A Wrestlemania do Verão foi o nome que a WWE decidiu dar ao Summerslam, numa as suas várias estratégias para promover o evento. Embora não tenha a magnitude de uma Wrestlemania, a descrição não destoou muito da realidade, visto que o Summerslam sempre foi um dos eventos mais importantes do ano.

A edição de 2015 não escapou à norma e teve direito a um bastante promovido combate pelo Título e uma enorme atracção. Seth Rollins vs John Cena pelos Títulos de Estados Unidos e da WWE e Brock Lesnar vs Undertaker foram, assim, os main-events da noite. No entanto, o facto de serem os combates mais importantes da noite não é a única coisa que os dois combates têm em comum.

Ambos foram extremamente promovidos, ambos foram excelentes combates e ambos terminaram de forma controversa.

De certa forma, se ignorarmos certos detalhes fundamentais, a promoção de ambos os combates pode ser considerada semelhante. Ambos contaram com um gigante ao microfone para promover o combate, John Cena no combate pelos dois Títulos e Paul Heyman no combate de Brock Lesnar e Undertaker, e ambas as rivalidades se destacaram através de momentos peculiares.

Enquanto o nariz partido de John Cena alterava a sua rivalidade e arrepiava os mais susceptíveis, Brock Lesnar e Undertaker produziam um dos melhores segmentos do ano com uma fantástica brawl que começou no ringue e só parou nos bastidores.

Opinião Feminina #249 – The WrestleMania of the Summer

Mesmo não existindo qualquer razão plausível para a realização do combate – para além da necessidade de apresentar uma atracção para vender o Summerslam, compensando assim a falta de estrelas com poder suficiente para o fazer – é inegável que aquele primeiro confronto teve um toque de realismo e autenticidade raramente exibido em televisão. E por isso, funcionou às mil maravilhas.

Porque é que não havia razão plausível para a realização do combate? A Streak de Undertaker na Wrestlemania terminou, de forma limpa, às mãos de Brock Lesnar. Sem batota, sem ajuda, sem manipulação. Não há razão para obter vingança e não há forma de uma vitória no Summerslam (ou até mesmo na Wrestlemania) mudar ou compensar a derrota na Wrestlemania XXX.

O fim da Streak provou aquilo que, durante mais de uma década, os fãs foram educados a acreditar que não era possível: Undertaker pode perder na Wrestlemania. Ao vencer Undertaker, Brock Lesnar provou que o impensável – o impossível – podia acontecer.

No entanto, a falta de criatividade não eram os únicos problemas que este combate enfrentava. A idade e condição física de Undertaker têm preocupado os seus fãs e com razão. É certo que na Wrestlemania XXX este sofreu um traumatismo no início do combate, mas também é certo que não existe necessidade ver uma Lenda que não tem nada mais a provar a lutar até aos seus cinquenta anos, quando nem sempre consegue ter um combate à sua altura.

Nenhum lutador deveria cometer a crueldade de acabar com a fantasia dos seus fãs e obrigá-los a vê-lo apenas como humanos. Especialmente, quando estão dentro do ringue.

Exactamente por isso, o combate no Summerslam foi uma excelente surpresa. Aliás, foi mais que um combate, foi uma luta, na qual Undertaker acabou por sofrer e fazer muito mais do que aquilo que se esperava. A luta, tal como a brawl, manteve o toque de realismo e drama consistente com a história.

Desde o ataque desenfreado de Brock Lesnar, quando Undertaker ainda nem tinha terminado a sua entrada, passando pela repetição das promessas feitas durante a brawl – promessas que nenhuma estrela desta geração teria autorização para fazer – até à bastante partilhada troca de “gargalhadas,” tudo teve uma dose perfeita de autenticidade.

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Mesmo assim, Seth Rollins vs John Cena não se deixou ficar e foi um excelente combate com prestações fantásticas de ambos os lutadores, especialmente Seth Rollins. Por muito inesperado que seja o seu sucesso como vilão, esta prestação apenas reforçou o sucesso que Seth Rollins poderá vir a ter como babyface, uma suspeita que muitos fãs tinham durante a sua passagem pelo grupo The Shield.

A prestação de John Cena, por sua vez, não deve ser ignorada. 2015 tem sido um grande ano para John Cena, visto que quase semanalmente este participa em excelentes combates. Por muitas vezes que já tenham lutado, John Cena e Seth Rollins têm enorme química que permite a criação de combates desta qualidade.

Infelizmente, a qualidade do departamento criativo continua a ser bastante desproporcional à qualidade dos combates apresentados pelo roster de hoje. No que já se tornou um hábito, novamente excelentes combates terminam de forma questionável e exasperante.

O mais curioso é que foi feito exactamente pela mesma razão. A WWE agendou combates entre pessoas que não queria que perdessem. Enquanto a esmagadora maioria do roster se encontra no limbo, trocando vitórias e derrotas à vez, existe um número bastante restrito de pessoas que, olhos da WWE, simplesmente não pode perder, por mais absurda que essa noção seja.

A verdade é que esta atitude é apenas uma realidade, porque a noção de vitória e derrota tornou-se tão banal e indiferente. Simplesmente deixaram de contar e ter significado. A WWE convenceu os fãs, pela forma como trata a maioria do seu roster, que qualquer pessoa pode vencer qualquer pessoa, a qualquer altura.

Numa consequência da sua falta de dedicação e interesse ao booking de grande parte do roster, a WWE acabou por se limitar a si mesma. Por isso, sabendo o ridículo significado que uma vitória e derrota normal têm, a companhia tenta criar todo o tipo de cenários que ajudem a evitar ter de atribuir uma vitória e uma derrota entre aqueles que designa serem especiais.

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No combate Seth Rollins vs John Cena o problema foi resolvido com uma interferência de Jon Stewart. Este resolveu impedir John Cena de vencer o combate, igualando assim o recorde de Títulos mundiais de Ric Flair, levando a que o Título de Estados Unidos mudasse de mãos.

Ao contrário dos métodos usados, considero a escolha do vencedor inteligente. Permitir que Seth Rollins continue como campeão depois do Summerslam ajuda a apagar a percepção de que este seria apenas um campeão de transição, visto que o seu reinado apenas começou porque, mais uma vez, a WWE precisava de uma solução para os problemas que criou com Roman Reigns.

O problema é que a consequência da forma que a WWE usou para sair da situação em que se tinha encurralado na Wrestlemania 31 passou pelo estabelecimento de Seth Rollins como estrela de main-event.

A consequência de deixar uma celebridade decidir o futuro do Título de Estados Unidos, um Título que passou os últimos meses (o mesmo número de meses que tem durado o reinado de Seth Rollins) a ser disputado em excelentes combates semanais entre John Cena e várias estrelas jovens da companhia, é mandar tudo o que se fez no reinado de John Cena pelo cano abaixo.

Não há forma de usar o que aconteceu para beneficiar ou lançar alguém. Jon Stewart simplesmente não pode ser usado para lutar ou valorizar uma nova estrela. O máximo que se pode fazer com ele é aquilo que já se fez: AA de John Cena. Jon Stewart não é um lutador e, tendo em conta a reacção dos fãs e os motivos que o levaram a agir, nem sequer é um vilão.

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Tantos meses a construir um reinado de tal forma digno que a ideia do quebrar poderia ter feito a carreira de alguém, apenas para tudo se dissipar no ar e ser completamente desaproveitado. Uma história de meses, dezenas de combates, deixaram de ter propósito. John Cena venceu todos aqueles potenciais main-eventers, todos aqueles lutadores competentes, para isto.

Foi por isto que Kevin Owens teve que sofrer duas grandes derrotas apenas pouco tempo depois de se ter estreado. Foi por isto que Kevin Owens não venceu o Título de Estados Unidos e se tornou um campeão invencível.

Tudo porque a WWE precisava de publicidade. Já para não falar que torna o evento e a importância dos Títulos bastante mais vulgares ter alguém que não é treinado a decidir o futuro dos mesmos.

Atenção, não tenho nada contra Stewart. Sou fã dele, respeito imenso o facto de, ao contrário de muitas outras celebridades, Stewart ser um verdadeiro fã e tirar um grande prazer de participar no evento. Tenho achado todas as suas participações bastante divertidas e úteis, especialmente no que toca à forma como Seth Rollins é tratado.

Simplesmente, não acho que o reinado de John Cena devesse ter terminado assim. Não depois de toda esta construção, de todos aqueles combates, de todas aquelas estrelas derrotadas. Parece que foi tudo para nada, porque não beneficiou ninguém. E se foi tudo para nada, não é exactamente por isso que a WWE tem agora problemas em decidir como terminar os seus combates mais importantes?

Porque está a habituar demasiado os fãs a acreditar que vitórias e derrotas, no fim de contas, não significam nada? Esta situação é como uma bola de neve que vai ficando cada vez maior.

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Que pelo menos um, dos dois, main-events iria terminar de forma trapaceira, não tinha dúvidas. Aliás, nos últimos anos, tornou-se uma verdadeira raridade ver os combates importantes a terminarem de forma honesta e limpa. Uma lógica que, diga-se de passagem, está completamente ao contrário, não faz qualquer sentido e é contraproducente.

Agora, pessoalmente, não esperava que a WWE tivesse o descaramento de terminar os dois combates mais importantes de forma desonesta. Esta atitude começou a roçar o ridículo há meses atrás, agora já é simplesmente descabida.

Infelizmente, ao contrário do combate entre Seth Rollins e John Cena, a forma como o combate de Undertaker e Brock Lesnar terminou trás muitos mais problemas e é consideravelmente mais questionável.

Primeiro que tudo, a escolha do vencedor é, na minha mais humilde opinião, errada. É um facto que, se o objectivo é justificar um terceiro combate na Wrestlemania 32, então qualquer um dos resultados funcionava.

Se Undertaker vencesse, a WWE poderia dizer que cada um tinha uma vitória, portanto queriam o terceiro combate para desempatar. É uma desculpa esfarrapada, mas a desculpa que justifica este combate no Summerslam também o é, portanto não acho que tal os incomodasse muito.

Se Brock Lesnar vencesse, a WWE poderia continuar a contar a história de como Lesnar continuava invencível desde o fim da Streak e de como Undertaker nunca o conseguiu derrotar.

A meu ver, esta última possibilidade era a mais lógica e a história mais interessante para contar um terceiro combate. Mesmo sem terceiro combate, não existe nada neste mundo que justifique Undertaker vencer Brock Lesnar, mesmo que seja só no papel. Undertaker, com os seus cinquenta anos e quase trinta de carreira, não perde absolutamente nada em perder para Lesnar, com ou sem Streak.

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Além disso, a longevidade de Undertaker nos ringues não é uma garantia. Qualquer combate pode ser o último. Foi exactamente por isso que Vince McMahon terminou com a Streak na Wrestlemania XXX, de acordo com os relatos. Não sabia quantos mais combates Undertaker conseguiria fazer e via Brock Lesnar como a pessoa mais credível para terminar com a Streak, portanto decidiu fazê-lo enquanto podia.

A situação de Brock Lesnar, por outro lado, é significativamente diferente. Desde o fim da Streak que se supôs que a WWE estaria a tentar tornar Lesnar numa grande estrela, de forma a tornar a pessoa que o derrotasse também numa grande estrela. É lógico e aquilo que deveriam ter feito com Lesnar desde o dia em que este regressou.

A criação de uma nova estrela à custa de Lesnar é a única coisa que pode justificar os vários milhões que a WWE gasta por ano em mantê-lo. Derrotá-lo para Undertaker, para uma estrela claramente no fim da carreira, mesmo que seja só no papel é ridículo. É inconcebível. Não faz sentido! Especialmente, porque Undertaker não perde nada em perder.

A única teoria que pode justificar esta atitude é a possibilidade da WWE estar a planear que Brock Lesnar vença o terceiro combate na Wrestlemania 32, como deve vencer, caso aconteça. Por isso, como não queria que Undertaker perdesse os três, decidiu dar uma vitória moral a Undertaker neste embate. Percebo esse raciocínio, mas não justifica a forma como a WWE está a desperdiçar e a diluir o impacto de Brock Lesnar.

Não é por acaso que Brock Lesnar é, ao mesmo tempo, a pessoa mais popular da companhia e também aquela que não perdia há quase dois anos. Lesnar tem muitos outros atributos fantásticos que contribuem para a sua popularidade, mas a sua invencibilidade é um factor a considerar.

Todavia, este já não é invencível, pelo menos no papel. E, por muito prejudicado que tenha sido neste combate, Brock Lesnar perdeu os sentidos. O combate terminou, por ordem do árbitro, porque Brock Lesnar perdeu os sentidos. A Besta foi derrotada. E não foi uma jovem estrela que ganhou a honra de se poder gabar disso para o resto dos seus dias, o que faz disto um problema ainda maior.

Undertaker, não uma jovem estrela como Seth Rollins, colocou Brock Lesnar – ex-campeão da UFC e conquistador da Streak – numa manobra de submissão que o levou a perder os sentidos. Como é que isso está a ser completamente desvalorizado? Isto deveria ser dos acontecimentos mais importantes do ano! No entanto, está perdido no meio da controvérsia e confusão, porque o destaque não foi para os lutadores, nem para a história.

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O plano escolhido para dar a vitória a Undertaker sem enfraquecer demasiado Brock Lesnar foi, a meu ver, um fracasso por várias razões. Primeiro, não fez sentido nenhum. Segundo, peca por ser mais uma das muitas formas questionáveis que a WWE escolhe terminar os seus eventos.

Repito, já começa a ser um hábito os fãs ouvirem a campainha a anunciar o fim do último combate e sentirem-se revoltados ou, pior do que isso, confusos com o que aconteceu. A raiva, se for usada com cuidado, gera vontade de ver mais combates. A confusão é que já nem tanto.

A forma como o combate terminou simplesmente tirou toda a energia e animação que os fãs tinham no combate. A audiência apagou-se por completo num misto de confusão e raiva. Uma audiência que, até ao momento, tinha estado completamente investida no evento e no combate. Não é essa a reacção que se quer no fim do main-event.

E porque é que reagiram assim? Porque, mais uma vez, não fez sentido. Não faz sentido, depois de tantas décadas de árbitros a serem atingidos acidentalmente (ou não) por um lutador, de interferências e batotices, apenas agora o responsável pela campainha se lembrar que tem vontade própria.

Desde o início que foram estabelecidas regras. O árbitro manda e, independentemente do que acontecer ao árbitro durante o combate, a sua palavra é final. Mesmo que às vezes o árbitro seja um vilão com segundas intenções. Quando a WWE quer que o responsável pela campainha seja relevante na decisão de um combate, escolhe um lutador para esse papel, como fez várias vezes.

Não se pode, especialmente no mesmo evento em que houve um combate de grande destaque a terminar numa interferência, simplesmente mandar isso pela janela e dizer que, só porque agora é conveniente, o responsável pela campainha tem vontade própria. Não faz sentido e cria muitos mais problemas do que aqueles que resolve.

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Porque é que o responsável pela campainha não agiu, quando viu Jon Stewart a ajudar Seth Rollins a vencer o combate? As formas como os dois combates terminaram anulam-se! Se apenas age quando sente pena de quem está em manobras de submissão, porque é que só agiu neste combate?

Esta desculpa do responsável poder tomar decisões por si só foi tão esfarrapada e inventada no momento por mera conveniência que arrasou com todo o interesse que o combate tinha até então. É tão mau que o facto do responsável pela campainha não estar em posição para ver Undertaker a desistir – a única pessoa que o conseguia ver claramente era Paul Heyman e quem estava desse lado – se tornou absolutamente secundário.

A ideia que este iria reparar em algo que se passava fora do seu campo de visão, algo bastante subtil, e rapidamente agir, quando nunca o fez antes, é absurdamente revoltante e vai contra o propósito do Wrestling profissional.

Já para não falar que o árbitro nem sequer verificou se Brock Lesnar estava consciente ao levantar-lhe os braços três vezes, como é normal. Simplesmente acabou com o combate. Décadas e décadas a estabelecer regras, apenas para depois ignorá-las numa só noite e fingir que tal é aceitável.

Contar uma história, envolvendo atletas com personagens cativantes, para esta mais tarde culminar em combates que devem ser julgados como uma competição legítima é algo que simplesmente não combina com o circo que a WWE inventou no fim do Summerslam.

Como se não bastasse, os problemas não acabam aí. Mais uma vez, o maior vilão da noite – se bem que ao contrário de Jon Stewart, este foi mesmo vaiado – é alguém que não pode lutar. É alguém que não beneficia nada com esta situação, nem pode beneficiar ninguém. Nem Brock se pode vingar dele. Mais uma vez, a estrela da noite não é um lutador.

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Também não se vai poder vingar de Undertaker. Pelo menos, não tão cedo. E depois de Undertaker passar a rivalidade a comportar-se como vilão, pois interferiu em combates pelo Título, usou golpes baixos durante a promoção do combate e para o vencer, tal irá pelo cano também quando este regressar na altura de Wrestlemania e for tratado como a enorme Lenda que é.

Mesmo que não seja (o que é altamente improvável), ninguém no seu perfeito juízo espera que Undertaker seja vaiado no que poderá ser o seu último combate, no seu estado natal. Isto não são histórias que façam sentido. Nem estão a promover, decentemente, algum combate ou desfecho em particular.

Como é que isto promove interesse noutro combate? Não promove. Os fãs saíram da arena revoltados, tal como deveriam ter saído, depois de verem os dois main-events a terminarem assim.

Se Undertaker vs Brock Lesnar III acontecesse no Night of Champions, não teria interesse nenhum, porque os fãs ainda se lembrariam da forma como se sentiram no fim do combate do Summerslam. Mas, como vai acontecer daqui a uns meses, na época de Wrestlesmania, já tudo estará esquecido. Assim que regressarem, toda a gente ficará empolgado mais uma vez, pois é a Wrestlemania e são duas grandes Lendas a lutar. Duas Lendas que não viram nos últimos meses.

A WWE, por sua vez, continua a ser recompensada pelos atalhos que toma criativamente e pela sua enorme demonstração de preguiça. Tal não é uma perspectiva positiva para o futuro.

Na Wrestlemania 32, caso Undertaker vença, então o fim da Streak – o fim do maior recorde que a WWE alguma vez poderia criar – foi em vão e Brock Lesnar continua a ser um dos maiores desperdícios de dinheiro que a WWE faz.

Não que este não seja valioso e não mereça ser consideravelmente recompensado, mas porque ganha demasiado para aquilo que rende e irá render cada vez menos se perder a rivalidade com Undertaker. Já está a perder o brilho só por ter perdido no Summerslam daquela forma.

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Caso Brock Lesnar vença, este irá simplesmente fazer aquilo que já fez. E, tal como disse depois da Wrestlemania, relativamente ao desfecho de Bray Wyatt vs Undertaker, não serve qualquer propósito Undertaker perder duas vezes na Wrestlemania.

Dilui a derrota na Wrestlemania XXX. Dilui o facto de Undertaker não ter perdido em 21 anos. Undertaker perder uma vez é um acontecimento histórico e raro. Perder duas, mesmo que seja para o mesmo homem, torna todo o efeito de ter perdido a primeira vez nada especial.

O Summerslam foi um excelente evento de Wrestling, mas em termos criativos, foi mais uma demonstração de preguiça e displicência. Os lutadores que estão na WWE e aquilo que eles conseguem criar merecem mais, muito mais, a nível criativo do que aquilo que têm recebido ao longo dos últimos anos. O Summerslam foi mais uma das muitas provas de tal.

Brock Lesnar vs Undertaker foi um excelente combate, assim como foi John Cena vs Seth Rollins. Ambos corresponderam às expectativas. Aliás, no caso do primeiro combate, até as superaram. Mas, as estrelas da noite foram Jon Stewart e o responsável pela campainha. Como é que isso cabe na cabeça de alguém?

As pessoas acabaram o evento a falar mais da forma controversa como os combates acabaram, em vez de falarem da qualidade dos combates em si. Exactamente o oposto do que aconteceu – e acontece – no NXT.

É absolutamente deprimente ver como as piores histórias prejudicam os melhores talentos e tornam excelentes combates em experiências agridoces.

Estes desfechos provaram também que, apesar de toda a promoção, o Summerslam não é a Wrestlemania do Verão. Felizmente, a Wrestlemania costuma ter finais mais conclusivos e claros.

Caso estejam interessados, podem ouvir uma análise completa ao WWE NXT Takeover: Brooklyn e WWE Summerslam aqui ou aqui. Podem seguir-nos no Facebook e no Twitter.

Espero que se divirtam, desejo a todos uma excelente semana e até à próxima edição!

Opinião Feminina #249 – The WrestleMania of the Summer

12 Comentários

  1. Artigo brilhante. Na minha opinião, um dos teus melhores trabalhos, embora a lista já vá longa. Muito bem analisado, Salgado.

    Apenas não concordo com dois pontos:

    – a parte em que referes que Brock Lesnar vs Undertaker foi um excelente combate.

    Atenção, eu gostei do combate e achei-o consideravelmente melhor que o combate da WrestleMania, mas só consigo avaliá-lo como um bom combate. Eu não estava à espera de ver o Undertaker a voar como o Rollins, todavia, acho que tem de haver uma clara distinção entre a qualidade do combate Lesnar/Undertaker e Rollins/Cena.

    – quando referes que ambos os combates contaram com as excelentes mic-skills do Cena e do Heyman.

    Sim, eu considero o Cena um excelente talker, mas foi ele quem fez um grande trabalho de promoção?… O Rollins fez promos soberbas na Raw e na SmackDown. Foi ele, no meu ponto de vista, quem tornou a rivalidade em algo que valesse a pena ser visto, com as constantes referências ao nariz do Cena e ao facto de se ter tornado num artista.

    • Luis Ziggler9 anos

      Concordo plenamente, o Rollins carregou a promoção sozinho. Ele é brutal ^^

  2. “(…)passando pela repetição das promessas feitas durante a brawl – promessas que nenhuma estrela desta geração teria autorização para fazer”. Lá está, é esta a razão pela qual não fiquei empolgado com a brawl na Raw.

    A WWE dá a ideia que só estas lendas é que nos conseguem proporcionar momentos destes. Por isso é que os fãs mais ceguinhos não acreditam que um Sheamus ou um Cesaro possa ter uma feud com o Lesnar, tão ou mais intensa que esta com o Undertaker.

    E sinceramente, custa-me ver como pessoas que defendem a valorização da geração atual ficam tão empolgadas por Lesnar e Taker lutarem um com o outro, no main-event de um PPV que teve Rollins vs Cena (o gajo que andou no main-event a lutar contra o Laurinaitis enquanto Punk e Bryan andavam a lutar pelo título a meio dos PPV’s e é o maior nome do século) por dois títulos, num combate, esse sim, histórico, fosse qual fosse o resultado.

    Quanto à WrestleMania, começo a achar que teremos um Undertaker vs Sting, por mais que os rumores digam o contrário.

    • SCSA9 anos

      Neste momento Sheamus e Cesaro nao tem qualquer condição de feudar com o Lesnar e oferecer uma feud ao nivel da do Undertaker é um fato. Claro que a qualidade do combate seria muito melhor mas o star power para tal nao existe. Se aquele Sheamus dominante que se estreou e passou por cima de todos se tivesse mantido até aos dias de hoje sem falhas e beneficiando de um booking exemplar nao tenho duvidas que seria um rival extremamente credivel. Agora assim como se encontra nem por sombras.

      Cesaro a mesma coisa. Se tivesse ficado com o Paul Heyman e continuassem a apostar nele oferecendo-lhe um booking perfeito estilo The Shield porque não? Agora este Cesaro como está neste momento acho que ninguem consegue coloca-lo ao nivel de uma feud com o Lesnar!!

      Só por a wwe lhes dar liberdade para terem uma brawl daquelas com o Lesnar nao iria mudar em nada o seu passado na companhia longe dos grandes voos e do topo da mesma. E Lesnar está nesse topo. Lutar com ele tornou-se quase tao importante ou até mais do que lutar pelo proprio titulo maximo. E diga-se de passagem nem Sheamus (pelo menos por enquanto) nem muito menos Cesaro tem condições sequer para serem contenders.

      • Mas custa entender que enquanto não tiverem feuds com lutadores desse calibre nunca vão ter o tal Star Power?

        Se o Randy Orton não tivesse tido uma rivalidade com o Mick Foley e o The Rock e se tivesse ficado por gente “do seu nível”, nunca tinha dado o passo seguinte, ou tinha demorado anos a dá-lo.

  3. Grande artigo, concordo contudo o que foi mencionado.

  4. Fábio Peres9 anos

    Minha opinião é que a WWE resolveu agradar ao público de Nova York, ansioso por ver John Cena se lascar mais uma vez e por uma vitória do Undertaker, provando que a quebra da “streak” foi um acidente de percurso.

    Pena para Seth Rollins, que ainda deve uma vitória de peso (e que só vai ter algo parecido quando sofrer um doloroso face turn).

  5. Excelente artigo,Salgado.
    Concordo contigo em tudo,a minha opinião não é muito diferente da tua.

    Em relação ao John Stewart,acho que a interferência dele não era necessario,acho que o Rollins podia ter vencido limpo.O que quero dizer é que a principal estrela do fim do combare é o Stewart,quando devia ser o Rollins.

    No taker vs Lesnar,foi mais um final confuso,e para main event foi um bocado mal feito.
    Acho que foi um grande combate,superou as menhas espetativas,mas o final estragou um bocado.
    Eu gostava que a historia entre eles acabasse na Survivor Series,para termos na WrestleMania o Taker vs Sting.

  6. Dolph Ziggler9 anos

    Excelente artigo, Salgado.

  7. SCSA9 anos

    Por um lado compreendo que a escolha e a forma como John Cena perdeu o titulo dos USA cause grande desagrado da parte dos fãs. De fato tambem teria feito diferente. Seth Rollins ganhou imenso com isso e acaba por beneficiar dessa vitoria para se cimentar cada vez mais como main-eventer. Mas sinceramente nao acho que precisasse disso. Rollins fez o cash in historico na wrestlemania e uma feud com HHH e a autoridade sendo ele o responsável pelo seu fim acho que cumpriria esse papel de o tornar uma estrela de topo na perfeição. O Cena vinha de um excelente trabalho e claramente que a meu ver deveria ter perdido aquele titulo para alguem cuja vitoria o elevaria imenso, nao fosse o nome do campeão John Cena. Acho que desta forma poderiam elevar duas pessoas em vez de uma. É algo frustrante verificar o desperdicio que esse reinado do Cena representou vendo as coisas por esse prisma tal como a streak do Rusev o foi pois a mesma poderia e deveria ter servido para muito mais que uma derrota para John Cena. Sim porque a primeira derrota do russo que agora virou bulgaro é que conta. A partir dai ele ja era tao normal quanto todos os outros no roster. Agora pergunto e se Neuville se tivesse estreado derrotando Rusev? Ou ainda que nao fosse um novo talento pelo menos que se dignassem a fazer regressar alguem diferente, alguem que entusiasmasse os fãs e tornasse o final da streak do rusev minimamente interessante e diferente de todas as restantes almas caridosas que se tem estreado e tem perdido com o Cena sendo completamente vulgarizadas.

    Concordo plenamente esses finais inconclusivas pecam pela sua insistência e nao levam a nada. Fiquei extremamente desiludido com esse final de combate um pouco a imagem de todo o PPV que nao me agradou, talvez pelas elevadas expectativas que tinha em relação ao que se ia passar no mesmo. A wwe no entanto talvez até tenha tomado a melhor decisão pois as feuds do main-event ja vendiam imenso por si só e por isso terá optado por deixar as surpresas para a Raw e compreende-se do ponto de vista de fazer dinheiro. Ideia errada a meu ver pois a imortalização de um PPV é muito mais importante para o wrestling e os seus fãs do que simplesmente fazer negocio.

    Em relação a Rollins nao ganhar limpo nao dramatizo minimamente. O Edge também nao ganhava e e uma lenda. Rollins faz a sua personagem na perfeição, está a construir o seu legado e mesmo como heel tem grande apoio dos fãs. Sinceramente acho que tem tudo para singrar e que nao existem quaisqueres motivos para preocupação.

    A unica coisa em que discordo completamente é no fato de Undertaker ter de perder para Lesnar tendo como justificativa a sua idade avançada e o fato de ter poucos combates pela frente no negocio. Sou daquelas pessoas que considera que Undertaker se deveria ter retirado no end of an era. Pareceu-me a ocasião perfeita para o fazer e um segmento impecavel. Undertaker nao o fez. E uma vez que nao o fez o fim da sua carreira merece ser historico, merece ser encerrada com chave de ouro porque simplesmente é o Undertaker seja-se grande fã dele ou não isso é totalmente indiferente. Nao podemos simplesmente usar um dos maiores nomes de todos os tempos para os nossos beneficios apenas porque este ja nao pode oferecer muito mais. Isso seria a meu ver uma enorme falta de respeito para com o Undertaker e tudo o que ele representa. Já foi vergonhoso ele ter perdido uma vez ainda para mais para um wrestler que apesar de excelente nao ama o negocio e é um part timmer. Não compreendo como podem afirmar que Undertaker nao pode vingar-se. ok ele perdeu, essa derrota jamais saira dos seus registos na wrestlemania mas pelo menos ele pode obter uma vitoria que o possa redimir como qualquer ser-humano. Muitas vezes perdemos mas as lendas levantam-se novamente e voltam a triunfar. É essa a imagem que deve ser passada depois do enorme erro que foi feito. Nao faz qualquer sentido o Undertaker ter de perder sempre só porque perdeu uma vez. Isso sim tornaria-o um fracassado que ja nao tem mais condições de competir. Não é essa a imagem que deve ser passara em relação a um dos maiores nomes da historia deste negocio. Undertaker deve despedir-se em grande no seu estado natal com uma vitoria. Porque ele merece por tudo que fez pela companhia. E caso isso nao aconteça seria uma enorme frustração e falta de respeito pelo grande nome que foi o deadman para esta companhia. Esta situação é totalmente diferente da de John Cena que vence combates que nao precisa inumeras vezes muitas vezes custando carreiras a outros superstars. Aqui trata-se apenas de retribuir o esforço e dedicação que este homem deu a este negocio. E que a meu ver é mais que merecido.

  8. Lucas9 anos

    Muito choro porque o John Cena perdeu seu titulo.

  9. Luis Ziggler9 anos

    O primeiro combate irritou-me por ver que foi o Lesnar que venceu a streak. Não por não gostar do Lesnar, mas por pensar na LENDA em que a WWE poderia ter tornado o Bray Wyatt. É ridiculo, o Wyatt tinha UMA oportunidade, a personagem dele nasceu para ocupar o lugar do Taker. Demasiado estúpido.
    O segundo combate irritou-me porque na minha inocência forçada (como se eu não visse a WWE há anos) eu gostava mesmo que fosse o Daniel Bryan a ter vencido o Lesnar. Fazia todo o sentido, é o único com coração para o fazer.
    Mas quem diz o Wyatt ou o Bryan diz o Rollins, diz o Ambrose, o Reigns (mais ou menos), o Ziggler (se bem que já ninguém acredita que o Ziggler passe de onde está, nem eu). Eu só me pergunto: Daqui a 5/6 anos, vou ver main-events na wrestlemania com quem a lutar?
    Só como nota, por mais estúpido que tenha sido o final, fiquei contente por valorizarem o Rollins. Queria mesmo que ele conquistasse os 2 títulos e entrasse para a história porque ele merece. E eu estou mortinho por o ver como baby face!