Não se há de falar dos maiores lutadores brasileiros de todos os tempos, sem aludir à primeira das lutas profissionalizadas no mundo, o boxe. No Brasil, já foram muitos os boxeadores de destaque, de Servílio de Oliveira, primeiro medalhista olímpico brasileiro (México, 1968), passando por Miguel de Oliveira, campeão mundial dos médios-ligeiros em 1975, Adílson Rodrigues, o singular Maguila, peso-pesado que figurou entre os três maiores na década de 1980, e Acelino Freitas, o Popó, quatro vezes campeão mundial em duas categorias distintas, super-pena e peso-leve, nenhum foi mais emblemático para o boxe brasileiro que Éder Jofre.
Paulistano do Parque Peruche, Éder Jofre nasceu em 26 de março de 1936. Enquanto amador, foi lutador do São Paulo Futebol Clube. Tricampeão mundial em duas categorias diferentes, peso-pena e peso-galo, ficou conhecido como o galo de ouro. Dono de um cartel de causar inveja, ao longo de sua carreira foram 81 contendas, 75 vitórias, sendo 52 nocautes, 4 empates e duas derrotas, ambas para o japonês “Fighting” Harada, resultados questionados historicamente. Foi eleito o maior boxeador da década de 1960, à frente de Muhammad Ali, pela prestigiada publicação “The Ring”. Éder Jofre é frequentemente mencionado como um dos melhores de todos os tempos e exemplo para inúmeros outros boxeadores, como no caso de Mike Tyson, que sempre o considerou o maior e um espelho. Se há uma ligação entre www.apostas-desportivas.org a nobre arte e quaisquer outras lutas, essa ligação é Éder Jofre.
Com o passar das décadas e uma extrema profissionalização das artes marciais, que acabou culminando com as lutas de MMA, o Brasil passou a produzir uma série de campeões e algumas verdadeiras lendas, como, por exemplo, Rickson Gracie. O carioca da cidade do Rio, Rickson (21 de novembro de 1958) personifica a lenda; em torno do lutador as histórias se multiplicam e atribuem a ele a condição de entidade. São muitos os que garantem que Rickson tenha feito mais de 460 lutas, todas vencidas por finalização em torneios de jiu-jitsu, sambo e luta livre. Uma única derrota, para Ron Tripp, teria sido fraudulenta. O fato inquestionável é que como lutador de MMA disputou 11 lutas, vencendo todas por finalização. Era o começo da década de 1990 e no clã dos Gracie, seria seu irmão mais novo, Royce, que seria considerado por muitos especialistas o maior lutador de MMA de todos os tempos.
Presente no primeiro UFC – Ultimate Fighting Championship – em 1993, Royce protagonizou uma verdadeira saga, lutando três vezes na mesma noite, tornando-se campeão. O caçula dos Gracie também foi campeão do UFC-2 e só não foi tri consecutivamente, pois no UFC-3 foi duramente castigado pelo folclórico Kimo Leopoldo, em uma luta praticamente sem regras e, embora tenha vencido a luta por finalização, Royce não prosseguiu no torneio. Voltou a ser campeão no UFC-4 e dividiu o título do UFC-5 com Ken Shamrock, em luta que terminou empatada, resultado que muito desagradou a Royce. Royce foi absoluto entre os anos de 1993 e 1996, quando deixou o circuito. Voltou a lutar no ano 2000 em um torneio do Pride. Nas quartas de final encontrou aquele que era considerado o maior lutador da modalidade, Kazushi Sakuraba. Em uma luta sem previsão de tempo, ou seja, só teria desfecho com a finalização, nocaute ou desistência de um dos lutadores, Royce acabou derrotado quando sua equipe jogou a toalha no sexto round. Em 2007, os dois voltaram a se encontrar e Royce saiu vencedor, contudo, foi pego no antidoping e desclassificado. Não obstante, Royce continuou a lenda da família Gracie.
Com a, digamos, modernização do MMA, vários outros atletas de várias outras artes marciais, se consagrariam no mundo das lutas. Marco Ruas sagrou-se campeão do UFC-7, derrotando verdadeiros tanques de guerra, Larry Cureton, Remco Pardoel e Paul Varelans, já que na época não havia limite de peso, dizendo a que vieram os brasileiros no esporte. Posteriormente, Vitor Belfort, venceria o UFC-12, aos 19 anos, o mais jovem a se tronar campeão na modalidade. Voltaria a ser campeão no UFC-46, vencendo na final outra lenda, Randy Couture.
Outros brasileiros se tornaram campeões, até surgir aquele que, por boa parte da imprensa especializada e mesmo por lutadores de diferentes épocas, é considerado o maior lutador de MMA de todos os tempos, Anderson Silva, o Spider. O paulistano Spider (14 de abril de 1975) antes de chegar ao UFC, lutou no Pride e, embora fosse apontado como um ótimo lutador, não chegou a ser protagonista.
Em 2006, maduro e com uma luta bastante consistente, Anderson Silva começa a construir uma carreira de êxito. Tornou-se campeão dos pesos médios em sua primeira temporada na modalidade e reinou absoluto até 2013 quando foi derrotado por Chris Weidman. Nesse período foram 17 vitórias consecutivas e 10 defesas de título.
Alguns percalços foram marcantes na trajetória do Spider. Na revanche contra Weidman, Silva quebrou a perna ao desferir um chute lateral baixo. Em janeiro de 2015, o lutador foi flagrado no antidoping e cumpriu uma suspensão de um ano. Em 2018, outra vez foi pego no antidoping. Tais ocorrências, porém, não foram capazes de apagar o período entre 2006 e 2013, quando foi coroado, se não o maior, um dos maiores de todos os tempos.
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