Sejam bem-vindos a mais uma edição do Styles Clash, aqui no WrestlingPT! Esta semana, venho falar-vos da “best thing going in the WWE”, daqueles que quase garantidamente, semana após semana ocupam o lugar entre os melhores momentos de cada show, e não, não me refiro a Roman Reigns, Authority e muito menos à League of Nations… vocês já devem imaginar, porque it’s a New Day, yes it is!

Este mundo do wrestling é mundo muito, muito estranho e caótico, onde nem sempre a lógica impera. Podemos dizer, definitivamente, que no mundo do wrestling nem sempre 1+1 é igual a 2. E ainda mais isso parece acontecer na WWE. Ao longo dos anos, um dos temas que mais agitam a comunidade do wrestling (ou o “WWE Universe” como irritantemente toda e qualquer pessoa que tenha um microfone à frente num programa da WWE é obrigada a dizer), é o facto de nem sempre o talento e o trabalho ser premiado, e que várias superstars que mereciam mais, não lhes é dada uma oportunidade, enquanto outros têm as chaves do castelo oferecidas pelo proprietário himself, Vincent Kennedy McMahon.

Tudo isto é verdade, e todos nós poderiamos provavelmente dar vários exemplos de ambas as facetas da moeda: os que podiam ser tudo, mas nunca acabam por ter oportunidade de o ser, e os que não são “nada” e lhes é dada a possibilidade para ser tudo. A vida é injusta, não é verdade?

Mas há um provérbio que, em alguns casos, parece tornar-se uma verdade indiscutível. Independentemente da situação, the cream always rises to the top. Ou seja, seja como for, os melhores acabam sempre por se destacar, com muitas ou poucas oportunidades. Isto não é dizer que todos os melhores, vão ter carreiras ao nível dos melhores, ou que não existem piores a fazer melhor carreira que os melhores (acompanharam-me?!), mas na verdade, quem está destinado a ter sucesso, mais cedo ou mais tarde, com ou sem um empurrãozinho, acaba por chegar ao topo.

E é aqui que entram os New Day, tão somente e de longe, o melhor grupo da actualidade na WWE, e invariavelmente estão entre os melhores momentos de cada RAW, SmackDown!, PPV ou qualquer outro show em que apareçam.

Quem os vê agora, como alguns dos elementos mais over com o público, talvez até tenha dificuldado em recordar-se que nem sempre foi assim. Muito longe disso. Basta recuarmos algum tempo antes da formação do grupo, e é perceptível que nenhum dos três elementos, estava propriamente numa posição desejável no card.

Big E andava desaparecido, após uma run com o Intercontinental Title que não foi propriamente das mais emocionantes de sempre. Perdeu o título para Cesaro, e depois para o encontrar na programação, e ele até é bastante grande, era preciso estar muito atento.

Kofi Kingston andava a ser o Kofi Kingston habitual. Sem nenhuma feud interessante, era simplesmente o same old Kofi a que estávamos habituado, a combater com um adversário diferente todas as semanas, e sem grande rumo.

E Xavier Woods, acabado de chegar ao roster principal, depois de uma tentativa falhada de o juntar a R-Truth, andava a jobbar para o Bo Dollas, Rusev ou Ryback.

Styles Clash #3 – It’s a New Day, yes it is!

Ou seja, não estavam propriamente a ter um sucesso tremendo, não é verdade? E ora como o ditado diz, “together we stand, devided we fall”, estes três, tiveram a brilhante ideia de se juntarem para formar um grupo. Mas o que poderia sair dali? Quando começaram a surgir os rumores que estes três se iam juntar, o pensamento automático, era de que seriam a nova Nation of Domination. Então porquê? Três afro-americanos juntos na mesma equipa? Só podem ser a nova NoD.

Mas não, nem por isso. Os planos que Xavier Woods, Kofi e Big E tinham eram bem diferentes, mas acabaram por esbarrar no génio criativo de Vince McMahon. Ora vocês não vão ser “angry black guys”, vão ser uma Tag Team Face, então o que é que poderão ser? Ora, a resposta é preachers, que cantam e dançam, sorriem, e batem palmas para agradar toda a gente. Como será que isto poderá não resultar, eles vão adorar-vos.

Só que não. É preciso estar muito desenquadrado com a realidade, para em algum momento, achar que os que vieriam a ser apelidados de New Day, conseguiriam ficar over com uma gimmick semelhante. Mas sempre era tempo de antena na TV, e então Kofi, Big E e Xavier partiram á conquista do WWE Universe…. e foram apupados como se não houvesse amanhã.

Em muito pouco tempo, os New Day, que tinham na sua génese a intenção de colocar toda a gente a sorrir e a bater palmas com eles, tornaram-se nos elementos com mais heat junto do público. E não era o heat positivo, de quererem vê-los ser derrotados. Era o heat negativo, de os quererem ver fora da WWE.

E é aqui que entra o ditado de que o “cream always rises to the top”. O talento, quando existe, e quando a mentalidade é a correcta, acaba sempre por quebrar todas as barreiras. E foi isso que os New Day fizeram. Ao invés de se deixarem afectar, por uma gimmick que eles desde o inicio não queriam ter, mas que lhes foi imposta, e desistirem, decidiram aproveitar o ódio que não era suposto de acontecer, mas que acabou por ser gerado junto do público, para obrigar Vince McMahon a deixarem-nos explorar a sua criatividade e fazerem as coisas á sua maneira, sem serem filtrados pelo que os “criativos” (muitas aspas) da WWE, queriam fazer deles.

Styles Clash #3 – It’s a New Day, yes it is!

Vince disse sim. E voilá. Aconteceu a magia. Os New Day, transformaram-se a seu próprio pulso, e com mérito totalmente seu, de uma das personagens mais desinteressantes e mal amadas na WWE, na parte mais fulcral do show em muitos momentos, e no grupo que toda a gente adora e quer ver o que vai fazer a seguir.

Desde as danças ridículas do Big E Langston, a uma nova faceta de heel de Kofi Kingston que demonstrou ter uma personalidade tremenda, e ao hilariante fala-barato que é Xavier Woods, a pulso, os New Day conseguiram escalar a montanha da WWE.

Largaram o azul pálido e aborrecido, e trocaram por cores vivas e alegres. Largaram o sorriso e alegria forçada, pelo carisma natural, pelos cânticos contagiantes e pelo facto de se conseguirem afirmar como um caso de sucesso em tudo o que fazem.

Os New Day não deram outra hipótese a Vince McMahon, se não dar-lhes a bola para eles correrem com ela, e o que ganharam com isso é um spot priveligiado em qualquer show, microfone todas as semanas, para que possam fazer a sua magia com eles, a possibilidade de adicionarem trombones, cornos de Unicórnio, danças sexuais e tudo o que mais possa surgir naquelas mentes geniais que estes três possuem.

E com isso vieram os Tag Team Titles, que deveriam ficar eternamente com eles. Vieram Main Events do RAW e SmackDown. Veio a fantástica interacção com o The Rock, veio merchandise que nunca mais acaba, e que põe cada vez mais dinheiro no bolso da WWE e deles, e por conseguinte cada vez mais força criativa e um lugar consolidado no card.

Os New Day são a prova viva, de que por muito baixo que possam estar, por muito que as oportunidades não sejam dadas de igual forma a todos, e por muito que os criativos, que deveriam ajudar os talentos a ficar over, façam precisamente o contrário, quando há talento, quando há paciência e a mentalidade certa, o momento irá chegar, e quando ele chegar, não basta fazer um trabalho razoável. É preciso um home run. E ás vezes, um home run é tudo o que basta para tudo mudar.

Os New Day fizeram um home run, e com a sua química natural, cada vez mais tomam cada show refém da sua genialidade. E já não há ninguém que possa negar que…. New… Day Rocks! New… Day Rocks!

13 Comentários

  1. Laura9 anos

    Os New Day são do melhor que a WWE tem para oferecer neste momento e são aquela inovação que já há muito fazia falta, além de serem ridiculamente originais, tudo o que fazem é genial. Espero que se mantenham assim durante muito tempo e que nenhum dos “iluminados” se lembre de que um dia será dia de os separar porque, claramente, a historia já nos mostrou que individualmente seriam sempre muito mal aproveitados, perdidos no card, sem futuro, sem graça, sem nada que lhes valha, enquanto juntos são um grupo de excelência! Bom trabalho 😉

  2. fã numero 19 anos

    Concordo a 100%. NEW DAY ROCKS! e espero que continuem com os títulos durante muito tempo e que a WWE tenha a capacidade de criar equipas suficientemente boas para rivalizar com eles, e não jobbers.

  3. Bom artigo, concordo com tudo, há apenas um pequeno erro, o Big E perder o seu título Intercontinental para o Barrett e não para o Cesaro.

    • Verdade, nem sei como escrevi Cesaro, queria escrever precisamente o King Barrett! 😀

      Obrigado pela correcção!

  4. crazydigchiks9 anos

    Belo artigo, eu pessoalmente não gostei do início dessa stable louca e estranha, mas com o passar do tempo eles se desenvolveram muito bem e foram ganhando destaques nos shows semanais e até nos PPV’s (Only on Network), eu me impressionei e achei ótima a atitude da WWE em dar tempo e mais liberdade para esses caras, pois algo assim na atualidade está cada vez mais escasso, que continuem assim, progredindo e entretendo os fãs porque talento eles tem, inclusive o mais desprezado Xavier Woods que também está ótimo na stable.

  5. Kick_Ass9 anos

    Bom artigo.

    Quem diria que um segurança do Dolph Ziggler, um eterno midcarder e um jobber pudessem conseguir tal feito !
    Eles são dos lutadores que mais reação conseguem ter com o público e uma das melhores coisas que a WWE tem para oferecer, enfim são geniais ! conseguem ser engraçados e divertir o público e conseguem ser muito bons quando tem de ser sérios.
    Estou muito curioso para ver quem lhes vai tirar os títulos.

  6. Dois supertars que poderiam formar uma tag Team para competir com new….day rocks!!
    ?

    • R-Truth e Goldust vs. New Day, em termos de comédia, têm muito potencial! 😀

  7. Ótimo artigo,Styles.
    Mais uma vez devo elogiar a tua escrita,é “Phenomenal”.
    Os New Day passaram de uma equipa sem futuro,que não tinha onde cair morta,para ser das maiores atraçoes dos shows da WWE.
    E são do mais hilariante que há na WWE neste momento.

    PS:O que achaste da estreia e das primeiras semanas de AJ Styles na WWE,já que ele é o teu wrestler favorito?

    • Obrigado, Reigns! 🙂

      Gostei bastante! Ao contrário do que eu pensava, a WWE começou desde o inicio a promovê-lo como uma Superstar de topo e com um booking bom até agora. Parece-me que vai-se ocupar os próximos tempos com o Jericho, que acho que é uma boa escolha para uma feud! 🙂

  8. Anónimo9 anos

    Grande artigo. Parabéns!

  9. PPKinha9 anos

    podiam junta o Miz novamente com o Damien Sandow.