Longe vão os dias em que ver TNA era “moda” dentro do universo da comunidade de Wrestling Online, muito pelo contrário, neste momento parece que é quase uma doença gostar de TNA. Não porque seja um produto de má qualidade, mas sobretudo porque a sua credibilidade tem sido beliscada com as notícias das Dirt-Sheets sobre quase tudo um pouco, seja salários em atraso, cancelamento, ou mesmo fusões que podem estar em curso.
Acaba por ser um período complicado para ser fã da TNA, e sobretudo para trabalhar na companhia porque cada passo ou decisão que seja tomada é julgada. Claro que nem todos os rumores sobre a famosa crise da TNA são verdade, mas mesmo não sendo acabam por condicionar todo o ambiente em torno dela.
Sendo que isto torna-se mais grave quando pensamos que esta situação já se estende há muito tempo, e de facto tem prejudicado o produto da TNA, impedindo que o mesmo seja bem recebido junto dos fãs. Claro que continuam a apresentar um bom produto do ponto de vista técnico, mas o impacto do debate em torno da TNA é nefasto o suficiente para influenciar negativamente a opinião dos fãs. Sinteticamente o problema é sobretudo uma questão de credibilidade do produto do que propriamente da qualidade do mesmo.
Como é óbvio não posso negar que a TNA é conhecida por oscilar entre momento com histórias interessantes, e outros momentos onde elas são tudo menos cativantes ou coerentes. Porque os problemas são muito superiores a tudo isso, e não se resolvem tão facilmente como poderia ser feito caso fossem apenas questões relativas ao booking das principais rivalidades.
Acaba por ser uma situação que não é sustentável, e que tem que ser resolvida o mais brevemente possível. Até porque seria importante para a WWE que surja uma alternativa forte, nem que isso surja de uma possível compra da TNA por parte da Global Force Wrestling.
Aliás, essa situação tem possivelmente mais benefícios do que propriamente desvantagens, até porque poderá a auxiliar a reabilitar a imagem da companhia através da criação de uma nova imagem. Até porque este processo parece ser inevitável devido à quantidade de nomes da TNA que já assinaram com a GFW, e em princípio isso só poderá significar que a fusão ou compra irá mesmo avançar.
Caso isso não aconteça a TNA poderá ficar numa situação muito desagradável porque duvido que recuperem a credibilidade e o ímpeto apenas com uma partilha de talentos com a GFW, uma vez que acabaria por saber sempre a pouco. Claro que esse até poderá ser o cenário escolhido por ambas para este momento, no entanto duvido que essa uma decisão positiva para qualquer uma delas.
Para o lado da TNA é quase impossível superar esta situação sem uma transformação total do seu produto: quer na vertente do booking, como na credibilidade. E foco muitas vezes esta palavra porque este é o principal problema da TNA nesta altura. Ninguém os vê enquanto alternativa real à WWE, e a situação piorou com o aparecimento da Lucha Underground , e a promoção da ROH para a Destination America.
O que quero dizer é que a TNA ficou numa situação mais débil junto da Destination America com a chegada da ROH, pois viu esse contrato sobretudo como ameaça e não propriamente como uma aposta da estação televisiva no produto de wrestling. E mesmo que fosse uma ameaça, acho que a atitude da TNA deveria ter sido enfrentar o problema e tentar convencer a Destination que não deve rescindir contrato.
Até porque esse tem que ser claramente a prioridade da companhia, porque se não conseguirem manter o actual contrato, ou mesmo encontrar um novo local em pouco tempo a situação ficará tão débil que a extinção da TNA será inevitável. Sei que o que estou a dizer pode ser triste para muitos que como eu viveram bons momentos com o produto da TNA, mas esse apreço não pode “cegar” a nossa visão, e por isso não posso ser inocente ao ponto de acreditar que tudo está bem no reino da Dixie.
E por mais que o Jarrett diga que o problema passa pela TNA não receber o mérito pelo seu trabalho, a verdade é que ela também tem a sua cota parte de responsabilidade nesta situação. Não que não seja verdade que a TNA foi sempre uma companhia que dividiu opiniões, mesmo que tenha tido momentos brilhantes tanto na qualidade do wrestling como nas histórias apresentadas.
Mas é igualmente verdade que por cada momento épico apresentado, logo de seguida apresentava erros de booking que matavam todo o trabalho positivo. Sobretudo nos últimos os erros foram-se acumulando: wrestlers importantes que saíram da companhia, inúmeras stables falhadas, e a redução dos PPV´s para números excessivamente reduzidos.
Assim a situação nos últimos dois anos ficou tão frágil que neste momento apenas uma transfiguração para um novo produto poderá salvar a TNA. Dai esperar que optem mesmo pela fusão com a GFW, e não apenas um intercâmbio de talentos porque esse não será suficiente para garantir a reformulação necessária. Caso contrário dificilmente a TNA e a Global Force sairão a ganhar da exposição conjunta dos seus produtos.
Por outras palavras, e para uma companhia que está a começar a GFW precisa de distinguir-se dos restantes produtos do wrestling actual, e por isso mesmo se quiser fazer algo com a TNA que seja através da sua compra. E não apenas através de uma parceria estratégica, permuta de talentos, ou apresentação do produto da GFW no Impact Wrestling.
Isto porque se nos primeiros tempos isso até podia beneficiar a GFW e a TNA com o passar do tempo o efeito novidade esgotar-se-ia rapidamente, o que em última instância poderá limitar muito mais o tempo de vida do novo projecto de Jarrett. É por isso que defendo a fusão porque permite criar uma nova marca, com grandes talentos, e que com bom booking poderia aguentar-se nos holofotes depois do período inicial, ou seja a famosa”invasão da TNA”.
Acima de tudo desejo que este projecto resulte e por isso é que defendo esta opção ao invés da parceria, e faço-o porque sei que caso a GFW tenha apenas uma parceria acabará por ser mais prejudicial do que benéfica. E não será difícil de perceber o porquê. Genericamente essa parceria acabaria por “contaminar” a GFW, ou pelo menos seria vista como a companhia menor dependente de parcerias.
Como é óbvio não terão dinheiro para ter o melhor roster do mundo. Mas na verdade o roster deles é interessante, e se juntarem o que resta do roster da TNA podem ter um produto cativante tanto no wrestling praticado, como nas histórias que são contadas. É daquelas situações onde se junta o melhor dos dois mundos, e isso faria com que apresentassem algo refrescante aos olhos dos fãs que procuram alternativas credíveis ao produto WWE.
Assim sendo espero que o resultado final o expectável de todo este ângulo que começou no Slammiversary, até porque o Impacto Global dessa decisão poderá trazer algum ímpeto e contratos a essa “lufada de ar fresco” que pretende ser a GFW.
Claro que temos a questão do título Mundial da TNA mas isso poderia ser resolvido com um combate de unificação entre os campeões dos diferentes lados. Até porque seria injusto para o EC3 não ter um tratamento justo no meio desta crise toda, e por isso porque não o colocar como campeão unificado da GFW para iniciar esta nova fase, e ao mesmo tempo continuar a construi-lo como principal heel da “alternativa”.
Dou por concluído esta edição do Smoke and Mirrors, prometendo regressar para a semana com a Antevisão do Battleground. Até lá tenham uma óptima semana.
Pergunta da Semana
Qual seria a opção que tomarias para resolver a questão entre a TNA e a GFW?
20 Comentários
Excelente artigo,José.
O que fazia, se fizesse parte da GFW,comprava a TNA de forma a fundir as duas companhias.
Acho que beneficiaria a TNA,porque continuava a aparecer,mesmo sendo com a GFW, a GFW teria um roster ainda mais interessante,e dai,melhores historias e poderia tornar-se um produto mais interessante.
Eu pessoalmente não me importava de ver os wrestlers a andarem entre TNA e GFW,mas isso não benefiava a TNA,que o problema é a ma gestao,e isso precisa de ser resolvido.
Sinceramente acho que a permuta não é uma solução. Não é só a TNA, eu acho que a GFW acabaria por ficar contaminada pela TNA. Acho que é uma situação bastante complicada, porque ninguém sabe se alguma das soluções vai resultar.
Um tema pertinente mas com uma resposta fácil.
Todos os indícios davam para esta caminhada da TNA, e dificilmente sairá de lá. A TNA é como os gatos, infelizmente poderá ter a ultima vida a berlinda.
Como tu sabes eu sou um atento ao produto da TNA mas não posso comentar mais shows quando o que vejo é mais do mesmo. Estão a perder estrelas que apesar de estarem numa idade que já não são promessas, mas sim membros cruciais ao desenvolvimento da companhia.
A Global tem que ter um produto com qualidade e apostar no vistoso, tem que ser. Luzes, e toda uma organização com valor. Claro que o investimento é brutal, mas se assim não o for, que diferença faz! O Japão é um bom exemplo.
Todos já sabemos esta situação com a Destination América e bons ventos não estão no horizonte.
Desejo sempre o melhor para a TNA mas ver o que já foi, uma organização sedente de ambição, para uma companhia de sobrevivência.
Sim. Lá está concordo contigo a fusão é uma solução interessante. Porém é fundamental que a GFW se diferencie e afaste-se ao máximo da imagem que é a nova TNA. É muito complicado faze-lo, porém não é impossível.
Excelente Artigo.
Como o “reigns one versus all” disee, eu acho que se deviam fundir. Faço as minhas palavras as dele.
Muito obrigado.
Excelente artigo. Pessoalmente, quando reflito sobre o wrestling e sobre os produtos que acompanho (WWE, NXT, TNA e Lucha Underground), coloco sempre a TNA como a pior,a menos interessante, a com a pior mesa de comentadores, os piores combate… Desde que o Kurt Angle ganhou o título mundial, o produto foi-se tornando aos poucos mais desgastante. Por muito que os combates e o booking sejam bons, o produto fica sempre marcado pelas decisões empresariais tomadas. Ter o título mundial defendido de duas em duas semanas, ter especiais constantes em vez de ter PPV’s, ter a divisão de tag team com apenas duas equipas, que estão a disputar o título, stables falhadas, lutadores desaparecidos, a divisão de X-Division morta, um público fraco. São estas coisas que tornaram a TNA chata este ano, para mim, e já pensei várias vezes em deixar de acompanhar. Por isso, veremos o que acontece, mas talvez essa fusão com a GFW fosse interessante e uma lufada de ar fresco.
Não sei se será ou não. Mas a companhia precisa de agitar águas sem dúvida alguma porque esta situação não é benéfica para ninguém. Apenas criaram o EC3 como estrela neste tempo, o Tigre Uno foi campeão quase do nada, e vimos Stables nascer e morrer sem lógica alguma. Entao os Rising foi uma desilusão autentica.
a gfw tem uma estação de televisão?
os seus wrestler são esculivos deles?
gostava que alguém esclarecesse as minhas duvidas
Alguns sim, outros não. Estaçao deverá ter, não foi é ainda anunciada.
Um bom artigo, contudo discordo com o inicio do texto. Eu pelo menos deixei de ver a TNA não só pela falta de credibilidade mas principalmente pela falta gritante de qualidade.
Sem dúvida que a TNA tem wrestlers muito bons e consegue bons combates, contudo isso não chega para uma grande empresa de wrestling televisionado. A verdade é que a TNA é hoje apenas um Indy mal organizada em que tudo é aleatório: feuds aleatórias, combates pelo titulo aleatórios, reinados de campeão aleatórios, turns aleatórios e constantes e stables aleatórias.
Além disso ainda se vê a aposta em wrestlers que eles sabem que vão sair (o que deixa feuds a meio e acaba/muda stables porque sim), especiais que de especial só têm o nome, não há PPV ou são muito raros, gimmick matches aleatórias e sem qualquer promoção (sabemos que vão acontecer quando começam – o que é especialmente grave quando falamos de combates como o Feast or Fired ou Ultimate X. No Feast or Fired até tivemos o despedimento de alguém que nem fazia parte do combate)…
Ter bons combates e bons wrestlers chega em Indys como o Wrestling Portugal e outras, em que há espectáculos muito de vez em quando ou havendo regularmente não será acompanhada de forma regular por todos, não obstante mesmo nessas há feuds mais lógicas e promovem os combates especiais e os espectáculos semanais.
A TNA tem a vantagem de saber fazer segmentos de bastidores de forma mais realista e por dar mais tempo às Divas que a WWE, mesmo assim perde para o NXT na minha opinião.
Fico contente por saber que as menos agora fizeram a coisa certa e deram o titulo ao EC3, só espero que o combate tenha tido promoção e que a feud tenha feito algum sentido, para variar. Quando deixei de ver bastava dizer ao Kurt Angle que mereciam lutar pelo titulo, o que dava em combates single, triple Threat, four way, enfim, com todos os que diziam merecer lutar pelo titulo. Deixei de ver há um ou dois meses porque já não suportava o que via. É a WWE e o Lucha Underground que me enchem as medidas.
Quanto à solução, concordo que teria de passar pela sua venda a outra promoção, contudo duvido que a GFW seja a solução devido ao Jeff Jarret, penso que ficariam melhor com outra cabeça, ideias novas e frescas e não voltando para quem começou a TNA, podem começar por cometer exactamente os mesmos erros o que é mau. A GFW está para já a cometer o erro do ringue de 6 lados. Quem sabe o Jarret me faz mudar de opinião, veremos. De facto a troca de talentos não chega, isso já a TNA faz com a AAA e com os japoneses, acaba por tornar tudo ainda mais aleatório, o que não é bom para ninguém.
A TNA chegou a este ponto porque deixou de saber vender o produto. É básico perceber a importância dos live shows e dos PPV’s mensais. Enquanto os primeiros vão mantendo por perto os fãs mais atentos, os segundos vão atraindo pontualmente os outros fãs que nem costumam acompanhar. Por mais que até vão tendo um produto interessante e bons combates como sempre, se não o sabem vender e promover, nunca vão conseguir sair do buraco em que estão.
Acho piada ao enquadramento da TNA nas tais “Wendsesday Night Wars”. Temos a ROH, que traz o wrestling espectacular e a elite dos wrestlers da indys, a Lucha Undergroud, que inova na forma de apresentar o produto, e o NXT, que traz o “star power” dos nomes que vai trazendo e também, claro, da companhia que representa. O que é que a TNA pode acrescentar a isto? A verdade é que a TNA teve anos para se estabelecer nestes aspectos todos e acabou por ser ultrapassada por todas estes programas/companhias num ápice de tempo.
A fusão com a GFW, a acontecer, só pode resultar se houver uma mudança radical da mentalidade da administração da companhia, ou por outras palavras, se da TNA se mantiver apenas o roster e pouco mais. Já nem falo da questão da TNA ter a credibilidade lá no catano, agora o problema é que bem mais grave. Não têm a menor noção de como vender um show de wrestling e precisam de ajuda desesperadamente. E pelo aspecto da coisa, com o rol assustador de saídas da companhia, não me parece que não tenham muito tempo.
Bom artigo.
Concordo contigo. Acho que o Jarrett vai precisar de ter melhores companhia na administração e equipa criativa caso isto avance. Caso o contrário o risco de se repetirem os erros é bem alto.
Primeiramente gostaria de elogiar seu trabalho, pois te considero um dos autores mais regulares do site, escrevendo sempre com muita qualidade.
Quando li sobre a participação de Jeff Jarrett em um dos shows do Impact (levando em conta ainda os rumores envolvendo a TNA), pensei, na hora, que poderia estar vindo uma união aí. E confesso, que sou um dos que considero que ,entre as alternativas, a fusão talvez seja a melhor, por ser mais barato e aproveitar o que ambos tem de melhor.Porém teriam que levar muitos fatores em consideração:
A fusão teria que ser feita de forma que ficasse claro que a GFW teria tomado o controle, se não for da empresa, pelo menos das operações principalmente relativos aos shows.
Teriam de haver mais nomes credíveis nos backstages, por que só o JJ e o dinheiro vindo como suporte (que aliás nem se sabe se é tanto assim) não seriam capaz de sustentar a empresa forte por muito tempo.
E principalmente (e mais difícil) baratear ao máximo os custos de produção,de forma que seja interessante para um canal televisivo, e ainda sim se posicionar no mercado de forma eficaz.
Ou seja, vai dar trabalho, e a não ser que o grupo da Dixie Carter esteja disposto a praticamente entregar a TNA à GFW, e confiar no trabalho do Jeff Jarrett, essa fusão seria bastante demorada.
E se eu sou o Jeff Jarrett, esperaria mais um pouco, ja que a situação da TNA, parece não estar nada fácil, e compraria ela depois com tudo dentro. rsrsr
E, mais parabéns pelo trabaho.
Sim. Apresentas aspectos que gostei muito sinceramente. A Lucha Underground é um belo exemplo de um projecto de uma TV Latina que chegou à comunidade onlne. Sinceramente acho um belo exemplo para qualquer companhia que queira aparecer e a GFW poderia aprender com isso.
Muito bom artigo,apesar de eu não acompanhar muito a Tna.
Muito Obrigado.
Ótimo artigo, José. Concordo a 100%. Não há muito mais a acrescentar – parece-me que a fusão entre as duas companhias é mesmo a melhor decisão a tomar. É pena o que está a acontecer com a TNA, até porque continuo a gostar do produto, apesar das várias saídas nos últimos tempos. E mesmo a construção do EC3 mostra que a TNA ainda sabe criar estrelas. Não conheço muito bem o roster da GFW, mas é esperar que tragam algo de positivo.
Sim. O problema é como o Francisco diz por cada escolha acertada da TNA vem outra errada, e sobretudo sempre tiveram problemas de vender bem o seu produto.
Ótimo artigo, José.
Não sou um espectador assíduo da TNA, por isso não posso fazer um comentário mais aprfundado. Mas a TNA já sobreviveu a várias crises e os atuais boatos em relação a companhia são parecidos com os anteriores, onde me lembro de terem dado a falência da TNA como quase certa e a companhia de Orlando sobreviveu.
E quanto a essa possibilidade de storyline entre GFW e TNA, não tenho nada contra. Até acho que pode sair algo interessante e que beneficie ambas as empresas, mas é necessário serem originais nessa ‘Invasion’ para que não se torne algo parecido com a WWF/WCW.