O começo deste Signature Move tem de ser inteiramente dedicado às pessoas que reagiram ao meu repto (incluindo um ou outro mais pessimista) de haver mais comentários na zona respectiva às crónicas que vos apresentamos semanalmente. Vocês, acreditem ou não, são o motor motivacional extra que nos dá alento para ignorarmos outros afazares e deixá-los para depois para vos escrevermos e cumprirmos os prazos estabelecidos.
É com muito orgulho, desde que comecei aqui a escrever, que me dirijo ao vastíssimo painel de leitores do PTW pela inteligência e pelo saber que demonstram nos comentários exibidos. É uma satisfação enorme partilhar os pensamentos que tenho sobre a indústria com vocês, assim como preparar textos mais líricos que dão cada vez menos trabalho (como hoje), dada a inspiração que vocês me trazem! Muito obrigado!
Por uma questão de coerência não respondi aos comentários que me dirigiram na crónica anterior (se não o fiz com 5 ou 6 e maior disponibilidade, não seria agora que o faria…). Mas prometo que o passarei a fazer a partir desta cronica em diante… contudo, (e escrevo aqui porque acho que os leitores merecem sabê-lo ao mesmo tempo que os adminstradores), talvez não vos consiga trazer o Signature Move todas as semanas após a Wrestlemania 29. Surgiu algo muito bom na minha vida pessoal que me vai ocupar muito tempo, e não querendo deixar este pedaço de leitura aos leitores dedicados do PTW, acho que o melhor é mesmo não garantir a semanalidade dos meus artigos a vocês.
Mas adiante, que a introdução já vai longa e a lamechice também: hoje trago-vos um tema mais lírico, mais romântico (enganei-vos ;)). É sobre alguém que conquistou o seu espaço depois de muito dar, lutar a uma indústria que parecia ingrata para ela (pessoa). Já ando para escrever estas linhas há muito tempo, mas finalmente tive a inspiração necessária para tal. Aqui fica:
Sei quem ele é…
Vencedores. Acredito que todas as pessoas acabam por ser vencedoras uma vez na vida por mais que tenham que esperar, por mais obstáculos que ultrapassem, por mais negro que pareça ser o horizonte, há-de chegar o dia da bonança. A palavra “orgulho” há-de um dia cruzar-se connosco, seja porque motivo fôr. O ser humano tem uma necessidade de auto-aprovação que a isso obriga, fazendo com que os nossos padrões subam ou desçam consoante as conquistas. Por mais que desçam, encontramos sempre maneira de nos valorizarmos e chegará o dia em que nos achamos vencedores, demore ele os dias, as semanas, os meses, os anos, as décadas!, que tiver que demorar.
Enquanto que uns se podem valorizar facilmente há outros que acreditam que não foi aquele feito que os colocou a jeito de se poderem adorar, pese embora o tamanho do mesmo – lembro-me agora de Marinho, jogador de futebol da Académica de Coimbra (28 anos) que respondeu que ainda tinha muito para jogar quando lhe perguntaram se o golo apontado ao Sporting e que valeu a conquista da Taça de Portugal fora o mais importante da sua carreira.
Essas pessoas provocam-me sentimentos quase opostos: admiração e lamentação. Por um lado revela uma incrível crença nas suas capacidades e no futuro, por outro parece que nunca ficarão satisfeitas com o legado alcançado, seja qual fôr o seu tamanho.
Por mais batalhas que vençam, por mais obstáculos monstruosos que consigam destruir, haverá sempre algo que não venceram. São insaciáveis até que ponto?
Revia essa insaciedade na cara de alguém muito famoso pelas nossas bandas. Observava-a em cada palavra, cada olhar para a câmara, cada expressão daquele rosto de miúdo traquina que parte a louça toda e não pede desculpa por isso. O calendário ia perdendo páginas, o cabelo ficando cada vez menos escuro e desaparecendo gradualmente, as letras e as cores das t-shirts que envergava também, assim como as palavras e as personagens que tinha de encarar. Até os cintos iam e vinham para aquela cintura outrora forte, e mesmo assim sentia-o insaciável em cada murro, cada queda, cada sorriso, cada esgar de dor. Nada fazia com que ela desaparecesse.
Era como se fosse um alpinista ambicioso – a vinda do cume da montanha que escalava era apenas uma paragem rumo à escalada do próximo “problema”.
Quando lhe o primeiro título lhe veio parar às mãos estávamos em meados de Março de 1997. Olhou para ele como um brinquedo novo. Os olhos brilhavam mais que o cinto (algo que, vá lá, não era difícil), mas ele sabia que aquilo era “só” o sabor do sucesso a correr-lhe pelas veias e que muito mais haveria para conquistar.
Não estava enganado. O mesmo título foi perdido e conquistado por 8 vezes nos 2 anos que se seguiram a essa conquista… mas o sistema onde habitava caiu, e sabendo da grandeza que iria ter, rumou as outras paragens, onde conquistou o título equivalente mas noutra promoção.
Foi para outro sítio, desta vez o maior deles todos, e também lá conviveu com a grandeza de ter cintos aos ombros – foram 19 as vezes que os teve, 9 do mesmo tipo daquele que já tinha conquistado, as outras 10 era um título que estava sempre a mudar de mãos e destinado a midcarders. Entretanto, um punhado de excelentes exibições, catchphrases que não deixavam ninguém indiferente e o reconhecimento que se fazia à sua entrada era algo que fazia parte do seu legado e que podiam deixá-lo satisfeito com o mesmo. Claro que não chegou e que havia mais montanhas a escalar…
… foi para outros países em busca de mais reconhecimento, e obteve-o com mais títulos passasse por onde passasse. Era quase como uma obrigação colocar-lhe aquele tipo de troféu à cintura dada a reacção dos fãs em qualquer canto deste mundo. Somou mais 4 nesta volta ao mundo…
… não chegou! Pousou numa companhia que lhe servia mais os propósitos, e lá também foram “obrigados”, pelo talento, pela interactividade… pela história!, a dar-lhe o tal título que lhe encaixava perfeitamente na cintura. Ele conseguira mais uma vez. Teve mais 3 daqueles, e pôde consagrar-se como lenda. Chegou? Claro que não. Ele queria mais queria o “big one”, aquele cinto que só as estrelas maiores detinham à cintura. Aqueles tais que cravavam o muro da glória com o seu nome. Ele podia considerar-se um deles, mas ainda não tinha o acessório.
Brincou durante muito tempo mas nunca teve direito ao brinquedo mais desejado.
Eram já 20 e tal anos a carregar “pianos” pesados. 20 e tal anos a cair em chão que parece asfalto, a lamentar a incapacidade de ser omnipresente e de não conciliar a vida familiar com a vida na estrada. São 20 e tal anos de lágrimas, sangue e suor sem o reconhecimento maior da indústria apesar da grandeza das conquistas que foi somando ao longo da carreira. Bem, não só ele, mas também quem estava ao lado dele.
Esse mesmo a quem gosta de chamar irmão, e que estava lá dentro, outra vez em meados de um mês de Março, para celebrar com ele, e à maneira deles, a conquista do título maior da indústria.
Depois de 20 e tal anos de sucessos, sacrifícios e conquistas… Mark LoMonaco é FINALMENTE coroado como campeão de pesos-pesados! A insaciedade desapareceu-lhe da cara e agora só vejo orgulho quando ele diz:
“DO YOU KNOW WHO I AM?!”
23 Comentários
BRI-LHAN-TE.
best … signature move… ever!
Melhor “Signature Move” de sempre. Admito que não fazia ideia de quem estavas a falar até dizeres o nome da pessoa em questão. Espectacular!
Amo-te Bully Ray.
Sócrates, amo-te Bully Ray…começo a desconfiar ^^ (não leves isto pelo lado mau).
Não percebi. Que tem?
Eu sou um rapaz que tem muito amor para dar 😀
Sinceramente eu costumo ler todas as edições e posso dizer que nunca vi nenhuma tão boa ! BRUTAL MESMO !
Bully Ray é LENDA viva do wrestling, e só está onde merece !
Excelente “Signature Move”!
Bully Ray is a LEGEND!
Do artigo não posso falar muito porque não acompanho a TNA e só vejo um episódio de longe a longe.
Só tenho a dizer que não devias dar tanta importância aos comentários pois eles não refletem o que escreves.
Se escreveres um artigo sobre o Undertaker e os seus combates, Lesnar, Triple H tens 60 comentários enquanto se escreveres um sobre a TNA ou sobre Wrestlers já reformados tens 10…
O tema é que tem de ser apelativo.
Eu por exemplo só fui ver o artigo por acaso porque não acompanho a TNA mas por acaso até sabia que o lutador que ali estava era o Bully Ray.
Grande artigo Juarez e realmente, finalmente chegou o momento que consagra a carreira individual do grande Mark, parabéns para ele que é uma das grandes figuras do pro-wrestling atual e também da história, grande Bully Ray, and we know who is him.
Consegui descobrir quem era neste trecho do artigo:
“Esse mesmo a quem gosta de chamar irmão, e que estava lá dentro, outra vez em meados de um mês de Março, para celebrar com ele, e à maneira deles, a conquista do título maior da indústria.”
Lindo, Juarez.
Épico texto e de todos as outras 20 edições que li, esta é a melhor de todas.
Get the table!
Epico. Texto Juarez nem eu seria capaz de melhor se tentasse abordar o tema do Bully Ray e do seu plano dos Aces And Eights. Parabens eu tinha pensado abordar este tema no pós-Wrestlemania mas desisto porque fizeste isto de forma brilhante, tão brilhante que sou incapaz de tocar neste tema no meu artigo nos próximos tempos. Excelente Trabalho;)
Eu não sou muito de comentar, mas este artigo está soberbo, muitos parabéns!
Mark LoMonaco realmente tem o que merece!
Novamente muitos parabéns pelo artigo!
Juarez, quanto aos artigos passados não posso comentar nada porque não os li, mas este, por alguma razão, resolvi lê-lo e não me arrependi nem por uma milésima de segundo! Gostei bastante do “signature move” 😉
Apesar de não ver TNA com frequência, obviamente que conheço o Bully Ray e sei minimamente o que se tem desenrolado em torno dele, e por isso houve momentos durante o texto que me remeteram para ele mesmo (aquele ‘3’ era relativo à team 3D certo? Se não é paciência, mas foi a partir daí que me lembrei dele xD).
Contas com mais um leitor! xD
Parabéns
Juarez, just one word…stunning…
Artigo épico o melhor de todos ,me avise na onde você conseguiu tanta inspiração,só no final que eu descobri que era Bully Ray.Parabéns
Juarez és o maior :DD
Os teus artigos deixam-me colado até ao fim, deixo umas 5 sms por responder só pela curiosidade que me dás… Continua assim rapaz :33
Não me irei alongar sobre o tema até porque muito já tem sido dito e eu próprio já analisei esta recente conquista do Bully Ray.
Apenas quero referir que há uma coisa que me impressiona no Bully Ray e nada tem a haver com a TNA, mas sim no talento dele. O Bully Ray é alguém que compreende esta indústria que nos fascina. Ele sabe o que os fãs querem e sabe o quanto é importante criar algo que seja apelativo para os fãs. Isto parece simples, mas não é, porque muitas vezes implica abdicar-se de detalhes mais técnicos (até num combate) em nome do espectáculo, assim como muitas vezes é preciso contrariar a vontade dos fãs para depois lhes entregar um resultado memorável.
Quando um dia o Bully Ray decidir arrumar as botas, é um valor tremendo para qualquer organização, ajudando os mais novos, sendo produtor e estando numa equipa criativa. Mas isso será daqui a muitos e muitos anos. Para já que tenha um excelente reinado como World Heavyweight Champion.
Juarez,uma palavra:excelente.
Esta é para ti para a TNA,Bully e os Aces.
Melhor Signature Move de sempre.
Juarez mais um grande texto, para mim um dos melhores de todos, Mark e um nome que vive Wrestling e será assim ainda por um bom tempo.
He is Bully Ray and he is AWESOME
LEGEN …. wait for it …. DAAAAAARY!!!!!
Excelente Signature Move sobre uma lenda viva do wrestling
Keep going on the god jog
Legendary adjacent! 😀