível. Já não me lembro da última vez que estava tão desinteressado para um combate de tag-team.

    Nem desgosto dos PTP como campeões, mas acho que os New Day deviam ter tido um reinado bastante mais longo e credível para assim a conquista dos títulos por parte dos PTP ter sido maior.

    Vamos ver daqui para a frente – depois de voltarem a derrotar os New Day no Battleground, não sei o que vão fazer com a divisão. Continuar a feud ou encontrar novos adversários? Equipas de vilões só vejo os Ascension e esses estão com a credibilidade lá bem em baixo.

  7. Partilho a mesma opinião e frustração em relação ao rumo que a divisão tag team está a ter. É deveras vergonhoso…

    Mas discordo completamente em relação a fazer do Cesaro e do Neville uma tag team.

    O Neville está a ter uma build mais lenta mas está a ser protegido e isso agrada-me bastante. Sendo assim, em nada me oponho porque em breve irá entrar na rota de um dos título do midcard e possivelmente o conquistar.

    O Cesaro agora está a ter a oportunidade de se dar a conhecer melhor perante o público com a personagem “face”, desenvolvendo as suas mic skills e multiplicando o seu moveset (geralmente os heels têm um moveset mais limitado).
    Estou crente que ele não irá ser encostado novamente mas sim, que lhe irá ser dada uma oportunidade. Se ele convencer e fazer o público gostar dele, também convence o Vince.

  8. Stone Cold9 anos

    Sinceramente acho que nao é apenas por aí e que esses sejam porventura todos os problemas que tem vindo a prejudicar seriamente a divisão de equipas na wwe. A meu ver não basta juntar gajos com talento e carisma só porque sim e sem haver uma relação que os complemente e os torne realmente uma dupla que encaixe. Da mesma forma acho que preencher a divisão apenas com wrestlers recém-chegados e que ainda nao gozam daquele estatuto mais cimentado nao favorece em nada uma divisão tão carente de star power nos ultimos anos. Tem de os utilizar ai sim e muitas vezes esta divisão acaba mesmo por ser a tal alavanca para elevar talentos de futuro mas isso não chega. Fazem faltas equipas com nomes consolidados sejam os dois membros ou apenas um isso é irrelevante desde que sejam nomes realmente importantes e que realmente tornem a divisão em algo bem mais credivel. Neste momento ao ver o main-event a tornar-se tão concorrido começa a nao fazer grande sentido ter John Cena e Randy Orton envolvidos em feuds e rivalidades que nao levam a lado nenhum. Porque nao ao terminarem esses feuds irem acrescentar brilho a uma divisão de tag team que ganharia outra credibilidade? Com os 3 ex shield, Brock lesnar, Sheamus, Rusev, Ziggler todos envolvidos no topo da companhia qual a necessidade de manter Orton e Cena la sem que a sua presença tenha resultados praticos? Porque nao coloca-los na divisão de tag a desempenharem papeis semelhantes a Big Show e Y2J anos atrás. Com certeza que levando a cabo este tipo de decisões essa imagem de inferioridade da divisão de tag team desapareceria isto claro se as coisas tivessem a continuidade que merecem e nao fossem construçoes de 1 ou 2 meses. E claro quem diz esses dois diz varios outros na mesma situação.

  9. JW9 anos

    Excelente artigo. Tenho lido regularmente os teus últimos artigos e deixam-me sempre muito agradado.

    Acho que o problema acerca da divisão de tag-team (além das lesões, mas isso ninguém pode controlar nem prever) é o mesmo problema que existe em todo o lado. O público-alvo da WWE são as crianças. De quem elas gostarem mais, é nelas que a WWE aposta. Não me parece que uma criança veja algo de especial no Cesaro, elas apoiam babyfaces que de alguma maneira despertam atenção nelas. Por exemplo, o John Cena e o Ryback. Mas às vezes não percebo o Vince, se ele só tem lucro por causa dos fãs e os fãs apoiam, por exemplo, o Cesaro, porque não dar-lhe um push? Porque não deixar os fãs satisfeitos? Não compreendo.

    • Se você me permite dar a minha opinião sobre isso, é porque as vendas determinam o destino do wrestler. Prova disso é o Owens, que vendeu bastante shirts no início e ganhou uma mega push (obviamente não foi só por isso, mas foi um fator determinante).

      Além disso, as crianças e fãs casuais da WWE são mais “manipuláveis” que os fãs de Wrestling em geral. Vamos usar o exemplo do próprio Cesaro. Os fãs dele, em sua maioria, são fãs de Wrestling. E os fãs do Cena, como outro exemplo, são crianças ou fãs casuais.

      Então, qual das espécies de fãs irá comprar merchandising mais facilmente? Por melhor que o Cesaro seja, caso ele não venda muito, ele não terá este push tão cedo.

  10. Architect of a Dream9 anos

    Para mim eh tao simples e facil como isto.. a WWE estava a apostar bastante na divisao de tag e naturalmente estas lesoes todas foram inesperadas, certamente os criativos tinham algo planeado para isto mas uma coisa eh certa, tem que se ter uma alternativa credivel e essa eram os New Day que ainda deviam ser campeoes como bem dizes.. nem que seja porque geram heat quando entram e teem combates relativamente melhor que os Prime Time Players.. ainda assim eu acho que neste momento a WWE restringe muito as equipas e o seu potencial, devido ah era em que estamos a era PG.. vejamos por exemplo que na Attitude Era tinhamos tambem talentos, os Hardyz, MNM, edge e christian entre tantas tag’s “wannabes”, mas o que é certo eh que haviam melhores storylines e mais liberdade para as equipas gerarem heat entre o publico e agora ha esta tal restriçao.. mas enfim, enquanto ha vida ah esperança e enquanto houver cesaros , tysons, nevilles, kevin owens e esses meninos talentosos todos por ai a minha esperança nao acaba.
    Boa semana!

  11. Ótimo artigo, Salgado!

    A Tag Team Division está em um mar de azar nos últimos tempos, não só na WWE, mas também na TNA. Já até previa que a WWE daria os títulos aos PTP porque ambos estão na mídia atualmente. E é isso o que mais detesto na WWE, ter seu produto condicionado apenas pela mídia americana (por sinal, a mesma que cai de pau em cima da WWE quando lhes é conveniente). Vou falar um pouco das três Tags mencionadas no artigo.

    – Harper and Rowan: O pior caso, no meu ver. O Harper, se lhe dessem a oportunidade, tem calibre para ser Main Eventer. Mas com essa gimmick não tem condições. Prevejo ele perdido no card e nem aparecendo, como tem acontecido, até o Rowan voltar, daí eles até podem ser Tag Champs. E a lesão do Rowan veio em uma péssima hora, justo quando a Tag estava crescendo.

    – Cesaro and Kidd: Outro caso bastante ruim. Este, no entanto, dará a chance ao Cesaro ter um push a solo. Creio que ele entra em feud com o Owens após ele conquistar o US Title e faz combates no midcard até o Kidd voltar. Daí eles podem decidir: Ou a Tag volta com força total ou o Kidd faz o turn no Cesaro e inicia uma feud entre eles.

    – New Day: A WWE errou feio com eles. Ao invés de terem um reinado dominante e restaurar a credibilidade aos Tag Team Championships, ficaram com um reinado comum, que não teve quase nenhum ‘highlight’ e pouco muda na relevância do título. O Booking deles estava a ser excelente, mas o ‘timing’ da derrota deles foi péssimo. E nem os PTP vão se beneficiar, pois parece-me claro que é um reinado de transição para uma futura dupla (Harper e owan ou Lucha Dragons) conquistar o título.