Perguntas e Respostas #131

Sejam todos muito bem-vindos a mais uma edição do “Perguntas e Respostas” que terá assim mais uma contribuição minha. Tal como das outras vezes, escolhi as questões que considerei serem mais pertinentes e as que possuem as respostas mais interessantes. Relativamente às questões sobre CM Punk e as recentes participações deste no podcast de Colt Cabana, as mesmas estão a ser tema no Opinião Feminina. De seguida estão as vossas respostas!

5dx: “Salgado, o que é que achaste da estreia dos New Day?”

Depois de tanto tempo de espera e de achar que o grupo tinha simplesmente deixado de existir, os New Day finalmente estrearam-se. A estreia não foi nada de mais, o problema foi o seguimento. Como é hábito, a WWE tem imensa dificuldade em dar o devido seguimento às histórias que começa. Xavier Woods, Big E e Kofi Kingston possuem o rótulo de estrelas sem futuro, o que é curioso, visto que dois elementos já tiveram reinados com Títulos secundários no currículo. Graças a isso, os três precisavam de muito para convencer os fãs a vê-los com outros olhos. Vê-los a estrear num dia e perderem poucos dias depois não é o método correcto para o fazer.

Percebo que a WWE não quisesse que a equipa vencesse o Tag Team Turmoil e que a Divisão de Tag Team acusa, neste momento, falta de equipas, mas era necessário arranjar outra solução. A estreia não foi má, mas também não foi boa. Simplesmente aconteceu e não marcou a diferença e o problema não foi rectificado na posteridade. A WWE simplesmente falhou em dar motivos aos fãs para se investirem no grupo.

João: “Acham que Jeff Hardy poderá voltar um dia para a WWE?”

Poder, pode sempre. Se vai voltar, não sei. Nesta indústria, nunca se deve dizer nunca. Aquando a sua saída da companhia em 2009, Jeff Hardy era uma das estrelas mais populares, por isso, não me admirava se ele um dia voltasse, nem que fosse com um contrato semelhante ao de RVD ou para fazer um combate ocasionalmente.

Anónimo: “Salgado, como você faria o debut (na verdade a continuação) do Sting na WWE? Tipo, quando ele iria voltar, o que iria fazer?”

Pessoalmente, não tenho qualquer interesse em ver Sting lutar na WWE. O problema começou no Survivor Series. A estreia de Sting no evento foi, de facto, muito bem-feita, mas a sua execução exige a promoção de um combate e o combate em si, caso contrário os fãs que tanto esperaram por este momento irão ficar extremamente desiludidos. A execução da estreia foi brilhante e exige um seguimento. Seguimento com o qual nunca concordei.

A meu ver, o envolvimento de Sting na WWE deveria limitar-se à venda de merchandise, promoção de jogos, promoção da WCW e dos conteúdos que a WWE Network tem da WCW, eventual aparição em eventos especiais e, se Vince assim o quiser, a apresentação no WWE Hall of Fame e a aparição tradicional na Wrestlemania na noite seguinte. Sem combates.

ManiacPacman: “Na tua opinião, quem achas que deveria sair do main-roster da WWE, seja para dar espaço a alguns talentos do NXT, seja por simplesmente já não fazerem falta?”

Cameron, David Otunga, Rosa Mendes e R-Truth. Acho que nenhum destes nomes faz falta e, no que toca às Divas, é preciso espaço para elevar alguns dos talentos femininos do NXT. Existem outros nomes que podem ser removidos, mas é preciso lembrar que um card precisa de todo o tipo de talentos. Não é eliminando todos os talentos mais fracos ou menos destacados que se resolve qualquer problema. É necessário arranjar uma função para todos e, definitivamente, preparar novos main-eventers.

Kauê Souza: “Salgado, na sua opinião, você acha que Paige não está sendo usada de forma correta? Visto que a mesma sofreu uma derrota vergonhosa no Survivor Series. E, se você fosse o booker da WWE, qual diva você colocaria para feudar com a mesma?”

Não achei a derrota de Paige vergonhosa. Vergonhoso é a falta de talento e dedicação de algumas Divas que estavam no combate. O combate no Survivor Series deveria ter-se resumido a Paige vs. Natalya ou Paige vs. Emma. Embora a rivalidade fosse entre Alicia Fox e Paige, esses dois combates mencionados teriam sido muito melhores com o devido tempo.

O problema de Paige é o problema de todas as Divas. A WWE não tem qualquer interesse em usar as habilidades que as Divas tem da melhor forma e de forma consistente. Natalya e Emma são, definitivamente, duas divas que gostava de ver a entrar em rivalidade com Paige.

Thiago: “O que você acha que a WWE poderia fazer para ter uma divisão feminina decente, Salgado?”

Primeiro que tudo, apenas estrear no roster principal Divas minimamente competentes. Isto significa que estrelas como Eva Marie e Summer Rae, por exemplo, precisavam de voltar para o WWE NXT e só saíam de lá quando tivessem melhorado significativamente. Caso contrário, eram despedidas.

Histórias sólidas seriam necessárias para desenvolver as rivalidades entre as Divas e, de preferência, fugindo aos clichés a que já estamos todos fartos. Não é preciso que todas as histórias sejam centradas à volta da loucura de uma Diva. Disso já vimos o suficiente.

Como referi num artigo do Opinião Feminina há meses atrás, há muito tempo que é preciso uma figura exemplar do sexo feminino nas histórias da WWE e a companhia simplesmente não sabe criá-las. Se são heroínas, são Divas sem carisma ou capacidade de estabelecer uma ligação com o público. Se são vilãs, ou são umas invejosas sem príncipios ou estão mentalmente perturbadas. Isso é um problema que só é resolvido com investimento e interesse da parte da companhia.

Acima de tudo, qualquer história precisaria de tempo, destaque e Divas talentosas. Segmentos de um quarto de hora com duas Divas que não sabem representar aos gritos uma com a outra, como foi o caso das Bellas Twins, não é forma de fazer as coisas. É preciso usar e aproveitar os pontos fortes de cada Diva e proteger os pontos fracos, não expô-los ao máximo só porque sim.

Finalmente, é preciso um bom agente e tempo para as ajudar a mostrar o que conseguem fazer dentro de ringue. Não existe qualquer razão para os combates de alta qualidade que vemos entre as Divas do NXT não acontecerem também no roster principal.

Vitorxd e Flight of the Valkyries: “Salgado, o que achas do card do TLC?” e “Salgado o que se pode esperar do TLC? Que combates serão adicionados?”

Penso que será anunciado mais um combate para o pré-show e outro dois para o card principal. Provavelmente, envolverá lowcarders como Adam Rose, o Coelho, Heath Slater e companhia limitada. Os combates principais, das histórias que estão a ser agora tratadas, já foram anunciados, agora só faltam os menos importantes para gastar tempo. E a não esquecer o combate de Divas.

Olhando para o card, o evento tem tudo para ser divertido. Luke Harper vs. Dolph Ziggler, Seth Rollins vs. John Cena e Dean Ambrose vs. Bray Wyatt vão ser, quase de certeza, excelentes combates. The Miz & Damien Mizdow vs. Usos tem o potencial para surpreender pela positiva também, embora o entretenimento esteja garantido.

Parece-me um balanço bastante positivo para o evento de fim-de-ano.

TheJohnX e MrW0LFe: “A última vez o Anonymous GM foi um fracasso. O que farias para mudar essa situação nesta vez” e “Salgado, o que achas que este “Anonymous GM” irá durar muito? E se não durar, achas que Shane O’Mac caberia no lugar de GM?”

Penso que Shane McMahon está demasiado ocupado para voltar à WWE. Relativamente ao General Manager anónimo, acho a ideia um absurdo e completamente desnecessária. Depois dos últimos anos de Autoridade, a última coisa que a WWE precisa é de mais uma história envolvendo figuras de autoridade a ser o destaque de todos os eventos. A WWE precisa de alguém para fazer o que William Regal está a fazer no NXT. Uma figura que toma as decisões que é preciso que sejam tomadas, para manter uma história a fluir, mas que não rouba tempo ou destaque. É preciso que isso aconteça para, novamente, voltarmos a dar valor a histórias envolvendo figuras de autoridade.

Enfim, concluo assim mais um contributo meu ao “Perguntas e Respostas”! Às questões que respondi, espero ter conseguido ser clara e que as mesmas estejam à altura das vossas expectativas. Deixem as vossas questões para o autor do Smoke and Mirrors, José Sousa! Até à próxima edição!