Ora bem, como todos sabemos, a WWE sempre ou quase sempre teve, na sua já longa história, certos sítios para colocar os seus wrestlers recém contratados, para aprenderem, melhorarem e superarem-se. Estes sítios eram denominados de “Territórios de Desenvolvimento” e eram, regra geral, empresas locais que eram novamente activadas ou criadas, para assim receberem os novos talentos da maior empresa do mundo. Entre essas inúmeras empresas, destacam-se a Deep-South Wrestling, a OVW (recentemente adoptada como território de desenvolvimento da TNA) e a última, a FCW. Mas tudo mudou quando Triple H começou a tomar conta dos talentos da empresa.

Quando o NXT foi criado, era mais do que um show semanal, era uma espécie de Reality-Show, onde um grupo de novos talentos competiam em combates e nos mais variados desafios, para tentarem ganhar um contrato com a WWE. Uma espécie de Tough Enough, mas como show semanal e totalmente conduzido pela empresa, ou seja, era escrito como um show normal. Este sistema durou durante 5 Seasons ou temporadas e viu 4 vencedores (a última season não teve vencedor): Wade Barrett, Kaval, Kaitlyn e Johnny Curtis (aka Fan-Dan-go). No fim da 5ª season, mais ou menos ao mesmo tempo que Triple H entrou em funções, o show foi totalmente renovado. Continuou a ser um show semanal, mas gravado num sítio apenas, a Full Sail University e tornou-se no território de desenvolvimento da WWE, onde os novos talentos podem trabalhar e lutar nos shows semanais, mostrando o que valem em frente a público e na TV. Há bem pouco tempo, a WWE decidiu dar mais um passo gigantesco e construiu o seu próprio “ninho”, o WWE Performance Center, onde os lutadores aprendem e recebem formação, mas mais do que isso, onde os talentos podem trabalhar as suas skils ao microfone e também trabalhar nos ginásios do edifício. Um sitio fantástico, que permite aos responsáveis da WWE estar sempre em cima do acontecimento.

Apesar de achar o actual NXT o sitio perfeito perfeito para os talentos “aprenderem” o que é ser WWE, acho que ainda existem diversos erros, que comprometem o trabalho desenvolvido até agora. E é por isso que eu decidi criar o meu próprio NXT. Basicamente, é a mesma coisa que tem sido até agora, mas com ligeiros melhoramentos, que viriam a ser cruciais no sucesso do NXT e consequentemente, no sucesso dos talentos. Dividi estes melhoramentos em 5 pontos que eu considero essenciais:

Contratar quem perceba da coisa

Primeiro de tudo, colocar lá quem saiba minimamente trabalhar e sabe o que está a fazer dentro de um ringue. Não, não estou a falar de todas as “Internet Darlings”, não estou a falar de chegar á ROH e contratar meia dúzia. Estou a falar de wrestlers independentes, que trabalhem na América, mas também talentos que trabalhem fora de portas, como no Japão ou no México. Em vez de andarem a contratar bobybuilders e campeões de braço de ferro, contratar gente que anda no wrestling porque é uma paixão para eles. Lutadores credenciados famosos ou desconhecidos, mas que quando entrem para a empresa, saibam comportar-se dentro de um ringue.

Pensamentos #83 – O meu NXT

Ao mesmo tempo que se contrata gente que sabe minimamente trabalhar, colocar gente que sabe ensinar. Actualmente, são vários os ex-wrestlers que trabalham no Performance Center, muito deles que possuíram carreiras sólidas e que fizeram da WWE a sua vida. Mas lá por serem ex-WWE, nem todos sabem o que realmente significa ser WWE. – Abro aqui um parêntesis para falar de gente que está lá sem saber como – Um dos exemplos que mais me choca que esteja lá para ensinar é Bill de Mott. O homem esteve 4 anos como wrestler da WWE, não teve sucesso propriamente dito e é actualmente o treinador principal do NXT. Mas o que mais surpreende, é facto do homem fazer tudo e mais alguma e ainda ter emprego! Sacar de uma arma nos treinos, agredir talentos, insultá-los, até colocá-los a treinar todos nus. Ele até pode ser o melhor treinador do mundo, mas com credenciais destas, não entrava no meu NXT. Voltando ao ponto de discussão, eu colocaria as seguintes pessoas como treinadores:

– William Regal
– Dean Malenko
– Finlay
– Billy Kidman
– Kane
– Joey Mercury

Todos eles tiveram carreiras excelente e sabem bem o fazem dentro de um ringue. Estou seguro que todos eles iam contribuir para um melhoramento nos treinos dentro do Performance Center.

Contratar Lutadoras, não Divas

Aqui mais uma vez volto a dizer: Não é contratar toda e qualquer Diva Indy que seja uma lutadora técnica fantástica! O que eu quero dizer, mais uma vez, é contratar lutadoras, não modelos. Uma mulher, lá por ter umas grandes mamas, um rabo fantástico ou por ter pousado para uma revista qualquer, não significa que tenha aptidões para ser contratada pela WWE. Apesar das Divas recém contratadas terem uma excelente treinadora, Sara del Rey, isso não significa que venham a ser grandes lutadoras. Se uma mulher chega lá sem saber fazer um simples bump, acho que é um grande erro estar a gastar dinheiro em gente assim. A não ser que seja mesmo uma fora de série, que aprende muito depressa e consiga, em pouco tempo, estar pronta para subir a um ringue na TV. Um dos exemplos mais parvos a nível de contratações de Divas é Eva Marie. A rapariga não sabe sequer o que é um armdrag!

O departamento de scouting da WWE é enorme, tem contactos em todo o lado e consegue saber sempre quem se destaca. E quem se destaca, nem sempre é aquela lutadora extremamente técnica. Um bom exemplo disso é a “nossa” Shanna, que mesmo sendo uma excelente lutadora, sabe dar espectáculo. E é assim que as lutadoras do NXT devem ser.

Palestras de quem sabe

De certeza absoluta que os treinados do NXT dão palestras, sobre como fazer algo ou de como agir em determinada situação. Mas uma das medidas que eu implantava no meu NXT, era ter um talento de topo a dar uma palestra aos novos talentos. Uma vez por semana, ter um lutador do Main-Roster a falar aos alunos, a falar sobre as suas vivências, sobre a sua experiência, a dar a conhecer o que realmente é a WWE a quem ainda não sabe. Tal como faziam no antigo Tough Enough, onde até o Triple H foi e deu uma aula de moralidade nunca antes vista e que terminou com a seguinte frase ” If you are here to have sucess, good, if you’re not, don’t waste our fucking time!”

Pensamentos #83 – O meu NXT

Ter alguém a falar, alguém que motive as tropas, é algo indispensável e que eu consideraria essencial para o sucesso de um Performance Center.

Video-Aulas

Outra das medidas que eu implementaria no NXT, seriam as video-aulas. Aulas de wrestling, mas para verem vídeos dos melhores combates de sempre, das melhores promos de sempre, etc… Não existe nada melhor do que querer explicar algo e apresentar um excelente exemplo de como se fazer algo. Tal como na escola, em que viamos filmes ou documentários sobre certos assuntos, também no NXT seria assim. Ainda há pouco tempo, foi publicado um video na Internet, onde podíamos ver alguns talentos do NXT a praticar as suas promos e que a maioria não sabia sequer o que dizer ou simplesmente diziam piadas. Isto assim não dá!

Pensamentos #83 – O meu NXT

Em vez de estarem a ensaiar do nada, apresentar-lhes vídeos de grandes promos e dizer “Meus amigos, é isto que é preciso. É esta atitude, é este carisma que nós queremos!”. Claro que nem toda a gente pode ser um CM Punk ou um The Rock a falar ao microfone, mas toda a gente, toda a gente sem excepção, pode melhorar nesse aspecto.

Tirar partido do melhor ou do pior de cada um

Este sim é o ponto mais importante. Trabalhar e aproveitar o que de bom ou de mau os talentos têm. Comecemos por um exemplo concreto: O Kassius Ohno foi despedido porque supostamente estava insatisfeito e porque não tinha vontade de trabalhar o corpo no ginásio. Ora, porque não explorar isto? Fazer uma história, onde o Ohno tentaria ganhar músculos. Fizeram algo parecido com o Matt Hardy quando ele queria perder peso para competir com os Cruiserweights. Filmavam-se uns segmentos engraçados, com o Ohno a tentar ganhar músculos, a trabalhar com o Tony Atlas no ginásio ou a levantar pesos com o Big E Langston. Porque não? Era entretenimento e assim Ohno seria aproveitado, em vez de ser despedido. Já estão a imaginar o Ohno a não conseguir levantar um certo peso e o Tony Atlas a rir-se? Era lindo!

Pensamentos #83 – O meu NXT

Por outro lado, aproveitar as pequenas coisas que até podem fazer parte do wrestler como pessoa! Por exemplo, o Zema Ion conseguiu criar a sua personagem a partir da sua própria excentricidade e da sua mania pelo cabelo no sítio. E é isso que os talentos têm de fazer, entregar á sua personagem, um pouco de si próprios. E se for preciso mudar, muda-se completamente. O El Generico, depois de contratado, tirou a máscara e mudou a sua personagem completamente. E não foi para pior. Muito pelo contrário. Muitos que torceram o nariz na altura, agora idolatram o Sami Zayn.

Resumindo e Concluindo

O NXT, juntamente com o Performance Center, está em alta. De lá, saem e vão continuar a sair grandes talentos. Cada vez mais e cada vez melhores. Mas a estrada para o sucesso definitivo é longa e nem todos vão lá conseguir chegar. Muitos tentaram. Alguns conseguiram. E aqueles que conseguiram, a sua carreira foi elevada a um nivel, com que eles nem sequer sonhavam. Só têm uma oportunidade para se tornarem imortais ou tornarem-se nada!

See you next week, here on WPT!

3 Comentários

  1. xvídeos11 anos

    bom artigo!

  2. Mr. Anônimo11 anos

    Bom artigo! Concordo com tudo que aí esta escrito.

  3. Nani11 anos

    Excelente artigo.
    Para ti RicardinhoO quem gostavas de ver no NXT ?