José Sousa, Flávio Bruniera, danieLP21, Cris e MikeD: agradeço desde já os vossos comentários ao meu artigo da semana passada. Atingi o mínimo de comentários num artigo, mas prefiro ver o copo meio-cheio e ainda adicionar-lhe gratidão. Por isso aqui fica, num lugar mais visível e público!
Por falar em agradecimentos, o artigo de hoje é relacionado com isso mesmo. O destinatário merece uma crónica inteira, e cerca de 45 minutos de escrita.
Antes de a crónica propriamente dita, devo um pedido de desculpas aos (presumo) poucos que me lêem pelo atraso na publicação e na falha, por um dia do Signature Move desta semana.
E se…?
“Por trás de um grande homem está sempre uma grande mulher”
Queria celebrar essa frase no dia da mulher, mas tal não aconteceu (desculpas acima). É algo que ilustra o papel de alguém invisível ao público mas que tem fulcral importância para o trabalho de determinada personalidade… masculina.
O trabalho dos homens invisíveis também é notório e fulcral em desportos colectivos, nomeadamente no futebol. Quem impede linhas de passe e faz com que uma putativa jogada de perigo possa surgir contra a sua equipa torna-se mais importante do que quem marca golos porque o primeiro pode perfeitamente ter evitado mais golos que os marcados pelo companheiro.
No wrestling, os trabalhos supostamente invisíveis são mais … visíveis. O trabalho de quem está por detrás da personalidade é importantíssimo pelo que faz com o microfone à sua frente. Alguém que vocifera, gesticula e luta pelos direitos e glórias do seu, normalmente, “cliente”. É uma personagem, por norma, complementar e, também por norma, fulcral ao crescimento do lutador que vai marcar a indústria e ganhar os títulos. A face da glória não é a do seu manager, que muito por ele fez (muitas das vezes, quem é “orientado” limita-se a lutar e deixar o manager falar), mas sim a do próprio lutador.
A história tem coisas engraçadas em toda a vastidão da linha do tempo. Nomeadamente as situações hipotéticas. Perguntarmo-nos onde estaríamos se tivéssemos optado por fugir às responsabilidades num dado momento ou como estaríamos se aceitássemos aquela proposta de emprego milionária que não preterimos à família e aos amigos.
Podemos trazer isto para o mundo do desporto. Adeptos do Sporting CP poderão perguntar-se a esta altura se estariam mais bem classificados e com um palmarés mais recheado se não fosse a existência de “conselhos leoninos” e uma total desorganização estrutural, na qual ninguém sabe quem manda (espero mesmo que a mudança esteja para breve…).
Podemos trazer essa arte de especular e de conjunturar hipóteses para a indústria do wrestling. Estaria Brian Kendrick no Main Event da WWE se continuasse na empresa se não tivesse fumado erva só porque lhe diziam que não podia? Seria Rob Van Dam uma personagem mais relevante para a indústria se não tivesse sido apanhado com marijuana no sangue depois do push gigantesco que recebeu? Será que Hogan ainda teria o estatuto de herói nacional depois das mentiras em que foi apanhado? Seria Triple H a estrela que é hoje se não fosse genro de Vince McMahon… e o que seria de HBK se não encontrasse a religião? TANTAS questões, tantos dedos apontados (“se não fosse aquele gajo…!”), tantos legados que se podem questionar, incluindo o daquele que tem a streak mais forte (e séria) do nosso ramo, Undertaker.
A personagem mais misteriosa e incrível que alguma vez conhecemos subiu muitos degraus e caiu de muitos andares (figurativos) para estar onde está. Houve títulos, reuniões de staff com gente querida e tudo o que quiserem nomear que contribuem para a subida do único lutador que menos quebrou kayfabe na indústria e ainda aquele que mais intactos tem a dignidade e o carácter… mas houve alguém que lhe deu um empurrão, fez o tal trabalho “difícil” e “invisível” com toda a competência (vulgo sinistralidade) e lhe ofereceu a ponte rumo ao sucesso. Paul Bearer.
O senhor Bearer ou Percy Pringle, como lhe quiserem chamar, foi responsável por um dos maiores marcos na nossa indústria e foi, ele mesmo, um desses marcos. Construiu todo um legado respeitável, fez crescer estrelas e o mínimo que merece é uma homenagem de todo e cada fã de wrestling que se fascina e vibra pelas personagens que, provavelmente, sem ele não existiam( e que sabe daquilo que ele fez).
Finalmente, acabou-se o luto pela morte da sua esposa, e estarão agora juntos no mesmo lugar.
Não tive oportunidade de ver o trabalho deste senhor, mas não posso deixar de lhe deixar um MUITO OBRIGADO pelo legado que deixou e aquilo que construiu e ajudou a construir.
14 Comentários
Grande edição, como sempre e já agora digo que concordo com tudo o que disseste neste artigo 🙂
Excelente homenagem a um dos melhores “managers” ( para muitos, o melhor…) da história do Pro-Wrestling.
Já muito se falou na última semana sobre o trabalho que ele fez, mas confesso que há algo que me deixa um pouco chateado: só falam ( com toda a razão) do papel decisivo que o Paul Bearer teve na carreira do Undertaker, mas esquecem-se que se não fosse ele, muito provavelmente, não teríamos hoje a Team Hell No. E porquê? Porque, muito provavelmente, nem sequer tinha existido o Kane. Por isso, acho que não se deve deixa de referir o papel que o senhor Paul Bearer teve na carreira do Kane, até porque era ele o “Pai” dele.
PS: Também gostava que o Sporting voltasse aos bons tempos 🙂
Grande artigo Paul Bearer R.I.P
Ótimo artigo, o Paul Bearer merece qualquer tipo de homenagem, é um cara com uma inteligência e uma dignidade fora do comum, grande ser humano e grande profissional, foi responsável por ajudar, e muito, a carreira de vários wrestlers entre eles, duas lendas como Kane e The Undertaker, portanto valeu muito essa homenagem e todas que vierem, pois o homem merece pela grande pessoa que foi.
Muito bom artigo, o meu manager preferido de dois lutadores que eu gosto muito…
é um senhor de respeito, merece tudo, pelo que fez na empresa… Excelente manager… Deixas saudades RIP
Sem dúvida que tem razão sem ele não teriamos Kane e Undertaker, e por isso ele foi uma das grandes lendas do wrestling no que diz respeito ao management por isso RIP Paul Bearer.
Bom artigo. Paul Bearer foi mesmo um grande manager, ajudando grandes lutadores como The Undertaker, merece mesmo o nosso MUITO OBRIGADO.
Obrigado Paul.
Grande artigo, O grande Paul Bearer sempre digo que é um dos melhores managers da história, suas bocas e caras e seu jeito sinistro deixava as coisas bem interessante e acrescentou imensamente ao personagem dele.
Alguem se lembrar das grande rivalidade como por exemplo com Ted Dibiase.
Para mim o melhor manager de sempre o seu trabalho foi importante também para Kane e claro Undertaker e outros também diziam ser uma grande pessoa otimo pai de familia e seu profissionalismo nós conhecemos talvez para esse Hall of Fame não irá fazer parte até porque todos foram pegos de surpresa mas certamente no proximo ano deve ser colocado no Hall of Fame e merece muito este grande manager Paul Bearer.
Boom artigo, como sempre.
Bom artigo Juarez,concordo com o que disse e concordo com o que o Daniel disse acima ele é recordado por ser manager do Undertaker mas ele também foi manager do Kane.
Excelente artigo, pequeno porém bem interessante!
Ótimo artigo, O Paul Bearer é na verdade um caso a parte, ele conseguiu criar não 1 mas 2 lendas do wrestling e soube as deixar em posição aonde conseguiram fazer nome por si só. Alem disso, ele foi um gênio do book, grande perda do wrestling…
O Sporting bem que podia parar de me por para baixo raios…
As facetas mais “sinistras” de Undertaker se tornavam muito mais consistentes e temíveis com o auxílio deste senhor.
Paul Bearer já tem seu nome gravado nas mentes dos fãs e nos anais do esporte, entre aqueles que colocaram o wrestling num patamar mais alto.