As lesões são uma parte não desejada mas que infelizmente fazem parte da vida de um Wrestler, mas como é óbvio por vezes não existe como evitar esse tipo de situações que acabam por afectar a carreira de um performer. Esses efeitos poderão ser múltiplos, e podem ir de um simples percalço, ou mesmo simbolizar o fim de uma carreira ou de um push, o que inevitavelmente poderá levar a ajustes no estatuto ou personagem do lesionado.
E sem dúvida que este foi um dos anos com o maior número de lesões graves no roster da WWE, pelo menos nos tempos mais recentes. Do NXT ao roster principal, alguns dos principais nomes da companhia estiveram ou ainda estão lesionados, e esse tipo de situação acabou por afectar e limitar as opções criativas da companhia.
Não que elas justifiquem a preguiça criativa da mesma, apenas vieram acentuar e demonstrar que a companhia não estava a criar Star power suficiente no seu plantel. Por outras palavras, esta maré de lesões não retirou apenas nomes importantes, ela também provou que a WWE não tem neste momento main-eventers jovens que permitam uma multiplicidade de alternativas neste tipo de situações.
Em suma, estes nomes foram um rombo importante sobretudo porque alguns deles eram dos principais workhorses da companhia, e isso acaba por retirar opções no que à diversidade de rivalidades diz respeito. Depois parece-me impossível perceber o que teriam sido as escolhas da WWE caso o Zayn, Cesaro e Tyson Kidd, ou mesmo Seth Rollins não tivessem lesionado de forma graves este ano.
E por isso mesmo é que irei dedicar a última edição do ano do Smoke and Mirrors a analisar as principais consequências das lesões no produto da WWE durante o ano que agora finda.
Tudo começou por altura da Wrestlemania quando poucos meses depois do evento Tyson Kidd e Daniel Bryan lesionaram-se gravemente, ao ponto das suas carreiras enquanto wrestlers na WWE estarem neste momento em risco, ou pelo menos existe a possibilidade que ambos não voltem a pisar um ringue da companhia. Porém, as suas situações são completamente diferentes na gravidade da lesão e no impacto no roster.
No caso de Tyson Kidd estamos a falar de alguém com um enorme talento, com pouco estatuto enquanto wrestler individual, mas que se encontrava numa fase ascendente em termos de status e performance com a sua equipa com o Cesaro.
E a lesão que sofreu nas mãos de Samoa Joe foi acidental, mas infelizmente colocou-o numa posição muito complicada onde é impossível perceber se alguma vez voltará a pisar um ringue. Para bem da companhia e do wrestling espero bem que a sua recuperação aconteça, e possamos assistir a mais combates dele no futuro, até porque gostaria de voltar a ver uma nova run da dupla Kidd e Cesaro.
No caso do Daniel Bryan a responsabilidade deve ser partilhada pela WWE e pelo próprio Bryan, uma vez que ambos apressaram excessivamente o seu regresso aos ringues a tempo da Wrestlemania colocando a sua carreira na companhia em jogo. Claro que segundo a sua opinião ele crê que está pronto para voltar à competição, mas a verdade é que depois ter visto a sua recuperação do ano passado temo que seja a sua paixão pelo wrestling a falar.
Não que não possa um dia voltar à WWE ou a lutar, mas a verdade é que prefiro ver um Bryan a 100% seja em que ringue seja, do que um Bryan que tem a paixão e a vontade de regressar mas que não possui as condições físicas para esse regresso. E neste caso tanto a WWE como ele têm de ser cuidadosos, porque verdade é que a ausência de Bryan afecta o star power e o main-event da companhia.
Ele até pode nem ser a principal aposta da mesma, mas a verdade é que ele pode ser um top face caso recupere totalmente, e é importante que essa mesma recuperação seja vista como prioridade para ambos os lados. E espero que cheguem a um acordo que seja do interesse de ambos, e que 2016 traga um Bryan de volta aos ringues da WWE.
Já no NXT assistimos igualmente a duas lesões em dois nomes importantes: Sami Zayn e Hideo Itami. Ambos são nomes no qual a WWE aposta muito nesta Brand, e que poderão vir a ser apostas fortes no futuro já no main-roster. E ambos tiveram lesões em momentos críticos, ou pelo menos não nas melhores circunstâncias possíveis, uma vez que se encontravam em momentos de ascensão.
Vejamos o Hideo Itami que se lesionou seriamente num momento em que se encontrava a definir a sua personalidade enquanto performer, criar empatia com os fãs, e a culminar a adaptação ao estilo de wrestling da WWE. Porque se não existe dúvidas do seu talento, a verdade é que ele ainda não tinha aprimorado todos os aspectos extra-ringue, e nesse sentido a lesão veio na pior altura possível.
No caso do Sami, a lesão surgiu exactamente no momento em que iria subir para o main-roster e por isso as implicações da mesma foram muito maiores. Primeiro porque adiou esse momento mais alguns meses, mesmo agora que regressou aos ringues. Depois porque fez com que Kevin Owens subisse prematuramente, e se os planos que a WWE têm para o Owens são os que seriam para o Sami, então nesta altura ele poderia ser campeão Intercontinental ou dos Estados Unidos.
Mas honestamente espero que este obstáculo seja apenas isso, e que dentro de algum tempo assistamos à ascensão do Sami Zayn ao patamar que ele merece: o main-roster, e com sucesso.
Em todo caso e não obstante às situações anteriormente referidas aquela que mais afectou o produto foi sem dúvida a lesão de Seth Rollins. Primeiro porque obrigou aquele que na altura era o campeão da WWE a abdicar do seu título, depois porque retirou dos ringues um dos melhores wrestlers que a companhia tem neste momento.
Claro que me poderão dizer que o Cesaro também o é, e a lesão dele foi igualmente grave sobretudo numa altura em que começava a ter algum destaque na programação, e finalmente ligar-se aos fãs de forma mais massiva através da Cesaro Section. Mas a verdade é que o Rollins mesmo sendo um heel com muitos fãs que não gostavam da personagem dele era uma das principais figuras do produto, sendo o Slammy que venceu prova disso mesmo.
Aliás, se analisarmos calmamente é muito fácil de verificar que ele e o Roman Reigns foram das poucas superstars de topo que a WWE criou por vontade própria nos últimos anos, e isso diz muito da importância que ele possui. Ele é sem dúvida alguma uma aposta da WWE, e por certo que isso se iria reflectir no combate dele na Wrestlemania deste ano, mesmo que alguns considerem “pouco” caso este fosse contra o Triple H.
Mas tendo em conta a ligação que os dois possuem por certo que teria sido uma excelente rivalidade, e que teria feito muito pela emancipação da personalidade do Rollins enquanto wrestler, uma vez que esta se encontra muito ligada à Autority.
Todavia não é possível fazer nada contra isso neste momento a não ser esperar que ele regresse da sua lesão, e acreditar que possa voltar como face, porque mesmo que esse turn não seja imediato creio que ele acabará por acontecer mais cedo ou mais tarde. E 2016 e este episódio são os pretextos ideais para que o mesmo aconteça, e com enorme sucesso assim espero.
Quanto à onda de lesões, espero que 2016 nos traga um ano mais calmo no que esse capitulo diz respeito, uma vez que é sempre lamentável que alguns dos melhores e mais importantes performers de uma companhia sejam privados de nos proporcionar momentos de entretenimento. Mas é sobretudo mais grave porque eles mesmos são privados de fazer aquilo que mais amam.
O Smoke despede-se assim de 2016, e volta para a semana já num novo ano e com a já habitual antevisão daquelas que poderão ser as estrelas do próximo ano no mundo da WWE.
13 Comentários
Bom artigo. Parabéns.
Muito obrigado.
Muito bom artigo José.
Muito obrigado.
Um artigo interessante.
Penso que a WWE não tem lidado bem com a lesão do Daniel Bryan e não lidou bem com a lesão do Sami Zayn. Quanto ao primeiro, não é o Daniel Bryan que diz, ele tem um relatório médico que diz que ele está livre para regressar, nem seria um apressar do seu regresso visto que ele está fora há bastante tempo, bem mais do que pela primeira vez. Temos aqui uma teimosia da WWE que espero que não seja por ter receio que um seu regresso abafe o sucesso do Reigns e um regresso do Rollins, já que das últimas vezes os fãs reagiram mal e de forma injusta à vitória do Reigns da Royal Rumble e ao regresso do Batista. O Bryan é um “self made man” e a WWE não gosta disso. Quero acreditar que seja apenas teimosia da parte da WWE e que lhes passe depressa.
Quanto ao Sami Zayn, ele lesionou-se quando subiu ao main roster, não há razão para regressar no NXT e sinceramente não gostei de ver isso.
Creio que Zayn tenha retornado no NXT com o objetivo de pegar ritmo, já que o roster de lá é menor e logo menos o veremos junto ao Main Roster
Eu gostei mas tal como tu dizes também quero que o período seja curto. No máximo que lute no Takeover Dallas com o Bálor, perca e siga para o main-roster. Até porque acredito que o booking que ele vai ter será diferente do Neville.
Excelente edição, muito bom
Muito obrigado.
Bom artigo.
Muito obrigado.
Bom artigo José
Obrigado.