“In every generation, there are superstars who capture the imagination. Earn our admiration and are a source of inspiration. They are living proof that anything is possible. While many of us dream of following their footsteps, there are a select few with a courage to even dare and even fewer with the skill to succeed. NXT is the story of those with the audacity and the ability to stand tall on the threshold of greatness. Their history is unfolding today. Now is their time. They must defeat all limitations, leave nothing to chance, leave nothing behind. NXT is the gateway to the future, and the future begins right now.”

NXT, 20 de Junho de 2012.

Como já devem ter reparado pela citação usada na introdução de mais uma edição do “Opinião Feminina”, o tema desta semana é o NXT, o território de desenvolvimento da WWE. O NXT, como o conhecíamos no seu formato inicial, sofreu umas mudanças este Verão estreando-se num novo formato. Com ou sem mudanças, a verdade é que o NXT continua a ser considerado um território de desenvolvimento, principalmente depois da sua junção com Florida Championship Wrestling. Ora, se o NXT não fosse já por si só importante só pelo simples facto de dar a conhecer mais algumas estrelas menos expostas da WWE, o facto de ser o seu território de desenvolvimento valoriza ainda mais o programa.

Opinião Feminina #98 – The Future is Now

Isto porque, duvido que muitos discordem de mim quando o digo, o território de desenvolvimento da WWE é extremamente importante. Não só porque esta é última fase onde se devem cometer erros crassos, por parte dos lutadores e dos oficiais da WWE, antes de transferir os lutadores para o roster principal, mas porque é a zona essencial e perfeita para que os lutadores recém-chegados à WWE aprendam a trabalhar na companhia.

Como seria de esperar, quando menciono este aspecto, a personalidade de que rapidamente todos se lembram é Sín Cara, cujo facto de não ter passado pela FCW, na altura da sua estreia, prejudicou o seu trabalho dentro de ringue. Porém, não é a apenas isso que me refiro. O NXT, neste momento, é o primeiro contacto que os lutadores têm com a WWE, além das try-outs. Ora, é no NXT, mais do que em qualquer outro sítio, que os oficiais lhes podem dar dicas valiosas sobre os mais variados assuntos, além do trabalho dentro de ringue.

Não é, obrigatoriamente, sinal de falta de talento ou prática colocar estes lutadores no NXT antes de os apresentar no roster principal. Considero ser tão importante aprender a trabalhar num ringue da WWE, como é aprender a trabalhar na própria WWE. A partir do momento em que as companhias apresentam chefes diferentes, são automaticamente dirigidas sob regras diferentes e ambientes diferentes. O território de desenvolvimento é essencial para ensinar aos lutadores a adaptarem-se nesses ambientes.

É também neste território de desenvolvimento, nesta primeira experiência com os fãs na WWE, que os lutadores podem aperfeiçoar algumas das suas falhas. É também aqui que a própria companhia pode tirar as suas conclusões sobre o trabalho do lutador e sobre qual será a melhor forma de o usar no roster principal. Talvez, se no NXT, os lutadores tiverem um cuidado especial e se dedicarem fervorosamente à procura de uma personalidade que os ajude a estabelecerem uma ligação com os fãs, não só ao seu trabalho dentro de ringue, e se a WWE tiver atenção especial ao que se passa no seu território, talvez assim se evitem as dúvidas, indecisões e más surpresas quando finalmente os lutadores em questão chegam ao roster principal.

No seu formato inicial, o NXT era um conceito engraçado, algumas vezes exagerado nesse sentido, entrando no ramo da palhaçada, mas o talento de alguns lutadores e o potencial da restante maioria mantinha os fãs minimamente interessados no que acontecia semana após semana. Pelo menos nas primeiras temporadas. No seu fim de vida, o NXT distanciou-se completamente do seu formato inicial, mas para melhor, ao contrário do que muitos pensavam. Histórias foram formadas e delineadas e, mais importante que tudo, combates de qualidade eram mostrados semanalmente.

E, felizmente, foi exactamente isso que a WWE transportou do antigo formato para o novo. A qualidade subiu, mas o modelo simplificou-se, tornando-se uma lufada de ar fresco para os fãs interessados em seguir. Embora nem todos os episódios sejam perfeitos e nem todos os combates sejam de cinco estrelas, a verdade é que desde que se estreou que o NXT me conquistou e o segredo deste sucesso é, nada mais, nada menos, que a sua simplicidade. Claro, e o Wrestling de qualidade também foi um grande bónus.

A verdade é que a WWE tem a grande tendência de saturar aquilo que tem de bom, portanto considero uma grande vitória o facto do NXT estar a resultar há meses e mesmo assim WWE não acrescentou pormenores a mais para distrair os fãs do que realmente é importante.

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Este formato conquistou logo a partir do primeiro episódio. Novas caras foram apresentadas ao público e algumas das velhas também. Mas o truque não está em quem é que é apresentado, mas sim em como. Vignettes e promos curtas, altercaladas com combates também desse género, onde se mantinha um balanço entre deixar algo mais à imaginação dos fãs para que estes fiquem curiosos e sigam o produto, mas ao mesmo tempo ser concreto o suficiente para que os fãs tenham a mínima noção do que estão a ver. E tudo isto teve como cereja no topo do bolo um excelente combate de main-event de Tyson Kidd e Michael McGillicutty, que já tinham mostrado o quanto valiam um contra o outro na última temporada do NXT.

Algo bastante inteligente que a WWE fez com este programa foi usar caras conhecidas dos fãs para que estes se pudessem relacionar e motivar a depositar alguma confiança no produto, logo à partida. Alguém que os incitasse a querer ver o que estava a decorrer, ou pelo menos a ficarem curiosos. Estou a falar claro, de Jim Ross, William Regal e do General Manager, Dusty Rhodes, que apareceram logo neste primeiro episódio. São presenças reconhecidas e importantes o suficiente para credibilizar o programa, mas não grandes o suficiente para ofuscar as estrelas presentes, especialmente Dusty Rhodes.

A WWE tem por hábito, e no passado resultou extremamente bem, dar ênfase ao papel de General Manager e usá-lo em várias histórias. Contudo, neste caso, Dusty não aparece com muita frequência e, quando tal acontece, não é em todos os episódios. Meses depois do início deste novo formato, as aparições do General Manager são ainda vistas como especiais, o que para a WWE, não só é uma surpresa, como está a funcionar bastante bem. A atenção está nos lutadores e no que estes fazem e é isso que interessa.

Afinal, é essa a abordagem que faz sentido no NXT, não fosse esse o território de desenvolvimento. Os fãs sabem que existe uma figura de autoridade, sabe que é credível, mas não precisa de saber mais que isso. No fundo, todas estas Lendas funcionam lindamente como complemento ao programa e não como peças essenciais. Espero que os lutadores do NXT saibam como aproveitar esta ajuda.

Como seria de esperar, o período de apresentação destas novas caras arrastou-se por mais do que um episódio, mas mesmo assim não se tornou de mais porque este produto está confinado a apenas o NXT. Não há saturamento ou abuso, pois como os episódios são semanais não há risco de se tornarem um fardo ou provocarem cansaço aos fãs, e como são episódios curtos, deixam curiosidade para o que pode acontecer no futuro. Além disso, os episódios são curtos o suficiente para a WWE não exagerar nas repetições dos destaques da Raw, o que permite aos fãs terem um distanciamento dos programas principais.

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Ora, não são só as novas caras que têm oportunidade de se mostrar aos fãs, mas algumas daquelas que vemos frequentemente no roster principal também. Tyson Kidd prova, constantemente, o seu talento e valor em todos os combates que faz, não só nos que decorrem no NXT. Quando o vi inicialmente, não dava crédito nenhum a Michael McGillicutty, mas felizmente este tem-me surpreendido imenso pela positiva, sendo notórias as suas melhorias. Justin Gabriel e Heath Slater mostraram, num dos main-events do NXT, o que conseguem fazer se lhes for dado tempo adequado. Acaba por ser surpreendente constatar aquilo que alguns lutadores conseguem de facto fazer se dado um pouco mais espaço de manobra.

Não quer dizer que se transformem nos melhores lutadores do mundo com mais cinco minutos, mas certamente ultrapassam as expectativas dos fãs. Drew McIntyre acaba também por ter a oportunidade de se começar a reconstruir aqui no NXT e, tendo em conta a sua situação, não há sítio melhor para começar de início. Qualquer um destes lutadores mencionados, talvez com excepção de Kidd, é visto no roster principal como “jobbers” pela larga maioria do Universo da WWE. Porquê? Porque é exactamente assim que a WWE os retrata. Contudo, aqui eles possuem a oportunidade de mostrar que conseguem ser algo mais ou que podem trabalhar nesse sentido.

Tal como cheguei a abordar numa edição do “Perguntas e Respostas”, não sentia a falta de um título pelo qual os lutadores tivessem que lutar. A variedade apresentada por este programa, a qualidade aceitável e o facto de não existir pressão relativamente à construção de histórias ou personagens com o objectivo de chegar a algum lado tornou o NXT algo relaxante e bastante agradável de acompanhar. Contudo, a WWE acabou por apresentar um, não muito depois de ter feito tal afirmação, e a verdade é que, embora os meus receios existissem na altura de que a WWE iria estragar algo que estava a funcionar ao complicar o produto, os mesmos revelaram-se infundados. Pelo menos, até agora.

O torneio para escolher o campeão foi bem executado, com algumas escolhas óbvias, e os dois finalistas bem construídos e promovidos. Aliás, o facto de ter existido um episódio de intervalo entre o anúncio dos finalistas e a final, propriamente dita, valorizou o Título do NXT, mesmo tendo este um design absolutamente horroroso. É impressionante ver como o show menos importante da WWE, tão pouco importante que nem é transmitido nos Estados Unidos, que funciona à base da simplicidade absoluta, consegue fazer um título valer algo, quando por vezes, os títulos dos programas principais não valem nada. Talvez isto devesse servir como lição aos oficiais da WWE. Por vezes, ser simples e reiventar algo já feito, com algumas renovações, é a abordagem ideal.

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Este trabalho não foi desperdiçado, pois o combate pelo Título também foi bastante bom, potencialmente surpreendendo alguns fãs em relação ao trabalho de Jinder Mahal. Inicialmente, não tive muitas dúvidas em relação ao vencedor, mas o combate fez com que de facto duvidasse da minha crença, o que por si só garante um bom trabalho. Reitero o que disse a início, não quero fazer parecer que no NXT é tudo combates de cinco estrelas. Não é. Como é natural, ocorrem combates maus, pormenores dos quais não gostamos e com os quais não concordamos.

Porém, a forma como é apresentado aos fãs e como é criado torna o programa muito mais fácil, relaxado e divertido de assistir. Tendo em conta que é o programa que lida com o futuro da companhia, penso que melhor atitude é impossível. Se para a maioria dos fãs já é díficil acompanhar a programação principal da WWE, ou porque consiste em demasiados programas, ou porque é demasiado longa, não é difícil abdicar do território de desenvolvimento quando este é mau.

Ora, voltando aos nossos talentos do futuro, nunca tive dúvidas de que Seth Rollins seria um excelente campeão inaugural para o NXT, felizmente tive a oportunidade de investigar um pouco do seu trabalho antes da WWE, o que me dava essa segurança. Contudo, fiquei ainda mais feliz por constatar que Rollins conseguia mostrar na WWE aquilo que tinha mostrado fora da companhia. No fim do dia, não interessa a ninguém o que as pessoas fizeram para chegar à WWE, é o que fazem lá que vai determinar quão longe é que vão dentro da companhia. Rollins tem feito um excelente trabalho, dentro do ringue e fora dele, apenas preferia que este começasse a desenvolver um pouco mais a sua personalidade.

Não digo isto no sentido de ser algo que precisa de acontecer já na próxima semana ou depois, porque é o NXT e o ritmo do programa é excelente e não me tem dado razões até agora, para não ser paciente com o que fazem. Contudo, penso que é algo que Rollins precisa de pensar a longo prazo para quando chegar ao roster principal da WWE. Ser um babyface simples, como este está a ser no NXT, não vai bastar no roster principal. Rollins é carismático, interessante, com um look irreverente, que chama à atenção, mas não é pioneiro nesse sentido. CM Punk tinha qualidades bastante semelhantes quando chegou ao roster principal da companhia. Afinal, não nos podemos esquecer que por muito divertido que seja o NXT, este é apenas um lugar de transição para os lutadores, caso as coisas lhes corram pelo melhor.

Além de Seth Rollins, a equipa “The Ascension” parece-me bastante promissora. Possuem atitude, carisma, chamam à atenção e destacam-se do resto, o que é absolutamente fundamental. Não menos importante é a qualidade dos combates que têm tido com várias equipas, como os Usos e Justin Gabriel & Tyson Kidd. Aliás, tal situação funciona extremamente bem para todos os envolvidos, visto que duas das equipas fazem parte do grupo de estrelas vindas do roster principal que os fãs têm aqui uma segunda oportunidade para se dar a conhecer aos fãs e os conquistar. Relativamente aos Ascentsion, sinto-me extremamente empolgada com a ideia deles poderem transitar para o roster principal com estas personagens. Penso que, da forma como a Divisão de Tag Team está a evoluir agora, eles seria uma excelente adição, caso o trabalho deles continuasse a ser consistente.

Bray Wyatt é outro que, a meu ver, precisa mesmo de usar esta nova personalidade no roster principal. Embora se tenha lesionado recentemente, a verdade é que as suas vignettes têm-me mantido interessada nele e algo desejosa de ver mais do seu trabalho e de o ver evoluir. E no fundo, é exactamente isso que a WWE precisa de fazer com mais talentos, criar expectativa em relação ao que estes se podem vir a tornar. O objectivo do NXT, teoricamente, é esse: suscitar curiosidade nos fãs relativamente aos lutadores de amanhã, para quando o amanhã chegar eles começarem a ter impacto. Talvez, se tal acontecesse mais frequentemente, não só no NXT, mas no roster principal também, menos fãs perderiam tempo a queixar-se do facto de Shawn Michaels estar reformado, do The Rock ser actor e do Steve Austin e do Punk não terem um combate agendado. Talvez assim, mais fãs estariam preocupados e curiosos para ver o que vai acontecer amanhã na WWE, afinal, no fim do dia, é isso que interessa.

Do lado das Divas, ou deverei dizer, Anti-Divas, Paige é a única que, até ao momento, me tem chamado à atenção. Contudo, como a Divisão de Divas parece estar a meio de uma revolução, penso que ainda é muito cedo para ver o futuro das senhoras.

Gostava de acreditar que o facto deste programa não ser transmitido no Estados Unidos, onde se encontra a maior porção de fãs da WWE e o seu mercado principal, não impedisse os fãs americanos de investigar e assistir a este programa. Pelas razões que referi ao longo do artigo, este programa é extremamente interessante, especialmente se queremos que os fãs estejam empolgados e reajam às aparições e estreias de lutadores vindos deste meio.

Como é natural, compreendo que transmitir este programa nos Estados Unidos não seja muito fácil de fazer, visto que a WWE teria dificuldade em corresponder às expectativas de mais uma estação televisiva para transmitir um programa que à partida não teria audiências estrondosas devido ao facto dos lutadores ainda não serem caras completamente reconhecidas pelo público, contudo, acho que mesmo assim é algo em que se devia pensar em investir. De qualquer forma, neste tópico, não pode ser só a WWE a agir, é preciso que os fãs também queiram conhecer esta faceta do NXT e queiram ter uma melhor noção do que é o amanhã da WWE. John Cena não irá durar para sempre, assim como CM Punk, Randy Orton e tantos outros.

Da minha parte, recomendo o NXT a todos os que conseguirem encaixar mais um programa no horário. Pessoalmente, não me arrependi ainda. Espero que com este artigo tenha incitado alguém a pelo menos experimentar alguns episódios. Como normal, estão disponíveis aqui no Wrestling.PT. Desejo uma boa semana a todos e até à próxima edição!

Opinião Feminina #98 – The Future is Now

4 Comentários

  1. Excelente artigo Salgado.

    Por acaso não estava à espera que fosse este o tema mas acabou por funcionar na perfeição.

    Já reparei que tu esperas sempre uns tempos antes de escreveres sobre um determinado tema e, sinceramente, concordo com essa opção.

    O NXT surpreendeu-me logo à partida,pela positiva,pela diferença que o caracteriza em relação aos programas principais da WWE.

    Personagens excelentes,combates de grande qualidade e, principalmente, Wrestling puro.

    Devo confessar que as personagens que eu mais anseio por ver no roster principal são os The Ascension,ainda para mais agora que a divisão de Tag Team da WWE está a voltar a ter destaque. Podem não ser as caras da empresa no futuro,mas são aqueles que me despertam mais curiosidade. Espero mesmo que quando derem o salto as personagens actuais se mantenham.

    Depois temos Seth Rollins,Richie Steamboat,Chris Hero (ou Kassius Ohno),Bo Dallas,enfim,muita gente que nos assegura (e à WWE) um futuro promissor,quando os de agora já não estiverem presentes.

    Infelizmente,não tive tempo para acompanhar o NXT nas últimas semanas mas tenho que me actualizar,não quero perder pitada do que tem acontecido.

  2. O Tyson Kidd, o Justin Gabriel e o McGuillicuty são excelentes wrestlers, por isso vou vendo NXT para os ver lutar. Em relação aos wrestleres em desenvolvimento o meu favorito é sem duvida o Seth Rollins, tem um futuro excelente á sua frente.
    Este novo formato do NXT é excelente só gostava que não fosse transmitido um mês depois de ser gravado.

  3. Eliel Junior12 anos

    espero anciosamente pela estreia do PAC no nxt..aquele cara e um high-flyer incrivel,se a wwe quiser pode colocar uma mascara nele e mudar a gimmick!! *–*

  4. Qualidade? Há. O resto é com a WWE!

    Não serve de nada ter talento para depois andarem com gimmicks de treta e personagens chatas e enfadonhas e não é necessário que tenham todos grandes ring skills… há exemplos de homems com ring skills fracas mas que a sua intensidade em promos e com o seu porte fisico basta para atrairem multidões e é bom que a WWE saiba o que fazer porque objectivamente realmente aqui há qualidade para assegurar o futuro!