É sexta-feira e há mais um Signature Move a chegar aos vossos PC’s por via do também vosso PTW!

Atinjo o nº7 em crónicas e faço-o com todo o gosto e todo o esforço que vocês merecem, e acreditem que é muito. As horas passadas a escrever a crónica (o “prelúdio” é feito depois) passam depressa e a revisão também não custa nada porque estou motivado (palavra a reter 😉 para o Signature Move desta semana pelos comentários deixados na crónica anterior

Esta semana trago-vos uma polémica que estoirou durante o decorrer da semana passada e da qual tive noção apenas no dia seguinte ao da publicação da crónica. Creio que foi devidamente abafada pela WWE, e não foi muito discutida por cá.

Antes que me esqueça – vou referir-me a divas durante o artigo e não quero que interpretem no sentido literal e imaginem uma Eve Torres ou uma Kelly Kelly!, mas sim um lutador com uma personalidade sensível, dado a caprichos de estrela.

Tapa os olhos!

Signature Move #7 – Tapa os olhos!

Todos nós, enquanto alunos que somos ou já fomos encarávamos/encaramos cada cadeira/disciplina de forma diferente. Seja pelo programa, pelo tema… pelo professor ou professora. Há umas que são difíceis de fazer, mas nas quais pegamos com afinco porque gostamos da matéria, porque há a fama de ser o “cadeirão” e é algo que queremos desviar do nosso caminho o mais rápido possível e há outras que por ser fáceis, deixamos para último e acabam por ficar… para fazer no ano seguinte.

Toda esta disposição para enfrentar o difícil e desprezar o fácil prende-se com uma única coisa: motivação! É uma das palavras-chave para sermos bem ou mal sucedidos e atingir feitos que recordaremos num lugar quente do nosso coração.

Podemos encontrar motivação fora deste âmbito, como no desporto. As equipas de futebol profissional não recorrem poucas vezes ao uso de psicólogos ou mesmo motivadores para que se encare o jogo seguinte com doses mais ou menos elevadas desse ingrediente fundamental no caminho da glória.

Signature Move #7 – Tapa os olhos!

Puxemos a brasa à nossa sardinha: lendas do nosso desporto foram obrigado a repetir “bumps” atrás de “bumps” em ringues duros como cimento para garantir a aprovação dos treinadores de ginásio locais e, consequentemente, poder ter uma chamada à companhia da zona. Foram objecto de gozo, quase “escravizados” pela malta mais velha e tiveram de comer muito dos seus caprichos e calar. Eram humilhados. E no fim do dia, aquilo que recebiam era menos do que os outros que recebiam muito mais por muito menos… e não, não havia panos quentes nem mesmo palmadas nas costas da parte dos promotores.

Muitos desistiram, outros “motivaram-se” naturalmente enquanto que houve gente que ficou no meio dessa cadeia e houve as pessoas certas com as palavras certas.

Entre os que singravam, havia os que também tinham a sua personalidade de diva e, já que não podiam reclamar para si, ainda, esse estatuto, muitas vezes eram postos no devido lugar com humilhações que podem saber em qualquer shoot interview por aí.

Hoje em dia, as coisas não se passam assim. Os tapetes do ringue são mais suaves, até nos ginásios menos sofisticados (falo só dos EUA) e as humilhações são menos frequentes, e quem começa parece ter o mesmo direito de quem já lá anda há mais tempo pelo facto de estes não quererem fazer passar o que eles próprios passaram. Esta passividade gera confiança a mais, e criam-se divas cedo demais. Há quem os meta no lugar, há quem não esteja para se chatear os meta na rua.

Quem se preocupa com o novo talento põe-se no papel de quem lhes cortava as pernas no início da sua carreira e gozava com eles e “castiga” a malta mais nova da maneira mais criativa. Umas são aceitáveis, outras não.

Signature Move #7 – Tapa os olhos!

Tomei conhecimento de uma delas, consentida por Bill DeMott enquanto treinador das estrelas em ascensão da WWE (é o head trainer do NXT, ainda hoje), no passado Sábado.

Havia lutadores que mereciam um castigo, e surgiu a brilhante ideia, não se sabe ainda de quem, de pôr alguém nu a correr pelo ringue a lutar contra outro lutador “castigado” e a fazer o “Stink Face” (esfregar o rabo na cara do lutador) a dada altura do combate.

Um desses lutadores era Zack Ryder, e afirmou que a ideia partiu de dentro do balneário, mas o treinador principal consentiu-a como foi verificável em vídeos publicados na altura do “escândalo” e agora apagados.

(ok, imaginem isto só que com homens, e o que não está sentado está nu!)

Eu acho esta forma de castigo ou de motivação para a disciplina um pouco… esquisita. Não me ofende porque não se passou comigo nem com ninguém com quem eu seja íntimo, mas incomoda-me saber que há lutadores sujeitos a este tipo de situações e preocupa-me que o aparecimento de divas possa fazer aumentar casos como este que, pelo menos, não respeitam a higiene e põem em causa a moral e a dignidade de quem luta.

Por muito “smart-ass” que seja um lutador, não merece este tipo de tratamento! Mas isso sou eu, que devo ser altamente moralista.

18 Comentários

  1. Olha Pedro sinceramente genial, foi uma cronica fresca com bom humor, que informou mas que também conseguiu ser super divertida. Sinceramente gostei do artigo desta semana. Sinceramente de um homem tambem nao queria levar com aquilo comp “praxe”.Claro que no Wrestlig existe praxes não sabia desta e não é nada agradável. Mas conseguiste contar isto de forma divertida, e foram 5 minutos de leitura leve e iso agradou-me.

    • Muito obrigado José.
      Eu também não gostava nada que me fizessem isso, nem admitira ver isso a acontecer!
      Acho que é uma história que merece discussão e por isso trouxe-a.

  2. CCris12 anos

    Mais uma postagem excelente, uma peça literária de grande valor! Obrigado Juarez!

    É de facto, vergonhoso aquilo que se fez, independentemente das razoes de se ter feito

    • Concordo contigo, e agradeço imenso o comentário! As palavras que usaste para descrever o artigo são brutais no sentido em que me desarmam completamente.

  3. valugi12 anos

    Grande artigo Juarez, essa história e bem louca essa história

  4. Mintz12 anos

    Grande artigo! Uma história que eu não conhecia e relatada de forma eloquente, como sempre, por parte do grande Pedrito Juarez!

    • Obrigado Mintz! Eloquente? Tento trazer essa forma de relatar as coisas. Saber que cheguei a atingi-la para pelo menos uma pessoa é fantástico!

      Continua a comentar, muito obrigado!

  5. icarocaminha12 anos

    Parabéns pelo artigo Juarez

  6. Desculpem, mas não fiquei sabendo dessa história do Zack Ryder, alguém poderia me falar quando foi e tbm detalhes?

    • Não foi só o Zack Ryder que esteve envolvido, mas já aconteceu há alguns anos (creio que por volta de 2006). Quanto a detalhes… o que queres saber?

      Obrigado pelo comentário;)

  7. MikeD12 anos

    Man, grande post mais uma vez. Gosto muito dessas intros e da maneira como vais aos tópicos de que queres falar. Excelente, mesmo. Nunca é demais elogiar quem tem qualidade.

    A escolha dos temas também é excelente porque nunca são repetitivos e revelam o teu conhecimento por wrestling.

    Juarez, definitivamente foste uma adição FANTÁSTICA à blogosfera nacional!

    • MikeD, penso que não comentaste no post anterior. Mas fico muito contente por este regresso fantástico, enorme! Muitíssimo obrigado por todas as palavras elogiosas que me dirigiste.
      Aceito-as, mas discordo. Ainda não me considero como essa adição. Há muito para fazer, ainda, eheh

  8. Vince It Factor12 anos

    Mais um excelente artigo.

    O que mais gostei neste artigo foi a forma como foi escrito e introduzido, contas-te uma história com o teu texto como sempre fazes para chegar ao objetivo final e com isto agarras sempre até ao fim o leitor.

    Ah e esta cena que falas, é normal em todo lado haver castigos e tal, mas penso que este é muito, digamos, inconveniente, eu pelo menos reprovo totalmente.

    Muitos parabéns 🙂

    • Vince, mais uma vez leste de maneira excelente aquilo que tentei transmitir e consegui fazer passar exactamente o que queria com esta crónica para para esse lado! É excelente quando se chega a essa conclusão, e fico feliz por teres percebido e sentido isso.

      Obrigado!

  9. Não conhecia a história, e achei, no mínimo, uma vergonha… Eu despedia-me. Se quiserem chamar-me “exagerado”, força, mas eu despedia-me. Era o que mais faltava ser humilhado a fazer aquilo que mais gosto!

    Mais um óptimo artigo, mas não foi dos melhores. Atenção, “não foi dos melhores” não significa que tenha sido mau. Muito longe disso.

    • daniel, manter a barra alta é difícilimo e sei que poderei baixar de qualidade em algumas semanas mais difíceis. Mas espero conseguir superar-me e agradar a todos!

      De qualquer das maneiras: fico feliz da vida, na mesma, com as palavras “óptimo” e “artigo” juntas.

      Exagerado em despedires-te por aquilo?! Nem pensar! Serias um homem com eles no sítio