E aqui está mais um resultado de uma madrugada de refúgio ao frio, com o quentinho da certeza que irão comentar ainda mais que na última edição do Signature Move!
É a 4ª vez que vos escrevo e… finalmente! a prometida crónica sobre um lutador da TNA, chegou e nos moldes da primeira, com mais conteúdo lírico para tornar mais fácil a leitura.
Aqui fica:
LiL’ Joel
Todos em Portugal saberão quem é Carlos Lopes. Eu sei, tenho-o como uma pessoa familiar por ouvir falar muito dele desde pequeno, por me porem a imagem dele como exemplo da perseverança, da garra, da determinação. A prova de que vale a pena sofrer, física e psicologicamente, para chegar à História!
Carlos pisou o alcatrão quente de Los Angeles, galgou caminho rumo à glória durante quase 50 quilómetros, e deu-nos a alegria de ter uma medalha de ouro!
Concentrado no seu percurso, Carlos contagiou as pessoas que por ele passavam, iluminou os olhos dos meninos que observavam o homem que tinha sobrevivido mais que os outros! Um desses foi meninos trocou um olhar com Carlos, involuntariamente. Ele era “cheiinho”, de olhos castanhos perdidos no horizonte, que fora parte integrante da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos. Ele absorveu algo do nosso herói, depois de um mês antes ter sido posto à prova pelos seus pais – estreou-se no grupo de dança que eles criaram, com apenas 5 anos e logo a actuar perante perto de 100 mil pessoas no Los Angeles Memorial Coleseum!
Este menino de que vos falo ganhou logo a tarimba necessária para ser bem sucedido no mundo: enfrentou um monstro gigante (100 mil pessoas) quando não tinha os recursos para o enfrentar e sugou a energia a um verdadeiro campeão olímpico!
Assim nascem as lendas, e Joel, o menino de que vos falo, começou aqui, a ser alguém que no nosso mundo (wrestling) é muito mais que um simples lutador…
Sempre tivera a ideia de singrar pelo mundo do espetáculo, e segui r as pisadas de lendas como Rocky Johnson Sr, ou os Wild Samoans. Agradava-lhes o aspecto e as origens, com que se identificara.
Foi de ideias fixas até entrar no Dojo mais perto da UIWA, e demorou pouco até passar a ser “graduado” e até ser chamado pela maior companhia da altura (WWF) rumo ao seu trabalho de sonho! Foi para os territórios de desenvolvimento, teve feuds com grandes nomes como John Cena e ainda conseguiu ser o campeão da UPW que teve o maior reinado de sempre! O pequeno Joel tinha crescido ainda mais do que aquela noite gloriosa (de 1984) para ele e para os demais!
Zangou-se, berrou, gritou e o destino pôs-lhe na frente várias barreiras, vários obstáculos… e ele teve mesmo de ir pelo caminho mais longo rumo ao sucesso. O rendimento não era o mesmo ao fim de cada mês e quando estes eram cheios de trabalho nunca eram iguais ou superiores ao que recebia quando estava sob a alçada da WWF, dormiu em sacos de cama nos pavilhões onde lutava, fazia viagens cujo rendimento não suportava… Mas o agora Jovem Joel não era de compadrios, não se compadecia com cunhas e tomou o caminho que achava mais justo rumo ao sucesso, rumo àquilo que queria.
Começou por baixo, e todos gostaram dele, todos quiseram pôr cintos à volta dele e todos quiseram pôr a cara dele nos cartazes. Ele não aceitou fazer publicidade barata e só o projecto mais sério o fez pensar em aceitar… e obviamente que até os cabecilhas desse projeto lhe deram o protagonismo para as mãos e tornou-se quase de imediato na figura maior da companhia nº3 da atualidade, ganhando direito a um reinado histórico e a um estatuto ímpar na mesma. Joel já não era pequeno, já não era jovem, era GRANDE com todas as letras. E tinha conseguido deixar cair queixos por todo o espaço pelo qual passava- como é que alguém daquele tamanho e fisionomia faz o que este rapaz faz? Era impressionante e só mesmo vendo é que se acredita.
O fenómeno cresceu com a internet e durante os seus 645 (!!!) dias de reinado de estrela maior da Ring of Honor, conseguiu pôr credibilidade na mobilidade que um peso-muito-pesado pode ter e que podemos esperar um combate técnico de alguém um bocado mais cheio. Ele tornou isso possível, quebrou tabus, intrometeu-se e subiu de nível: TNA era o destino.
Na companhia de Dixie Carter cresceu, cresceu, tornou-se imparável com uma streak que lhe “ofereceram” por não haver mais do que isso para dar a um lutador em que os responsáveis não confiavam o título maior. Aliás, esta dinâmica fez com que se furasse o conceito original da X Division e passou a ser… sem limites! O Grande Joel era pesado, e o título passou a ter cariz de midcard com a sua chegada. Ele merecia um cinto à volta da sua cintura, e a companhia teve a consideração de mudar o conceito de um cinto que era suposto ser para os mais leves.
Enquanto esteve na TNA, criou e espalhou a sua identidade. Agora sabemos Joel é intensidade máxima, é agressividade ao expoente máximo, força bruta, velocidade e agilidade. Joel é a junção das componentes de um objecto indestrutível com as de uma força imparável! Joel é alguém que mal pisa o ringue nos faz sentir pena… pena por aquele que o enfrenta e prevê-se o destino que vai levar: JOE IS GONNA KILL YOU…
25 Comentários
Assim que me levantei vim a este site só para ler o Signature Move, portanto vê lá o patamar em que já te colocaste!
Sabes que mais? Fiquei ainda mais agradavelmente surpreendido! Adorei o texto, e fiquei com duvidas até ao final, e a introdução de CArlos Lopes e toda a sua historia é algo de fantástico e que adiciona logo outra pica ao texto!!
Parabéns, continua Juarez
UAU! ;|. Recebo esses elogios com muita honra e muito carinho. Muito obrigado CCris, continua a ler e a comentar!
Adoreio artigo, eu também sou fã do Samoa Joe desde desse reinado épico como campeão da ROH apenas esqueceste de referir que durante esse tempo a grande feud foi com CM Punk e o Punk saía sempre por baixo dos combate. Mas eram sempre grandes combate,e esses combates e essa foi do melhor que eu já vi( quantas vezes já não disse isto aqui no site!
Na TNa espero que um dia volte ao main-event porque alguem com as qualidade técnicas dele, aliadas á velocidade que ele tem para alguem do peso tornam-o um dos wrestlers da actualidade que mais admiro! Por isso: Joe is gonna kill you
Concordo José, que artigo fabuloso!
O modo em que o autor contou a história foi simplesmente sansacional.
Juarez, tu tens todo meu respeito e mal posso esperar para o seu próximo artigo, que seja tão bom quanto este, aliás, que seja melhor ainda!
Ótimo trabalho.
Ja disse a você José Sousa em algum Smoke and Mirrors que queria o Joe no Main Event denovo, principalmente em uma feud pelo título com um dos melhores Wrestler’s do mundo na actualidade, Austin Aries.
Joe is Gonna Kill You!
Sim e tambem sabes que falo dessa feud com o Punk na ROH muitas vezes, nem sei se não poderá ser um dos meus combates da semana quando chegar á minha vez! Não digo que será o primeiro mas tem fortes hipotéses de ser uma escolha mais á frente nesse espaço1
Enigma, muito obrigado! Espero ver mais comentários da tua parte no futuro e espero continuar a surpreender e a agradar pessoal como agradei a ti.
Em relação a Joe no main event, se me permites entrar “na discussão”: assino por baixo!
Bem, Joe naquela altura tinha o cinto à volta da cintura já há um ano e embora Punk fosse a figura-mestre das indys, acho que Joe era a figura da… ROH. Daí não ter referido.
Mas foi um apontamento valioso para a discussão, José.
Muito obrigado pelo elogio e pelo comentário!
Sim foi um apontamente eu gosto sempre de entrar no debate dos artigos dos outros colaboradores acho que tenho sempre algo a aprender e é bom existir uma troca de conhecimentos e diferentes pensamentos.
Sim e durante esse ano o Punk levou sempre a pior, mas era cada combate melhor que outro diga-se já.
Artigo perfeito ! Escreves de um modo diferente dos outros,porém essa diferença torna seus artigos muito bons.Eu me lembro de ver a feud dele com o Punk na ROH e ali eu percebi o quão talentoso o pequeno Joel era.Eu realmente espero que ele volte a ser TNA World Champion,pois para mim,ele é um dos mais talentosos do roster da TNA.
Espero que você consiga manter o nível da escrita,pois você já conseguiu me deixar ansioso e curioso para seu próximo artigo.Excelente trabalho.
Lucas, muitíssimo obrigado! Sinto-me cada vez melhor com os vossos elogios e com vontade cada vez maior de escrever para o PTW graças a estes comentários! É também uma enorme responsabilidade!
Aqui fica a promessa de fazer um artigo sobre um lutador da TNA, e ainda bem que foi bem recebida ;).
Eu penso que o “pequeno Joel” nasceu para isto, ou seja, antes de roh e upw, já era bom :P.
Eu gosto muito do trabalho do Samoa Joe, para mim e um dos melhores da atualidade, o artigo ficou sensacional
Muito obrigado Valuigi!
so uma pergunta na imagem nao é o cena ?
É.
é o edge
Edge?
É a imagem do CEna, sim. Pu-la como referência à feud que teve com joe na UPW.
Fantástico! Fabuloso! Magnífico!
A forma como escreveste o artigo foi… sei lá! A sério, não há muitos adjectivos, excelente artigo!
O Samoa Joe é um atleta fantástico, faz um pouco de tudo ( ou muito de tudo) e raramenete nos proporciona combates que não correspondem às nossas expectativas.
Daniel, é uma honra agradar e tocar nos sentimentos das pessoas da maneira que descreves. Muito obrigado eu.
Quanto ao que disseste sobre Joe: nem mais! é uma de uma regularidade surpreendente, ainda por cima para alguém do seu peso
Ótimo tema, o Joe é mito mesmo, lutador fantástico, tanto na ROH como na TNA.
Muito obrigado Vinicius!
Não podia concordar mais- Joe já é um mito vivo!
O artigo está qualquer coisa do outro mundo, a intro é fabulosa, tudo nele esta muito bom mesmo, colei totalmente admito !!
O Joe é dos meus wrestlers favoritos, é fantástico e incrível o que alguém como ele consegue fazer..
Vince, muitíssimo obrigado pelo elogio. A função da intro era mesmo essa – colar para o resto do texto. Ainda bem que funcionou!
Continua a comentar;)
Parabéns, Juarez! Andas a evoluir de semana para semana!
Conseguiste-me transmitir tanta emoção com o teu artigo!… Acho que está aqui um relato bem profundo, em termos emotivos, sem dúvida!
Bill Rodds, obrigado por comentares e por dares registo dessa evolução. A questão do relato emotivo e até, dramático, serve para “enfeitar” o texto, ajudar a facilitar a leitura.