Perguntas e Respostas #109

Olá a todos e sejam bem-vindos a mais uma edição do “Perguntas e Respostas”. E deixem-me, desde já, esclarecer qualquer dúvida ou confusão sobre a minha presença aqui. É verdade que não devia já ser eu e muitos de vós – ou melhor, todos – tinham as vossas perguntas voltadas para o akujy, mas como já devem ter notado, este nosso co-escritor do “Beyond the Mat” não pôde estar disponível, nem vos pode, para já, brindar com a sua aclamável escrita. Resta-nos a todos desejar-lhe as melhoras e que volte em força.

Dada a explicação… Salto eu para o seu lugar e apresento as respostas a algumas das vossas perguntas, que não sofressem do timing pré-Money in the Bank, que compromete qualquer tipo de previsão, quando o evento já se concretizou. Espero que apreciem o trabalho aqui concretizado fora da minha vez:

Nani: Achas que se o Chris Masters e o Carlito tivessem sido bem aproveitados na WWE podiam ser WWE Champion ou World Champion ?

É uma situação de já me ter desabituado agora e não conseguir imaginá-los no presente, para saber quanto podiam ter crescido ou não. Já tenho a sensação de que já está escrito, é porque já era para ser assim e já não dava para crescerem mais. Mas posso tentar uma avaliação retrospectiva.

Chris Masters parecia encaminhado para ser construído como um main eventer. Chegou, ainda muito jovem, e teve um rápido push, no qual chegou a ser candidato ao título da WWE. Após uma queda para o midcard, lesões e suspensões, foi caindo até atingir a irrelevância e ser despedido. Voltou para encher chouriço e para sair outra vez. Ficou tudo feito e não houve nada para Masters. O caso deste pode imaginar-se: até era possível que ele viesse a ser um main eventer e Campeão Mundial se azares e erros não lhe tivessem cortado as pernas. Até tinha o “corpo ideal” para os parâmetros do Vince e era um tipo trabalhador e talentoso. Não foi um caso de aproveitamento, mas acho que Masters podia ter sido grande e eles também queriam que o fosse.

Já Carlito, é aquele tipo de lutador que, por muito que goste dele, parece feito para ser midcarder. Não digo que não conseguisse chegar mais longe, se o trabalhassem mais para isso, mas não o vejo com os parâmetros para Campeão Mundial, pelo menos atendendo aos critérios da WWE. Mas tem tudo para ser um sólido midcarder, com boa atenção e ocasionais visitas não permanentes ao main event. Mas nem isso quiseram fazer e deixaram-no ir, ficando o “Caribbean Cool” irreparável…

Rodrigo Neves: Achas que Rollins terá futuro como main eventer ou achas que vão dar tudo ao Reigns e pôr o Rollins e o Ambrose no MidCard?

Neste momento até parece que é nele que se estão a focar bem para que tenha o seu lugar fixo no parque de estacionamento do main event. Tem o apoio das autoridades e um bilhete directo para o título grande. Mas a questão quanto aos três ex-Shield é muito simples e digo o que sempre dizia, já desde os tempos em que estes ainda davam os seus primeiros passos na destruição de inocentes: se os três nao constituirem o main event no futuro, é porque alguém lá dentro entre os oficiais fez asneira da grossa. Tão rapidamente se estabeleceram como um grupo, como se estabeleceram individualmente. Ainda como integrantes do grupo.

E agora que foi cada um para o seu lado é que se vê. Roman Reigns é o nome que tem direito a uma pausa antes de ser mencionado, para obter o devido pop e já anda a brincar com os grandes, esses mesmos que não saem de lá há praticamente uma década. Seth Rollins tem uma chance ao título garantida, é o menino bonito da “Authority” e parece encaminhado para ser Heel de topo, pelo menos no futuro próximo. Dean Ambrose anda sempre à perna de Rollins para ir para o mesmo sítio que ele e é, actualmente, dos mais bem recebidos Faces, sem necessitar de ser um bonzinho de sorrisinhos e abracinhos. Logo, volto a dizê-lo: é preciso uma asneira muito grande para que o futuro main event não tenha estes três lá estampados. E potencial no main event têm todos eles de sobra, para dar, vender e ficar com muito para eles!

CMelo: Qual era o momento perfeito para acontecer o Brand Split? Achas que só vai acontecer quanto esta história da unificação acabar?

Pergunta frequente, mas continuo a considerá-la pertinente. Muito se fala na “brand split” e também eu gostava muito dela. Mas não há condições para isso. Se é para acontecer quando a história da unificação acabar… Não me parece que seja apenas uma história temporária, lá porque eles ainda andam com os dois cintos a tiracolo. Parece-me algo permanente. Mas era necessário separar o título, reinstalar o valor do título Mundial e fazer a coisa da forma mais minimamente organizada possível. Só aí se voltava para a separação e tinha vantagens como restaurar o interesse no SmackDown e ter o que fazer com tanto talento, agora que há muito sangue jovem a subir.

Mas não é para já, nem sei se pensam voltar a fazer isso. Não é daquelas situações de quando, mas sim de “será que”. Pode voltar, mas não sei qual seria o momento perfeito. Ia necessitar de muita construção, de qualquer forma…

LeonardoBR: Achas que a TNA fez uma boa escolha em escolher o ringue de seis lados?

Se perguntarem a alguns wrestlers, eles respondem logo, muito redondamente que não. O Austin Aries então… Ainda vai aos arames. Logo, tenho que olhar dos dois lados.

Lado bom: Muito antigo fã que tinha deixado de acompanhar ou que acompanhava com desânimo, levantou logo a orelha. O que a TNA precisava. Não quer dizer que seja o suficiente para que resolvam os seus problemas e as suas asneiras, mas já têm algo para cativar fãs antigos e fazê-los aplaudir a decisão. Manobra de desespero? Possivelmente, mas estava a fazer-lhes falta algo para arrebitar.

Lado mau: Nem todos os talentos estão contentes com a decisão, há uma maior probabilidade de ocorrência de lesões e há malta nova que nunca treinou no semelhante para começar agora, do nada, a trabalhar num ringue muito diferente do costume. Poderá custar para muita boa gente como EC3, os Wolves, Kenny King, Bram, toda a X Division que não seja retornada, Knux e amigos, entre muitos outros a habituar a esse ambiente que será novo para eles. E o desábito também pode acontecer. Será que nos arriscamos a ver lutadores contrariados ou a não conseguir trabalhar a 100%? Teremos que ver para saber…

FabioVazz: Na minha opinião é interessante ver uma feud de Divas a ser construída, como está ocorrendo com Summer Rae e Layla. O que esperas para desfecho desta feud visto que Fandango também está lá envolvido, e achas que esta está a enriquecer a divisão de certa forma?

Ter que assistir a mais que um combate de Divas por PPV pode ser um martírio para muitos, mas por que não? São muitas Divas para um cinto, têm que ficar muitas na prateleira à espera. E se é para dar atenção à divisão, porque não dar-lhes tempo de antena mais que uma vez, para ter a certeza que prestamos atenção e sabemos que está lá? Logo, até concordo com esta opinião e até acho que esteja a “enriquecer”, da sua certa forma realmente, a divisão. Mesmo que o conteúdo não seja sempre o melhor, ao menos vê-se que estão a tentar.

Quanto ao desfecho, pode acontecer muita coisa. Parecia que tinha fechado no Money in the Bank, mas a coisa não acabou, já mete Ziggler e Fandango continua dividido. Já mete mais marmanjos, já envolve mais além da divisão feminina e combates mistos já se devem avizinhar. Isto podia dar muitas voltas, até que Layla e Summer já tivessem trocado tantas vitórias e derrotas alternadas que, continua a não se saber qual a superior e Fandango cada vez mais encrencado. A feud ganhava relevância e decidia-se um combate final que definia uma candidata ao título das Divas, o que podia espevitar o interesse de Fandango. Este e Ziggler estariam activamente envolvidos na feud e, como achamos que ambos merecem melhor, também se pode fazer o mesmo com eles e decidir um candidato a um título de midcard entre eles, o que podia retomar tensões entre casais – considere-se que quem ganha as candidaturas, são de casais opostos. Mas para isto, esta história de “chouriço” tinha que se chegar muito à frente para ganhar tanta relevância e envolvência em títulos.

De facto, não sei que desfecho esperar e é bem possível que despachem qualquer coisa às três pancadas. Deixei uma sugestão, mas não sei propriamente muito sobre o futuro do assunto, nem o que esperar e lá me mantenho como o espectador à espera…

Samy Lee: Achas que se Natalya voltasse a ser a heel que era em 2011 quando estava ao lado da ex-Diva Beth, seria uma boa rival para Paige?

Acho que em qualquer situação, Natalya seria uma boa rival para Paige. Quando escrevo isto, já AJ Lee é Campeã… e Natalya continua a ser uma boa rival para a Paige. Sabemos bem os combates que elas podiam dar e sabemos ainda melhor o bem que isso fazia à divisão que, ainda não estando no alto, já começa a espreitar para tentar recuperar o interesse.

A questão aqui é, quem devia ser Heel? Vejo Natalya já bem estabelecida como a boa rapariga com as suas pancas – é o que eles querem transmitir com o “Total Divas”, pelo menos – e como uma Face já over por isso. Quem eu acho que devia experimentar uns passinhos como Heel é mesmo a Paige, já que não tinha que mudar assim tanto a sua atitude mas podia ficar mais intensa. Ainda para mais, com o regresso de AJ, houve ali um estranho ambiente e mudanças de atitudes, que até parecia que as Divas estavam a fazer o “double turn”. Respondendo, de forma muito rápida e resumida: Natalya seria uma boa rival para Paige, ponto. Fosse ela Heel ou Face, tinham por onde pegar e por onde tirar qualidade…

Mr. W0LF: Provavelmente é pouco provável, mas o que acharias de uma “brand war” (tipo WWF vs WCW ) entre a WWE e a TNA?

Gosto da expressão “provavelmente é pouco provável”… Mas brincadeiras à parte, até acho que é impossível e que não deve passar dos sonhos e fantasias de fãs. Mas considerando a hipótese… Não me parece boa ideia sequer. A TNA ainda não é propriamente competição à WWE e funciona mais como uma alternativa ou uma adição. O número de espectadores da WWE ainda supera muito o da TNA e era demasiado larga a fatia de fãs da WWE que ainda nada sabem sobre a TNA. Logo, seria muito constrangedor, meter à balda uma data de gajos que muita gente do público nem sabe quem são.

Num embate de esquisitóides entre Bray Wyatt e Willow, jovens iam pensar que raio se tinha passado com o Jeff Hardy, iam perguntar-se quando é que o Derrick Bateman se tinha tornado gente, porque é que o Mr. Kennedy andava igual mas a gritar outro nome e simplesmente iam perguntar quem era muita daquela malta. Não tem grandes condições para colocar uma companhia frente à outra, como rivais equilibrados, porque não estão ao mesmo nível em termos de público e até de starpower. Para já, é sonho para muitos. A mim não me causa grande exaltação e curiosidade por acaso…

Bem, por aqui me fico nesta edição do “Perguntas e Respostas” e peço desculpa se, ficou uma edição mais breve e se avancei muitas perguntas de boa gente que queria ver os seus pedidos atendidos. Foi muita pergunta referente ao então futuro Money in the Bank, a pedir previsões e outras dirigidas directa e especificamente ao akujy que decidi deixar de lado, para continuarem direccionadas ao co-autor do “Beyond the Mat”. Foi o que pude fazer, saltando e ocupando esta vez. A próxima edição e a próxima em que participarei serão ainda mais sólidas. Mas espero que tenham gostado e que estejam esclarecidos. Têm tudo aberto para colocar as vossas novas questões ao talentoso Miguel Rocha que vos entretém semanalmente com o “The People’s Elbow”. Ele saberá bem como esclarecer as vossas dúvidas e curiosidades.

Desde já um agradecimento pela vossa participação e compreensão e continuem a ser os grandes fãs que são!