Esta semana, a WWE estreou uma nova voz na mesa de comentadores da SmackDown: Mauro Ranallo. As críticas à sua estreia têm sido bastante positivas com muitos fãs a deliciarem-se com a forma como este, como comentador, se dá ao trabalho de comentar o combate que está a ver, chegando mesmo a mencionar o nome das manobras usadas. É irónico celebrar o facto de um comentador cumprir a sua função.
Embora a receção ao trabalho de Ranallo seja positiva, penso que a razão para o seu sucesso não é apenas o facto deste usar o nome das manobras nos combates. Aliás, esse tem sido o aspeto mais elogiado e, a meu ver, é o menos importante daquilo que ele fez.
A função dos comentadores, num programa de Wrestling, é extremamente importante e, quando falamos de novos fãs que estão a experimentar o produto pela primeira vez, pode ser decisiva no bom ou mau sentido.
O trabalho dos comentadores é apresentar e explicar este novo “universo”. Se os comentadores não o levarem a sério, tratarem tudo como uma piada, perderem tempo de forma inútil com piadas antiquadas e forem demasiado forçados, ninguém os vai querer ouvir durante duas ou três horas. E o comportamento dos comentadores irá, ultimamente, moldar a perceção que possíveis novos fãs possam ter do produto.
Aliás, nem precisam de ser novos fãs. O comportamento e qualidade dos comentadores vai, indubitavelmente, influenciar a forma como o produto é encarado e avaliado pelos fãs.
Não tenho problemas com a referência ao nome das manobras usadas, mas não está no topo da minha lista de prioridades. Acho muito mais importante explicar porque é que manobra A ou manobra B deve ser levada a sério e o impacto que está a ter no corpo do lutador/a.
Acho mais importante os comentadores notarem que, ao longo do combate, por exemplo, Sasha Banks está a usar manobras que torturem o braço da adversária, porque dessa forma o seu finisher é mais eficaz. Gosto quando as estratégias dos lutadores são explicadas, porque é outra forma de desenvolver as suas personagens e mostrar que, mesmo perdendo, o vilão não é parvo. O herói é que foi, simplesmente, melhor.
O nome das manobras, para mim, não é tão importante como explicar a razão que leva os lutadores a usá-las. Acho que essa é a prioridade. Saber o nome da manobra não é tão importante quanto compreendê-la. Os fãs precisam de compreender o que está a acontecer. É meio caminho andado para se investirem no produto e nas estrelas em questão.
Se olharmos para os combates como a forma que os lutadores encontram de contar uma história com o corpo, então os comentadores são as legendas. Eles devem estar lá para auxiliar os lutadores e garantirem que a história que a companhia e os lutadores querem contar chega aos fãs. Não sinto que seja essa a prioridade da WWE. Hoje em dia, a prioridade da WWE é garantir que o produto parece divertido e, por isso, o tom e comportamento dos comentadores é demasiado relaxado e juvenil.
Piadas – muitas sem piada ou contexto – são contadas a toda a hora e situações potencialmente sérias e intensas são estragadas por completo. Parece que, no processo de preparar o evento e orientar os comentadores, todos se esquecem que estamos a lidar com histórias de lutadores que querem provar a sua qualidade dentro do ringue, ganhar Títulos e lutar pela sua família.
Qualquer intensidade ou seriedade que estas histórias possam ter desaparece com o tom feliz, relaxado e casual de quem está na mesa de comentadores. Também não precisamos de ir a extremos e garantir que os comentadores estão sempre carrancudos, mas uma mudança de atitude poderá fazer milagres na apresentação do produto.
O que não faltam são exemplos da forma como esta atitude relaxada impede com que aquilo que os lutadores estão a fazer seja levado a sério. Podemos olhar para o TLC, onde JBL já se referiu às armas como sendo brinquedos ou podemos referir todas as vezes que JBL grita que estão todos ali para se divertir e que tudo é espetacular.
Não interessa se lutador A vai bater em lutador B com uma arma num dos eventos mais perigosos do ano, o importante é que tudo é excelente e que os fãs se divirtam. Onde está a preocupação com a saúde dos lutadores? Onde está o respeito pelos riscos que estes correm?
É completamente frustrante ver os lutadores a correrem riscos enormes num combate que, na maioria das vezes, não foi bem promovido, não é digno de uma estipulação tão perigosa e, acima de tudo, tem três marionetas a ignorar todos os perigos e a fingir que estão todos a brincar como banda sonora. Como é que, num ambiente destes, se pode justificar os riscos que os lutadores correm? Não se justifica e apenas contribui ainda mais para a banalização de violência gratuita.
No fundo, a equipa principal de comentadores tem uma atitude bastante condescendente e superior, no sentido em que em vez de se envolverem nas histórias e no que estão a fazer, mantêm a distância ao mesmo tempo que repetem, vezes sem conta, que estão a ver algo que divertido.
A WWE quer tanto dar a impressão que é uma companhia popular e a par do acontecimentos que não se apercebe que consegue fazer exatamente o oposto. O problema é que é tudo tão forçado que os fãs ficam sem saber quem é que os comentadores estão a tentar convencer – os fãs, Vince McMahon ou eles próprios.
Esta atitude arruína a seriedade de certas rivalidades, arruína o impacto de algumas estipulações e arrasa, por completo, com a credibilidade de certos talentos. Basta olhar para o comportamento dos comentadores durante a estreia de Stardust e esse é apenas um exemplo, entre muitos.
Como para os comentadores tudo é divertido e engraçado, é raro vê-los verdadeiramente irritados ou frustrados com a atitude de qualquer vilão.
É também aqui que o papel dos comentadores é essencial. Para além de explicarem o que está a acontecer no combate, os comentadores têm também a função de atribuir importância ao que está acontecer. Se agirem como se nada fosse importante ou digno de revolta, então não podem ficar surpreendidos quando os fãs não se conseguem investir emocionalmente no que está a acontecer e ficam aborrecidos durante os combates. Os comentadores não são a solução para tudo. Porém, são uma das pequenas peças fundamentais para que tudo funcione.
Se eles não ficam verdadeiramente aborrecidos quando os vilões fazem batota, então a batota não deve ser algo assim tão mau. Pior do que não ficarem zangados é quando a ignoram por completo.
Na semana passada mencionei a forma como JBL reagiu nas redes sociais quando foi chamado à atenção pelos fãs por ninguém, na equipa de comentadores, ter promovido a forma como Sasha Banks segurou o equipamento de Becky Lynch – basicamente fez batota – para vencer.
A resposta dele foi, simplesmente, que os fãs estão a ver televisão, e não a ouvir rádio, portanto não precisavam que os comentadores relatem aquilo que estão a ver. Esta desculpa, para além de ser completamente esfarrapada e se enquadrar numa das tendências que os comentadores têm nos dias hoje de insultar os fãs que os criticam, não podia ser mais hipócrita.
Todos sabemos o que aconteceria se John Cena ou Roman Reigns perdessem um combate porque alguém tinha feito batota ao segurar-lhes o equipamento. Todos sabemos o que acontece depois de um segmento da Autoridade – os comentadores passam o combate seguinte a repetir e fazer resumos do que aconteceu.
A verdade é que as Divas simplesmente não são importantes. A verdade é que todos os talentos, à exceção de poucos sortudos, não são importantes para a WWE e isso reflete-se na forma como os comentadores trabalham.
Além disso, a questão é mesmo essa! A WWE é televisão, não é rádio, e em vez de perderem tempo a dizerem todos os detalhes daquilo que os fãs vêem, os comentadores deveriam ajudar os lutadores a contar a mesma história! Mas, eles não estão a fazer isso. Estão a ignorar detalhes fulcrais dessa mesma história e, ao ignorá-los, estão a dar entender que não importantes. Dessa forma, torna-se ainda mais complicado conquistar os fãs e conseguir que estes se invistam.
Também não ajuda quando, em televisão, os fãs vêem uma coisa e os comentadores estão a dizer o contrário. Por exemplo, quando Sheamus prendeu a porta no combate de Elimination Chamber com a sua própria cruz para poder entrar no combate quando quisesse e aproveitar-se dessa vantagem. Os comentadores não perceberam isso, não explicaram essa história, nem aproveitaram a oportunidade para destacar a sacanice de Sheamus.
Se o objetivo dos comentadores não é dizer aos fãs o que estão a ver, porque é televisão e não rádio, então porque é que não explicaram no momento que Big Show era o primeiro participante anunciado para o Royal Rumble e não o lutador que iria entrar em primeiro no combate?
O segmento foi confuso e vários fãs ficaram sem perceber se Big Show seria o número 1 ou se era apenas o primeiro lutador anunciado para o combate. Esclarecer estas dúvidas é a função dos comentadores e não o fizeram. Afinal de contas, é mais fácil chamar nomes aos fãs através das redes sociais.
Também sei que estou a ser injusta. As três pessoas que estão sentadas na Raw todas as semanas têm uma pessoa bastante exigente, minuciosa, pouco educada e audível a gritar-lhes aos ouvidos. Não é o ambiente de trabalho mais fácil e acredito que JBL, Michael Cole e Byron Saxton até concordem com os fãs em alguns aspetos, mas simplesmente não podem fazer muito. No fim de contas, são apenas marionetas a fazer o que lhes é instruído.
É por isso que não compreendo a contratação de Mauro Ranallo. Este tem um estilo bastante próprio e já era conhecido pelo seu trabalho, não só em Wrestling profissional, como também em MMA, Boxing e Kickboxing.
A WWE não mudou o nome a Ranallo e este não tem nada a ver com os comentadores que a WWE está a treinar no NXT/Performance Center. Aliás, a maioria é tão genérica que nem se distinguem uns dos outros. Ranallo, claramente, não se enquadra na visão que a WWE tem para os seus comentadores.
A única explicação que consigo arranjar para esta contratação é a promoção da SmackDown através da contratação de um nome popular. Todavia, não acho que isso signifique a WWE irá começar a mudar e melhorar a forma como orienta os seus comentadores, nem acho que Ranallo será um estrondoso sucesso quando/se começar a trabalhar em eventos que são mais controlados que a SmackDown.
A verdade é que, na sua primeira semana, este foi exatamente aquilo que os comentadores não conseguem/podem ser consistentemente. Este foi sério, credível e notou-se que estava entusiasmado. Ranallo explicou as rivalidades que tiveram destaque na SmackDown e ficou frustrado com o comportamento de Charlotte.
Ranallo é exatamente o tipo de comentador principal que a WWE precisa. Alguém com uma boa reputação e sem qualquer passado na WWE. Alguém entusiasmado, mas sério, em quem os fãs podem confiar. Alguém sincero e genuíno que consegue transmitir verdadeira emoção. No fundo, alguém de quem os fãs consigam gostar.
Esse é o comentador que vai guiar os fãs durante os combates. É a esse comentador que os fãs vão dar ouvidos quando ele diz que um lutador foi um sacana por fazer batota ou que outro lutador merece respeito.
Infelizmente, a WWE arrasou quaisquer hipóteses de Michael Cole ser essa pessoa. Para começar, Cole irá sempre carregar a cruz de ser o comentador que substituiu Jim Ross na Raw, embora este seja quem tem menos culpa de tal. Depois houve a altura em que Cole se tornou um dos destaques da Raw como vilão, chegando mesmo a lutar na Wrestlemania.
O seu regresso como comentador imparcial e voz da razão aconteceu quando Jerry Lawler teve um ataque cardíaco e não porque, de alguma forma, os fãs já tinham superado todo o seu ressentimento.
Como se tudo isso não bastasse, a forma como a WWE orienta os comentadores tornou-os completamente insuportáveis e dispensáveis, salvo algumas exceções. Agora, Cole está associado a isso. Está associado a estes anos em que Vince McMahon transformou os comentadores em figuras de quem os fãs não gostam e em quem não confiam. Não é por acaso que uma das melhores ovações do ano foi quando Brock Lesnar fez o F5 a Michael Cole.
Na Era em que os comentadores são marionetas que falam de tudo, menos do que interessa, e raramente mostram qualquer emoção sincera, quem acaba por sofrer as consequências são os fãs e eles próprios. Sem o controlo excessivo, Michael Cole consegue ser extremamente competente e existiram momentos em que a sua emoção pareceu genuína e me deu verdadeiros arrepios, mas são demasiado raros para afetarem a sua reputação junto da maioria dos fãs.
Se a WWE, de facto, quisesse melhorar este aspeto fundamental do seu produto – comentadores – então teria que mudar a forma como orienta os seus comentadores e teria que mudar os comentadores principais.
Tal como a Divas Revolution, não teria que ser algo permanente e Michael Cole não teria que desaparecer para todo o sempre. Apenas durante uns tempos para os fãs se começarem a habituar a esta nova apresentação. Eventualmente, Cole poderia voltar a ser incluido e, com uma nova apresentação e liberdade, este teria o caminho facilitado para mudar a perceção que os fãs têm de si.
A questão é: será que a WWE quer mudar alguma coisa? Será que estão verdadeiramente interessados em melhorar este aspeto da sua programação? A contratação de Mauro Ranallo não me deu essa impressão, mas não custa ter esperança.
É apenas uma pena ver um aspeto tão importante do produto ser desperdiçado desta forma. Hoje em dia, podia abdicar dos comentadores da WWE sem quaisquer problemas e não sentir saudades e isso deprime-me. Com a sua voz e emoção, os comentadores têm o poder de tornar um momento absolutamente mágico. É um desperdício não investir mais neste aspeto e garantir que é o melhor que pode ser.
Enfim, desejo uma excelente semana a todos e até à próxima edição!
14 Comentários
Bom artigo e é algo que pouco se tem falado , que é a fraca qualidade dos comentadores, no entanto acho bastante injusto falarem do Michael Cole quando ele é sem sombra de duvidas o melhor comentador da WWE é o unico que tenta relatar o combate e faz sempre alusão as storylines , obvio que em algumas mais que outras mas isso já não culpa dele.
Engraçado é também ninguém falar do Jerry Lawler , o pior comentador da wwe , não relata qualquer tipo de combate,é capaz de apenas rir e dizer “ooh what?” durante um combate só diz piadas secas e sem nexo e as vezes ofensivas principalmente com as divas, enganasse constantemente no nome dos lutadores, consegui trocar o kalisto e o sin cara 3 vezes no mesmo combate e nunca ninguém reclama dele é sempre o JBL(que realmente já não é o mesmo de 2006) e do Michael Cole.
Eu pessoalmente não gosto da voz do Mauro Ranallo, mas tenho de concordar que levou o seu trabalho a sério e fê-lo bem feito. Comentadores com esta abordagem é que ajudam o pessoal a ser mark, não os que estão sempre com piadas que nada têm a ver a com os combates…
Excelente artigo moça infelizmente já faz tempo que ignoro completamente a mesa de comentaristas e tento me focar só no combate em si é uma pena pois um bom conjunto de comentaristas dá uma emoção maior ao combate assistido más como você mesma explicou muito bem os comentaristas preferem dizer coisas desnecessárias e que não vão incluir nada ao que nós estamos assistindo do que fazer comentários que realmente agradem aos telespectadores e torne o combate assistido ainda melhor.
Tanto é que o que o mauro fez é simplesmente o que se espera de um comentador que ele se intere ao combate e passe algum entusiasmo a quem está assistindo.
Afinal WWE nos bons tempos tinha boas storylines e combates e quem mantinha o publico inteirado sobre o que estava rolando entre o lutador A e o lutador B eram exatamente os comentaristas e infelizmente hoje em dia ao meu ver é indiferente estarem lá ou não.
E infelizmente mesmo com a estréia do Mauro não acredito muito que a politica dos comentários venha a mudar.
Excelente artigo, o Mauro é a par do Matt Striker o meu comentador preferido da actualidade.
Há muito tempo que um artigo não me prendia ao tempo de o ler todo.
Muito bom, com um excelente tema.
Bom artigo, Salgado.
Faz tempos que os gritos sem sentido do Jerry Lawler, a inexpressividade do Saxton, o JBL e o Booker T, já me encheram a paciência. Entendo que eles estão sob pressão mas já deu. O Cole ainda que tenha problemas, e seja repetitivo, dos já citados é o melhor(na minha opinião). Concordo com praticamente tudo. A substituição dos comentadores é o primeiro passo, em especial o Jerry Lawler- respeito seu passado, mas como comentador, meu Deus que saco(!)-, dá-los mais liberdade o segundo, e a escolha certa dos substitutos o terceiro. A WWE têm uma cegueira voluntária, se apegou em medalhões que não valem mais a pena investir. O Graves está sendo preparado para ser o comentador do Raw, conseguirá fazer que faz da mesma forma atualmente e melhor, eu quero acreditar que sim.
Quando Vince sair não acredito que com o Triple H vai ser melhor. Acho-o muito bom na criação e manutenção de um produto(NXT), mas não o vejo dessa forma messiânica como querem nos mostrar. Por isso espero que quando o Vince se aposentar, e ele assumir a presidência da companhia, ele dê mais liberdade para outros gestores e no geral, essa liderança monocrática da WWE acaba com a companhia em vários aspectos.
Bom artigo, parabéns.
Pergunta aos brasileiros:
Quem preferem: Marco Alfaro e Roberto Figueiroa ou Michael Cole, JBL e Jerry Lawer?
Marco Alfaro e Roberto Figueroa, e sua revista friends! Brincadeiras a parte são sérios na hora certa. Marco Alfaro da muita emoção nos mentos certos.
Marco Alfaro e Roberto Figueroa são mitos
Roberto Figueiroa chamou a Naomi de gorda #ForaRoberto
O Mauro é excelente em comparação com os restantes pois como diz o artigo dá-se ao trabalho de falar do que acontece no ringue e não faz piadas estúpidas nem fala de outras rivalidades posteriores ao combate. Faz o seu trabalho de forma perfeita. E espero que ele continue por muito tempo e que se integre também no RAW . Porque com os novos talentos da NJPW a chegar, não quero imaginar o Cole e especialmente o JBL a comentar combates do Shinsuke Nakamura.
“Shinsuke does stuff”
Excelente artigo.
Como sabes, sempre fui fã do Cole, até porque comecei a ver Wrestling na melhor fase dele. Essa ideia de ele se ausentar por uns tempos é excelente, mas impossível de se concretizar.
O JBL e o Lawler são patéticos e dispensáveis. Ando a ver SmackDowns de 2006 e comparar o JBL comentador de então com o de agora… Epá, sem comparação.
O Saxton tem futuro, mas é muito limitado pelo Vince. Basta comparar com o que faz no NXT.
O Corey Graves é muito bom, mas lá está, chegando à Raw deve-lhe acontecer o mesmo que ao Byron.
“You want to apologize? Like nothing happened. Like you didn’t knock me on my ass in front of millions of people worldwide, and I’m gonna come down there and work with you. I’m not coming back, and now thanks to the magic of live television I’m gonna show the whole world, why for seven years in ECW I was the unscripted, uncensored, loose cannon of commentary. Six months ago, WWE called me, I didn’t call this company because I was looking for a job. I didn’t need a job. WWE called me because they had humiliated and fired…again, Jim Ross. So I get JR’s spot, and from week one, week after week I’ve got an ongoing lecture about the differences in professional wrestling and sports entertainment. I’m not allowed to say ‘pro wrestling’, I’m not allowed to say ‘wrestler’. I have to say ‘sports entertainment’ and refer to the wrestlers as ‘superstars’. I’m told to deliberant ignore the moves and the holds during the matches so I can tell stories. Well ignoring the moves and the holds is damn insulting to the athletes, the ‘wrestlers’, not the entertainers who leave their families three hundred days a year to ply their craft in that ring. Here’s the best part, because I’m not a sports entertainment storyteller I get pulled from Wrestlemania, and the reason I’m given is, is because I don’t sound like Jim Ross who’s the guy they fired in the first place. That makes sense, right? So I swallow the bitter pill, I’m a company guy. I get bumped from Wrestlemania. Then I get bumped from Backlash? I’m not good enough to call Backlash!? In ECW, I called live pay-per-views on my own, solo, no color commentators dragging me down. Wasn’t done before me, hasn’t been done since. But I’m not good enough to call Backlash because I’m not a sports entertainment storyteller. Well you know what? I am sick of sports entertainment. I am sick of male cheerleaders. I am sick of boogers and bathroom humor and semen and I am sick of our chairman. Who likes to talk about his own semen, he mocks God… he mocks God!!!!! And makes out with the divas all to feed his own insatiable ego. I am sick of sports entertainment, and most of all I am sick of you fans who actually buy into that crap! This sports entertainment circus! I never
needed this job, and I don’t want this job anymore.”
“I quit!”
Isto diz tudo 🙂 excelente artigo Salgado!